O sociólogo Alberto Almeida fez ontem, no programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, uma das análises mais corretas que já vi (e neste caso vi e ouvi) sobre o momento atual do País. Foi de uma perfeição cirúrgica ao dizer que todos sabemos o que é o Partido dos Trabalhadores (PT): “defende a presença maior do Estado para reduzir as desigualdades. E o PSDB, o que é?” Bem, nem eu nem você, meu leitor, minha leitora, sabemos. E isso ficou muito claro na campanha eleitoral deste ano, principalmente de José Serra. Enquanto há um número quase infinito de pessoas que apóiam o Governo Lula e querem a continuidade, Serra não sabia o que falar. É como disse o mesmo Alberto Almeida: “a estratégia dele era não ter estratégia, ia para um lado e paro o outro ao saber dos acontecimentos. É o que se chama de estratégia folha seca, ou seja, não ter estratégia. Por isso vai perder a eleição”. A manchete de hoje do site UOL revela que o sociólogo acertou na mosca: “Serra muda estratégia e evita o confronto com Dilma”, referindo-se ao debate de ontem na TV Record. Isso é tão evidente que, no início da campanha, sem ter o que dizer e com uma vergonha imensa de defender o Governo Fernando Henrique Cardoso, Serra e seu vice inventaram um factóide sobre as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (FARC). O tiro de misericórdia de Alberto Almeida no PSDB e em Serra ocorreu quando ele questionou: ”Por que não defendem as privatizações da telefonia, por exemplo? Hoje cada brasileiro tem um telefone por causa dela. O mesmo modelo poderia ser proposto para as estradas brasileiras. Mas o PSDB tem vergonha de defender o estado mínimo. O Serra é mais interventor que o Pallocci.” Em seguida, no mesmo programa, o historiador Marco Antônio Villa completou os erros históricos da oposição que permitiram a Lula se recuperar e atingir os níveis de popularidade de hoje que o tornam praticamente imbatível: ”A oposição poupou o presidente Lula na época do mensalão, quando ele estava extremamente fragilizado. Em nome de uma tal governabilidade perderam o momento histórico. Lula recuperou-se durante o segundo mandato e hoje atinge índices de popularidades que o comparavam a Getúlio Vargas. Antes tínhamos o getulismo, hoje temos o lulismo”. Tive uma verdadeira aula de análise de cenário e decidi partilhar com meus leitores e leitoras.
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