quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O consumismo que nos transforma em monstros


Desde ontem, após ler os detalhes sobre a tragédia da morte de parte da família Belota, sinto-me um "Quase lixo". Não penas pela crueldade com que se tirou a vida de quatro seres: três humanos e um dito não humano (um cachorro). Mas, principalmente quando se divulgou o mentor da chacina e os possíveis motivos: vingança, por sofrer retaliações pelo fato de ser homossexual, ou "olho gordo" na herança do pai. Para quem não sabe detalhes do crime, um filho é acusado de ter degolado o pai, a prima e um cachorro da família e de ter morto a tia que o abrigou na própria casa durante um ano. A polícia investiga, como mais prováveis, as duas possibilidades aqui levantadas. E todas as duas chocam-me. A primeira por, em pleno Século XXI, um filho ser levado a matar o pai por conta de preconceito em relação a sua homossexualidade (do filho). É estarrecedor que isso ainda ocorra! Embora não pareça ser o caso, ainda existe esse tipo de preconceito. A segunda, de se matar por herança, e com tamanho requinte de crueldade, leva-me a refletir mais profundamente sobre esse regime capitalista que vivemos e a sua mais requinte e cruel faceta: o consumismo. Consumismo que cria monstros. Tão torpes e cruéis quanto o acusado e os que o ajudaram no chacina. O dinheiro não pode ser tudo. Consumir não pode ser o valor máximo que guia nossas atitudes. Somos, cada um de nós, responsáveis por mudar essa realidade. Um crime desses não pode ser mais um. Não pode passar em branco. A morte cruel desses quatro seres tem de, na pior das hipóteses, nos fazer refletir sobre qual o papel que temos para tornar o mundo melhor. Não posso imaginar que meu filho seja capaz de matar a mim, a irmã e a mãe para ficar com os parcos trocados que temos. Seria meu atestado de fracasso como pai. Mas, todos estamos passíveis de que isso aconteça se não consideramos que o mundo existe além dos nossos umbigos e que o outro, qualquer que seja o ser, faz parte desse mundo e temos responsabilidade sobre cada um deles. Enquanto consideramos que o mundo é aquele cantinho gradeado e seguro chamado "lar", tragédias como essas comprovarão o lixo que somos. Ou que tentam nos transformar!

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