terça-feira, 31 de maio de 2011

A Copa da corrupção

Dia desses falei neste mesmo espaço que a Copa de 2014 poderia ser chamada de “A Copa do puxadinho” diante de tantas improvisações. Ao que tudo indica, porém, tem tudo para ser “A Copa da corrupção”. A começar pela própria Associação das Federações Internacionais de Futebol (Fifa). O presidente da Confederação Asiática de Futebol, Mohamed Bin Hammam, que seria o rival do atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, retirou a candidatura, pois seu nome foi envolvido no mar-de-lama de corrupção da entidade. Ele seria candidato de oposição nas eleições de amanhã e sucumbiu às denúncias de corrupção, que chegam a ser ativas e passivas ao mesmo tempo. Bin Hammam enfrentaria o Comitê de Ética da entidade e, certamente, seria condenado. Não é de estranhar que as acusações tenham pipocado de dentro da própria Fifa, uma vez que o Congresso da entidade que define o presidente ocorro amanhã. Por outro lado, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, foi inocentado pelo Comitê de Ética da entidade. Entende o Comitê que ao admitir que recebera propina e devolver o dinheiro, Teixeira, nada deve. João Havelange, ex-presidente da Fifa e ex-sogro de Teixeira também consta das denúncias. A Fifa, em época de eleições, mostra as vísceras ao mundo. E é essa entidade que vem ao Brasil, e ao Amazonas, dizer até se um feirante fica ou não na Feira Manaus Moderna. Não aceito que a Fifa diga o que devemos ou não fazer. Não tem moral nem dignidade para isso. A propósito: Blatter, agora, é candidato único. Será que perde para ele mesmo?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Lula e o segredo da esfinge

O mais profundo segredo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que na hora da crise do governo Dilma resolveu voltar a Brasília e assumir informalmente o Governo de novo) foi ter refinado, no Brasil, a política econômica neoliberal implantada por Fernando Henrique Cardoso (FHC). E o fez como extrema competência a ponto de agradar a todos os banqueiros e aos pobres ao mesmo tempo. Lula criou uma espécie de Neoliberalismo 3.0, ou seja, a terceira geração do Neoliberalismo. Com isso, satanizou FHC e se transformou em “o queridinho” dos pobres e dos ricos. Ao invés de negar o capitalismo e o neoliberalismo, Lula arregaçou as mangas e elegeu um lema: ”vamos pagar todo mundo”. A ideia era pagar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e inserir o País no jogo do capital “sem medo de ser feliz”. Alguns dos assessores levaram tão a sério o lema que saíram por aí a pagar deputados e senadores. O episódio fiou conhecido como “mensalão”. Nesse caso, aliás, o Partido dos Trabalhadores (PT) faz questão de dizer que a prática não é do Partido, que começou com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Não deixa de ser verdade, a prática do “mensalão”, como a política econômica de FHC, apenas foi refinada pelo PT. A cada dia tenho mais certeza: PT e PSDB são irmãos siameses.

domingo, 29 de maio de 2011

Elevador de serviço

O Brasil, não há dúvidas, é o País da hipocrisia generalizada. Para o compositor Gilberto Gil, aliás, a essência da vida em sociedade é a hipocrisia. Ditados populares do tipo “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço” ou “...é dando que se recebe...”, não na acepção da Oração de São Francisco, mas, dá prática tornada regra estabelecida pelos políticos, como o mensalão, por exemplo, também são marcas da hipocrisia como regra. A prática política da troca de favores, do clientelismo, principalmente em épocas de eleição, para as quais os juízes eleitorais fazem “vista grossa” também é outra marca cabal de o quando somos hipócritas. A maior delas, porém, é a existência, nos prédios, até hoje, do famigerado “elevador de serviço”, por oposição ao “elevador social”. Às madames e “donzelas” é reservado o social, às domésticas de todos os andares, os de “serviço”. E ainda dizem que no Brasil não há preconceito!

sábado, 28 de maio de 2011

Santo Antonio (Palocci) dos Inocentes

Lembro da época que cheguei a Manaus, em 1979, e a cidade ainda tinha na memória a Rua Frei José dos Inocentes. Famosa pelos “negócios” ali fechados e abertos. Quanta candura e quanta inocência rolavam naquele ambiente em tempos áureos! Tudo isso me veio à lembrança porque sexta-feira, dia 27 de maio, o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, entregou à Procuradoria Geral República (PGR) documentos explicando como conseguiu, com a empresa de consultoria Projeto, em apenas quatro anos, multiplicar o patrimônio por 20. De 2006 a 2010, Palocci, um simples deputado federal por São Paulo, comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil. Antes de entregar a documentação, Palocci almoçou com as “lideranças” do Partido dos Trabalhadores (PT) que saíram convencidas de que o ministro não fez “nada de mais”. O principal argumento de Palocci é que não prestou nenhum tipo de consultoria às empresas públicas, apenas às empresas privadas. Frei José e Santo Antônio (Palocci) realmente possuem algo em comum: os dois são inocentes. Sempre foram!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Copa do puxadinho

A Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) jogou a toalha e já admite que a Copa de 2014 será realizada “com o que se tem”, ou seja, quase nada. A Infraero admite que as obras dos aeroportos brasileiros não estarão prontas até junho de 2014, portanto, a dita “Copa sustentável” não passará de “A Copa do puxadinho”, pois os galpões de alguns companhias aéreas falidas como Transbrasil e Vasp serão “transformados” em terminais de passageiros. Sugiro que nós, no Amazonas, assumamos nossa identidade indígena e façamos a Copa do Mundo mais falada e admirada de todos os tempos. Nada de Arena da Amazônia: basta que façamos campos batidos a terçados, aqueles “descampados”, com as traves de madeiras. Palhoças (e não palhaços nem Pallocis) seriam as arquibancadas cobertas. Os times e os árbitros também ficariam bem próximos aos torcedores. Nada de grade de proteção. Apenas uma cobertura, também de palha, para protegê-los do sol amazônico. Ao redor do campo, belas índias e dançarinas (e belos índios e dançarinos, também, pois nossas mulheres merecem) do boi de Parintins protegeriam os jogadores do assédio das torcedoras e torcedores. Ao final dos jogos, torcedores, jogadores, árbitros e todos os presentes, irmanados, dançariam o parixara. Terminada a Copa, bastaria retirarmos as traves de madeira, espalharmos as palhas pelo solo que funcionou como gramado e deixarmos a natureza se recompor. Os turistas, mulheres e homens, sairiam daqui extasiados, principalmente pelo convívio, durante os jogos, com os nossos nativos. Querem uma Copa mais ecológica e amazônica que essa?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Chantagem política e a CPI do Palocci

Dizem os sábios que a política é a arte da negociação. Talvez o seja, mas, no Brasil, de arte não tem nada. Muito menos de negociação. Hoje, o que ocorre em Brasília, é a mais pura safadeza. Uma tropa-de-choque, fantasiada de deputados e senadores, encostou a Presidente da República, Dilma Rousseff (PT) na parede com a ameaça de que criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o enriquecimento ilícito e meteórico do Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci. Com um facão chamado CPI Palocci, os ditos religiosos (que mais parecem desalmados) conseguiram suspender a distribuição dos Kits anti-homofobia. Da mesma forma, 20 senadores já assinaram o pedido da CPI do Palocci, dentre eles o caso mais lapidar dessa “linda negociação”: Clésio Andrade (PR-MG), da base aliada. Ele é presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e assinou o pedido de CPI. Avisou que retira a assinatura desde que seja revista a Medida Provisória que incentiva a produção de carros na Bahia. O nome disso é chantagem, nunca negociação. A sem-vergonhice é tamanha que pode incentivar calhordas a, sob o argumento da negociação, defender que, no caso do Pólo Industrial de Manaus (PIM), a bancada do Amazonas também tome a mesma postura. Será que perdemos, de uma vez, a sensatez e a vergonha? Ora, a CPI para investigar o enriquecimento do ministro Palocci deve ocorrer sim porque as denúncias de tráfico de influências são gravíssimas. Os senadores e deputados, portanto, representantes do povo brasileiro, e não do Governo Dilma, por dever moral, deveriam assinar o pedido sem pensar duas vezes, assim como, Palocci já deveria ter saído do cargo há tempos para não pôr em risco (como já o fez) o Governo do qual faz parte. Ele precisa ter hombridade o suficiente para entregar o cargo e se submeter às investigações. Por outro lado, as questões religiosas e fiscais necessitam ser discutidas no âmbito de cada área. O Brasil é um país laico e as políticas públicas não podem e nem devem se curvar aos interesses das igrejas. Cada uma que trate de cuidar das suas “ovelhas” e deixem a presidente Governar. Do mesmo modo, as questões fiscais, que sejam decididas e discutidas no âmbito das leis existentes e não à base de chantagem barata e sem-vergonha. Ao ministro Palocci um conselho: saia logo, ainda hoje, para o bem do Brasil e da presidente Dilma. Afinal, se o senhor não deve nada; não tem o que temer. Muito embora, pelo volume das denúncias e do dinheiro, tudo leva a crer que o senhor deve muito. Tome uma atitude digna: saia do governo e prove que não deve nada.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nada a comemorar

No Estado democrático de direito, a justiça não tem a função social de vingar. A máxima do “olho por olho, dente por dente”, do Talião, ainda bem, é coisa de um passado sombrio. Embora, muitas vezes, haja recaída quando um irmão de governador acha que pode resolver tudo no braço. Não estou no time, portanto, dos que comemoram a prisão de Antônio Marco Pimenta Neves, 74 anos, assassino confesso de Sandra Gomide; como se ela estivesse “vingada”. Muito menos acredito na máxima popular de que “a justiça tarda, mas não falha”. A justiça, ao tardar, falha, e muito. Essencialmente no caráter didático de mostrar à sociedade que há punição para os crimes. O que se imaginar da justiça de um País cuja prisão só é decretada 11 anos depois do crime? Cinco anos após a condenação pelo júri popular? No mínimo, qualquer cidadão imaginará que, com dinheiro e bons advogados, é possível “empurrar processos com a barriga” e, legalmente, burlar a justiça durante longos anos. E é nesse ponto que a justiça, quando lenta, falha. Sandra Gomide não está vingada! Sua vida foi tirada pelas costas, em 2000, num ato de covardia inominável. Julgada e executada imediatamente pelo ex-namorado que, ao seu entender, tinha o direito de tirar a vida da moça por ela ter posto fim ao relacionamento que tinham. Pelo menos um alento, 11 anos depois: para a justiça brasileira, o macho não é o senhor de todos os relacionamentos. A comemorar apenas, mais um golpe duro no machismo contemporâneo brasileiro.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Batida violenta na Ufam

Um acidente violento envolvendo três veículos ocorreu hoje, por volta das 10h, estrada que liga os setores Sul e Norte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O Gol BST 0649, cujo motorista era um estudante de administração da Ufam que não foi autorizada a identificação; bateu na traseira do Siena JWX 1001, conduzido por Delcimar Batista Fernandes. Esse atingiu a frente do Siena NOZ 4269, do técnico da Ufam Antônio Alves. Alves vinha do setor Sul, em direção ao setor Norte, em passeata de manifestação dos servidores da Ufam. Alega que todos os carros fechavam três pistas e permitiam a passagem de apenas um carro, situado à esquerda do seu veículo, daí o fato de o veículo dele estar na contramão na hora do acidente. Delcimar Batista Fernandes, tio de Sandra Fernandes Góes, estudante de Serviço Social da Ufam, confirma que tinha ido deixar a sobrinha no ICHL e, quando voltada, deparou-se com a passeata. Parou seu veículo e, um a dois minutos depois, só sentiu o impacto na traseira do seu carro, que foi jogado contra o carro de Antônio Alves. Um colega de turma do motorista do Gol BST 0649 pediu sigilo completo, disse que o condutor do veículo tinha ido à reitoria tentar autorização da reitora, professora Márcia Pelares Mendes e Silva para a entrada da perícia na Ufam, pois, a perícia técnica até então, alegara que não se deslocaria para dentro da Ufam sem a autorização da reitoria. O choque foi tão violento que o Siena dirigido por Delcimar Fernandes foi empurrado cerca de 10m a 15m e bateu de frente no carro de Atônio Alves. Esses dois últimos condutores afirmaram que o estudante trafegava em alta velocidade. A estrada que liga os setores Sul e Norte da Ufam é toda sinalizada com placas de 40km como velocidade máxima fato que pode ser comprovado no álbum “Percurso refeito” do meu Facebook: www.facebook.com/GilsonMonteiro. Até às 13h ninguém da perícia técnica chegara ao local. As fotos completas do acidente estão no álbum “Acidente na Ufam” do meu Facebook: www.facebook.com/GilsonMonteiro.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Golpe da conta de energia

A capacidade de renovar os golpes dos bandidos comuns só não é maior do que a dos políticos corruptos. Mas que eles tentam, de todas as formas, ludibriar a boa-fé das pessoas, isso tentam (os bandidos comuns). Golpistas portando contas de energias falsas, se dizem falsamente, também, funcionários da Amazonas Energia, e tentam entrar nos prédios de apartamentos da cidade. A desculpa esfarrapada que eles dão nas portarias dos prédios é que precisam verificar se as contas, ditas atrasadas foram pagas ou não. Tudo não passa de um golpe para serem autorizados a entrar nos apartamento e render as pessoas que nele estiverem, normalmente, durante o dia, as domésticas. Agem em dupla e não parece estar nos manuais deles render os porteiros. Tentam fazer “o trabalho” sem alarde e sem violência aparente. Portanto, é essencial que as funcionárias sejam alertadas para esse tipo de golpe e não autorizem a entrada de ninguém nos apartamentos, quer aleguem ser da Amazonas Energia, de uma operadora de TV por Cabos ou de empresas telefônicas. Em todos os casos, pode ser golpe.

domingo, 22 de maio de 2011

Faça o que eu digo...

O curioso no comportamento do governador do Acre, Tião Viana (PT), em mandar prender os policiais que participaram de uma paralisação de 24h por melhores salários, é que se trata de algo recorrente dentro do PT: tudo o que foi duramente criticado no passado, pelo Partido, hoje é “reconfigurado” e posto em prática na maior cara-de-pau do mundo. E isso em todos os níveis. O enriquecimento meteórico do Ministro da Casa Civil, Antonio Palloci, por exemplo, mobilizou toda a tropa-de-choque do Governo. Inclusive, aventou-se a possibilidade da aprovação do Código Florestal, sem nenhuma modificação, em troca do apoio da bancada ruralista à blindagem do Ministro. Se isso ocorrer, será uma das maiores canalhices que o Partido dos Trabalhadores fará contra o ambiente e contra o País. Seria negar completamente a história de luta ambientalista do PT. Aliás, toda a história do Partido, algo que ocorre diariamente quando surge um novo escândalo. Aos petistas, parece que houve, também, ressignificação do ditado popular que passou a ser: não faça o que eu faço, muito menos o que eu digo.

sábado, 21 de maio de 2011

Tião Viana manda prender a tropa da PM do Acre

O governador do Acre, Tião Viana (PT) enfim mostrou que a família inteira nunca negou as raízes da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e do Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena, por quem seu pai, Wildy Viana das Neves, foi deputado federal duas vezes pelo Acre. Espantoso era vê-los, ele o irmão, senador Jorge Viana, posarem de esquerdistas, quando sempre foram criados sob a égide da Arena e do PDS e dessa posição se beneficiaram a vida inteira. Agora, Tião Viana, se dó nem piedade, mostrou de onde veio: baseado em um Regulamento de disciplina da época da ditadura militar, mais precisamente do ano de 1984, o governador mandou prender os que participaram de uma paralisação de 24 horas (bombeiros e policiais militares). Como praticamente todos os militares das duas guardas participaram, o governador mandou prender quase 100% da tropa. Qual o crime que cometeram? Fazer greve? Algo que o PT sempre fez a vida inteira? Sabendo da origem dos irmãos Viana, como sei, não era de estranhar que já não tivesse cometido ato de tamanha violência há tempos. Os Viana sempre marcharam ao lado da ditadura militar e da mão-de-ferro do estado de sítio. Mudaram para o PT porque nunca tiveram chances nenhuma em tempos de democracia exatamente pelo passado que os condenava. Chegaram ao poder. E agora, Tião Viana, mostra quem é. No inicio deste ano, foi baixada a portaria interministerial nº 02, que trata dos direitos humanos dos profissionais da segurança pública, e uma das sugestões dessa portaria é que os regulamentos disciplinares precisam ser atualizados de acordo com a Constituição de 1988. Tião Viana não atualizou nem o pensamento retrógado que baseou a sua formação. Ele que espere o resultado das urnas. Aos poucos o Acre descobre o “modus operandi” dos Viana.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Piada-pronta da Justiça de Mato Grosso

O juiz Federal de Mato Grosso, Murilo Mendes, produziu uma piada-pronta na sua sentença de condenação do controlador de voo Lucivando Tibúrcio de Alencar, sargento da Aeronáutica. Ele foi condenado por atentado culposo (sem intenção) contra a segurança de voo, segundo juiz, e pegou uma de três anos e quatro meses de prisão em regime aberto. Essa condenação pode ser convertida em prestação de serviço comunitário e suspensão temporária do exercício profissional. Para o juiz, o controlador não seguiu “procedimentos recomendados” quando houve dificuldade de comunicação entre o Legacy e o centro de controle aéreo (Cindacta 1), em Brasília. Diz o juiz: "O que se exigia dele é que cumprisse o dever mínimo de selecionar, no console, as frequências indicadas para o setor. E isso ele não fez.” Causa espanto, porém, que os pilotos do Legacy que se chocou com um avião da Gol matando 154 pessoas, os americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, não seguiram nenhum tipo de procedimento razoável, a ponto de desligarem o transponder e não digitarem corretamente a frequência de rádio que os comunicaria com o Cindacta 1. Ainda assim, foram condenados apenas a quatro anos e quatro meses de prisão, que podem ser, também, convertidos em serviços comunitários e suspensão temporária profissional. A conversibilidade, no Direito, porém, só existe quando o crime puder ser compensado com os serviços a serem prestados. Será que as 154 vidas ceifadas equivalem a essas horas de serviços que os pilotos prestarão, “quando tiverem disponibilidade”? É muito provável que eles só tenham disponibilidade para esses serviços aos quais foram condenados apenas depois da morte. Essa decisão da Justiça Federal de Mato Grosso é uma brincadeira de mau gosto que fere a dignidade dos parentes de todas as vítimas e do povo brasileiro.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estelionato eleitoral

O Partido dos Trabalhadores (PT), no Amazonas, é uma caricatura mal-ajambrada das piores práticas políticas “nunca antes registradas na história deste País”. Portou-se com um dos atores mais canastrões nas últimas eleições. Para quem não recorda, oficialmente o PT bandeou-se para o lado do candidato Alfredo Nascimento. Teve até a professora Marilene Correa como candidata ao senado. Assim, para todos os efeitos, o Partido enfrentou Eduardo Braga (PMDB) e o seu candidato, Omar Aziz (então PMN, hoje PSD). Tivesse o mínimo de coerência e vergonha coletiva, uma vez que a vergonha individual nunca foi demonstrada desde que chegou ao poder central, todos os membros teriam se afastado do Governo Omar Aziz, pelo menos durante o processo eleitoral. Na cara dura, porém, manteve todos os seus membros em postos do governo. E, agora, oficializa o apoio ao Governo Omar Aziz, de quem fingiram ser adversários há menos de um ano. É incrível como o Partido considera normal “postar” uma turma na oposição, outra na situação e encarar isso como a maior naturalidade do mundo. Fosse feito pela Arena ou o antigo MDB, daria crucificação em praça pública. A prática asquerosa de estar com um pé em cada um dos candidatos com possibilidades de vitória deveria ser considerada crime de estelionato eleitoral. Votei em Marilene Correa, a quem respeito e admiro, mas, quero que o PT devolva meu voto. Isso é uma trapaça das mais sem-vergonha. De hoje em diante, enquanto tiver forças, jamais votarei no PT novamente em Manaus. E vou estender esse minha decisão ao campo nacional. Não posso ser cúmplice de uma prática que condenei a vida inteira só porque ela agora virou regra no Partido do qual sou eleitor. Conclamo os homens e as mulheres de bem (e não do bem) a tomarem decisão clara: nunca mais votar no PT enquanto essa canalhice for regra no Estado.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Violência sexual contra crianças e a cortina de fumaça

Confesso que avaliei com toda a pureza da alma o convite que recebi diretamente da primeira-dama do Amazonas, Nejmi Aziz, via Twitter, para participar da Campanha de Combate à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Amazonas. Abracei esta causa muito antes de a senhora abraçá-la. A Violência Sexual contra crianças e adolescentes é uma chaga social. E nesse item o Amazonas é primeiro lugar em quase todos os índices negativos. Faz bem a senhora em abraçar a causa agora que ocupa posição social de destaque e de poder no Estado. No entanto, não posso me juntar à Suzana Vieira e aos outros tantos participantes da Caminhada de hoje por questões extremamente pessoais: fui agredido, no dia 11 de maio de 2009, dentro do auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pelo seu cunhado, Amin Aziz. Durante as últimas eleições, fui perseguido dentro da própria Ufam por agentes da Polícia Federal, que tentavam prender professores e estudantes que usassem a camiseta “Todos contra a pedofilia”. Avaliei até ontem a possibilidade de estar no meio dessa multidão que, certamente, acompanhará hoje a senhora na Caminhada. Mas, seria hipócrita da minha parte fazer de conta que os fatos não ocorreram. Seria um tremendo cara-de-pau se marchasse ao lado de pessoas, e não penso que seja o caso da senhora, que tratam o tema como mero oba, oba; aparecerão ao seu lado, na mídia, e depois, na prática, não fazem nada no Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes. Minha participação no evento talvez fosse vista como uma espécie de “cortina de fumaça”. O dia 18 de maio é muito significativo neste País, primeira-dama. E não é de hoje, como chega a parecer na divulgação massificada do ato feita, principalmente por mais de uma dezena de seus seguidores do Twitter, que tentam transformar essa Caminhada em mais um dos seus atos heróicos, como se a senhora fosse uma espécie de Evita Perón do Amazonas. Admiro a sua energia e o seu envolvimento em tantas campanhas e eventos. No entanto, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado pela Lei n.º 9.970, de 17 de maio de 2000. O dia foi escolhido em função de um crime que chocou a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973. A menina Araceli Cabrera Crespo, de oito anos, foi espancada, violentada e assassinada. “Até hoje, os culpados pelo crime não foram punidos.” Portanto, o dia 18 de maio também é marcado, na minha memória e na memória de um Brasil inteiro que se chocou com o fato, por violência, agressão e falta de punição de culpados. Não posso ser hipócrita comigo mesmo e participar dessa Caminhada de hoje. Obrigado pelo convite. Desejo, de coração, que a senhora tenha êxito! Só assim o Amazonas talvez deixe de fazer parte de uma estatística aterrorizante. “Conforme denuncia o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), dentre as diversas manifestações de violência contra crianças e adolescentes, as mais incidentes são o abuso sexual praticado por integrantes da própria família e a exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico”. O texto completo sobre este assunto está no site do Instituto Nacional Estudos e Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep) na aba denominada Mercosul Educacional. Leiam!

terça-feira, 17 de maio de 2011

"Nóis pega pêxi", e daí!

Cansei da hipocrisia dos que aceitam hipócritas de carteirinha, com bandeiras à mão, a fazer campanhas e a defender nosso povo. Precisamos sim, de políticas públicas sérias e não de oba,oba! Hipócritas, moralistas e preconceituosos, por exemplo, destilam seu veneno contra o Ministério da Educação (MEC) por distribuir o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloísa Ramos, que defende a troca dos conceitos “certo e errado” por “adequado ou inadequado”. Nada mais adequado do que a postura defendida pela autora. E a assumida pelo MEC. Não costumo elogiar o MEC, mas, desta vez, peço aplausos! No mundo real, e não das academias e bancos escolares, a sociedade comporta-se em torno do adequado e inadequado. É o contexto que determinará se um advogado falará “data venia” ou não. Até comportamentos considerados criminosos hoje podem ser aceitos e vistos como adequados amanhã. A vida é dinâmica, o mundo mais ainda. O que as pessoas devem aprender, definitivamente, na escola, é a se preparar para o exercício da cidadania plena, inclusive, aprender a não ser enganado por massificações contra ou a favor de determinados estilos de vida e de governo, por exemplo. Quero ver se um caboclo das barrancas do rio Yaco, que banha a minha cidade Natal, Sena Madureira, no Acre, dirá: “Nós pegamos peixes”, com os “esses” e tudo! A não ser que seja algum graduado de uma universidade brasileira, desempregado, que resolveu voltar a ser pescador. Em situação normal, se falar “corretamente”, certamente, será motivo de chacota. Eu mesmo já fui motivo preconceito lingüístico às avessas por usar corretamente a segunda pessoa do plural na fala. Quem não lembra do refrão “A gente somos inúteu...” do Ultraje a Rigor? A Língua Portuguesa não ficou melhor ou pior porque a música ganhou as rádios e emissoras de televisão durante muito tempo. Fomos dirigidos durante oito anos por um presidente que não primava pelo uso correto da Língua e, nem por isso, nos tornamos um País do fracasso. Tenham a santa paciência! A vida se tornará muito melhor, sim, se o preconceito, em todos os níveis, for extirpado. Essa tem de ser a nossa luta diária. Lula passou oito anos sendo ironizado e vítima do preconceito de uma elite pouco letrada. Diploma, canudos e títulos não indicam que o ser humano aprendeu a viver, a respeitar as diferenças. Qualquer um de nós pode ser muito bem-treinado para obter os títulos e diplomas distribuídos no balcão dos cartórios tradicionais da Educação brasileira. Basta adquirir habilidades medianas do uso da Norma Culta e das Normas da ABNT. Assim como existe vida além das universidades, faculdades e centros universitários, a vida segue seu curso muito além das normas cultas da Língua Portuguesa. E isso precisa ser “ensinado” também nas escolas: respeitem as diferenças e sejamos felizes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Uma cidade melhor

Ontem, ao ouvir algumas rádios de Manaus, percebi que ao final das chamadas da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM), não se ouve mais o tão infeliz slogan: “Manaus, você merece uma cidade melhor”. Abordei o assunto na postagem deste mesmo Blog, no dia 11 de abril de 2011, denominada “Nós merecemos” (http://blogdogilsonmonteiro.blogspot.com/2011/04/nos-merecemos.html). À época, ressaltei: “... nem precisava a Prefeitura repetir isso todos os dias nos nossos ouvidos para termos a certeza de que, realmente, merecemos uma cidade melhor. Quem enfrenta engarrafamentos diários, buracos nas ruas, falta de água nos bairros, enfim, quem tem aquela sensação de que “falta prefeito na cidade”, sente-se aliviado quando a Prefeitura, paga, com o teu próprio dinheiro (público), uma peça de publicidade promocional tão verdadeira: “Prefeitura de Manaus, você merece uma cidade melhor”. Será que alguém da área de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) ou o próprio prefeito Amazonino Mendes (PTB) andou a ler meu blog? Lendo ou não, o certo é que nas peças de rádio já não constam mais “...você merece...”. Nas placas espalhadas pela cidade a expressão ainda não foi tirada, mas, pelo andar da carruagem, serão substituídas. Manaus, você merece uma Prefeitura melhor? Ou um prefeito?

domingo, 15 de maio de 2011

Ausência do poder público

Ontem, em Ilhéus, na Bahia, eu e meu parceiro de avaliação, Cassiano Simões, após o almoço, rodamos boa parte da área em frente à orla da cidade sem encontrar uma lixeira. Ser educado e civilizado em qualquer cidade que não dê condições efetivas é quase impossível. O fato, ao que parece, revela a ausência do poder público e das políticas de higiene básica. Fui ao banheiro de um dos restaurantes e a falta de condições mínimas de higiene também era latente. Será possível que os políticos, inclusive os governantes, não tomam nenhuma providência? O que fazem quando chegam ao poder? Uma cidade tão simpática, com tantos atrativos como o é Ilhéus, não pode padecer da falta de lixeiras nas ruas. Não só Ilhéus, mas todas as cidades brasileiras precisam de políticas públicas voltadas para os cuidados básicos. Com a cidade e com a higiene. É o mínimo que se espera do poder público.

sábado, 14 de maio de 2011

Gatos e ratos

Todo homem público pego em declarações polêmicas apela para o velho chavão: “foi tudo brincadeira”. A verdade, porém, é que todo o ser humano diz sempre muitas verdades em tom de brincadeira. Essa, aliás, é uma tática muito bem-utilizada pelos humoristas. Ed Motta, bom cantor brasileiro, já nasceu polêmico: é sobrinho de Tim Maia. Não precisa fazer um joguinho de verdades e mentiras. Aos repórteres da Folha de S. Paulo, diz serem brincadeiras as opiniões preconceituosas que postou no seu Facebook. Desmente tudo para os repórteres, mas, em seguida, volta ao Facebook para chamá-los de “ratos da Folha”. Ed Motta não percebe que ao fazer esse jogo de gato e rato comporta-se, também, como um deles. Baixa a tua bola e vai cantar, Motta, pois isso sabes fazer bem. No mais, respeite os jornalistas que nós respeitaremos os cantores. E não deixe de respeitar as mulheres, quaisquer que sejam as cores dos cabelos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cara dura

A cara-de-pau dos políticos brasileiros chegou às raias do absurdo. Fiquei pasmo, estupefato, sem acreditar no que tinha visto e ouvido. Mas, era verdade. O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B, SP), a plenos pulmões, gritara, no plenário da Câmara Federal; que o marido da ex-ministra do Meio Ambiente do Governo Lula, Marina Silva, fora acusado de pratica contrabando de madeira. Rebelo, no êxtase do discurso, apontava para o próprio peito, orgulhoso, e dizia: “Eu interferi, eu não deixei que o marido dela fosse convocado para prestar depoimento na CPI”. Não sei se foram exatamente essas palavras. Mas o sentido era esse: Aldo Rebelo bradava, com orgulho, que havia sido escalado em uma CPI, como líder do Governo, para proteger a ministra do Meio Ambiente. A euforia de Rebelo era uma tentativa de se defender a acusação de ter fraudado o texto do Código Florestal, do qual era o relator. Esse é o típico caso no qual a emenda sai infinitamente pior que o soneto. O deputado confessou publicamente que o governo é atuante na defesa dos seus aliados, ainda que reconhecidamente as acusações sejam de crime graves. Ora, se o marido da ministra Marina Silva fora acusado de praticar contrabando de madeiras exatamente quando ela exercia o cargo, é de uma gravidade sem precedentes. Qualquer governo democrático e transparente, ao invés de proteger, apuraria com rigor o caso e manteria a sociedade esclarecida sobre o que ocorrera. Aldo Rebelo deixa crer, nas entrelinhas que, no Governo Lula, do qual ele era líder, o tapete, era muito usado para esconder as sujeiras dos aliados. A revelação de Aldo Rebelo é tão escandalosa quando a do mensalão. E deveria ser apurada com rigor. Não se pode admitir tais práticas em uma sociedade séria e ética. Será que a sociedade brasileira o é?

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Aeroporto dentro da cidade

Ontem, minha chegada em Ilhéus foi carregada de lembranças da primeira vez que avistei Itamarati, no interior do Amazonas. “Itamarati é aqui”, pensei. Há muito não via um Aeroporto tão “dentro” da cidade quanto o de Ilhéus, na Bahia. Inconcebível aviões de grande porte pousarem em uma pista com menos de 1.000 metros fincada praticamente no centro da cidade. É um risco tremendo para os habitantes da cidade, para as empresas aéreas e para os passageiros. Não compreendo como podem fechar o Aeroporto de Itamarati e autorizar o de Ilhéus? Deve ser a força ainda vida de Antônio Carlos Magalhães, Jorge Amado ou do próprio cacau, maior atividade econômica da região. É necessário que providências urgentes sejam tomadas antes que um acidente grave ocorra no lugar. Não se deve brincar com vidas humanas (aliás, com nenhum tipo de vida). Tenho consciência da importância do Aeroporto de Ilhéus para as atividades econômicas de toda a região. No entanto, é preciso preservar vidas. Que outro Aeroporto seja construído com a máxima urgência possível. Antes que seja tarde demais!
Do avião para a rua a distâcia é mínima

O urubu (à esquerda) olha deve sentir que seu espaço foi invadido

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Dois anos de infeliz aniversário

Hoje a agressão que sofri dentro do auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O ato, de barbárie inigualável praticado em uma universidade brasileira, quiçá mundial, foi consumado pelo irmão do antigo vice-governador, hoje governador, Omar Aziz (antigo PMN, hoje PSD), Amin Abdel Aziz. Dois anos se passaram e nenhuma notícia de punição para o agressor, muito embora a denúncia tenha sido feita junto ao Ministério Público Federal (MPF), de minha parte, uma vez que também não se tem notícias de que a Administração Superior da Ufam tenha tomado qualquer medida contra o invasor e agressor. O silêncio sepulcral da Administração Superior da Ufam só foi rompido quando, no dia 15 de maio daquele ano, a Associação dos Docentes fez um movimento, no Hall do ICHL, com passeata até o prédio da Reitoria que, pressionada, divulgou uma nota oficial escondida nos classificados de um jornal de grande circulação da cidade. Mais nada. De lá para cá, o que mudou foi a condição do irmão do agressor, premiado com um mandato em eleição majoritária, coisa que nunca havia conseguido antes. Ao que tudo indica, pelo menos conseguiu autoridade suficiente para controlar o irmão destemperado, invasor e agressor. Institucionalmente, do lado da Ufam, até hoje não recebi um comunicado oficial sobre quais providências foram tomadas. Em outubro do ano passado provoquei a direção do ICHL, provocada novamente no dia 13 de abril deste ano com novo ofício. Até hoje, nenhuma resposta oficial, muito embora o professor Nélson Noronha tenha revelado ontem, em conversa informal, que as providências de encaminhar os ofícios à reitoria tenham sido tomadas todas as vezes que a direção da unidade fora provocada. Ontem encaminhei ofício diretamente à magnífica reitora da Instituição, Márcia Perales Mendes e Silva. Quero uma resposta oficial. Não aceito o silêncio institucional diante de um caso tão grave. Não é possível que a Ufam não tenha tomado nenhuma providência legal contra o invasor e agressor. Não interessa se é o irmão do governador do Estado. Isso não dá a ele o direito de invadir o espaço da sala-de-aula e agredir um professor. Lutar para que a justiça seja feita é defender a liberdade de cátedra. É defender a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o seu patrimônio físico, que não pode ser maculado por ninguém, e muito menos o seu patrimônio intelectual. Enquanto vida eu tiver, lutarei para que a justiça seja feita e a Ufam não permaneça de joelhos diante do poder do Estado. Calar, aceitar, se curvar é, moralmente, reconhecer que que qualquer outro irmão do governador invada a Ufam novamente e distribua socos e pontapés em outro professor, ou até em mim mesmo. Não calarei! Nenhum poder estabelecido é capaz de me intimidar. Vivemos em um Estado democrático de direito e o clima de terror e barbárie não se implantará no Amazonas nem em Manaus, muito embora eu seja obrigado a conviver com o medo desde aquele ataque. Convivo, também, com perda de 50% da audição e a necessidade de fazer uma cirurgia de tímpanoplastia. Nada disso me intimida. A Ufam tem de ser respeitada e não será invadida de novo. E a justiça será feita.

terça-feira, 10 de maio de 2011

De alça em alça

Esta cada vez mais difícil acompanhar a inventividade dos profissionais de comunicação. E os da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) merecem registro, bem, digamos, pelo tamanho da criatividade. Ontem, ouvia uma das rádios da cidade quando entra “um minuto da prefeitura pra você”. Um locutor entusiasmado anuncia a liberação de uma das alças do Complexo Viário do São José. O tom da peça era de exaltação à agilidade da Prefeitura, que terminava com palmas efusivas. Ainda surpreso, fiquei a elucubrar: do jeito que as coisas estão, antes de chegar as eleições de 2012, vão começar a inaugurar as obras tijolo a tijolo. Não é bom duvidar! Afinal, assim, teríamos um tijolo novo (e um grão de areia com cimento) a cada dia. Por enquanto, os viadutos passaram a ser entregues de alça em alça. Em quanto tempo será entregue mais uma alça? Vamos esperar porque “Manaus, você merece uma cidade melhor.” E uma prefeitura também.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dupla velocidade nos radares

Embora tenha anunciado o funcionamento de todo os radares eletrônicos para quinta-feira da semana passada, dia 5 de maio de 2011, alguns deles ainda não funcionam corretamente e outros chegam a registrar duplamente velocidades. As denúncias foram feitas por intermédio dos meios de comunicação, mas a Prefeitura de Manaus ainda não tem uma solução definitiva para o problema. Ao que se sabe, a empresa Consladel foi notificada e fará uma espécie de auditoria em todos os aparelhos instalados para verificar se o funcionamento está correto. Caso seja encontrado o problema de registro de dupla velocidade a Junta de Recursos (Jari) deverá receber um parecer. Não me parece a melhor solução. Quem foi multado injustamente ainda terá de recorrer? Entendo que, no caso de constatada as irregularidades, seria muito mais justo anistiar os multados.

domingo, 8 de maio de 2011

Para a eternidade

A propaganda, geralmente, aposta no exagero. A da Secretaria Municipal de Obras (Semosb), da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) ultrapassa qualquer limite do aceitável. Dia desses vi uma placa, em uma obra no asfalto da Avenida Tefé, que exaltava: “os transtornos são agora, mas os benefícios são para sempre”. Fiquei a imaginar: depois, quando a população não acredita em uma vírgula dita pelos políticos, eles ficam achando ruim. Não há nenhuma necessidade de se exagerar tanto nas promessas. Garantir, em uma placa, que os benefícios serão para sempre só pode ser, mesmo, para provocar risos. No entanto, penso que em todos os discursos oficiais, a transparência deveria ser a regra. Apostar em exageros desse tipo leva ao descrédito e ao desgaste da imagem do administrador público.

sábado, 7 de maio de 2011

Vacinação e mídias digitais

A César o que é de César. Muito lixo se recebe em mensagens de SMS das Companhias Telefônicas. Algumas delas, e prefiro nem revelar o nome, enchem a caixa postal e mais qualquer coisa que se carregue pendurada, segurando pela bordas ou nas costas. Mas, dessa vez, tenho de elogiar a mensagem recebida do Ministério da Saúde, alertando para a data-limite da vacinação contra a gripe. E para quem ainda não recebeu o alerta, vale lembrar que a vacinação contra a gripe destina-se às pessoas de 60 anos ou mais, gestantes e crianças de seis meses às menores de dois anos. O último dia da vacinação é 13 de maio, a próxima sexta-feira. Desta vez o Ministério da Saúde dá um exemplo de como as mídias digitais podem ser bem-usadas para prestar bom serviço público. Todas as organizações podem fazê-lo. Basta não abusar do usuário.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Consciência e educação no trânsito

Radares eletrônicos e fiscais são pouco eficazes se não houver, efetivamente, consciência e educação dos condutores de veículos na cidade de Manaus. Transferir única e exclusivamente para a Prefeitura e para o Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Amazonas (Detran-AM) todas as mazelas do trânsito de Manaus é muito cômodo. Pelo que pagamos de IPVA e seguro obrigatório, afora o alimento que damos para a Indústria das Multas, temo de cobrar, e muito, o poder público. No entanto, nenhuma política pública será exitosa se não tiver a participação de cada cidadão. Quem for, agora, ao Shopping Manauara, por exemplo, no piso que dá entrada para a Praça de Alimentação e para a Companhia Athletica, por exemplo, verá, certamente, de três a cinco veículos ocupando as vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais e mobilidade reduzida. Isso em todos os horários, todos os dias. Falo nisso todos os dias, mas ninguém toma vergonha na cara. Dia desses um senhor parou sua BMW branca, conteve o fluxo o tempo que bem entendeu para que mulher e filhos saltassem e, em seguida, estacionou o luxuoso veículo na vaga reservada. Saiu faceiro do carro, duas bandejas de salgadinhos à mão, e entrou no Teatro Manauara. Não demonstrava nenhuma mobilidade reduzida, assim como não mostram os alunos da Cia que estacionam diariamente no local, apenas por ser mais próximo da entrada. É sintomático, também, o fato de motoristas de carretas e caminhões trafegarem pela pista de rolamento em quaisquer das vias da cidade. Nos dois casos, o trânsito seria melhor se um pouco de educação fosse demonstrado pelos condutores.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Preparem os bolsos

Atenção! Radares eletrônicos a postos. Prepararem os vossos bolsos! Até que algum vereador faça um levante. Ou que a população se levante. Passa a funcionar. De hoje em diante. A maior indústria arrecadante. Dessa cidade brilhante. Amazônica, amozonínica. Ácida, azizica, irritante. Gêmea siamesa do óbvio ululante. Ruas nojentas, purulentas. Alagados buracos, apavorantes. Calçadas descalças, derrapantes. Carecas ao volante. Pneus mais que antes. Não é poemeu, azul multante. Diferente de mutante. Multaantes, vê depois. Meta a mão na carteira. Meteram antes. Ser sem vida, computante. Estático, ali vigilante. Escolhido almirante. Para aplicar um flagrante. Em quem ultrapassar o limite. Tire o pé dessa rasteira. Antes que eu fale besteira. Até sobre o governante. Histriônico mandante. Dos radares eletrônicos. Multantes!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Estrategistas da maldade

As companhias aéreas brasileiras parecem ter uma turma de “estrategistas da maldade”: não perdem uma chance de tornar a viagem do brasileiro pior. A TAM Linhas Aéreas, não contente com os “apertos” que se passam nos voos, resolveu provocar momentos desagradáveis e constrangedores aos seus passageiros: proibiu que as cadeiras localizadas nas saídas de emergências sejam ocupadas por quaisquer passageiros, ainda que estejam vagas. Em alguns voos, comissários de bordo com uma educação nada vitoriana praticamente arrancam os que, fechadas as portas, sentam-se nas ditas “saídas de emergência”. A explicação nada elegante é que, agora, esses lugares possuem “tarifas diferenciadas”. E, por possuírem tais tarifas, a Companhia não permite que os lugares sejam ocupados mesmo quando não são vendidos. Lembro-me que antes de “diferenciarem” esses lugares, eles já o eram. Quem se via obrigado a ocupá-los tinha de responder a um questionário minucioso sobre como operar as saídas de emergência em caso de acidentes. Fiquei a pensar cá com meus botões: quer dizer que a pessoa paga mais caro e ainda vai ter de ficar operando a saída de emergência em caso de acidentes? Se o valor fosse maior e a pessoa pudesse “dar o fora” primeiro até que se explicaria. Porém, pagar mais caro e ainda ser obrigado a ficar dentro do avião é dose!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma década de incompetência

Os agentes norte-americanos hoje em dia estão mais sinceros. Revelaram ao mundo o que os levou a desconfiar de que Osama Bin Laden estaria em uma mansão, em Abbottab, no Paquistão. Aos olhos dos “felizes agentes’, estar em uma mansão luxuosa, porém, sem telefone e internet, é atitude das mais suspeitas. Quer dizer que possuir uma habitação luxuosa, porém, sem internet e telefone significa que o proprietário pode ser terrorista? Por isso demoraram 10 anos para encontra Bin Laden. Tanto tempo de incompetência só tem paralelo nos atacantes do Clube de Regatas Vasco da Gama, que conseguiram o feito “mágico” de, no mesmo dia, chutar três pênaltis para fora na decisão contra o Clube de Regatas do Flamengo. Sem se identificar, talvez por razões óbvias, um dito “funcionário de alto escalão” considerou espantoso “que uma propriedade avaliada em um milhão de dólares não tivesse nenhum sinal de novas tecnologias.” Portanto, quem tem mansão de um milhão de dólares e não tem telefone nem Internet, cuidado com os agentes norte-americanos!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Euterpe desfila talento no Parque dos Bilhares

Nem mesmo a falha grave da organização do evento “Mostra Sesc Amazônia das Artes”, que transferiu o local do Show “Batida Brasileira”, de Euterpe, em cima da hora da Praça Heliodoro Balbi para o Parque dos Bilhares tirou o ânimo da artista roraimense. τέρπ-εω, que significa “Doadora de Prazeres” e também é o nome científico do Açaí, entrou no palco exatamente às 19h e brilhou. Se alguém ainda desconfiava do seu talento, rendeu-se à bela voz da cantora, comprou o CD “Batida Brasileira” e ainda ganhou o autógrafo. O CD de estreia de Euterpe foi produzido pelo seu tio e parceiro em algumas músicas, Eliakin Rufino. Trata-se do primeiro CD de uma trilogia denominada Batida Brasileira. Rufino revela que serão gravados mais dois CDs, que totalizarão 40 músicas. Euterpe começou a carreira musical aos 11 anos, em Roraima, como cantora do Coral Canarinhos da Amazônia. Participou dos CDs “Amigos para sempre” (1999), “Brasil 500 anos” (2000) e “Canarinhos ao vivo no Teatro Amazonas” (2002). Morou em Manaus entre 2003 e 2006, época na qual foi pré-classificada para o FAMA, da Rede Globo, quando chegou a ser semifinalista. Retornou a Roraima em 2007, venceu a Mostra Canta Roraima, promovida pelo Sesc daquela cidade; foi a melhor intérprete do 11° Fetival de Música de Roraima (Femur). Em 2009 foi primeiro lugar e melhor intérprete no Festival Canto Forte. É com essas credenciais que a cantora dá os primeiros passos para conquistar o Brasil e o mundo. Veja mais fotos do show de ontem no Álbum “Euterpe em Manaus” no meu Facebook: www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 1 de maio de 2011

Show de Euterpe no Parque dos Bilhares

O show “Batida brasileira”, da cantora roraimense Euterpe, que faz parte da “Mostra Sesc Amazônia das Artes” foi transferido para o Parque dos Bilhares, hoje, às 19h. Marcada inicialmente para a Praça Heliodoro Balbi, a apresentação de Euterpe foi transferida de local na tarde de ontem. Ao chegar em Manaus, a cantora foi avisada da transferência de local. Além do Rio de Janeiro, o projeto  “Mostra Sec Amazônia das Artes” promove o giro de Euterpe pelas 10 capitais da Amazônia Legal. Euterpe é o nome artístico da estudante de Letras da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Andressa Nascimento. Euterpe foi uma das nove musas da Mitologia Grega. Filha de Zeus e Mnemósine, τέρπ-εω significa “Doadora de Prazeres”. A voz de Euterpe situa-se entre os timbres de Maria Rita e Maria Gadu, consideradas divas da Música Popular Brasileira (MPB). A cantora roraimense estreia no mercado com o CD independente “Batida Brasileira”, produzido por seu tio, Eliakin Rufino. Ela também faz parte do disco internacional Sambosica Volume 3, com duas músicas do CD “Batida brasileira”.