Depois que escrevi aqui
neste espaço sobre o preconceito velado, passei a observar melhor como ele se
manifesta no dia-a-dia. Contra os homossexuais masculinos, ainda aparece em
alguns comentários, principalmente naqueles programas de televisão após os
jogos, que recebem o nome de “mesas-redondas”. Se você prestar a atenção,
perceberá. Quando, no jogo, as auxiliares são mulheres, então, o preconceito se
cristaliza, às vezes, em quase todos os comentários. Hoje pela manhã, porém, em
uma das rádios da cidade de Sena Madureira, que fica a 174 quilômetros de Rio
Branco, a capital, percebi como o preconceito contra a mulher está ainda em
parte do dia-a-dia. E as pessoas o praticam sem sentir. O locutor do programa
anunciava uma loja de películas. E chamava a atenção para a grande novidade: o
sensor de ré. O tal acessório poderia ser instalado em qualquer carro, dizia
ele. E completou: “é aquele aparelho que quando você vai dar a ré ele apita.
Apita para avisar que tem algo atrás do carro. Serve pra todo motorista
desatento. Pra mulher, então”. E continuou a apresentar o programa como se nada
tivesse acontecido. Muito provavelmente, nenhuma mulher se sentiu ofendida.
Grande parte delas leva tudo isso “na brincadeira”. Acontece, porém, que até
nos xingamentos, a figura da mulher é diminuída ou o preconceito se manifesta.
Alguém já ouviu uma pessoa chamar a outra de “filho de um puto”? E se chamasse,
raramente alguém se ofenderia, uma vez que, com o machismo predominante, se o
homem não for isso, perde, inclusive, a condição de macho. Às mulheres, porém,
não se permite esse tipo de comportamento. Vai xingar alguém de “filho da puta?”
A própria língua é masculina e carrega ao longo da história a discriminação e o
domínio masculino contra a mulher. Refletir sempre sobre o assunto é louvável!
Visite também o Blog de
Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques.
Ou encontre-me no www.linkedin.com e
no www.facebook.com/GilsonMonteiro.