terça-feira, 14 de agosto de 2012

A vida que passa entre a Augusta e a Paulista


A ida passa e deixa marcas. E há cada coisa que só mesmo escritas, porque ditas, talvez pareçam mentiras. E não é que ontem, com a família, voltei à esquina que marcou a minha vida por quase oito anos! Avenida Paulista com Rua Augusta, uma espécie de coração de São Paulo. Ontem, neste mesmo espaço, falara de “O esporte como metáfora da vida”, comparando o desempenho das duas seleções brasileiras de Vôlei: masculina e feminina. Pasmem, leitores e leitoras! E não é que, por volta de meio dia, cruzei com as meninas do Vôlei (veja foto a seguir) justamente na esquina da Augusta com a Paulista? Em carro de bombeiros, seguida por batedores, elas desfilaram por São Paulo, aplaudidas de pé por quem passava. Fotografei, fiz meu gesto da vitória, mão direita fechada, pulso firme. Soco no ar. Gesto do Pelé! Não sem antes, mais cedo, ao descer a Augusta para chegar ao Cartório Cerqueira César, agora localizado à Rua Frei Caneca, passar em frente ao prédio que morei, Edifício Aracuã, número 1519, nos quase oito de mestrado e doutorado em São Paulo. Ambos na Universidade de São Paulo (Usp). O mestrado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). O doutorado na Escola de Comunicação e Artes (ECA). O que fizeram do Espaço Unibanco de Cinema, point de São Paulo quando por aqui morei e só frequentei duas vezes? No que se transformou o Hotel Maksoud Plaza, que recebia artistas famosos vindos ao Brasil? A fotos que fiz com o meu celular registram os rumos: O espaço Unibanco está em reforma: certamente será reativado pelo novo dono: o Banco Itaú. O Maksoud Plaza se transformou em Sociedade Educacional das Américas, cuja reforma do prédio encontra-se em pleno vapor, com verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oriundas do Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT). Essa é uma demonstração clara das prioridades do Governo brasileiro: financiar a educação superior privada com o dinheiro do trabalhador brasileiro. Vergonhoso! Lamentável. Absorto entre as lembranças do passado e a revolta do presente, pego a Rua Antônio Carlos e vou para Rua Frei Caneca. Mal levando os olhos e saio do transe, quem vejo? Minha colega da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professora Selda Valle. Fiquei tudo arrepiado com tamanha coincidência: eu revoltado com o descaso em torno do Espaço Unibanco de Cinema e do Hotel que irou faculdade particular e, mal levanto os olhos, e encontro justamente Selda Valle, militante conhecida as duas áreas? É pra pensar que a força cósmica sempre conspira a meu favor. Dei um sorriso e uma abraço na minha colega e comentamos algumas coisas sobre a greve dos professores e professoras federais. Não falei para ela, mas pensei: “Parece até uma reunião do Comando Local de Greve (CLG) da Ufam!”. Cada um seguiu o seu caminho. Ela subiu a Frei Caneca. Eu desci a mesma rua até o Cartório. Obtive a segunda via da certidão de nascimento dos meus dois filhos. Voltei! Reencontrei a minha família. Almoçamos! Depois, quando subíamos a Paulista vimos as meninas do Vôlei. O dia terminou às 22h na Bienal do Livro depois de uma visita ao bairro do Brás. E a vida continua ser curso. Com idas na vida e vindas na memória!








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Um comentário:

  1. Gilson, com muita felicidade moro no Aracuã no 4 andar e esperei muito para conseguir comprar um apto lá. bj Sandra

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