quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A dependência como política pública

Não me chocam e preocupam apenas as imagens dos dependentes químicos da chamada região da Estação da Luz, em São Paulo, afetados pelo crack. É estranho que o Estado não tenha mecanismos para implantar políticas públicas de combate à dependência em todos os níveis. Ao contrário, há políticas públicas efetivas para criar a dependência em milhões de pessoas. Se não a química, mas a dependência quase que completa por meio de bolsas e distribuição direta de renda. Se esse tipo de prática não for vinculado a ações de inclusão e oportunidades de trabalho, gera-se outra forma de dependência que culmina com o populismo de estado e a troca constante de favores por votos. Não se pode admitir uma sociedade cuja base, se não depende do crack, depende permanentemente das migalhas distribuídas em programas sociais. Como ação emergencial é estratégico, inclusive; para a vida inteira, porém, mais um vício.

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