sábado, 7 de janeiro de 2012

O populismo de estado e a vocação para Porto de Lenha

Manaus, definitivamente, parece ter uma vocação histórica para “Porto de Lenha”. E o grupo político que governa o Estado e a Capital, criador, mais de oportunistas do que de oportunidades, em cada ação diária, tende a confirmar os versos do poeta Aldísio Filgueiras, eternizados na música de Zeca Torres: “Porto de Lenha, tu nunca serás Liverpoool, com uma cara sardenta e olhos azuis....”. Enfrentei o temporal de ontem nas ruas da cidade. Em cada lugar que passava, a letra da música ficava mais cristalina em minha mente. Quando a energia elétrica foi embora e um caos completou se abateu sobre a cidade, o refrão teimava em voltar, segundo a segundo, como em fotogramas de um filme antigo. Sentia raiva do descaso, das grandes obras que geram mais suspeitas sobre a aplicação do dinheiro público que benefícios para a população. Via o descaso da própria população com a cidade. O lixo nas ruas. Passei por cima até de uma descarga de carro. Como conseqüência do lixo, ruas alagadas. Carros mais pareciam barcos. Um caos recorrente e irritante a cada novo temporal. É como uma tragédia anunciada cujos atores principais são canastrões que se revezam no poder há anos e transformam a cidade e o estado na vanguarda do atraso da prática política. Temos uma sociedade e um imenso grupo político que vive da troca constante de favores numa prática política nojenta, que afeta todos os níveis de poder no Amazonas. Mais que na infraestrutura, Manaus é um Porto de Lenha na rasteira política do populismo de estado. Simplesmente uma vergonha!

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