Há pouco falei dos olhos como espelho da alma. Os olhos também podem funcionar como o espelho da boca. Ontem, ao sair do Amazonat, parei e uma pizzaria. Em pé junto ao balcão, como sempre gosto de fazer quando vou aos bares (ou botecos), tomava uma Bohemia e observava o salão. De repente, uma garçonete passa com o que restou de uma das mesas: três azeitonas pretas sobre um disco de madeira coberto por fórmica. O olhar da garçonete para as azeitonas era algo impressionante. Comia, verdadeiramente, com os olhos. Seu olhar deixava clara a sensação de degustação. Não sei o que foi feito das azeitonas ao entrar na área reservada da pizzaria. Mas que aquela garçonete comera as azeitonas ali na frente de todos, com os olhos, não há dúvida. É como ensinava Gandhi: se você pensou em fazer, faça logo; pois o ato já foi consumado em sua mente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário