O episódio da morte do meu pai, vítima do descaso no Hospital de Sena Madureira, revela que a propaganda oficial sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) é bem mais eficaz que o atendimento. No Acre, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), como no Amazonas (governo da base aliada), trombeteia aos quatro cantos que se tem uma “saúde de primeiro mundo”, o que não passa de grande mentira. Os desdobramentos da morte do Paulo Guedes (como ele era conhecido) são mais escabrosos. O secretário de Saúde do Acre, Osvaldo Leal, que estava no Canadá, retornou às pressas para o Acre. Os primeiros zun, zun zuns dão conta de que a enfermeira será demitida. Não resolve o problema. Novas pessoas morrerão vítimas do descaso se, além das medidas administrativas necessárias (e talvez uma delas seja demitir mesmo algumas pessoas), não se efetivar um processo de melhoria do atendimento às pessoas. E isso passa por cursos de relações humanas, humanização no atendimento dos hospitais, inclusive dos médicos. Um Hospital não é uma oficina mecânica na qual as máquinas chegam, trocam-se peças e as despacham de volta para casa. Médicos e enfermeiros lidam com gente, seres humanos. Será que um dia tomarão consciência disso?
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