terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O preconceito nada velado contra a mulher


Depois que escrevi aqui neste espaço sobre o preconceito velado, passei a observar melhor como ele se manifesta no dia-a-dia. Contra os homossexuais masculinos, ainda aparece em alguns comentários, principalmente naqueles programas de televisão após os jogos, que recebem o nome de “mesas-redondas”. Se você prestar a atenção, perceberá. Quando, no jogo, as auxiliares são mulheres, então, o preconceito se cristaliza, às vezes, em quase todos os comentários. Hoje pela manhã, porém, em uma das rádios da cidade de Sena Madureira, que fica a 174 quilômetros de Rio Branco, a capital, percebi como o preconceito contra a mulher está ainda em parte do dia-a-dia. E as pessoas o praticam sem sentir. O locutor do programa anunciava uma loja de películas. E chamava a atenção para a grande novidade: o sensor de ré. O tal acessório poderia ser instalado em qualquer carro, dizia ele. E completou: “é aquele aparelho que quando você vai dar a ré ele apita. Apita para avisar que tem algo atrás do carro. Serve pra todo motorista desatento. Pra mulher, então”. E continuou a apresentar o programa como se nada tivesse acontecido. Muito provavelmente, nenhuma mulher se sentiu ofendida. Grande parte delas leva tudo isso “na brincadeira”. Acontece, porém, que até nos xingamentos, a figura da mulher é diminuída ou o preconceito se manifesta. Alguém já ouviu uma pessoa chamar a outra de “filho de um puto”? E se chamasse, raramente alguém se ofenderia, uma vez que, com o machismo predominante, se o homem não for isso, perde, inclusive, a condição de macho. Às mulheres, porém, não se permite esse tipo de comportamento. Vai xingar alguém de “filho da puta?” A própria língua é masculina e carrega ao longo da história a discriminação e o domínio masculino contra a mulher. Refletir sempre sobre o assunto é louvável!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A traição das grandes nações contra o povo haitiano


Imaginei que há muito essa história de “teoria conspiratória” tivesse morrido. E que fosse arquivada nas tumbas de Tutankamon. Vez por outra, porém, aparece alguém que resolve mexer nos restos mortais e nos arquivos do faraó e trazem de volta esse pergaminho cheirando a enxofre e mofo. Não descarto, porque tem até certa lógica, porém, acreditar que o desembarque de haitianos no Amazonas faz parte de um sórdido movimento do capital internacional para atacar os trabalhadores do Pólo Industrial de Manaus (PIM) e oferecer trabalhadores mais qualificados e mais baratos parece fruto da engenhosidade de uma mente que há muito não tinha sobre o que falar e aproveita essa “janela” mais para deslizar o seu veneno que para demonstrar conhecimentos. O problema é político e global sim. Mas não envolve um mero ataque à Zona Franca e aos trabalhadores. Envolve sim, a meu ver, a postura ainda imperialista dos Estados Unidos que, quando é para invadir o Iraque e “restabelecer a democracia” o faz com rapidez. Quando, porém, um ditadorzinho destrói um País pobre (e seu povo) e não há barris de petróleo, lavam as mãos. Em verdade, vos digo: os Estados Unidos não deveriam ter o direito de interferir na política interna de nenhum País de modo violento, com invasões. Se possuem essa crença tão límpida na democracia e o desejo de que ela se espalhe pelo planeta, no máximo, teriam o direito de convencer os povos a por ela lutarem. Quem deu aos Estados Unidos o direito de decidir os destinos do mundo? Quem disse que um povo não tem o direito de optar por viver sob o julgo de uma ditadura? A democracia só será plena quando os povos efetivamente tiverem condições de decidir sob qual regime querem viver. O que fizeram com o Haiti, no entanto, é um ato covarde. Uma traição coletiva contra um povo. Inventaram uma intervenção internacional, uma ajuda humanitária para que a ditadura fosse derrubada, mas, não deram as condições estruturais mínimas para que os haitianos provassem o sabor dessa tão desejada maçã da democracia. Essa sim, talvez seja uma trama bem-urdida, que termina por beneficiar o capital internacional: destruir internamente nações para promover artificialmente correntes migratórias que barateiam a mão-de-obra. Esse é um dos fardos pesados da transnacionalização das empresas. Os haitianos, tanto lá quanto cá, são vítimas.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Teste o seu grau de racismo e preconceito velados


Defendo ferozmente que não devemos ter nenhum tipo de preconceito. Entendo, porém, que o racismo, em particular, e o preconceito, em geral, estão enraizados nas nossas práticas culturais. Não é impossível, por exemplo, que sejamos preconceituosos e racistas, inclusive machistas, sem percebermos. Lutar contra isso, porém, é uma tarefa diária, em cada minuto dos nossos dias. É preciso criar uma espécie de “policial antipreconceito interior” em plantão 24h ao dia. É como se nossos ID, Ego e Superego fossem bombardeados a vida inteira com o “preconceito” e tríade psíquica não se entendesse quando se depara com ele de forma “velada”. Vejamos! Se você visse uma placa com o seguintes dizeres “PROIBIDO”, em letras vermelhas, seguidos de “Prática de rituais religiosos”; depois: “Mata Atlântica: área de preservação ambiental”, consideraria preconceituosa? Ainda mais se fosse colocada próximo às cachoeiras? Pois é. Aparentemente não o é. Recebi do meu amigo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Welton Oda, e-mail com a “A Carta de Indignação” do Centro de Pesquisa da Arte e Cultura Afro-brasileira dirigida ao Governo do Paraná que deflagrou a dita “campanha de proteção” aos parques e cachoeiras. Na carta, o Centro explica: “Os espaços verdes, como os parques, as matas, as montanhas, são lugares sagrados, pois são moradia da presença divina e possibilitam o contato direto com esta presença, da mesma maneira que as igrejas e os lugares de culto nas demais religiões.” Fiquei a me perguntar: “se católicos pegassem um monte de imagem de santos e fossem rezar junto às cachoeiras, seriam proibidos? Ou a tal placa só serve para proibir os rituais da cultura afro-brasileira?” Essas dúvidas me fizeram escrever sobre o assunto hoje. Que cada um de nós responda por si e teste qual o grau de preconceito velado que carrega. Será um bom exercício para o domingo. E que continue todos os dias daqui para a frente.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Uma política para os jovens deste País


Gosto de correr e caminhar pelas ruas da minha cidade Natal: Sena Madureira, a 174 da capital, Rio Branco. Um sinal dos novos tempos é a presença tranqüila nas ruas de casais homossexuais de ambos os sexos ou grupos deles sentados pelas praças ao entardecer. Certamente um sinal de que as pessoas assumem a sexualidade sem tantas “neuras”. Paralelo a esse processo de liberação, porém, se faz necessária uma campanha muito clara, honesta e sem tabus de informação a esses jovens sobre práticas sexuais protegidas. Isso ajudaria a evitar a proliferação de todas as doenças sexualmente transmissíveis, risco que se ocorre se a prática do sexo não for o que as campanhas de esclarecimento chamam de “sexo seguro”. Outro fato perceptível a olhos vistos nos bares da cidade é o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas por menores de ambos os sexos. Meninos e meninas em tenra idade soltas pelas ruas até altas horas a consumir cigarros e bebidas alcoólicas são uma porta escancarada para outras drogas ilegais e mais pesadas. Ao que parece, é urgente uma política para os jovens no País inteiro a fim de que esse momento de mudança cultural não leve grande parte deles ao consumo exagerado tanto das drogas legais quanto das ilegais. A prevenção, ao que parece, é menos dolorosa que o tratamento e a recuperação desses jovens.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Governador, estenda a mão aos haitianos!


O filósofo, antropólogo, sociólogo e mais todos os “ólogos” que você possa imaginar, Edgar Morin, inclui “identidade” entre os que ele denomina de “conceito-armadilha”. Isso porque, a identidade tomada ao extremo, leva à intolerância. No Amazonas, a tese de Morin se nos apresenta cristalina. Quem não se lembra do preconceito ridículo que existe em relação aos paraenses? Houve morte como reação ao termo “paraense”. Enquanto no Brasil as “piadas de portugueses” se tornaram regra, no Amazonas, ainda perdura essa extrema grosseria das ditas “piadas de paraenses”. E nelas, o paraense é sempre apresentado como se fosse ladrão. Recentemente, as declarações do governador do Estado, beneficiado pela tolerância, uma vez que não é amazonense, e de uma colunista social que virou imortal da Academia Amazonense de Letras (pasmem! O poeta Thiago de Melo, ao abdicar da cadeira, parecia pressentir a tragédia) foram intolerantes, desumanas e bem que poderiam ser chamadas de asneiras se as duas figuras públicas tivessem algum sinal desses quadrúpedes no DNA. Como não devem ter e não me cabe buscar tais comprovações, deixarei apenas no campo da intolerância e da desumanidade. Alguém já imaginou que a Terra é o nosso habitat, a nossa casa e como seria constrangedor e desumano proibir a circulação de pessoas na sua própria casa?! O mundo é de todos nós, independentemente da cor, da raça e do lugar que nascemos. Um Estado, por conseguinte, um governador, que não tivesse uma visão estreita do processo, não lavaria as mãos. Tomaria pra si (e pra nós) o problema dos haitianos e, ao invés de declarações preconceituosas e excludentes, diria algo assim “vocês, acima de tudo, são seres humanos. Não mediremos esforços, iremos a Brasília, aos órgãos humanitários de defesa da vida, mas vocês não ficarão desamparados”. Governador! Sou acreano de Sena Madureira. Sou professor de carreira da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e só consegui chegar aonde cheguei graças ao apoio que recebi da família Bulbol. Sem eles (e o meu esforço e trabalho), não venceria! E por ter evoluído intelectualmente e que hoje tenho a convicção que o mundo é de nós, todos nós, seres humanos e seres vivos. Já imaginaram se o melhor bailarino do Amazonas só pudesse morar em Manaus? E, dentro de Manaus, só pudesse ficar no local que nasceu? O que seria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se fosse obrigado a permanecer em Garanhuns? Um mundo sem fronteiras e passaportes é uma utopia. Mas um ser racional, sem sonhos, torna-se insensível e propício a desconhecer as próprias histórias e cometer gafes como fizeram o governador e a colunista. Como acredito na sensatez de todos os seres vivos, espero, pelo menos do Governador do Estado, que mude de tom, arregace as mangas, amplie a #redesolidária tão propagada pela esposa nas Mídias Digitais e estenda a mão aos haitianos.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cicatrizes: quando o livro rouba o teu eu


Ontem, em uma agência bancária da cidade (Sena Madureira – AC, minha terra natal), minha irmã fazia operações bancárias. Entrei na agência, também para realizar uma operação no caixa eletrônico e a vi conversando com uma amiga da família, mais especificamente da minha mãe do que nossa, acho eu, quando minha irmã aponta para ela e para mim e diz: “esse é o Gilson, meu irmão”. Ela: “Eu sei, não é aquele do livro?” O próprio tom da resposta dela, de pergunta, revelava a incerteza. Como não foi a primeira vez, e sempre acontece quando retorno à minha cidade natal, passei a matutar: “como um livro simplório, de poemas tão doces tal qual o ‘Cicatrizes’ consegue roubar a identidade do seu autor?” Lançado em 1984, com o apoio da Livraria Maia Ltda e do Imperial Hotel, “Cicatrizes” foi meu livro de estreia. Só poemas de amor. Cândidos! O título, por exemplo, foi uma homenagem à cantora Joanna, de quem fui fã incondicional durante anos, chegando até a trocar cartões de Natal no final do ano: um dos seus álbuns, parece-me o segundo, recebeu o nome de “Cicatrizes”, nome também de uma das músicas do álbum. Grande parte dos poemas, também, eram nomes de músicas da Joanna à época. Minha mãe emprestou o dinheiro para a impressão do livro. A livraria e o hotel patrocinaram o coquetel de lançamento e ganharam a logomarca impressa na contracapa. Foram 1.000 exemplares vendidos em três meses. É esse o livro que se tornou objeto de desejo em Sena Madureira: muitas das pessoas que o comprovaram tiveram o exemplar roubado ou emprestaram e não receberam de volta. O livro, ao qual se referem quando dizem “é o do livro”, é uma obra que exalta o amor e a proteção à natureza quando ainda era raro que desse esse grito de alerta. A capa é simples, como o livro, a reprodução de uma folha de “taioba” em formato de coração. A ideia era representar um coração marcado pelas “Cicatrizes”, bem como a própria natureza, já a época, mutilada. Parece que funcionou.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Racionamento inadmissível em Sena Madureira


É inadmissível que uma cidade como Sena Madureira, antiga capital do Acre, distante 144 quilômetros da capital do Estado, Rio Branco, ainda tenha de enfrentar racionamento de energia. E tudo pela falta de planejamento da Eletrobrás. Depois que a cidade foi interligada pelo “Linhão” a “Usina termoelétrica” foi completamente desativada. Como conseqüência, em novembro do ano passado, uma das torres do Linhão caiu e a cidade ficou sem energia elétrica durante três dias. Como é possível uma cidade que possui aproximadamente 40 mil habitantes, a terceira maior do Estado, depender exclusivamente de uma fonte de abastecimento de energia? Resultado, agora, foram quatro torres que desabaram e não se sabe, ao certo, quando o fornecimento de energia será restabelecido. A Eletrobrás, emergencialmente, trouxe geradores para a cidade e mantém um sistema de rodízio no fornecimento de energia: são 4 horas para cada bairro. Gêneros de primeira necessidade como pão e água começam a faltar. Até os serviços bancários e de fornecimento de gasolina são prestados de forma precária em função da falta de energia. A população, no entanto, parece pouco ligar para o problema. Uma manifestação foi convocada para ontem, às 16h, para ser realidade em frente à sede da Eletrobrás. Quase ninguém apareceu! Em Sena Madureira, como em qualquer lugar do País, o que eu chamo de “ativismo de ponta de dedos” é regra: as manifestações pela Internet, mesmo com a falta de energia, são mais participativas que as presenciais.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Os hábitos saudáveis e a qualidade de vida


O Padre Anísio Baldessin, coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo, no Semanário Litúrgico-catequético “O Domingo” (Número 4, de 22/01/2012), apresenta um texto denominado “Saúde: uma questão de atitude”, que me chamou a atenção pela forma esclarecedora com que se inicia: “Cuidar da saúde é dever do Estado. Esta afirmação não merece nenhuma contestação – pois está escrita na Constituição. Portanto, não podemos querer caminhar na contramão, tirando essa responsabilidade do poder público. Além disso, pela quantidade de impostos que pagamos, o governo não faz mais do que a obrigação quando zela pela saúde da população.” O texto também apresenta dados interessantes que merecem ser difundidos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento da qualidade de vida depende em 53% dos hábitos saudáveis; 20% do meio ambiente; 17% da herança genética e 10% da assistência médica. Voltemos ao texto do Padre Baldessin: “Portanto, não se deve esquecer que a doença é fenômeno intimamente ligado à natureza, cujas causas devem ser procuradas nela e resolvidas em seu âmbito. Além disso, é bom lembrar que os cuidados naturais valem até mais do que qualquer devoção ou ato religioso para preservar a saúde – ainda que estes também tenham seu papel a cumprir”. Límpido por esclarecer que a saúde não depende de atos religiosos, o texto não aprofunda uma discussão que precisa ser travada, Ora, se a qualidade de vida depende apenas 10% da assistência médica, não significa que estados e municípios devam diminuir os gastos em saúde. Ao contrário, paralelamente a eles, devem investir massiçamente em esportes, cultura, atividades de lazer e criação de espaços públicos para a prática esportiva. O dinheiro público gasto em campanhas promocionais de governadores e prefeitos também deveria ser investido em campanhas de esclarecimentos sobre os benefícios dos hábitos saudáveis para a qualidade de vida, portanto, para a saúde. Assim, os investimentos na construção de hospitais diminuiriam e a população teria uma vida melhor e mais longa.

Racionamento de visitas ao mundo virtual


Leitores e leitoras dos Blogs Em Toques, Ufam para o futuro e Gilson Monteiro, por tempo indeterminado, terão as atualizações a conta-gotas. Isso porque, desde as 23h de domingo, dia 22 de janeiro de 2011, a cidade onde nasci e passo as férias, Sena Madureira, distante 174km de Rio Branco, a capital do Acre, está sem energia elétrica. De acordo com a empresa de energia elétrica, quatro torres caíram. Como a cidade não possui mais geradores próprios e está interligada ao “linhão”, que transporta energia de Rondônia, sofre, pela segunda vez, com a queda das torres. Durante toda a segunda-feira, até às 23h, os moradores ficaram isolados, sem sinal telefônico, sem emissoras de rádio e de televisão, completamente desinformados sobre o que tinha ocorrido. Geradores foram trazidos para a cidade e só começaram a funcionar às 23h de ontem. A energia será racionada, em rodízio de fornecimento, bairro a bairro, até que o problema das torres seja resolvido. Não é a primeira vez que a cidade sofre com a falta de energia elétrica provocada por quedas de torres de transmissão. Pior que o isolamento do mundo provocado pela falta de informações é o prejuízo com os gêneros alimentícios e de primeira necessidade, que não podem ser mantidos descongelados. Não há prazo concreto para solução do problema. Enquanto isso haverá, de minha parte, racionamento de visitas ao mundo virtual


OBS: Post do dia 23/01/2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

A conversão pela opressão: esse Deus existe?


Mantenho o hábito de criança de freqüentar a Igreja católica, aos domingos, todas as vezes que estou em Sena Madureira. Já não consigo mais manter o ritmo de comungar diariamente. Nem mesmo aos domingos comungo mais. Gosto, porém, de algumas reflexões das leituras e das homilias, para o bem ou para o mal. Hoje, chamou-me a atenção a primeira leitura “da profecia de Jonas”. Nela, “a palavra do Senhor foi dirigida a Jonas pela segunda vez: “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia a mensagem que eu te vou confiar”. Depois a leitura explica que Nínive era uma cidade muito grande, a qual Jonas precisou de três dias para atravessá-la, a pregar a mensagem do Senhor: “Ainda quarenta dias, a Nínive será destruída”. Em seguida vem:”Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.” Tenho o maior respeito pelo Padre Paulino Maria Baldassari, porém, não posso concordar nem com o comentário dele na homilia, ao dizer que “os ninivitas tinham uma disposição para a conversão”, nem com a leitura. Perdoe-me Padre Paulino, mas o ninivitas não tinham saída: ou se convertiam ou morriam. Não acredito nesse Deus criado pelos evangelhos, que oprime pela força. Um Deus de bondade convence, dá liberdade e autonomia. Duvido muito da existência de um Deus da opressão!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sexo destrói candidaturas no EUA?


A ex-mulher do pré-candidato republicano, o conservador Newt Gingrich, Marianne Gingrich, revelou a uma emissora de televisão dos Estados Unidos da América (EUA) que o então marido propôs a ela um "casamento aberto". Com isso, poderia ficar com ela e com a amante de então, Callista Bisek, hoje mulher do candidato. Ao invés de renunciar à candidatura com o fez seu colega de partido Herman Cain, em novembro do ano passado, Gingrich partiu para o ataque à imprensa e disse que não deveria ser perguntado sobre esse assunto. Corretíssimo o candidato por enfrentar essa postura conservadora da imprensa norte-americana. É bem-verdade que, na sociedade americana, sexo é capaz de derrubar até presidente. Candidaturas, então, ficam pelo caminho aos montes por “culpa” de sexo fora do casamento e orgias sexuais. Depois que Bill Clinton provou que “chupadinha” não é sexo, no entanto, a rigidez não parece ser tamanha. Embora Gingrich tenha negado a proposta de “casamento aberto” à ex-mulher, ao que tudo indica, mantinha a relação extraconjugal com Bisek. A prática parece indicar que, na vida privada, o candidato não é tão conservador assim. Há algum tempo era possível dizer que o sexo destruía candidaturas nos EUA. Hoje, com a manutenção da candidatura de Gingrich, o quadro pode mudar. O fato é que, se existe a figura da “relação aberta” e a ex-mulher aceitasse, nada disso deveria interferir na candidatura dele. Bancar a candidatura e enfrentar os mexericos é uma atitude corajosa. O tempo e as pesquisas dirão se o pré-candidato foi afetado ou não pelas denúncias da ex-mulher. Enfrentar a situação como o fez merece registro, pois aplica um golpe na hipocrisia da sociedade do lugar.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fritura de José Serra dento do PSDB

Adversário de Dilma Roussef (PT) nas últimas eleições presidenciais, José Serra (PSDB), anunciou que não será candidato à prefeitura de São Paulo. Se for mesmo verdade, é uma sábia decisão, pois Serra, como todo brasileiro de inteligência mediana, sabe que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduzirá o PT a fazer alianças até com Gilberto Kassab (PSD), ex-DEM (mais isso pouco importa ao pragmatismo petista) para tomar o poder na capital paulista. Fernando Haddad deixa o Ministério da Educação (MEC) para ser o candidato do PT em São Paulo, não duvidem, com o apoio de toda a máquina do PT e de qualquer tipo de máquina (legal ou ilegal) que se possa usar para ganhar uma eleição. Em sendo candidato, e derrotado, Serra é carta fora do baralho nas eleições de 2014. Por outro lado, percebe-se, claramente, que o senador Aécio Neves engrossou o discurso contra o Governo da presidente Dilma, ao que parece, com o apoio do partido inteiro, que repercute até cochichos do Senador. Nos últimos tempos, Serra nega sempre ser candidato a qualquer coisa em São Paulo, mas, termina saindo “por causa do clamor das bases”. Em se tratando de Serra, funciona como uma regra. Se não for candidato agora, quebrará a própria regra que criou ao longo dos anos. Acontece que, pelo processo interno do partido, que cheira à fritura, ou Serra sai candidato e vence Haddad para tentar participar de um novo confronto do Dilma, ou morre na praia e Aécio Neves torna-se o candidato do PSDB: o óleo está quente e Serra ainda tenta se segurar pelas bordas da panela.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quem será o candidato da base aliada em Manaus?

Há uma pergunta que pode assumir múltiplas respostas na política do Amazonas: “Quem será o candidato da base aliada em Manaus”? Desde as últimas eleições, quando Serafim Correa (PSD) aliou-se a Alfredo Nascimento (PR), numa jogada tramada em Brasília para tirar Arthur Neto (PSDB) do páreo e fingir que Omar Aziz (hoje PSD) não era candidato de nenhum deles, todo mundo sabe que as decisões não são tomadas mais em Manaus. Todo o teatro “oposição x situação” é montado em Brasília por uma chamada “base aliada” no Estado que tem um único objetivo: não deixar o poder. E essa base aliada ampliou-se com Amazonino Mendes (PTB), hoje prefeito da cidade, e Omar Aziz (PSD). Acontece que esse último é bisneto (ou tataraneto) de um grupo político cujo bisavô é Plínio Coelho, o avô é Gilberto Mestrinho e o pai, ainda vivo, é o prefeito da cidade, Amazonino Mendes, que, sabendo o modus operandi do Partido dos Trabalhadores (PT), tratou de mudar para o PTB, passar a fazer parte da “base aliada” e jurar amores à presidente Dilma Roussef. Pelo poder que exercem atualmente, os dois Caciques do grupo são Amazonino Mendes e Omar Aziz. Serafim Correa (PSB), portanto, seria carta praticamente fora do baralho. Teria de constituir-se candidato de oposição e tentar uma aliança com o PSDB, de Athur Neto (PSDB). Da última vez que isso aconteceu, Correia venceu o grupo que aí está. Será que o PT de Brasília vai permitir isso de novo? Será que Eduardo Campos (PSB), cuja pretensão de ser a via que o PSDB não foi é mais do que evidente, não vais se bandear para uma aliança nacional com Gilberto Kassab (PSD) de vice? Pronto! Estariam criadas as condições para algo que hoje parece, se não impossível, pouco provável: Serafim candidato de Omar à prefeitura de Manaus. Essa possibilidade existe com ou sem a participação de Eduardo Braga (PMDB). Sem falar que o PT, em Manaus, como se sabe antecipadamente, fingirá que Francisco Praciano é o seu candidato, mas, deixará metade da turma com Amazonino Mendes ou com quem o Comitê Central (Brasília) determinar. Ainda há quem fale que até o empresário Paulo de Carli (hoje sem partido e vereador renunciante) pode ser candidato. E, pasmem! Com o apoio de Amazonino Mendes. Tudo o que falamos até agora não passa de mera especulação. Todos aguardamos as ordens de Brasília para, aí sim, fazermos alguma análise mais sólida do que pode acontecer nas urnas este ano.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O carimbo da Rede Globo na hipocrisia generalizada

A Rede Globo de Televisão perdeu uma grande chance de mostrar ao País o mínimo de dignidade nas decisões que toma relativas ao Big Brother Brasil (BBB). Durante três dias sofreu pressões nas redes sociais e tomou a decisão de eliminar o modelo Daniel Echaniz sob a alegação de comportamento inadequado. A grita geral era que Daniel havia se aproveitado (ou abusado sexualmente) da sua colega Monique. Acontece que no dia seguinte (ontem), em depoimento à Polícia, a moça negou que tenha havido estupro e disse que as cenas foram todas consentidas. No mesmo dia o apresentador Pedro Bial anunciou que a retirada de Daniel era para ele se defender melhor, porém, mesmo com o depoimento de Monique, a Direção do programa mantinha decisão de deixá-lo afastado por “comportamento inadequado”. Aí é a hipocrisia elevada ao quadrado. Cenas como as que rolaram entre Daniel e Monique sempre foram comuns nas edições anteriores do programa e até mesmo em novelas da emissora. Quer dizer que somente agora a Vênus Platinada teve uma crise de consciência e proteção à “família brasileira”. Se Daniel teve mesmo comportamento inadequado como alega a direção do Programa, Monique deveria ser eliminada após o depoimento dado à Polícia, uma vez que teve comportamento similar ao do colega, aliás, no vídeo, até gemeu muito mais. Caso contrário, a emissora deveria admitir que errou ao ceder às pressões e chamar Daniel de volta. Em assim não sendo, a emissora erra duas vezes e mantém a hipocrisia como regra.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Execração pública de Daniel: uma vitória da hipocrisia

A execração pública do modelo Daniel Echaniz e sua posterior eliminação do programa Big Brother Brasil (BBB), da Rede Globo de Televisão, é mais uma avanço da hipocrisia sobre a serenidade e o equilíbrio na vida em sociedade. Sempre lembro uma entrevista do cantor Gilberto Gil, ao deixar o Ministério da Cultura. Sem atirar para todos os lados, mas, com uma ponta de ressentimento ele disse que saia por descobrir que a hipocrisia é uma necessidade da vida em sociedade. O episódio envolvendo o modelo e uma das suas colegas do BBB (prefiro nem citar o nome) parece confirmar a máxima gilbertogiliana de que a hipocrisia (e os hipócritas) domina a cena da vida social. No episódio, há indícios fortes de que houve abuso sexual ou estupro. No entanto, as provas são insuficientes para condená-lo. Muito menos para crucificá-lo publicamente como fizeram nas redes sociais. Alguém já pensou que o modelo pode ter simulado todos os movimentos e nada ter feito com a colega? Essa possibilidade existe ou não quando se está numa turma de bêbados? Condená-lo e eliminá-lo porque a turma do Twitter e do Facebook quer é insensato e insano como foram insanos, chauvinistas e insensatos os argumentos condenatórios da colega de Daniel. Quer dizer que uma mulher, por beber além da conta, deve ser estuprada ou abusada sexualmente sempre? Que maluquice é essa? De onde alguns porcos machistas (e uma porcas) tiraram isso? O fato de uma mulher aceitar ir a um motel com você, tirar a roupa, deitar na cama e trocar algumas carícias pode demonstrar fortes indícios de que ela quer manter uma relação sexual com você (ou até mais de uma, se você aguentar), no entanto, não dá o direito de obrigá-la a continuar se ela, no momento da troca de carícias (ou até depois, antes do ato consumado) desistir. É bem-verdade que o orgulho do macho, nessas condições, ficará extremamente ferido. No entanto, por mais profundo que seja o ferimento, jamais dará o direito a ele de submeter a mulher qualquer tipo de violência. Que as pessoas tenham seus desejos de relações sexuais anais à vontade, isso é desejo de cada um, usar um ditado popular para justificar a barbárie é mais uma face desse machismo chauvinista e hipócrita que ainda predomina na sociedade. Tão grave quanto isso é execrar publicamente tanto o rapaz quanto a moça. E tão hipócrita quanto deixar que o Twiiter decida comportamentos em sociedade é querer impedir que o BBB seja exibido por um episódio carregado de suspeitas, mas, sem nenhuma comprovação. No BBB como na vida, a simulação é regra. Quando vamos assumir que a mulher precisa ser respeitada e que o exercício de uma sexualidade sadia não precisa ser hipócrita?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cracolândia digital: os viciados da vida moderna

Facebook, Twitter, FourSquare, Skype, MSN, Gtalk... fico a imaginar como seria a reação do Estado se decidisse combater a “Cracolândia Digital”. Cada um de nós, habitantes desse planeta digital, consumimos, dia-a-dia, doses dessa droga viciante chamada Internet. Somos assumidamente viciados. Dependentes do “on-line”. É urgente que se crie a AIA (Associação dos Internautas Anônimos) para tentarmos nos curar. Alguém pode imaginar um dia sem Internet e sem celular? Como zumbis, vagaríamos pelos cantos, irritadiços, quiçá trêmulos, em busca de um ponto de acesso. O isolamento digital trás mau-humor, irritação, reações típicas do uso de drogas. Somos tão dependentes quantos os crack-dependentes e não nos damos conta. Usuários necessitam de tratamento constante para se livrarem paulatinamente dessa droga da vida moderna. Temo, porém, que não haja cura! Ao que tudo indica, nosso destino é viver eternamente “on-line”.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O avanço feminino na Igreja Católica

Hoje, às 8h15, a missa da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira, foi celebrada por uma freira e um conjunto de mulheres. Fato raríssimo na Igreja Católica. Os padres da paróquia não estavam na cidade. Fiquei surpreso com o número de pessoas: a Igreja estava lotada. Católicos, tradicionalmente, não prestigiam celebrações se não forem comandas por padres. Daí a importância de, embora raramente, uma celebração ser comandada por mulheres. Quebrar esse paradigma de instituições dominadas por homens é uma luta contínua, que merece toda a minha admiração. Não consigo imaginar um Deus que não seja homem e mulher, macho e fêmea. E se esse Deus é justo, jamais discriminaria uma mulher e a deixaria de fora dos atos da vida. Homens e mulheres são seres vivos, portanto, não deveria haver distinção de gênero em nenhum âmbito da vida. É bem-verdade que a celebrante explicou a ausência do padre e uma parte da missa que ainda é reservada apenas ao sacerdote: a consagração da hóstia. Ainda assim, é um avanço e tanto permitir que algo seja celebrado na ausência dos padres. Ainda mais, por mulheres. Avancemos sempre!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Condenação pública de policiais é inadequada

O que é trágico por não ser cômico só nos dá vontade de rir: ontem, mais uma viatura das 466 entregas sofreu acidente. Captou! Em Nota Oficial, no dia anterior, a Secretaria de Estado da Segurança Pública anunciou que os Policiais Militares condutores dos veículos seriam responsabilizados e pagariam o prejuízo. Não me parece que seja o caso de condená-los de imediato a aplicar a pena do ressarcimento do dinheiro relativo aos carros avariados, algo que, sinceramente, duvido muito que passe do discurso. Não quero, aqui, isentar totalmente nenhum dos condutores envolvidos nos acidentes. Mas, será que apenas eles devem ser responsabilizados? Quem os obriga a desfilar, em disparada, também não tem responsabilidade nenhuma? Esses veículos, ao que parecem, foram adquiridos para auxiliar os policiais na execução dos trabalhos do dia-a-dia e não para serem personagens (principais) de uma encenação pública. Vale refletir sobre o assunto antes de condenar publicamente os policiais envolvidos. Que chega a ser cômica a situação, concordo. Pode até gerar algumas risadas iniciais. No entanto, o problema é muito mais sério do que aparenta.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A espetacularização da Segurança Pública no Amazonas

Transformar a entrega de veículos para uso pela Segurança Pública em um espetáculo só podia dar nisso: oito viaturas que tinham acabado de ser entregues avariadas e uma piada pronta que deve circular por muito tempo. O número de viaturas avariadas, aliás, também é uma incógnita. As primeiras notícias davam conta de cinco carros batidos no Vieiralves, depois mais três na Cidade Nova. Um radialista da cidade, porém, revelou, em seu Twitter, que no dia anterior, cinco automóveis tinham sido avariados antes mesmo de chegarem ao pátio de testes de Habilitação do Detran-Am, de onde partiram todas as viaturas ontem para um espetáculo de pirotecnia pelas ruas da cidade. Oficialmente foram entregues 466 novos carros das marcas Ford e Fiat para a Polícia Militar do Estado. Se os números extra-oficiais de avariadas divulgados estiverem corretos, 13 deles ficaram pelo caminho antes do espetáculo de entrega. Em não se confirmando a versão do radialista, são oito os carros batidos cinco entre si em um acidente e mais três, também entre si, em novo acidente na Cidade Nova. Dos cinco que se envolveram no acidente do Vieralves, no entanto, a Secretaria de Segurança Pública alega que dois conseguiram frear e somente três bateram, o que daria “apenas” seis carros avariados no mesmo dia. Isso é o que se pode chamar de “batidas”. Efetivamente se pode dizer que a Ronda dos Bairros começou com uma “onda” de batidas.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A dependência como política pública

Não me chocam e preocupam apenas as imagens dos dependentes químicos da chamada região da Estação da Luz, em São Paulo, afetados pelo crack. É estranho que o Estado não tenha mecanismos para implantar políticas públicas de combate à dependência em todos os níveis. Ao contrário, há políticas públicas efetivas para criar a dependência em milhões de pessoas. Se não a química, mas a dependência quase que completa por meio de bolsas e distribuição direta de renda. Se esse tipo de prática não for vinculado a ações de inclusão e oportunidades de trabalho, gera-se outra forma de dependência que culmina com o populismo de estado e a troca constante de favores por votos. Não se pode admitir uma sociedade cuja base, se não depende do crack, depende permanentemente das migalhas distribuídas em programas sociais. Como ação emergencial é estratégico, inclusive; para a vida inteira, porém, mais um vício.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Serafim: um estranho no ninho da base aliada

A nomeação de Thomaz Nogueira para a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que tomou posse ontem, parece deixar claro uma coisa: o ex-prefeito de Manaus, Serafim Correa (PSB) é tratado como um estranho no ninho da base aliada do Governo Federal. Além disso, evidencia-se o poder do senador Eduardo Braga (PMDB) e do governador Omar Aziz (PSD) junto ao poder central. O resto é conversa para boi dormir. Usado em numa das articulações mais bem sucedidas, urdida em Brasília para tirar Arthur Neto (PSDB) do caminho, Correa, agora, sem poder, ficou sozinho. Especulou-se que ocuparia a Suframa como “prêmio de consolação”. Localmente, por não fazer parte do grupo do senador Eduardo Braga, não passou de uma mera especulação a sua ida para Suframa. A ida de Nogueira para a autarquia só demonstra que o cerco se fecha e “tá tudo dominado”. Apesar da rejeição, Correa me parece ser o único político no Amazonas capaz de vencer o grupo que está no poder. Terá de fazer uma campanha competente, um governo melhor ainda, caso seja vencedor, porém, mais que tudo isso: tem de romper claramente com as “determinações” do poder central. Caso não, perde a chance que ainda tem de renascer das cinzas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Irresponsabilidade de motoqueiros e da Manaustrans

Hoje pela manhã, por volta das 6h45min, mais uma vez vi motoqueiros, aos montes, a fazerem manobras irregulares no acesso aos portadores de mobilidades especiais, especificamente cadeirantes, do Complexo Viário Miguel Arraes. O que era para ser um exemplo de cumprimento à lei que exige esse tipo de passagem serve de local aos ousados e arriscados motociclistas. O problema é que a ousadia deles põe em risco a vida de dezena de pessoas, além da deles, é claro. É a segunda vez que toco no assunto neste espaço e peço providências da Prefeitura de Manaus. Tá certo que o horário é cedo demais, porém, será possível que não existem marronzinhos de plantão que possam fiscalizar, multar e punir com rigor os motociclistas que fazem esse tipo de manobras diariamente? Insisto nesse assunto porque não me quero sentir culpado pela morte de alguém que pratica esse tipo de manobra. Que a Prefeitura de Manaus assuma a responsabilidade pela omissão atual de não fiscalizar o local nem alertar os motoqueiros para os perigos que correm e as vidas que colocam em risco.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Imagens dolorosas do crack em São Paulo

Foram de causar dó e, ao mesmo tempo, preocupação, as imagens da ação da Polícia Militar de São Paulo, nas áreas da Vila Buarque e dos Campos Elíseos, na capital da cidade. Acerta o governador daquele Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, quando diz que algo precisava ser feito. No entanto, a ação foi violenta e brutal, como várias ações da política daquele Estado, contra os usuários de drogas que, ao invés de serem “tangidos” como animais, precisam de tratamento. De que adianta enxotá-los de uma área se eles fugirão para outras áreas próximas e continuarão a consumir as drogas, uma vez que o Estado não lhes dá opções de tratamento e inserção social? Tanto o governador de São Paulo quanto a sociedade inteira precisam entender o combate às drogas não se dá apenas com ações policiais. Elas são necessárias sim, para se enfrentar os traficantes. Aos usuários, porém, é dever do Estado oferecer tratamento e não deixá-los nas ruas. Desde ontem estou com as imagens na cabeça e um nó na garganta: não posso conceber nenhum ser vivo tratado com tamanho descaso e violência.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Prioridades invertidas no Amazonas

Após a inauguração da Ponte Rio Negro, quem for para Iranduba lerá em algumas placas oficiais: “Duplicação da Estrada Manoel Urbano. Isso é criar oportunidades”. Não seria mais lógico ter duplicado a estrada à medida que se construía a Ponte do Bilhão? Será que os estrategistas do Governo do Estado só perceberam após a inauguração da Ponte que haveria a necessidade de duplicar a estrada? Duplicá-la agora, embora extremamente necessário, não trará mais incômodo aos usuários do que se fosse feito antes? Ao que parece, ainda perdura aquela ideia atrasada de que, se o trabalho necessário for feito depois, será visto por mais gente, afinal, o fluxo de carros na rodovia, após a inauguração da Ponte do Bilhão é maior. Com isso, mais pessoas terão a sensação de que o Governo trabalha. Pelo jeito, vão querer fazer o mesmo com a Ponte dos Trilhões, cujo tapiri para recolher assinaturas já existe em Iranduba: vão construir a Ponte sem que a BR-319 seja concluída. No Amazonas, os governos são tão previsíveis que já se sabe até como as coisas ocorrerão nos próximos dês anos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O populismo de estado e a vocação para Porto de Lenha

Manaus, definitivamente, parece ter uma vocação histórica para “Porto de Lenha”. E o grupo político que governa o Estado e a Capital, criador, mais de oportunistas do que de oportunidades, em cada ação diária, tende a confirmar os versos do poeta Aldísio Filgueiras, eternizados na música de Zeca Torres: “Porto de Lenha, tu nunca serás Liverpoool, com uma cara sardenta e olhos azuis....”. Enfrentei o temporal de ontem nas ruas da cidade. Em cada lugar que passava, a letra da música ficava mais cristalina em minha mente. Quando a energia elétrica foi embora e um caos completou se abateu sobre a cidade, o refrão teimava em voltar, segundo a segundo, como em fotogramas de um filme antigo. Sentia raiva do descaso, das grandes obras que geram mais suspeitas sobre a aplicação do dinheiro público que benefícios para a população. Via o descaso da própria população com a cidade. O lixo nas ruas. Passei por cima até de uma descarga de carro. Como conseqüência do lixo, ruas alagadas. Carros mais pareciam barcos. Um caos recorrente e irritante a cada novo temporal. É como uma tragédia anunciada cujos atores principais são canastrões que se revezam no poder há anos e transformam a cidade e o estado na vanguarda do atraso da prática política. Temos uma sociedade e um imenso grupo político que vive da troca constante de favores numa prática política nojenta, que afeta todos os níveis de poder no Amazonas. Mais que na infraestrutura, Manaus é um Porto de Lenha na rasteira política do populismo de estado. Simplesmente uma vergonha!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Peças publicitárias honestas do Governo do Estado

As peças da propaganda oficial do Governo do Estado do Amazonas (GEA) parecem ter saído da mesma “fornada” das que inicialmente animavam a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM). Quem não se lembra dos meus “elogios” aos “marqueteiros” de Amazonino Mendes (PTB) pela honestidade do slogan por eles criado. Nos quatro cantos da cidade se lia e se ouvia “Manaus, você merece uma cidade melhor”. Diante da inoperância do prefeito e da equipe, nunca se foi tão honesto na propaganda oficial de uma Prefeitura. Não demorou uma semana após as críticas aqui feitas e tudo mudou: as velhas placas e as peças de TV e de Rádio foram substituídas por “Manaus, uma cidade melhor”. Suprimiram o tal “você merece” tão esclarecedor e honesto. Agora, me aparece o Governo do Estado do Amazonas com várias peças no Rádio, na TV, Out-doors e Jornais que não poderiam ser mais honestas. O slogan é “Governo do Amazonas, criando oportunidades”. É bem-verdade que não revela se o Governo do Amazonas tem alguma relação com os oportunistas que andam se aproveitando das oportunidades criadas, como as criadas pela Ponte do Bilhão, por exemplo, aliás, oportunidade criada no Governo Braga e concluída no Governo Aziz. É como se, no fundo, a propaganda oficial esclarecesse: “As oportunidades nós criamos... se os oportunistas as aproveitam não é problema nosso”! Palmas! Pilatos também fez dessa mesma forma!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CONTRAN alerta motoqueiros


É mais do que necessário o alerta que o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) faz aos condutores de motocicletas em uma peça publicitária que toca nas rádios de Manaus. Certamente, trata-se de uma campanha nacional. Para a cidade de Manaus, é extremamente necessário que se faça uma campanha a reboque da campanha do CONTRAN. Tenho visto, diariamente, manobras proibidas e arriscadas de dezenas de motoqueiros que colocam em risco não apenas a própria vida, mas, a de inúmeras pessoas no trânsito da cidade. Seria interessante, por exemplo, que os marronzinhos da Prefeitura ficassem de plantão, a partir das 6h, no Complexo Viário Miguel Arraes. Lá, constantemente, no início do dia, motoqueiros fazem retorno no canteiro central sem nenhuma cerimônia. Alguns deles, mais discretos, fazem as manobras no legal reservado para a travessia dos portadores de necessidades especiais, principalmente cadeirantes. Além de serem manobras proibidas, são perigosas pelo risco de que graves acidentes ocorram. O condutor de veículo, por exemplo, precisa estar atento naquela área, uma vez que os motoqueiros surgem “do nada” e em alta velocidade, justamente para fugir de que alguém os veja praticando a manobra delituosa. Cabe à Prefeitura coibir esse tipo de manobra e, ao mesmo tempo, conscientizar os motociclistas dos riscos que eles correm em praticá-las.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O livre arbítrio de seguir e ser seguido

Não entendo a sanha de algumas pessoas em saber quem visitou seus perfis nos Facebook. Mensagens como essas podem carregar vírus fatais ao Hard Disk e à própria segurança dos dados pessoais de quem cai nessas armadilhas do mundo digital. Particularmente, só teria curiosidade em descobrir quem me visita no Facebook se me dissessem que a Presidente da República, o Governador do Estado e o Prefeito Municipal diariamente visitavam minha página. Como não acredito que nenhuma das três personalidades tenha interesse no que escrevo, prefiro valorizar coletivamente cada um dos amigos e amigas que me visitam e se importam com o que escrevo. Isso vale para as demais redes, como o Twitter, por exemplo. Não sou do tipo que só segue quem me segue e muito menos deixo de seguir àqueles (ou àquelas) que não me seguem. Durante anos critiquei a prática política do antigo Centrão baseada numa máxima mal-ajambrada de São Francisco de Assis. Penso que o cidadão, virtual ou digital, tem de ter o direito de ir e vir. De me seguir ou não, quando bem entender. O princípio do livre arbítrio, a meu ver, está acima do desejo individual de seguir e ser seguido. Abomino quem impõem ser seguido para me seguir. Faça por onde, demonstre que digita coisas interessantes. Convença-me que vale a pena te seguir que terás um seguidor. Mas, não tente me obrigar a segui-lo pelo simples fato de me seguir. Tal argumento é autoritário e chantagista. Não deve ser aceito em pleno Século XXI. Não o aceito!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Castração química para pedófilos

Tramita no Senado Federal, desde 2007, o Projeto de Lei 552/2007 que prevê a castração química para os casos em que o réu for condenado comprovadamente por crime de pedofilia. Pela demora em tramitar, muito possivelmente não sai do papel. Chego a pensar, inclusive, que se trata de uma Lei draconiana demais. No entanto, de acordo com os especialistas, um pedófilo jamais deixará de sê-los. Portanto, por mais dura que o seja, a Lei proposta faz sentido. E, quando vejo uma notícia como aquela de um padrasto que estuprou uma criança de 8 anos, chego a pensar que é urgente a ressurreição da Lei. O que não se pode é conviver com notícias diárias de violência sexual contra crianças e adolescentes sem que a sociedade se posicione de forma dura e exemplar. Passeatas e campanhas baseadas em oba, oba não resolver nada se as leis não forem duras na punição de culpados por esse crime horrendo.