quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nobel da Paz

Nem tanto ao céu nem tanto ao mar prega a sabedoria do povo. Essa história de apontar a Internet como candidata ao Prêmio Nobel da Paz mais parece uma demonstração pública da piração total que o vício de ficar em frente a um computador dias e dias pode provocar. Usuários das redes sociais do mundo inteiro saíram com essa de que a Internet é a “mais moderna promotora da paz”. Oras, convenhamos, a Internet não promove nada: nem a paz nem a guerra. Os usuários que se utilizaram desse emaranhado de redes sim, promovem tanto uma quanto a outra. A Internet é o suporte, é a rede física, logo, não tem a menor possibilidade lógica de promover alguma coisa, muito menos a paz. É certo que algumas pessoas utilizam a estrutura da rede para se encontrar, bater-papo, trocar ideias, mas, daí a dizer que é a Internet que atua na promoção desses encontros é tão cândido que beira a inocência. Prefiro acreditar que tudo não passa de mais um desses fakes que circulam pela rede. Não posso crer que pessoas sãs imaginem um premido desses para a rede das redes.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ilha de Guriri

A vida se nos apresenta surpresas que demonstram o quanto vale a pena viver. Como avaliador do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep), fui designado para compor uma equipe de avaliação em São Mateus, município do Espírito Santo localizado a 180km, ano Norte de Vitória. Tudo teria sido muito normal, muito igual, se não tivesse conhecido a Ilha do Guriri, ou simplesmente Guriri, um bairro que fica a 13km de São Mateus. Trata-se de um paraíso, tranqüilo, pouco habitado, praias quase desertas, afora quando é Carnaval, um povo acolhedor e um ar inteiramente a seu dispor. Uma paisagem linda, local ideal para se descansar após um dia duro de trabalho de avaliação. Aos amigos que queriam um toque de tranqüilidade com uma internet banda larga de primeira indico tirar alguns dias de descanso em Guriri (veja as fotos). Depois você pode esticar um pouco mais e ir à Praia do Riacho Doce. É muito pouco provável se arrepender. Mas o conselho de todos do lugar é que, se você quer paz e tranquilidade, não venha no Carnaval. Fica a dica.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Operação inocência

Há pouco mais de um ano a Polícia Federal deflagrou a “Operação Inocência”, no Amapá, e quatro pessoas da elite do estado foram presas por prática de PEDOFILIA, palavra proibida pela justiça eleitoral no Amazonas. Recentemente, há quatro dias, A Polícia Federal gravou telefonema do presidente do Tribunal de Contras do Estado do Amapá (TCE-AP), José Júlio de Miranda Coelho, 63 anos, a uma menina de 14 anos. De acordo com o inquérito da PF, Miranda Coelho fazia pagamentos mensais à mãe da menina. Esse tipo de prática não ocorre apenas no Amapá, é comum no interior do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e muitos outros estados brasileiros e nada é feito para se por um fim a esse tipo de exploração. Essa menina de 14 anos teve a infância roubada pela mãe, pela família e pelo seu violentador. São criminosos a mãe e o presidente do TCE-AP, que se aproveita da miséria da família da menina para trocar dinheiro por favores sexuais. Não é possível que cada um de nós, pais que preservamos a infância e a inocência dos nossos filhos, admitamos tal situação. Será possível que o poder e o dinheiro, que as benesses individuais superem o valor moral de se preservar a inocência e a infância de uma criança? O Inquérito da PF que investiga um esquema de corrupção no governo do Amapá, terminou por revelar que o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AP), José Júlio de Miranda Coelho, 63 anos, teria mantido relações sexuais com menores. A Polícia Federal enviou relatório ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), dando conta que Miranda Coelho mantinha financeiramente uma mulher e duas filhas dela em troca de favores sexuais. Uma FALTA DE VERGONHA SEM precedentes “na história deste País!”

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Oposição envergonhada

O sociólogo Alberto Almeida fez ontem, no programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, uma das análises mais corretas que já vi (e neste caso vi e ouvi) sobre o momento atual do País. Foi de uma perfeição cirúrgica ao dizer que todos sabemos o que é o Partido dos Trabalhadores (PT): “defende a presença maior do Estado para reduzir as desigualdades. E o PSDB, o que é?” Bem, nem eu nem você, meu leitor, minha leitora, sabemos. E isso ficou muito claro na campanha eleitoral deste ano, principalmente de José Serra. Enquanto há um número quase infinito de pessoas que apóiam o Governo Lula e querem a continuidade, Serra não sabia o que falar. É como disse o mesmo Alberto Almeida: “a estratégia dele era não ter estratégia, ia para um lado e paro o outro ao saber dos acontecimentos. É o que se chama de estratégia folha seca, ou seja, não ter estratégia. Por isso vai perder a eleição”. A manchete de hoje do site UOL revela que o sociólogo acertou na mosca: “Serra muda estratégia e evita o confronto com Dilma”, referindo-se ao debate de ontem na TV Record. Isso é tão evidente que, no início da campanha, sem ter o que dizer e com uma vergonha imensa de defender o Governo Fernando Henrique Cardoso, Serra e seu vice inventaram um factóide sobre as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (FARC). O tiro de misericórdia de Alberto Almeida no PSDB e em Serra ocorreu quando ele questionou: ”Por que não defendem as privatizações da telefonia, por exemplo? Hoje cada brasileiro tem um telefone por causa dela. O mesmo modelo poderia ser proposto para as estradas brasileiras. Mas o PSDB tem vergonha de defender o estado mínimo. O Serra é mais interventor que o Pallocci.” Em seguida, no mesmo programa, o historiador Marco Antônio Villa completou os erros históricos da oposição que permitiram a Lula se recuperar e atingir os níveis de popularidade de hoje que o tornam praticamente imbatível: ”A oposição poupou o presidente Lula na época do mensalão, quando ele estava extremamente fragilizado. Em nome de uma tal governabilidade perderam o momento histórico. Lula recuperou-se durante o segundo mandato e hoje atinge índices de popularidades que o comparavam a Getúlio Vargas. Antes tínhamos o getulismo, hoje temos o lulismo”. Tive uma verdadeira aula de análise de cenário e decidi partilhar com meus leitores e leitoras.

domingo, 26 de setembro de 2010

Analfabetismo político

Impressiona-me o nível do medo e do analfabetismo político dentro da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Em tempos idos (e não muito idos) jamais qualquer tipo de Polícia, nem mesmo a Federal, faria quaisquer tipos de operação dentro da Instituição sem, no mínimo, o dirigente ser avisado. Ainda assim, dificilmente um estudante seria retirado do ambiente da Ufam e “conduzido” (pode-se usar o eufemismo que bem se entender para prisão) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Sexta-feira o fato ocorreu, foi notório, e, ainda assim, tanto a direção maior da Instituição quanto as entidades sindicais encararam o fato com a maior naturalidade do mundo, como se nada tivesse acontecido. Panfletos do movimento “Todos contra a pedofilia”, que convidavam para a “Grande marcha Todos contra a pedofilia, a exploração do trabalho infantil, o tráfico de mulheres e o Turismo Sexual com Crianças e Adolescentes”, foram apreendidos e um estudante “conduzido” ao TRE por policiais federais. Para completar, na madrugada do dia seguinte, circulavam notícias de que a prisão preventiva de dois professores estaria decretada. Nem assim, diante de tanta repressão e violência, ainda que velada, as pessoas se tocaram para a gravidade do fato e do momento político no Estado e na Instituição. Não é a primeira vez que a Ufam é invadida. Ano passado, fui agredido por pronunciar a palavra-proibida: PEDOFILIA. A viseira política é tamanha que ninguém consegue ver nada de grave nas ameaças constantes ao estado democrático de direito e às liberdades. Oh quantas saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha Ufam querida, que não se calava jamais. Hoje ela vive acuada, escrava de projetos e assessorias. E que se dane o mundo que eu não me chamo Raimundo. E que se dane seja quer for, até por agredir professor. Pois só será crime e castigo, se for comigo.

sábado, 25 de setembro de 2010

O império do medo

O Brasil, e em especial o Estado do Amazonas, passam por um momento que talvez não se tenha vivido nem nos piores anos-de-chumbo. Hoje, pela manhã, eu, professor Gilson Monteiro, e a professora Arminda Mourão, fomos surpreendidos por um boato de que nossa prisão preventiva teria sido decretada e que os agentes da Polícia Federal iriam à Praça da Saudade para cumprir o mandado. Nossa primeira reação foi reunir as pessoas que nos apoiavam na empreitada e comunicar a alguns dirigentes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-Ufam) o que estava ocorrendo. Lá pelas 9h, às voltas com advogados na ponta da linha, políticos e pessoas que nos prestavam solidariedade, percebemos que o objetivo tinha sido atingido: desmobilizar e espalhar o medo. Decidimos: vamos à Praça da Saudade, faremos a caminhada com quem lá estiver (inúmeras pessoas já sabiam do ocorrido e desistiram). O clima era de medo. Em cada olhar, se percebia a tensão. Enfrentamos. Alertamos a sociedade para o problema. Manaus ocupa o primeiro lugar, juntamente com Rio de Janeiro e Fortaleza, nas denúncias de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. São 36 denúncias diárias, o que dá retirando-se os sábados e domingos, 5.400 denúncias a cada 30 dias. “Quem cala também violenta”. Não calarei como não calo desde setembro de 2006, quando, no Caderno de Ciência e Tecnologia revelamos números estarrecedores: dos crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes, 70% são contra meninos ou meninas com idade entre 9 e 12 anos. Não é possível que isso não te toque, não te deixe indignado, meu leitor, minha leitora. Afora isso, tenho motivos pessoais de sobra para nunca mais abandonar este movimento. Quem Não tem memória curta sabe quais. No mais, àqueles que dizem ser oportunismo falar do tema PEDOFILIA agora, fica a pergunta: distribuir rabetas e casas-de-farinha no interior em plena campanha também não seria oportunismo? Esse discurso purista de que PEDOFILIA é a vaca-sagrada do Amazonas pode convencer a muitos, não a mim.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Serenidade e equilíbrio

Na lista da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (Compós) a última discussão mais acalorada era se o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo deveria abrir ou não as portas para manifestações contra a imprensa. Ontem, recebemos um e-mail do colega Tomás Barreiros, que é Jornalista, professor universitário, presidente do Instituto Cultural de Jornalistas do Paraná, Diretor Regional Sul do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Especialista em Língua Portuguesa e Mestre em Comunicação e Linguagens. Fiquei encantado com o equilíbrio e a serenidade. Disse a ele que buscaria essas duas coisas como meta para os meus textos e solicitei autorização para publicá-lo. Queria partilhar com os leitores e leitoras do meu Blog tão sábias palavras. Ei-las: “Aprecio acompanhar esse tipo de debate, extremamente democrático, em que se manifestam variadas correntes, dos defensores do socialista radical Plínio Sampaio aos adeptos do neoliberal José Serra. São debates necessários e interessantes, embora sempre me pareça que ninguém convence ninguém - todos já têm suas posições bem firmes (rsrsrs). O que é de espantar, isso sim, é a intolerância de alguns em relação às posições contrárias, assim como as tentativas de depreciar quem pensa diferente, sob qualquer pretexto (um erro ortográfico, por exemplo, que por si só não aponta se a ideia defendida por quem o comete merece ou não consideração - afinal, não falta gente que tem um espetacular domínio da língua e ideias dificilmente sustentáveis). Ora, todos têm o direito de pensar o que quiserem e manifestar livremente seu pensamento. Isso se chama democracia. Senão, corremos o risco de adotar aquela máxima: "Há democracia quando você concorda comigo; autoritarismo acontece quando você discorda...".
O debate levanta para mim diferentes questões - para algumas, tenho minhas respostas, para outras, não. Por exemplo:
1) Será que ainda é sustentável a ideia de que a grande mídia busca realmente a "imparcialidade" e a "isenção"?
2) Alguém conseguiria provar que qualquer veículo da grande mídia é verdadeiramente equilibrado no trato da política?
3) É possível acreditar que a Folha de S. Paulo é um veículo honesto, que tem como princípio norteador o interesse público?
4) Não seria mais honesto um modelo em que cada veículo defendesse abertamente suas posições, sem fingir (e até alardear nas peças publicitárias) uma suposta imparcialidade que não tem?
5) Ainda devemos ficar espantados ao constatar que este ou aquele veículo, de qualquer linha que seja, mesmo alardeando uma falsa imparcialidade, faz tudo que pode para favorecer alguns e prejudicar outros?
6) Pode-se defender que o jornalismo publicista foi realmente superado e vivemos hoje um modelo de "objetividade"? Aliás, ainda há alguém que acredite na possibilidade de "objetividade" na mídia?
7) O poder econômico dos grandes grupos midiáticos está a serviço do interesse público ou dos interesses próprios desses grupos?
É perfeitamente aceitável que um jornalista seja adepto de ideias de esquerda, centro ou direita. O que parece inconcebível, ao contrário, é que um jornalista não pense em como se autodefinir diante das questões políticas e ideológicas. E também que um jornalista não tenha espírito crítico. Se o jornalismo não é crítico, não pode ser bom jornalismo, não é mesmo? E crítico em relação a tudo e todos: governo e oposição, mídia de direita e de esquerda.
Outra questão que me preocupa é a cobertura da mídia em relação ao projeto da "Ficha Limpa". Parece coisa de torcedor e não de jornalista. É claro que é louvável desejar que candidatos a cargos públicos eletivos não possam ter "ficha suja", mas outra coisa é não analisar os aspectos legais e torcer para que a lei vigore a qualquer custo, inclusive com o sacrifício de preceitos basilares do nosso edifício jurídico. O STF talvez julgue a lei inconstitucional, exatamente porque a lei é inconstitucional. Há um princípio consagrado no Direito, absolutamente fundamental: a lei não pode jamais retroagir em desfavor do réu. Se se admite que, por um casuísmo, pressão da mídia ou mesmo a pretexto de um muito bem intencionado desejo de melhorar a política, viole-se um princípio constitucional básico, há o risco de abalarmos a base de nossos edifício jurídico. E como dizia Tomás Morus no filme "O homem que não vendeu sua alma": até ao diabo deve-se dar todos os privilégios da lei, porque se destruirmos o edifício jurídico não teremos depois onde nos abrigar."

OBS: Professor, obrigado pela lição e pela autorização. Que todos sejamos capazes de refletir sobre suas palavras e sejamos mais tolerantes em prol do fortalecimento da democracia.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lula, o Senhor de todas as verdades

Extremistas de direita e de esquerda são lixo para a democracia. Ontem, em São Paulo, no Largo do São Francisco, um manifesto em defesa da democracia, da liberdade de imprensa e de expressão, assinado por mais de 380 pessoas, entre elas o jurista Hélio Bicudo, o cardeal arcebispo emérito de São Paulo D. Paulo Evaristo Arns, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, atores e intelectuais como Ferreira Gullar reagiu contra os ataques virulentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que dentre outras bobagens e baboseiras, diz que a imprensa age como partido político e quem ninguém precisa mais de formadores de opinião neste País. Quer dizer, então, presidente, que o povo só deve acreditar na “TV Lula”, uma cadeia de TV chapa branca criada pelo senhor para se sobrepor às TVs Educativas? Então, todos nós só devemos confiar em um único formador de opinião, o senhor? O senhor é a verdade e a vida, aquele que não o seguir será condenado ao fogo do inferno? Presidente, está na hora de o senhor baixar a bola: a Venezuela não é aqui. Não me faça morrer com o arrependimento eterno de ter votado LULA LÁ nas quatro últimas eleições das quais o senhor participou crente de que eras um dos maiores defensores da democracia e dos direitos individuais neste País. E que tinha esse discurso por convicção. Ultimamente, cada vez que o senhor abre a boca (e são muitas vezes, e todos divulgam, mesmo os que o senhor ataca direitamente: isso é democracia) tenho a sensação de que o seu discurso em favor da democracia e da liberdade era pura conveniência, fazia parte de um plano para chegar ao poder e nada mais. Se o roubo, a sujeira, o tráfico de influência, o mensalão forem de José Roberto Arruda (que era do DEM) e amplamente divulgados pela imprensa não é golpe, mas quando o mensalão, o tráfico de influência e sujeira são do Planalto, é golpe? Presidente, os oito anos de poder contaminaram as suas convicções. As relações quase siamesas com Hugo Chavez também. Tem passado pela sua cabeça tomar todas as emissoras de televisão que não noticiarem coisas favoráveis ao seu Governo? O senhor, em algum momento que se revelam o aparelhamento e o tráfico de influência na Casa Civil pensou em confiscar, fechar ou nunca mais deixar que publiquem uma linha nos jornais que não disserem que do Palácio do Planalto só exalam aromas de rosas? Começo a ficar preocupado e perco, a cada dia, a admiração que cultivava. Tenho a convicção que o senhor é o maior fenômeno de massas deste País, talvez maior até que Getúlio Vargas, mas, por favor, não se deixe inebriar pelos picos de popularidade. Piso no freio do populismo barato que o senhor adora praticar. Porque um Deus, um Senhor de todas as verdades, quando não respeita as opiniões divergentes, transforma-se em um ditadorzinho desprezível.

OBS: Aos reacionários e babacas de Plantão que, ao lerem o meu texto, pensarem “mas quem esse Gilson pensa que é para falar do presidente” um aviso: sou CIDADÃO brasileiro, acreano de Sena Madureira, com muito orgulho. E isso me basta para ter o direito sagrado de opinar. Ponto. Tenho dito!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Liberdade, liberdade...

São poucas as pessoas que não lembram do grito “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós e que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz”, a ecoar no sambódromo carioca, em 1989, quando entrara na passarela a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. O refrão do samba de enredo, composição de Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Juarandir, me veio à memória ao ler, no Twitter, o pensamento de Voltaire: “POSSO NÃO CONCORDAR COM NADA DO QUE VOCÊ DIZ, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O SEU DIREITO DE DIZÊ-LO”. Não demorou, e no Canal GloboNews, no programa “entre” (entre aspas), o professor de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Eugênio Bucci, dentre outras coisas, soltou a frase: "a liberdade existe para que as pessoas expressem suas diferenças." Quantos de nós, e até eu mesmo, não arrostamos todos os dias que somos democráticos, defendemos a liberdade, mas não aceitamos quando as pessoas expressam suas diferenças? Quem de nós consegue se libertar do preconceito, dos comentários maldosos? É cômodo se dizer libertário e defensor da democracia, mas, por dentro, morrer de ódio quando alguém discorda da sua opinião, ou seja, expressa suas diferenças. O exercício da liberdade é uma conquista diária e só se amplia quando conseguimos nos libertar dos conceitos e preconceitos. Em não sendo assim, o que se vê é um discurso hipócrita, vazio e patrulhador. Fujamos todos dessa prática, pois, ser culto não significa “um ser humano pleno, completo e sem defeitos”. Quem confunde cultura com perfeição, talvez seja mais um patruladorzinho de meia-tijela travestido de adolescente contestador.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Centro fétidico

Depois do debate de ontem para o Governo do Estado, recuso-me a falar de política hoje. Sobre o que falar, era a dúvida. Lembrei-me! Sábado decidi pegar meu filho e dar uma volta no centro de Manaus. Uma experiência inesquecível: me fez lembrar aquela história de que os vereadores de Manaus não ficam no plenário porque estão no banheiro. O centro de Manaus, pelo menos no último sábado, era um banheiro público a céu aberto sem uma única pessoa para fazer a limpeza. E, certamente, ninguém se lembrou de puxar a descarga. Mais próximo do horário do almoço dava ânsia de vômito. Pensei: essa cidade não tem prefeito? Mas, como assumi o compromisso de não falar em política hoje, deixo apenas o registro com um protesto: o centro de Manaus não merece a sujeira em que foi transformado a ponto se de poder compará-lo a um banheiro. Algo preciso ser feito com urgência para mudar esse estado de coisa.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O discurso das propostas

Fico a me perguntar: a quem interessa essa história de discurso das propostas? A quem está no poder, é claro. De repente, baixa sobre a sociedade um discurso do messianismo na política: todos devem respeitar os adversários e apenas apresentar propostas. Enquanto isso, na grandiosíssima maioria da mídia, como por exemplo, na rádio que espalha por todos os lugares da cidade que “toca a eleição”, no entanto, mais parece “tocar a campanha do Omar”, o pau canta em cima de Alfredo Nascimento. Enquanto o governador-candidato (ou o candidato-governador, aliás farei um post só sobre o assunto), fica soltinho para posar de bom-moço e apresentar suas propostas. Na mídia, se alguém fala algo que possas respingar na administração atual, vem a resposta pronta: “eu queria pega um ônibus pela BR-319”. Se a saúde vai mal e a educação é péssima no Estado a culpa é da BR-319. A segurança também é sofrível porque a BR-319 não foi concluída. Ninguém diz que a BR nunca saiu do papel e talvez nunca saia por uma ação orquestrada de Marina Silva e dos ambientalistas e de gente muito poderosa do Estado que tem mais interesse em estrada-de-ferro e navegação. Não há puros de nenhum dos lados e, por favor, não me venham com essa do discurso das propostas porque a população precisa saber, por exemplo, que Manaus ocupa o primeiro lugar, ao lado do Rio de Janeiro e de Fortaleza, nas denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes. O Conselheiro Tutelar João Furtado revelou dias desses, em um dos jornais de Manaus, que são 36 denúncias por dia. Isso equivale uma média de 180 denúncias a cada cinco dias e a 5.400 denúncias a cada 30 dias. Quer dizer que esses números não devem ser mostrados? Quem quiser votar em Omar (ou em Alfredo) que vote, mas não me venham com essa de bom-mocismo que não aceito!

domingo, 19 de setembro de 2010

Em nome de Deus

O preceito bíblico “não usar o santo nome de Deus em vão” é o mais vilipendiado nesta campanha eleitoral. Pastores, cristãos, protestantes e à-toas encobrem-se com pele de cordeiro, falam em Deus a toda hora como se fossem os mais cândidos e crentes seres da face da terra. Como disse Gilberto Gil, a hipocrisia é intrínseca à vida em sociedade. Na política, então, deve ser a regra basilar. Alguns programas políticos causam asco. É nítido que exploram a boa fé das pessoas para ganhar votos. A religião fica acima da razão e o que se tem é um tipo de cabresto do Senhor. Em nome de Deus grande parte deles faz coisa que deixaria o capeta com o rosto rosado de vergonha. Se acreditassem mesmo em Deus o tanto que pregam, temeriam um castigo pela forma como usam o nome dele em vão.

sábado, 18 de setembro de 2010

Gás na campanha

A aparição de quase 4 minutos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ter dado um gás à campanha de Alfredo Nascimento (PR) que ganhou as ruas. Hoje, nas esquinas da cidade militantes pró-Alfredo rivalizavam cabeça-com-cabeça contra os pró-Omar. O discurso “Todos contra a pedofilia” também parece ter encaixado, pois vi adesivos “Todos contra a pedofilia, Alfredo 22”. Muitos carros já circulam com o adesivo abertamente. Ao que tudo indica a ação da Polícia Federal contra o jornalista Braz Silva desencadeou uma onda de revolta da população, pois os argumentos para justificar a tal ação não se sustentaram. A campanha entra na reta final, pega fogo, mas a verdadeira pesquisa só apresenta os resultados no dia 3 de outubro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sanha destruidora

Não entendo a sanha destruidora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele mais parece um Hugo Chavez arrependido. É como se, no íntimo, sonhasse em só sair da Presidência quando morrer. E, intimamente, culpa o DEM e o PSDB por não permitirem a transformação deste sonho ditatorial em realidade. Aí, me aparece o José Dirceu, ideólogo do PT, quase o alterego de Lula, com uma frase, publicada em um dos jornais da cidade, de cair o queixo: "O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa". Convenhamos! O sonho de consumo do PT deve ser uma mídia que não denuncia o mensalão, as relações obscuras do filho do presidente com a Oi e, agora, as traquinagens lobísticas do filho de Erenice Guerra. E sabem quem denunciou: a VEJA, essa “revistona direitona”. Aposto que um dos nossos colegas que adora esse populismo de esquerda do Lula nem divulgaria. Pois sou democrático, adoro oposição e tenho uma admiração profunda pelo Arthur Neto, a despeito de, segundo ele, ter aceito o apelo dolorido de uma mãe no episódio que é uma mancha na sua carreira política, e sinto MUITA RAIVA de quem, desavergonhadamente, usa a força do dinheiro, do poder e do aparelhamento do estado com o único desejo: destruir politicamente o senador. Arthur Neto representa o ponto de equilíbrio da democracia brasileira. Com seus rompantes tão duros a ponto de prometer umas sovas ao presidente, Neto segurou a CPMF, provou que era um dinheiro em excesso e mantém uma oposição saudável para democracia do País. Não quero nem ditadura de direita nem de esquerda no Brasil. Quero liberdade! E não aceito esse discurso e essa prática populista de um presidente que ajudei a eleger. Plínio de Arruda Sampaio, apesar de você ter criado esse mostro chamado PT, não tenha dúvidas: se você tiver apenas um voto no Amazonas, saiba, é meu. Contra a sanha destruidora! Contra o ataque avassalador à liberdade de imprensa, meu voto é teu! Meu voto é a única forma que tenho de, na prática, dar cabo a minha indignação.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O bom pai...

Na Bíblia, quem foi embora da casa do pai, gastou tudo e só restou o pecado fora o filho. Na política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia abandonado o filho pródigo, Alfredo Nascimento (PR), seu ex-ministro dos Transportes, aplicando-lhe o castigo da orfandade por quase a campanha inteira. Aproveitando-se até então do silêncio sepulcral de Lula, a tchurma de Eduardo Braga (PMDB) espalhou para todos os lados que Omar Aziz (PMN) também era o “candidato do Lula”. Já nos descontos, como o foi a vitória do Flamengo ontem contra o Grêmio Prudente, Lula aparece na televisão pedindo votos e declarando oficialmente que o candidato dele é Alfredo Nascimento. Confesso que até eu apostava que Lula não mais faria isso. Quebrei a cara. O episódio revela uma coisa: uma pessoa falava a verdade o tempo inteiro e uma turma, inclusive o candidato à reeleição, mentiu deslavadamente ao povo do Amazonas. É um bom indicador para decidir em quem votar. Que já começa a campanha pela mentira e uma vontade contumaz de enganar o povo fará o quê se governar o Estado. Reflita!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Circuito da fé

Há dois dias estou no município paulista de Cachoeira Paulista a trabalho. Trata-se de um município brasileiro localizado na microrregião de Guaratinguetá. Sua população de aproximadamente 35 mil habitantes triplica em meados de todos os meses de dezembro quando ocorrer um dos maiores eventos da comunidade cristã do País: o Hosana Brasil. Chega a circular pela cidade aproximadamente 200 mil pessoas na época do evento. Elas aproveitam para fazer o chamado “circuito da fé”, composto por uma visita a Aparecida do Norte, a Guaratinguetá, com a peregrinação de Frei Galvão, e à Cachoeira Paulista. É no município que se localiza a Comunidade Canção Nova, criada em 1972 pelo Monsenhor Jonas Abib e amigos. Hoje a Canção Nova é a maior atividade econômica da cidade, a segunda conta dos Correios na distribuição de produtos por encomendas do Brasil e lidera o processo de evangelização via Meios de Comunicação por intermédio da Rede Canção Nova de Televisão e Rádio.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Racionamento de energia

Embora a Amazonas Energia não admita, há muito se pratica em Manaus uma espécie de racionamento não declarado. Lembro-me até já ter tocado no assunto. Volto a ele porque ontem vários bairros da cidade ficaram às escuras. Em não sendo racionamento, ou seja, desligamento programado do sistema, o problema é ainda mais grave: Manaus estaria no limite da capacidade de geração de energia, à beira de um colapso. As autoridades do setor teem o dever de esclarecer a população sobre o grau de gravidade do problema. O prejuízo com a avaria de aparelhos eletrodomésticos é imenso mas pode ser muito maior se ocorrer um apagão.

Fio-da-navalha

O sistema de transporte aéreo no Brasil está por um fio. Não se trata de uma impressão, mas sim, de uma constatação. Ontem, ao viajar de Manaus para São Paulo, houve conexão no Aeroporto de Várzea Grande e Cuiabá. Para um Aeroporto apinhado de gente, o banheiro masculino possuía apenas dois pontos funcionando. A fila era imensa num momento em que as pessoas trocam de aeronave sem que possam passar uma água no rosto e fazer suas necessidades básicas: quem quiser fazer mais do que “verter água” passará por vexame e momentos de intensas “emoções”. Aquele Aeroporto opera acima do limite. Bem, imaginei que outra realidade seria encontrada no Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ledo engano. Na área de recepção de bagagens apenas uma esteira para dois vôos superlotados: espera mínima de 40 minutos. Banheiros da área com três pontos funcionando. Fila imensa: um caos. Os aeroportos brasileiros estão no limite máximo de uso e novo apagão aéreo não pode ser descartado. Até quando a população aceitará ser tão maltratada?

domingo, 12 de setembro de 2010

Esquinas sombrias

Algumas esquinas de Manaus, durante a madrugada, são sombrias. Travestis, prostitutas bem como crianças e adolescentes são o pano de fundo de um cenário aterrorizante e entristecedor. Isso parece explicar o porquê de a cidade liderar o ranking, juntamente com Rio de Janeiro e Fortaleza, das denúncias de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes do Disque 100. Algo precisa ser feito. Essas pessoas necessitam de acolhimento, de amor, de tratamento para que cada uma delas possa ser incluída no convívio social e parem de usar as madrugadas como a única forma de “ganha-pão” nas esquinas da cidade. Uma política pública de combate a esse tipo de violência só funciona se for pensada com o objetivo da inclusão e não da mera punição. O movimento “Todos contra a pedofilia” não pode se limitar ao período das eleições nem ser associado a este ou aquele candidato. Pedófilos, todos, segundos os especialistas, não respondem ao tratamento: são doentes sem cura. Para eles, portanto, o acompanhamento constante é essencial. É, também, fundamental, que haja combate intenso, para evitar os assédios, pois hoje, cada vez, mais meninas e meninos iniciam-se sexualmente como forma de arrecadar uns trocados a mais para as famílias carentes. Disse se aproveitam os inescrupulosos para explorar a miséria alheia e satisfazer seus instintos bestiais. Quem dos dois candidatos com mais possibilidades de vitória no Amazonas tem uma política pública de combate a essa vergonha que é Manaus liderar o ranking das denúncias de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes? Quem apresentar um Programa consistente sobre o tema leva o meu voto.

Dois neurônios

Dia desses que o juiz eleitoral Carlos Zamith Jr. teria dito não ser preciso usar nem “dois neurônios” para relacionar as camisetas “Todos contra a pedofilia” à tentativa de manchar a imagem do governador Omar Aziz (PMN), candidato à reeleição. Pois não é que ontem, dois delegados da Polícia Federal foram ao apartamento do jornalista Braz Silva averiguar evidências da “compra de votos”. Segundo disseram à diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professora doutora Arminda Mourão, haveria compra de votos usando como moeda a camiseta. Tenham a santa paciência! É preciso sim, usar muitos neurônios para acreditar que alguém venderei seu voto em troca de uma camiseta “Todos contra a pedofilia”. Façam-me o favor de não zombarem na nossa inteligência: nossos Tico e Teco funcionam muito bem!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fé em Deus

A candidata a deputada federal pelo PSC do Acre, Antônia Lúcia Lucileia Cuz Ramos Câmara, mulher do candidato a deputado federal pelo PSC do Amazonas, Silas Câmara, negou de pés juntos que os R$ 472 mil apreendidos em caixas de papelão pela Polícia Federal do Acre, seriam usados em sua campanha. Em Manaus, sua filha, Milena Câmara, foi mais longe. Disse que aquilo era uma doação de um fiel para a Fundação Boas Novas (FBN), aliás, uma doação muito pequena se consideradas as doações que a FBN recebe. Se uma doação de APENAS R$ 472 mil é pequena, até agora não consigo imaginar o número de zeros do que seria uma grande doação. Em Manaus, camisetas do movimento “Todos contra a pedofilia” foram apreendidas sob a alegação do juiz eleitoral de que não precisava por os dois neurônios para funcionar e saber que aquilo era uma tentativa de atingir a imagem do Governador Omar Aziz (PMN), candidato à reeleição. Só muita fé em Deus para acreditar um fiel anda pelo meio da rua com R$ 472 mil em caixas de papelão para doar à fundação da Igreja que ele segue. Haja neurônios para acreditar em uma versão dessas. Mas, como a fé move montanhas!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dois órfãos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) bem que poderiam ser acusados de “pais desnaturados”. Claramente, nas ruas de Manaus, o que se vê é a orfandade de Alfredo Nascimento e Vanessa Graziottin. O presidente articulou para tirar Serafim Correia da disputa, jogou o ex-prefeito nos braços de Alfredo Nascimento com a promessa de que os apoiaria incondicionalmente e, agora, os deixar a ver navios. Braga, por ser turno, jurou amor incondicional a Vanessa Graziottin. No meio da disputa, a igreja Assembleia de Deus baniu a comunista e passou a apoiar Arthur Neto. Com isso, os dois senadores do Amazonas estão praticamente definidos: Braga e Arthur. Se as pesquisas eleitorais se confirmarem, Alfredo volta para o Senado e haja negociação para abrigar Serafim e Vanessa em algum lugar. Aposto como dois e dois são quatro que um dos dois órfãos vai parar na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Manaus desumana

Ainda sobre o tema da falta de opções em Manaus, outra coisa que ficou evidente no último final-de-semana prolongado é que os parques precisam ser arborizados para atrair as pessoas. Quem agüenta, por exemplo, passear a céu aberto no Parque Jefferson Péres? Árvores fazem parte da paisagem amazônica e funcionam como um abrigo. O sol causticante da cidade, nas áreas sem árvores, dá a impressão que dobra o calor. O processo de humanização da cidade não vai ocorrer apenas com Prosamins e outros programas do gênero. É preciso entender que o clima é fundamental para o ser humano amazônico. Sem incluir arborização nos projetos arquitetônicos, Manaus será sempre uma cidade desumana.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Formigueiros humanos

Afora a travessia do Porto de São Raimundo ao Cacau-Pirera ter sido um caos, o sonho de Manaus como metrópole aos poucos se transforma em pesadelo. Quem imaginou que ontem, véspera do feriado de 7 de setembro, iria se deparar com uma cidade tranqüila quebrou a cara: Manaus ficou simplesmente intransitável. As pessoas se aglomeravam nas filas dos bancos para deixar as contas em dia. Depois, correram para os cinemas, nos quais as filas eram quilométricas. Por fim, filas imensas de carros nos shoppings centeres e aglomerados humanos similares aos formigueiros. A experiência deste final-de-semana indica que Manaus possui poucas opções para seus habitantes. É urgente uma decisão do poder público para que a cidade não se transforme em um inferno no meio da selva. Viver em Manaus já começa a ser uma experiência tão estressante quanto em São Paulo. Com uma diferença: lá é possível sair da cidade. Aqui, fica-se cada vez mais ilhado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Teste de paciência

A travessia do Porto de São Raimundo ao Cacau-Pirera é um teste de paciência para qualquer ser humano. Quem passar por ele incólume pode ficar certo de que está habilitado para dirigir em cidades de trânsito insuportável, como Manaus e São Paulo, por exemplo. Quem conhece Manaus sabe o que é uma fila de carros da beira do porto até a Avenida Brasil? Pois foi o que aconteceu no último final-de-semana. Conheço pessoas que perderam duas horas na fila na ida e mais duas horas e meia no retorno de Manacapuru. Só mesmo muita força de vontade e desejo de desfrutar algumas horas ao lado dos amigos faz uma pessoa enfrentar tamanha espera. O fluxo de pessoas também é uma demonstração de que em Manaus, as opções para quem tem de enfrentar um feriado prolongado são próximas do zero.

domingo, 5 de setembro de 2010

O que é pedofilia?

A bem da verdade, a Pedofilia não é crime tipificado no Código Penal. É uma doença cadastrada na Organização Mundial da Saúde (OMS) com CID e tudo. “A pedofilia, atualmente, é definida simultaneamente como doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia) pela OMS. Caracteriza-se pela atração sexual de adultos ou adolescentes por crianças. O simples desejo sexual, independente da realização do ato sexual, já caracteriza a pedofilia. Não é preciso, portanto que ocorram relações sexuais para haver pedofilia.O fato de ser considerada um transtorno, não reduz a necessidade de campanhas de esclarecimento visando a proteção de nossas crianças e adolescentes e nem tira a responsabilidade do pedófilo pela transgressão das barreiras geracionais.” Como não pode ser considerada crime na Legislação brasileira, o pedófilo é sempre enquadro em crimes amenos como “atentado violento ao pudor”, “estupro” e “pornografia infantil”. Esses crimes só são caracterizados como pedofilia quando cometidos contra crianças menores de 14 anos. Leia mais!

sábado, 4 de setembro de 2010

Poluição visual e sonora

Fiquei muito curioso ao circular pelas ruas de Manaus hoje. Em cada esquina um exército de pessoas com as mais variadas bandeiras, carros de sons, panfletos... poluição visual e sonora a ofender os olhos e os ouvidos. Ao lado do exército de pessoas a fazer a propaganda política volante, outro exército do pessoal de apoio. Manter essa estrutura até o dia das eleições não é tão barato. Quem será que custeia tudo isso? As contas declaradas dos partidos dão cabo de tantas contas a pagar? Ou essas pessoas vão para as esquinas por gostar dos candidatos e defender causas sociais? Dúvidas e mais dúvidas, porém uma certeza: visualmente há uma poluição insuportável nas eqüinas, afora a poluição sonora.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Proteção aos aliados?

Soa estranho e parece claramente proteção aos aliados o fato, divulgado por um dos jornais da cidade, de que o prefeito Amazonino Mendes (PTB) espera apenas o fim do período eleitoral para pedir a revisão do projeto do monotrilho. O argumento de que o sistema é caro e terá uma tarifa impagável por parte do manauense que precisa de transporte de massa é perfeito. Mendes merece todos os elogios que se possa fazer mas, fica uma dúvida no ar: se ele tem plena convicção das irregularidades (essas conhecidas e divulgadas sobre o projeto) além dos argumentos que levanta em prol da população (afinal, trata-se de dinheiro público), porque não toma a atitude que deve ser tomada logo agora? Estaria também convicto o prefeito de que, se o fizesse agora, atingiria o coração de quem ele apóia?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Chuveiro neles!

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa, mandou para o chuveiro Jáder Barbalho, no Pará, e Joaquim Roriz, no Distrito Federal. Os dois estariam eleitos de novo, assim como Adail Pinheiro e outros tantos com práticas semelhantes às deles. Ora, para isso existe a Justiça: corrigir rotas que a população torna-se incapaz de fazê-lo. Como é possível que políticos com práticas tão atrasadas como Roriz, por exemplo, tenham tamanha popularidade? Adail Pinheiro, em Coari, está no mesmo patamar. Sem a ação da justiça, políticos desse quilate perpetuam-se no poder explorando a miséria humana e praticando outros tipos de exploração ainda mais reprováveis. O ideal seria que os eleitores, pela porta da democracia, mandassem todos os políticos com práticas sujas e repugnantes para o chuveiro. É fácil fazer isso! Basta não votar neles NUNCA MAIS!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Debate fundamental

Os estudantes das universidades localizadas em Manaus merecem elogios pela promoção de debates em todos os níveis de candidaturas. O debate é fundamental para o fortalecimento da democracia e para que as ideias dos candidatos sobre os diversos temas sejam conhecidas pelos eleitores, em especial, neste caso, pela a academia. Importante seria se os que possuem chances de ganhar também comparecessem. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Amazonas (Uffam), por exemplo, promove, amanhã, às 9h, no auditório Eulálio Chaves, debate com candidatos a deputado estadual. Às 15, o debate será com candidatos ao Senado. Na quinta-feira, dia 3, candidatos a deputado federal debatem às 9h e ao Governo do Estado, às 15h.