domingo, 31 de julho de 2011

Os amigos e a modernidade

Hoje, no sermão, o Padre Paulino Baldassari, chamou a atenção para alguns dos problemas da “modernidade”. Dentre eles, chamou a atenção para o fato de que as pessoas iam à igreja, aos domingos, para a oração e para encontrar os amigos. Lamentou o momento atual: a igreja vazia. É bem-verdade que a Igreja estava vazia no início da missa. Porém, minutos depois do início, os lugares foram quase todos ocupados. Padre Paulino é um guerreiro! Faz o possível e o impossível para manter a comunidade unida em torno dele e da ideia de uma sociedade mais justa e mais humana. A cada dia que passa, porém, tem mais dificuldades de ter as pessoas na Igreja. A modernidade que ele tanto critica tem seu lado bom: diluiu o poder centralizador do pai, do dono-da-casa, dos próprios padres e freiras. Os católicos já não aceitam as pregações como verdades absolutas. Acerta o Padre Paulino quando diz que precisamos de um dia para descansar, refletir, avaliar. A isso ela chama de “dia do senhor”. Tradicionalmente trata-se do domingo. Todo consciente da sua condição de humana precisa sim, avaliar sempre suas atitudes. Que seja em qualquer igreja ou religião. Quanto aos encontros, Padre Paulino, hoje ocorrem mais no Facebook que nas Igrejas. Felizmente ou infelizmente. Não tenho dados para concretamente avaliar.

sábado, 30 de julho de 2011

O perigo da disseminação do álcool

O combate às drogas, no Brasil, ao que parece, tem foco equivocado. Enquanto se tenta combater as drogas ditas ilícitas, as lícitas propagam-se a uma velocidade impressionante: cigarro e álcool são consumidos, cada vez mais, por crianças e adolescentes. A violência sexual contra crianças e adolescentes é abominável, no entanto, a sociedade não pode fechar os olhos para o consumo absurdo de cigarro e álcool. Esse último, então, começa a entrar nas casas mais cedo. É comum, nas cidades do interior da Amazônia, crianças consumirem bebidas alcoólicas, principalmente aguardente e cerveja. Embora acredite que os pais e a família possuem autoridade suficiente para saber até que ponto esse tipo de prática prejudica ou não o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes; não vejo com bons olhos a propaganda aberta de bebidas alcoólicas, por exemplo. Quando uma pessoa extremamente identificada com crianças (e adolescentes), como a cantora Sandy, assume, na TV, que é devassa e adora “dar um tapinha” na loira gelada, há, claramente, incentivo ao consumo de cerveja. E por parte dos jovens. Não compreendo, portanto, que haja uma legislação extremamente frouxa no caso do álcool e que só se fale em proibir as demais drogas. Em todos os casos, das lícitas às ilícitas, a questão das drogas é medica e de saúde pública, não de polícia. E que os pais e a família fiquem alerta para a disseminação do álcool.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

As lições de vida do futebol

Ontem, após o excelente jogo de futebol protagonizado pelos times do Santos e do Flamengo na noite anterior, alguns ditos “colunistas esportivos” mudaram de tom em relação à Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Passaram a dizer que devemos ser menos críticos e acreditar que tudo dará certo e teremos uma das melhores Copas, “a Copa do futebol arte”. Argumentavam que em 1950 foi assim, “tudo improvisado”, mas, no final, tudo deu certo. Com o perdão do trocadilho, caros leitores e leitoras, no final pode até tudo ter dado certo, mas, na final, deu tudo errado. A Seleção Brasileira foi derrotada, dentro de casa, pela Seleção do Uruguai. E, será possível, que até hoje a lição não foi aprendida? A nova geração do futebol brasileiro não pode achar natural “devolver a bola na mão do goleiro”, de forma displicente e irresponsável, como o fez o jogador Elano, do Santos, mais uma vez na cobrança de um pênalti. Numa partida cujo gol, se marcado, liquidaria definitivamente o adversário, a irresponsabilidade (e falta de profissionalismo) de um jogador, permitiu a reação do adversário e jogou o resultado da sua equipe na lata do lixo. Isso precisa ser dito. E não me venham com esse argumento de que se trata de um atleta exemplar e de que “essas coisas” acontecem. É balela. Em uma disputa, como uma partida de futebol, figurativamente, “adversário bom é adversário morto”. Forem irresponsáveis e displicentes como o foram os jogadores do Santos, naquele inegavelmente espetacular jogo contra o Flamengo, Neymar sairá de campo como “um dos melhores jogadores” da Copa de 2014, sorrindo, feliz da vida, mas, elogiando o adversário e com as mãos abanando outra vez. A garra e a vontade de vencer do Flamengo são históricas. Todos reconhecem. No futebol, como no Boxe, por exemplo, se o adversário estiver na lona e você der fôlego, deixar de bater tiver pena, ele arranja forças no fundo da alma, soergue-se e liquida a luta. E foi isso o que ocorreu naquele jogo. O Flamengo estava na lona. Aí o goleiro e a zaga do Santos resolveram entregar um gol ao Ronaldo Gaúcho. Deu no que deu! Em campo, ou se é responsável e profissional ou se perde o jogo. E perder um jogo, na final, é perder a Copa de 2014. Mano Menezes peça uma cópia de todo o jogo entre Santos e Flamengo, realizado no dia 27 de julho de 2011, e repita para cada jogador da Seleção Brasileira, como se fosse do Santos. Mostre a ele como se perde um jogo ganho, dando espetáculo. É uma boa lição para que nem os erros de 1950 nem os do Santos naquele dia se repitam. Antes que seja tarde demais e percamos mais uma Copa dentro de casa. Tenho dito!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ácido muriático em assaltos

Recebi hoje um daqueles e-mails que mais parecem famigeradas correntes. Não tenho certeza que não o seja. Porém, compartilho com meus leitores e leitoras dada a gravidades do problema que se levanta. Alerta-se para o fato de que aqueles “limpadores de vidros”, agora espalhados em cada semáforo da cidade, estariam utilizando ácido muriático nos sprays. De acordo com o e-mail, duas pessoas teriam sido vítimas desse tipo de violência, em Manaus. Inclusive, o trauma foi tamanho que essas pessoas passaram por cirurgias plásticas reparadoras. Uma delas ficara cega. É o tipo de crime que pode até ainda não ocorrer, mas, o e-mail serve de alerta para que homens e mulheres, ao volante, acompanhados ou não, jamais devem abrir os vidros dos veículos quando forem abordados por alguns desses meninos ou meninos, por mais seja dolorosa ao coração essa atitude. O vidro protege seu rosto caso seja vítima de um tipo de atentado desses. É duro ter de se isolar de outro ser humano dessa forma. Mas, infelizmente, cuidar-se também faz parte da vida.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Educação no trânsito em Rio Branco

Reconhecidamente Rio Branco não é mais a mesma: a cidade mudou, está mais limpa, mais urbanizada. Porém, padece de um problema comum a todas as cidades brasileiras: nunca foram planejadas para crescer, para receber pessoas e veículos em quantidade. Talvez os descobridores não imaginassem que o Acre, um dia, seria ponto estratégico de ligação do Brasil com o Oceano Pacífico. Como consequência desse crescimento desordenado e da falta de planejamento urbano efetivo, Rio Branco, agora, necessita, urgentemente, de uma política governamental (estadual e municipal) de educação no trânsito e para o trânsito. Pedestres e condutores de veículos convivem, em Rio Branco, num caos impressionante. Além do constante perigo de acidentes, esse tipo de postura depõe negativamente contra a cidade e o povo do Acre. Passa a impressão de que um bando de mal-educados e grosseiros habita a cidade. E isso não é verdade. O povo acreano é cordato, sabe receber bem as pessoas, porém, isso não se reflete nas práticas do trânsito na cidade de Rio Branco. Mudar esse quadro é fundamental para que ninguém saia daqui com a impressão de que saímos das cavernas agorinha.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ladrões virtuais atacam por carta

Para que ninguém duvide da astúcia dos ladrões virtuais, eles começam a por em prática a sinergia entre um modo de comunicar tradicional, as cartas, com o universo virtual. Ao invés de receber um e-mail, você pode receber uma correspondência da Receita Federal. Um dos endereços tradicionais usados pelos larápios virtuais é “Serviço de Notificação Autorizado; Rua Manoel Bandeira, 13439 – Centro – 87222-089 – São Paulo”. Se você receber uma correspondência deste endereço cujo conteúdo alerte para a necessidade de recadastramento do seu CPF em determinado endereço eletrônico, nem vacile: trata-se de uma fraude das mais grosseiras. Os ladrões são tão caras-de-pau que ainda aconselham: “O processo de recadastramento é simples e rápido, antes de acessar o site, tenha em mãos apenas seus dados bancários e CPF”. De preferência, para eles é claro, não tenha nada na cabeça e caia na conversa para ver o que acontece com a sua conta-corrente e o seu CPF! A correspondência continua, em tom de ameaça velada: “Após o recadastramento, o departamento fiscal da Receita Federal analisará os dados enviados. Posteriormente, casão haja ainda alguma irregularidade nos dados fornecidos, a Receita o intimará a comparecer em uma de suas unidades fiscais para prestar esclarecimentos. Lembrando que a Receita criou esse sistema online exclusivamente para atender os cadastros de Pessoa Física com graves irregularidades envolvendo dados bancários. Nenhuma Unidade da Receita Federal está autorizada a receber seus dados, pois trata-se de dados sigilosos (sic), e deverão ser feitos somente através do endereço eletrônico citado”. Vai nessa, vai!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A arte de se libertar

Para quem não entendeu nada sobre o fato de merecer registro eu ter conseguido entrar no avião pela primeira vez de bermuda e sandália de dedo, preciso explicar melhor a história. Pressionado pela rigidez na forma como fui educado, um dos maiores traumas da minha vida fora em sonho. Certa vez, acordei em pânico, no meio da madrugada. Tinha sonhado que fora para a escola descalço. Estar no pátio do Instituto Santa Juliana descalço era sumo pecado, quase uma desonra. Freud talvez saiba explicar o porquê de eu ter associado o episódio ao fato de sempre viajar de calça e sapato, afora a blusa, é claro. Incomodava-me, porém, o fato de, principalmente nas viagens pela região, cujo calor beira as raias do inferno, eu não conseguir me libertar desse trauma onírico. Em algumas viagens pelo Brasil, já tinha conseguido liberar os pés dos sapatos. Sábado, porém, decidi: vou para Rio Branco de bermuda e sandália. Não dei muita sorte na empreitada, uma vez que furava um pneu do carro a cada 50km de viagem. Porém, a sensação de vencer mais um dos meus medos interiores é indescritível.

domingo, 24 de julho de 2011

A floresta sangra no Acre

Há dias que são completamente diferentes dos demais. Ontem, dia 23 de julho de 2011, foi um deles. Merece registro, por exemplo, o fato de, pela primeira vez, nos meus quase 48 anos de vida, consegui entrar em um avião de bermuda e sandália de dedo. Também foi a primeira vez que cheguei a Rio Branco e fui recebido pela minha mãe no aeroporto. Estavam, ainda, meu primo Fidelis e minha Tia Rosa. Tomei o volante do carro da minha irmã Giseuda, pois dirigir é algo relaxante para mim, e, por volta de 13h40, pegamos o rumo de Sena Madureira. Mamãe e Tia Rosa tinha feito cirurgia em um dos olhos no dia 20 e fui logo alertado de que não deveria “correr muito”. Normalmente faço o percurso de 132 do Aeroporto de Rio Branco até Sena Madureira em 1h. Calculei que a 80km ou 100km nos melhores trechos demoraríamos algo em torno de 1h40 a 2h de viagem. Nem bem passamos por Bujari, o primeiro caminhão de madeira cruza nosso caminho. Foram inúmeros deles que cruzam o caminho, com excessiva carga de enormes toras de madeira. Revolta-me o discurso oficial de preservação da Floresta com a exploração desenfreada de madeira. Comentei com o Fidelis sobre essa minha revolta e ele revela que a devastação, inclusive proximamente a Sena Madureira, é intensa. A destruição é tamanha e a falta de fiscalização maior ainda que os madeireiros, além de destruírem a floresta, destroem outro patrimônio de todos: a estrada. Como os caminhões transportam toras em excesso, afundam o leito da estrada e destroem o asfalto ao longo do trecho da BR 364 que liga Rio Branco a Sena Madureira. Eis que o carro puxa para um lado, um pouco antes de chegar “ao 72”, metade da viagem. Pneu traseiro esquerdo furado. Uma operação que demoraria no máximo 10min, a troca do pneu, tomou mais de meia hora, “pois o desgraçado teimava em não sair”. A crosta de ferrugem do pneu e da bacia da roda fez um casamento natural quase indissolúvel. Eu, e principalmente o Fidelis, quase fomos vencidos. Enfim a roda cedeu e prosseguimos viagem, não sem antes parar no 72, pois o Fidelis era suor até na alma. Aproveitei para comer a saltenha (uma espécie de pastel recheado com frango desfiado), como fazia na infância sempre que viajava e parávamos no 72, algo raro, por sinal, dadas as possibilidades financeiras (ou a falta delas) da família à época da minha infância e adolescência. Seguimos viagem mais devagar ainda pois o carro estava com menor estabilidade e sem nenhum espete. Mamãe preocupada (como sempre), com medo de viagem. Perguntou se não tinha perigo. E eu:”o único perigo é furar o outro pneu”. Ato contínuo o carro puxa, agora para o outro lado. Completei: ”e acabou de furar o outro”. Eu e Fidelis soltamos uma senhora gargalhada. Estávamos no 50, sem sinal de celular, sem estepe, sob um sol de torrar ovo no asfalto. Passa um táxi: ia direito para Manoel Urbano. Em seguida, Fidelis sinaliza e para um Saveiro da firma JN. O condutor avisa que se o pneu encaixar ele empresta. Alegria incontida de todos nós: os quatro buracos da roda encaixaram certinho. Chegamos em Sena Madureira por volta de 16h30. Além da inusitada viagem, não me saem da cabeça as imagens dos caminhões lotados de madeira: sinto que a floresta sangra e providências urgentes precisam ser tomadas para evitar o enriquecimento de alguns a custa dessa exploração desenfreada e do prejuízo coletiva de ser perder, mais uma vez, a mais importante ligação de Sena Madureira com a capital do Estado.

sábado, 23 de julho de 2011

O perigo da velocidade excessiva

Emerson Fittipaldi declarou, certa vez, que a velocidade ideal em uma estrada não seria de 80km/h mas sim, no mínimo, 120km/h, pois as velocidades baixas tiram a concentração do condutor. Após anos e anos de direção, tendo a concordar com Fittipaldi. Na cidade, porém, poucas são as vias que permite ao condutor dirigir com segurança, tanto para ele quanto para as outras pessoas, sequer aos 80km/h. Além do mais, quem dirige tem de tomar consciência de que, no trânsito, não é apenas um indivíduo, mas, parte do coletivo. Cada um de nós, portanto, precisa por a mão na consciência e ter extremo cuidado com o excesso de velocidade nas ruas da cidade. Não se trata de pôr em risco a vida de cada um dos envolvidos em um acidente, mas, de inúmeras pessoas. Ontem, por exemplo, vi dois carros em uma situação que não consegui entender: um bateu de frente na mureta da entrada de um condomínio na nova estrada da Jonasa, que dá acesso à Ponte do Iranduba. O outro bateu na traseira no carro que entrara na mureta. Não parei para perguntar como fora o acidente por não estar com a minha máquina fotográfica no momento e para não criar mais problemas no trânsito em função do aglomerado de pessoas. A não ser que tenha sido pane mecânica dupla, ao que parece, os dois veículos desenvolviam velocidade além da conta ou ainda, talvez, realizassem um pega. Já alertei, neste mesmo espaço, para o cuidado que o poder público deve ter com aquela via: os condutores nela trafegam “chutados”. Com a Ponte inaugurada o risco de acidentes fatais será maior.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Trabalho doméstico é para poucos e poucas

Nessa onda de “dia para tudo”, hoje é o Dia do Trabalho Doméstico. Não me perguntem se é o dia Mundial, Internacional, Nacional, Estadual ou Municipal que eu não saberei responder. Só sei de uma coisa, o trabalho doméstico, em geral, é muito chato, precisa ser feito com muito amor e partilhado por quem decide residir sob o mesmo teto. Maus hábitos domésticos repetidos exaustivamente destroem qualquer relação, inclusive as de amor. Refletir sobre isso serve, principalmente, aos homens que, apesar de estarmos em pleno Século XXI, ainda abusam das vossas mulheres. Mulheres, por outro lado, vós sois parceiras e não servas. Trabalhar como escrava não tem nenhuma relação com “prova de amor” ou coisa parecida. Quem disse que submissão é prova de amor? Homens e mulheres! Desenvolvam relações baseadas na sanidade e no equilíbrio. Só isso pode transformar o trabalho doméstico, a dois, em algo suportável.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

E o futebol amazonense?

O Nacional, que brigou até o último minuto para ficar na Série D, isso mesmo caros leitores e leitoras, o Amazonas só tem time na Série D, fez o primeiro jogo em casa e empatou. O Penarol, de Itacoatiara, bi-campeão amazonense, também, em casa, perdeu na estreia. Esse é o retrato do futebol de uma cidade-sede da Copa do Mundo de 2014. É bem-verdade que, em termos de futebol, depois do vexame de jogar 120 minutos e não fazer nenhum gol contra a frágil equipe do Paraguai, que chega à final sem vencer nenhum e jogo e corre o risco de ser campeã da mesma forma, a Seleção Brasileira ainda se deu ao luxo de perder quatro pênaltis; logo é difícil superar estatística tão ruim. A fase dos futebolistas brasileiras é das piores. A safra, afora Paulo Henrique Ganso e Neymar, do Santos, e Lucas, do São Paulo, também é minguada. O que se esperar da Copa do Mundo de 2014? Até agora, o grande destaque é o sigilo nas obras e a escandalosa liberação de verbas públicas para que o Corínthians construa seu estádio. Ficaremos apenas em espetáculos como esse até a Copa?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Inimigos da sociedade

Quando um grupo de pessoas se junta para surrupiar dinheiro público, subverte profundamente a ideia de amizade. Não são amigos. O interesse comum é meter a mão no dinheiro de cada um de nós. Portanto, trata-se de uma quadrilha e não de amigos. É preciso a sociedade reagir, indignar-se com esse tipo de comportamento. Transformou-se em prática comum os partidos se unirem, formarem uma coalizão, que no Brasil ganhou o nome de “base aliada”, cujo interesse supremo seria governar, portanto, melhorar a vida do conjunto, da sociedade. O que se vê, no entanto, é uma espécie de lobyy de baixo calão, que beira a chantagem. Basta de chantagem, troca de favores e “ação entre amigos”. O País precisa de uma limpeza ética, de práticas políticas sérias, que visem o bem-comum e não o bem-dos-partidos e dos apaninguados dos líderes de plantão. Não se pode dar uma bolacha de água-e-sal ao pobre e levar pra casa um uísque 22 anos. Não há desenvolvimento sustentável que agüente tanta corrupção, em todos os níveis, espalhada pelo País. Ou reagimos ou passaremos a considerar a prática de espoliar os bens públicos algo normal. Aí, estaremos mortos moralmente, ainda que nossos corpos perambulem por algum gabinete em busca de alguma sobra do butim.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Amiga ajuda amigo

Foi-se o tempo em que os políticos brasileiros, em especial os meus ex-colegas do PC do B, preocupavam-se com princípios éticos. Defensores de princípios sérios e rígidos, conseguiram atrair grande parte dos intelectuais para o partido, assim como o fez o Partido dos Trabalhadores (PT). As denúncias de que a Senadora Vanessa Graziottin (PC do B) paga o aluguel mensal de R$ 1.500,00 ao Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Raul Zaidan, com dinheiro público é claro, feitas por um jornal da cidade, só reforçam que a máxima de São Francisco de Assis, “...é dando que se recebe...” trazida para a política pelo chamado “Centrão”, transformou-se em regra, principalmente entre àqueles partidos que mais criticavam tal prática. Em verdade, nada existe de ilegal em o Chefe da Casa Cividl do Governo do Estado alugar uma casa para uma Senadora da República fincar seu “escritório político”. Afinal, a sede do PC do B, é muito acanhada para alguém que ocupa o Senado despachar quando está em Manaus. Tudo estaria na mais perfeita ordem se Zaidan não tivesse sido o coordenador da campanha de Graziottin. Porém, como na política atual misturar o público com o privado nada tem de reprovável, pelo menos aos olhos dos nossos antigos arautos da ética, que vida siga! E que a mulher de César aprenda que nem precisa mais parecer honesta.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Neymar, Pelé não é

Neymar da Silva Santos Júnior é bem-diferente de Édson Arantes do Nascimento. Não há termo de comparação, mas a revista VEJA o fez. Curiosamente, só li o número da revista que comparava Neymar a Pelé, com coroa e tudo, além do título de Reymar, sábado, um dia antes da eliminação do Brasil da Copa América, pelo Paraguai, nos pênaltis, na série de cobranças mais horrorosa do futebol brasileiro nos meus 48 anos de vida. Nem o Vasco, contra o Flamengo, foi capaz de tamanha incompetência. Neymar é um produto dos tempos modernos. Forjado por um pai, jogador de futebol medíocre, que transferiu os sonhos para o filho e o trata com mão-de-ferro. Na “sociedade do espetáculo”, o Brasil tenta ocupar no imaginário popular um vazio deixado por Pelé. Neymar é um excelente jogador de futebol, talvez o melhor que já surgiu depois de Pelé no País, mas é Neymar e ponto final. Triste é o fim de um garoto que não pode ter juventude, que virou escravo de um pai e da imagem de ídolo a ele atribuída. Tirou a família do limbo, aufere estratosféricos R$ 1 milhão por mês, mas será que é um menino feliz? Faz posse a cada jogo: amarra a chuteira, levanta o meião, põe munhequeira aqui, cor do cabelo acolá. Pelé nunca precisou de nada, além de bom futebol, para brilhar. Deixem Édson Arantes do Nascimento no panteão que merece. E deixem Neymar ser apenas Neymar. Antes que mais um garoto seja enterrado para a carreira futebolística prematuramente.

domingo, 17 de julho de 2011

Ouvidos e olhos digitais

Lembro-me saudosamente da época em que os amigos se reuniam para aquela típica conversa nas quais os problemas eram expostos. Horas e horas era possível “jogar conversa fora” e “emprestar os ouvidos”. Grande parte dos seresmos humanos precisa disso: “ser ouvido”. Ter com quem falar, trocar ideias, expor os problemas faz um bem danado. Dividir as angústias tira o peso de quem as tem. Hoje em dia, porém, o ditado mudou um pouco. Diria, até, que evolui. Hoje um amigo verdadeiro não empresa apenas o ouvido: empresta os olhos, pois as pessoas, agora, querem, também, ser lidas no Twitter, no Facebook...em todas as redes nas quais estejam inseridas. Em pouco tempo, essas redes terão de inserir a possibilidade de conversas audiovisuais. A chamada revolução das mídias digitais ainda nem começou. Prepare-se para uma nova “Jornada nas Estrelas”.

sábado, 16 de julho de 2011

Ato falho de Lula

Ontem, após almoçar com meus filhos, retornava para a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a ouvir uma das emissoras de rádio da cidade. Certo momento, entra no ar uma notícia nacional sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A chamada afirmava que Lula, agora, seria um lobbysta das causas sociais junto ao Governo Dilma. Num evento da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, Lula soltou o verbo. E a emissora reproduziu parte da fala dele. Não sei se foi intencional, mas, justamente, um momento em que o ex-presidente cometeu, digamos, um ato falho. “...ainda encomendaremos....incomodaremos muita gente”, disse Lula. Soltei uma gargalhada e pensei: “...Lula não esquece o mensalão. Sempre pensando em encomendar mais pessoas.” Depois, sem parar de rir sozinho, fiquei a imaginar:”...e olha que, segundo o Lula, o mensalão nem existiu. Mas, a tecnologia de encomendar pessoas deve seduzir muitos dos governanates atuais.”

Espaços públicos digitais

Uma visita aos espaços públicos, bem como os auditórios das universidades públicas e particulares, deixa evidente que não existiu (e precisa existir) nenhum tipo de olhar estratégico para o futuro. Inclusive, em grande parte desses espaços, ainda existem aquelas placas que cheiram a mofo pelo conteúdo: ”desligue o celular”. Modernamente, não se pode pensar em um espaço que reúna pesquisadores e professores que seja proibido o uso do celular. Ao que tudo indica, esses dispositivos móveis concentraram o recebimento de todos os tipos de informações possíveis. Funcionam como Rádio, TV e Jornal ao mesmo tempo, só para ficar nessa observação. São, também, consoles de videogames e minitelas de cinemas. Os chamados tablets caminham para ser o suporte da chamada “sinergia dos mídias”. Proibir o uso dos aparelhos móveis em auditórios e salas de convenções é uma demonstração de atraso cultural. Pensar esses espaços, hoje em dia, é não proibir o uso. Mais que isso, é preparar o espaço para receber o uso com pontos de acesso e tomadas em cada uma das filas de cadeiras dos auditórios, por exemplo. O ideal é que haja uma fonte de alimentação embaixo de cada cadeira. Afinal, der ponto de acesso à Internet, mas não ter pontos de alimentação de energia é o mesmo que não oferecer esse acesso.
OBS: Post do dia 01/10/2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Elogios merecidos e abuso dos pedestres

Merece elogios, e sempre foi minha prática fazê-los, a quem quer que seja, a campanha da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) que estimula os condutores de veículos respeitarem a faixa de pedestres. É escandalosamente reprovável, porém, que os pais de estudantes sejam os primeiros a desrespeitarem as faixas, principalmente na frente das escolas, quando vão pegar seus filhos. Paralela à campanha destinada aos motoristas, é necessário que a Prefeitura também faça uma para os pedestres. Esses devem ser conscientizados de que é dever dos motoristas parar apenas onde há faixas. No entanto, há pedestres abusando da prerrogativa em vários pontos da cidade, inclusive, à Avenida Djalma Batista, por exemplo, bem próximo à passarela existente em frente ao Idaam. Vi vários condutores extremamente educados, porém, os pedestres devem ser avisados que podem sofrer acidentes graves se abusarem da prática. Só há faixas onde é permitido atravessas as ruas. E isso deve ficar bem claro para cada um dos pedestres.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pagot, calou!

O depoimento de Luis Antônio Pagor, esperado como uma bomba pelos senadores de oposição, não passou de um traque de São João, ontem, no Senado. Hoje, ele manteve o mesmo tom na Câmara dos Deputados e ajudou o Governo a pôr panos quentes na crise, desde quando a presidente Dilma Roussef afastou toda a cúpula do Ministério dos Transportes, inclusive o ministro, senador Alfredo Nascimento (PR-AM). O diretor-geral afastado do Departamento Nacional de Transportes de Infraestrutura (Dnit), Luís Antônio Pagot, na Câmara, negou, de novo, quaisquer acusações de corrupção. Há 11 dias, quando a revista Veja publicou uma denúncia de funcionamento de um esquema de propina no setor que beneficiaria os cofres do Partido da República (PR) com até 5 por cento dos contratos firmados no Dnit, uma crise se abateu sobre o Governo. Pagot, com o perdão do trocadilho infame, apagou todo o incêndio, acalmou o PR, e disse que o partido não é diferente de nenhum outro partido no Brasil. Parece ter tocado no cerne da questão: a política da troca de favores é regra em Brasília e o melhor que todos fazem é fingir que o problema está resolvido com a demissão de Alfredo Nascimento. Para o bem de todos (políticos e partidos) e felicidade geral do Governo Dilma, mais um incêndio apagou-se!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Dispositivos móveis e o quotidiano

É quase impossível, nos dias atuais, se pensar em um mundo sem os dispositivos móveis eletrônicos tais como celulares, câmeras de vídeo e fotográficas, só pra ficar nesses exemplos. Há um processo de democratização da informação, talvez da arte, nunca visto antes na história da humanidade. Nos aniversários, por exemplo, aquelas crianças com seus Nitendos, foram substituídas por adultos (e crianças) também, com seus celulares e máquinas fotográficas. Cada um quer fazer a foto mais singular, em ângulo diferente, com pessoas diferentes. Nas conversas, já se houve um processo de seleção coletiva, para decidir qual vai para o Facebook. Normalmente vão todas, sem muita seleção. O nascimento de um filho, por exemplo, é outra emoção partilhada quase que instantaneamente. Dia 10, nasceu a primeira filha do meu irmão, Gilberto Vieira Monteiro, e da minha cunhada Cristiny. Só conheci a menina hoje. Mas ele registrou e postou fotos, feitas em um celular, dos movimentos da menina Ana Laura, já no Hospital. A primeira Vacina, BCG; a segunda, Hepatite B. Cuidados iniciais que indicam uma política pública efetiva de proteção à vida. Gilberto e Cristiny em Rio Branco. Eu em Manaus. Graças às mídias digitais, não preciso ir a Sena Madureira imediatamente conhecer a minha querida sobrinha. Até o choro dela poderei receber em gravações, feitas no próprio celular, se eles quiserem. Nenhuma experiência dessas, porém, será mais fascinante e significativa que um abraço. Usar as mídias digitais em benefício do ser humano é entender essa diferença básica: enquanto eu não for a Sena Madureira abraçar a minha sobrinha, os laços efetivos não estarão estabelecidos. Que a tecnologia seja sempre bem usada a serviço de melhorar a vida dos seres humanos! E que saibamos, sempre, tirar proveito e entender essa diferença essencial: nada substitui um abraço!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Humorista sem graça

O Brasil anda tão carente no humor que bizarros como Tiririca e os programas Pânico e CQC fazem sucesso. Esse último, nunca assisti. Daí o meu espanto quando o tal Rafinha Bastos apareceu como número um no Twitter. Ainda assim, minha curiosidade não foi despertada. Curioso fiquei quando vi a manchete que um humorista poderia pegar seis meses de cadeia em função de uma piada de péssimo gosto. O fato é que a promotora de justiça de São Paulo, Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar, solicitou abertura de inquérito policial contra o “humorista” Rafinha Bastos, do programa "CQC", da Band, para apurar incitação e apologia ao crime por causa de uma piada sobre estupro. O dito humorista, em show de comédia stand-up, reproduzida na revista "Rolling Stone", diz “que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.” No ofício, Valéria diz que o humorista compara publicamente o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço". Não vejo graça e nem humor na tal piada. Muito menos vejo humorista na atuação desse rapaz, se as piadas forem do mesmo nível dessa. Como sou a favor da liberdade plena, de uma coisa estejam certos (e certas), exercerei o meu poder de jamais ligar no canal da Band quando o CQC estiver no ar e muito menos de ir a qualquer show do nobre rapaz que, além de tudo, respondeu apenas “faço o meu trabalho” e fechou-se em copas. Enquanto tiver quem o assista, que faça seus shows. Todos sabemos que o humor é cortante e, dificilmente, será politicamente correto. Mas, nenhum tipo de incentivo à violência contra a mulher, qualquer que seja o grau de beleza, deve ser tolerado. Humoristas e piadas sem graças eu também não tolero.

domingo, 10 de julho de 2011

Governo prestes a implodir

A informação dada pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), em seu blog, de que a queda do Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), “nada tem a ver com combate à corrupção e sim com a proximidade do julgamento do mensalão” tem potencial para, inclusive, implodir de vez o Governo Dilma, muito embora, dificilmente haja algo capaz de derrubá-la. Garotinho acredita que o mensalão só está no STF por causa de dois indiciados: Valdemar Costa Neto e João Paulo Cunha. A tese de Garotinho não parece fazer muito sentido. Segundo ele, “se Costa Neto for atacado com denúncias e renunciar ou for cassado e se Cunha deixar a Câmara para se candidatar a prefeito de Osasco, o processo terá de ser reiniciado na primeira instância, o que levaria à prescrição dos crimes”. O deputado considera inacreditável como tudo aconteceu no Ministério dos Transportes e pergunta: a presidente Dilma, como ministra, “não sabia da corrupção nos Transportes? Ou sabia, contou a Lula e ele não tomou providência nenhuma?” Para Garotinho, a escolha de, Paulo Passos, antigo secretário-executivo do Ministério, é mais uma demonstração de que Dilma sabia e sabe de tudo. Diz o deputado: “Ele não viu nada, não sabe de nada? Não dá para condenar uns e absolver outros. Ou todos são inocentes ou todos são culpados”. O certo é que é muito pouco crível que ninguém soubesse das práticas recorrentes no Ministério dos Transportes, uma vez que as negociações para ganhar apoio de parlamentares eram similares ao mensalão. A presidente Dilma Rousseff tem poucas opções: ou faz uma limpeza e segura definitivamente os casos de corrupção no seu governo ou ele implode.

sábado, 9 de julho de 2011

O PT que me envergonha

Não sei se me arrependo e choro muito ou se dou pulos de alegria por, mesmo antes do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ver a máscara de um partido no qual votei nas quatro últimas eleições presidenciais cair de vez. E arrancada pelo mesmo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que recentemente engavetou as denúncias contra Antônio Palloci. Li no Blog do Josias de Souza um resumo das alegações finais de Gurgel sobre o mensalão. Não sem antes ter visto o vídeo sobre o “País passado a sujo”. A leitura das alegações do Procurador, porém, dão vontade de chorar. Ele não deixa dúvidas de que uma “quadrilha” agiu no País, entre 2003 e 2005, chefiada pelo então Ministro da Casa Civil, José Dirceu. A quadrilha desviou dinheiro público e de empresas estatais para “... negociar apoio político ao governo no Congresso, pagar dívidas pretéritas, custear gastos de campanha e outras despesas do PT”. Palavras do Procurador Roberto Gurgel reproduzidas por Josias de Souza: “… As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida… que José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha”. E conclui: “No momento em que a consciência do representante eleito é corrompida em razão do recebimento de dinheiro, a base do regime democrático é irremediavelmente ameaçada”. Se ainda contiver os prantos, visite o Blog do Josias de Souza e leia mais sobre o assunto. Depois dessas alegações sobre o mensalão do PT, é bem provável que os aliados do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), se é que ele tem aliado, ganhem forças para defendê-los. Afinal, diante das alegações do Procurador Geral da República contra José Dirceu e banda (podre), Alfredo Nascimento não passa de um garotinho na mais perfeita inocência, a brincar com os coleguinhas ali no quintal.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Brincadeira tem hora!

O ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM) deve ter aprendido inúmeras lições nesse episódio da sua saída do Ministério. A principal delas deve ter sido: político não tem amigo. Possui, sim, aves de rapina que o rondam enquanto está no poder, mas que se afastam como os próprios urubus o fazem quando alguém se aproxima da carniça. Enquanto comem da mesma podridão, todos bicam juntos; porém, quando alguém descobre algo naquela presa, voam pra bem longe. Quem for pego que se lixe! A outra lição é: “brincadeira tem hora!”. No vídeo divulgado pela revista Isto É no qual aparece o deputado Davi Alves Júnior, então no PDT, e Alfredo Nascimento; com a voz de Valdemar da Costa Neto, o momento mais comprometedor é exatamente quando Nascimento diz: ”..Tu não é nem do Partido e já está arrancado dinheiro daqui; imagine quando for...”. No restante do vídeo Nascimento até tenta demonstrar ser criterioso na análise das propostas mas o estraga está feito. Curioso é que, no final o Ministro ainda pergunta se o deputado não quer gravar algo, numa demonstração de que se trata de um vídeo produzido pelo próprio partido. Alguém lá dentro devia adora o Ministro para vazar essa parte da conversa. Homem público tem mesmo de ter cuidado até com a própria sombra.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"...Marcas do que sei foi..."

Alfredo Nascimento (PR) foi-se do Ministério dos Transportes. Como todo político que se preza, com o carimbo de que pediu demissão. Se foi demitido ou não é o que menos importa. Como o refrão de uma antiga música, “marcas do que se foi...sonhos que vamos ter...”, ficam as marcas, as pegadas...deixadas por ele mas, principalmente por uma Nota Oficial do Partido Republicano, assinada por Valdemar Costa Netto, mensaleiro que foi obrigado a renunciar para não ser cassado. Tirar Alfredo Nascimento sem corrigir os rumos ditados pelo PR para a pasta, ou seja, a política publica de distribuir verbas apenas para as regiões nas quais o partido tem senador, deputado, vereador ou prefeito é não fazer nada. É pedir para que o episódio denunciado, se verdadeiro, aconteça de novo. Se cada ministério for loteado pelos respectivos partidos, instala-se a oficialização da propina, da corrupção e da distribuição de favores. Encarar a democracia como o mero exercício de premiar aliados em troca da aprovação de projetos é uma safadeza sem tamanho que não pode ser admitida pela sociedade. Mude os rumos do País presidente Dilma. E a senhora entrará para a história não como uma marionete de Lula, mas, como uma estadista.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O princípio da imoralidade pública

O Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidente Dilma Rousseff, consequentemente, foram agraciados com dois golpes de sorte que poderiam mudar o destino do Governo dela: os episódios na Casa Civil e no Ministério dos Transportes. A presidente teve a chance de demonstrar ao País que tinha pulso, que realmente comandava o Governo e o Partido, mas foi engolida pelas práticas espúrias e pouco-transparentes que acomete o PT e o transformou em um partido igualzinho as demais do cenário político nacional. Admirável pelo discurso da transparência e da ética na política, ao chegar ao poder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nome da tal governabilidade, fez acordo com Deus e o Diabo. Transformou-se em uma caricatura de homem público probo, porém, com a popularidade nas nuvens. O princípio da moralidade pública foi substituído pelo da imoralidade. Dilma teve dois momentos de ouro para mudar os rumos do seu governo. Fracassou nos dois. Transformou-se até em babá de ministro contra sua própria vontade. Tem um governo zumbi nas mãos para tocar e corre o risco de comandar a Copa do Mundo menos transparente da história. Obras na obscuridade e dias nublados estão por vir. É lamentável um governo acabar antes mesmo de começar. Os dois episódios apontam um destino: o governo Dilma já era!

terça-feira, 5 de julho de 2011

João Pedro e Alfredo

O nome dos dois até rima, João Pedro e Alfredo: uma rima pra lá de pobre, apesar das denúncias de enriquecimento ilícito e corrupção no Ministro dos Transportes. Mas, a verdade, não se sabe se há alguma ponta de razão nisso, é que a imprensa nacional (e a local também) atribui ao senador João Pedro (PT-AM), suplente de Alfredo Nascimento (PR-AM), a permanência do segundo no Ministério dos Transportes, a despeito da queda de todo o exército de extrema confiança do Ministro ainda no final-de-semana: o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do gabinete, Luís Bonvini, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luís Antônio Pagot, e do diretor da Valec, José Francisco das Neves. Essa turma implantou uma espécie de clone do mensalão, que desviava, segundo as denúncias da Revista Veja (e não da época como foi dito aqui ontem) e o Ministro, pelo menos por enquanto, conseguiu convencer a presidente Dilma Rousseff de que não sabia de nada. Se realmente Nascimento permaneceu no cargo por interferência de João Pedro, nós, os amazonenses, temos um dos suplentes mais poderosos da República e não sabíamos. Volto, porém, a afirmar: depois que o ex-presidente Lula fez o Brasil acreditar que não sabia nada sobre o mensalão tudo é permitido no País das Maravilhas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Efeito dominó nos Transportes

O Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM) conseguiu se manter no cargo de sábado, dia 2, até hoje, segunda-feira, dia 4. Deve ter tido um dos piores finais-de-semana da vida, pois, a partir de hoje, não terá de dar explicações convincentes, como parece ter dado à presidente Dilma Roussef no sábado, apenas à presidente, mas, aos jornalistas e à sociedade. Após as denúncias de superfaturamento de obras públicas gerenciadas pelo Ministério, feitas pela Revista Época, foram para o chuveiro, diz o Governo “temporariamente”, o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do gabinete, Luís Bonvini, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luís Antônio Pagot, e do diretor da Valec, José Francisco das Neves. Como se vê, toda a turma de confiança do ministro foi citada nas denúncias de corrupção. Se tiver a habilidade do ex-presidente Lula, que não só fez o Brasil acreditar que não sabia nada sobre o mensalão, como ainda levanta suspeita até hoje de que ele (o mensalão) nunca existiu; Nascimento sairá ileso da história. Caso contrário, estará sepultado politicamente no Amazonas. Ou será a sua redenção. Nunca se sabe como os eleitores avaliam um episódio desses. Às vezes, os fatos de agora servem como know how.

domingo, 3 de julho de 2011

A fé no futebol

Nós, os brasileiros, ainda temos a capacidade de sonhar. Temos o disparate de ficar em frente ao televisor ouvindo Galvão Bueno gritar que “começa a arrancada” rumo à Copa do Mundo. Quem viu o jogo Brasil e Venezuela não viu arrancada nenhuma. No máximo uma caminhada sem um pingo de vontade. Esperava mais dessa Seleção, mas, espero pouco do Mano Menezes, como esperava menos ainda do Dunga. Aos domingos, no entanto, quando o Brasil joga, a fé no futebol parece despertar. Basta, porém, o jogo iniciar para o ato de fé perder a força, esmorecer ao poucos e, antes do final, fenecer ao pé do televisor. As entrevistas dos jogadores, findo o jogo, irritam mais ainda. É como se eles participassem de uma partida jogada por eles, mas não vista por ninguém: todos dizem que o time foi muito bem, que só faltaram os gols. Dá vontade de incorporar um personagem do humor brasileiro cujo lema era “tolerância zero” diante de tanta idiotia. Pelo menos quase morri de rir quando Neymar, ao ser entrevistado, disse que o treinador da Venezuela falou um monte de coisas para ele, “mas não entendi nada.” E começou a rir. Mano Menezes tomou as dores do atacante brasileiro na hora do intervalo. Não deu em nada. O jogo terminou zero a zero. Mas aposto que sábado estaremos, todos, em frente ao televisor a apostar em dias melhores para a Seleção Brasileira. Haja fé!

sábado, 2 de julho de 2011

Verdade chinesa

Tive vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo ao receber a notícia de que a China inaugurara, no dia 30 de junho de 2011, quinta-feira, “a mais longa ponte sobre o mar do mundo”. A obra possui 36,48 quilômetros e localiza-se na cidade litorânea de Qingdao. Foram gastos US$ 2,3 bilhões em dinheiro ao tempo de quatro anos. Não sei se os chineses sabem que ocorre em Manaus e se divulgaram tudo isso para nos fazer inveja. Mas eu só queria saber o porquê de, em Manaus, meros 5km de ponte ainda não terem sido concluídos, com quase dois anos, e consumirem algo próximo de R$ bilhão. Somos tão piores que a china em quê? No número de operários a trabalhar? Não seria a hora de os nossos três mosqueteiros da oposição levantarem o assunto na Assembleia Legislativa do Estado (ALE)? Será que essa demora na entrega da Ponte do Iranduba e esse valor proporcionalmente incomparável à ponte chinesa não merecem uma investigação. A verdade dos chineses desnuda problemas da megaobra de Manaus. Algo precisa ser feito, pois se tratam de acinte essa demora e o desleixo com o dinheiro público.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Força da cultura local

Impressionou-me a força da cultural local em Barreiras, cidade localizada no Oeste baiano. Entre uma música de Lady Gaga aqui e um Beyoncé ou Justin Bieber acolá, o que toca mesmo nas rádios são três ritmos: o samba (mineiro e baiano), o forró e a música sertaneja. Entre a força de uma globalização acachapante e uma subserviência cultural ao formato fechado das rádios do eixo Rio-São Paulo, que os amazonenses bem-conhecem, me aparece uma cidade no Oeste da Bahia na qual as pessoas rejeitam incondicionalmente os gostos musicais enlatados. Não sei se essa resistência dura por muito tempo. Só sei que dá um sopro de esperança de que não tenhamos um país das dimensões do Brasil com gostos musicais padronizados. Como pode, por exemplo, um estado igual ao Amazonas, se curvar aos padrões do eixo Rio-São Paulo, como se a tradição musical do estado não existisse? Mais que se curvar ao “eixo do bem” em quase tudo, aceitamos a cultura mundialializada de Lady Gaga a Beyoncé. As duas possuem talento de sobra, que deve ser respeitado, mas, será que não se produz nada em Manaus que mereça receber o mesmo respeito? O povo de Barreiras merece meus parabéns e meu reconhecimento pela resistência.