As 232 câmeras do Centro Integrado de Operação de Segurança (Ciops) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) são, na verdade, uma espécie de Big Brother Baré. É bem-verdade que inibem a prática da violência. Mas, tornam-se preocupantes quando as imagens monitoradas 24h por dia, por exemplo, vão parar nas emissoras de televisão ou servem para ilustrar matérias jornalísticas sem a permissão tácita e explícita dos envolvidos. Exigir privacidade em locais públicos é algo muito complicado. No entanto, não se pode transferir ao Estado, ainda que em nome do combate à violência, o direito de nos vigiar segundo a segundo. A sociedade inteira adora olhar os movimentos da vida privada pelo buraco da fechadura. Não fosse assim, o programa homônimo ao título aqui usado, da Rede Globo de Televisão, não faria tanto sucesso por tão longo tempo. Incomoda-me, porém, deixar nas mãos do Estado o direito de me filmar e selecionar o que será ou não divulgado.
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