quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sociedade nada anônima

Fiquei boquiaberto ao ler uma notícia no site do jornal Folha de S. Paulo (incrível, mas os jornais de Manaus não publicam tantos detalhes assim: por que será?) de que o irmão do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Belarmino Lins, construtor George Lins, ao ser preso pela Polícia Federal quando retirava R$ 2,6 milhões na boca do caixa, já não tinha posse mais do valor total, pois havia aplicado R$ 300 mil em operações bancárias. A grana, pasmem, leitores e leitoras, era o pagamento antecipado da Prefeitura de Tefé à construtora Land Engenharia Ltda, de George Lins e mais três pessoas. O prefeito cassado de Tefé, Sindônio Trindade Gonçalves (PHS) pagou antecipadamente R$ 2,6 milhões de uma obra que não existe (nem iniciada foi) com recursos de um convênio de R$ 12,2 milhões entre a Prefeitura de Tefé e o Ministério da Defesa, fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Átila Lins (PMDB). Incrível, fantástico, extraordinário que até hoje ninguém tenha visto nenhuma PONTE entre os recursos públicos e as empresas dos irmãos Lins. Lembro-me do episódio da minha agressão pelo irmão do governador Omar Aziz, Amin Aziz, no dia 11 de maio de 2009. Belarmino Lins (PMDB) ocupou a tribuna para dizer que “professor deveria dar aulas e não comentar nada”. É, deputado! Certamente, para o bem dos negócios particulares de muitos, não só os professores, mas todos e todas devemos ficar calados. De preferência vendo essa sociedade nada anônima transferir recursos públicos (de toda a sociedade) para a iniciativa privada sem dizer um ái. Manter o poder à custa do dinheiro público é muito fácil. Impressionante que a sociedade não reaja!

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