sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Muchilas escolar

Que me perdoem os lingüistas, parafraseando Vinícius de Moraes, comunicar é essencial sim, mas, comunicar bem é fundamental. Todos vivem, sobrevivem e até chegam à Presidência da República, sem o domínio da norma culta na fala. Duvido, porém, se houvesse concurso público para a Presidência, era mais fácil Dilma Roussef chegar lá que Luiz Inácio Lula da Silva. Essa introdução toda é para comentar três cartazes fotografados em uma loja de Sena Madureira, minha cidade natal, localizada a 144 quilômetros de Rio Branco. Ironicamente, são cartazes de promoções que aproveitam o mote “volta às aulas”. Fossem os pais criteriosos, “muchilas escolar àpartir de 10.00” mofariam no estoque. Carregar livros dentro de uma “muchila” dessas é capaz de desalfabetizar os próprios livros. Ainda mais se for “à partir” de 2011, um ano antes de o novo acordo ortográfico entrar em vigor. Alguém deve ter chamado a atenção do fabricante dos cartazes para o equívoco ortográfico. No cartaz seguinte ele corrigiu tudo. Agora as “muchilas” eram “à parti” e não mais “àpartir”. Santa Linguística! Santo Lula! Pais dos comunicadores inocentes, que por uma benção divina, nunca deixaram passar pela cabeça de quem elaborou os cartazes a expressão “a partir”, separada, sem o acento grave e com um errezinho de nada no final. Ah, mas isso não é nada. Como a volta às aulas ocorre no verão, nada melhor do que levar um “chapel” por apenas R$ 4,50. Talvez, com “l” a aba seja maior. O mais importante é “cumunicá” e se “protejê” do “sou”.


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