segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Despedidas

Os anos passam e, parece, o coração fica “mais mole”. Talvez seja porque, com a idade, você passa a ver melhor a entender a importância da terra natal na tua vida. O que você é, sua formação, a forma de ver o mundo, tudo isso é resultado das interações na infância, na adolescência ... marcam a tua vida pra sempre. Aos poucos, o poeta renasceu, o compositor se mostra mais presente e já arrisco cantarolar algumas músicas. Antes algo tão normal e natural, voltar pra casa, hoje Manaus, agora se transformou em um processo de despedida, ou sejam, várias despedidas. Assim me sinto hoje: em clima de despedida, meio triste, meio arredio. Depois de tanto tempo longe, deixar a minha cidade natal, Sena Madureira, no Acre, não é mais tão simples. Voltar definitivamente? Não digo sim nem não. O homem chega a uma idade em que a única certeza são as incertezas. As despedidas também.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Proteção às borboletas

Na passagem da minha infância para a adolescência, ao ouvir a estrofe “eu sou como as borboletas, tudo o que eu penso é liberdade, não quero ser maltratado, nem exportado desse meu País...” passei a gostar de Benito Di Paula. A música chama-se “Proteção às borboletas” e ontem, final da tarde, início da noite, minha filha Carolina Guerra Monteiro, olhar estupefacto gritou: “Papai, papai... tira essa mariposa daqui!”. Corri com a sandália à mão. Deparei-me com uma borboleta negra, escandalosamente assustadora e bela ao mesmo tempo. Pedi: “minha filha, traga uma vassoura pro papai, por favor”. Ergui a Vassoura e comecei a cantarolar “Flor de ir embora”, de Fátima Guedes. “E lá vou, e lá vou.... Flor de ir embora, eu vou agora...esse mundo é meu”. A borboleta pousou sobre “os cabelos” da vassoura e eu a conduzi até a varanda, coloquei a vassoura para fora, e, em meio a uma chuva intermitente, soltei a borboleta e disse: vai segue a tua sina de liberdade. Vai ser feliz!. Estou a ouvir e ouvia “Flor de ir embora” enquanto escrevia este post. Ouça, se puder e se quiser em http://www.youtube.com/watch?v=WxYrSEOx5yM.


Visite também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro

sábado, 29 de janeiro de 2011

O mérito e o fato

Thiago de Mello, Chico da Silva e Luiz Bacellar merecem sim algum tipo de remuneração pelo tanto que já contribuíram para a cultura do Amazonas. O problema é comparar três ícones da cultura a alguns políticos “amigos do rei” e usar o mesmo argumento para agraciá-los com aposentadorias vitalícias, como se não bastassem as pensões polpudas para ex-governadores. Mérito e demérito são faces da mesma moeda, o fato, porém, é que, fazer “caridade” com o dinheiro público tem sido uma prática rotineira na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM). Essa prática é reprovável. A democracia brasileira chegou a um ponto de maturidade que práticas similares a essas devem ser combatidas vorazmente pelos administradores. Apesar de reconhecer o mérito dos poetas e do compositor Chico da Silva, sou terminantemente contra a estatização da cultura. Em todas as áreas, a competição qualitativa por um espaço deve ser incentivada, inclusive, para gerar um olhar crítico dos próprios autores sobre suas obras. Em se tratando das pensões vitalícias para os políticos, ainda preciso ser convencido da necessidade delas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inteligência política

Podem dizer o que quiser sobre o senador Eduardo Braga (PMDB), jamais, porém, que ele não tem uma “inteligência política” acima da média. Às vezes, a pretensão e o ego são maiores que o próprio corpo: por isso, inclusive, suas asas foram podadas por aves-de-rapina mais experientes, em Brasília. Jogando como bem o sabe, porém, Braga tem potencial para entrar no time das águias do partido. Talvez Renan Calheiros (PMDB-AL), que não deixou Braga voar como queria, tenha pensado como o então atacante Romário, em uma das suas tiradas famosas:”o cara entrou no ônibus agora e já quer ficar na janela!” No mais, o senador amazonense sabe bem usar fatos políticos a seu favor. Essa ideia de abrir mão da aposentadoria de R$ 20 mil para ficar com o salário de senador, além de oportuna, é um bom exemplo a ser seguido, inclusive pelos seus colegas de partido. É uma boa bandeira para Braga começar a ser visto com outros olhos no País inteiro.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ah essa oi!

Dia desses, quando ainda estava em Manaus, liguei para a Central de Atendimento da Oi para solicitar o aumento da banda de Internet. Foi um suplício obter informações. Depois de uma longa espera fui informado que, em Manaus, desde o dia 22 de dezembro, era possível contratar até 1 mega por R$ 69,90; porém, só havia cobertura em algumas áreas da cidade. A tabela atual da Oi para a cidade é a seguinte: 300k sai por R$ 39,90. Em seguida, tanto 600k quando 1 mega custam R$ 69,90. Acontece que esses valores servem apenas para os novos planos. De acordo com a atendente, a Oi irá atualizar automaticamente ou por meio de uma solicitação a velocidade dos antigos contratos. No entanto, não haverá diminuição no preço dos planos. Em suma: quem paga um absurdo de internet banda lagar terá de continuar pagando valores estratosféricos. Com a palavra o Procon.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estupro dos miseráveis

A miséria que encontrei na Vila Evo Morales, na Bolívia, quase corta meu coração. Trouxe de volta lembranças da infância: pobreza, miséria, falta de estrutura. Minha Sena Madureira não oferecia oportunidade nenhuma. Tive de sair. Fugir para Manaus, em 1979, levado por um primo, Alfredo Bulbol, a quem jamais esqueço. Sem a oportunidade de chegar em Manaus, conviver à rua Pedro Botelho com a rua dos Andradas, viver o clima do poder e dos bastidores da Manaus daquela época. Frenquentar o Muruama Clube de Campo. Estudar no Colégio Brasileiro Pedro Silvestre. Sem todo esse processo de diáspora, encontros e desencontros, eu não seria o profissional que sou hoje. Essa base de contatos, amizades, trocas de experiência e respeito se mantém. Sempre respeitei os que não transitam por minhas convicções políticas. Jamais me acovardei. Incomoda-me, porém, até hoje, a forma como os grupos políticos exploram a miséria. E foi esse o elo que me cortou o coração na Vila Evo Morales: no Amazonas, no Acre...na Amazônia, há um processo de estupro dos miseráveis, em todos os sentidos, que precisa ser estancado. Nosso desafio de cada dia.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Mercado de corpos

Uma matéria na televisão sobre “troca de cadáveres” propiciou uma pergunta de minha mãe: “Meu filho, será que tem que roube cadáver?” Tal pergunta revela o mundo que minha velha mãe criou na cabeça dela: nele cadáveres não são roubados, muito menos violados. Mal sabe ela que existe um mercado de cadáveres no País que cresce à medida que os cursos de Medicina são abertos. Trata-se de um mercado paralelo de lucros estratosféricos, que se move à custa das necessidades dos estudantes de medicina de todo o País. Por necessidade acadêmica, os estudantes de medicina precisam estudar anatomia. Portanto, os cadáveres são essenciais para a evolução dos estudantes de medicina, logo, para a cura dos que ficam. Como, culturalmente, a sociedade tem uma relação e devoção e proteção do cadáver de seus mortos, criou-se uma espécie de câmbio paralelo. Em alguns casos, estudantes das universidades federais fazem cota entre si e também terminam comprando os cadáveres nesse mercado. O tema precisa ser tratado com mais profissionalismo e respeito aos que ficam vivos. Ainda é tempo.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Condições subumanas

Pensei, pensei, pensei ..., não posso deixar de registrar minha indignação a respeito das condições subumanas às quais são submetidas as pessoas que trabalham e os clientes, na Vila Evo Morales, lado boliviano da acreana Plácido de Castro. Pontos comerciais de madeira se apinham em duas ruas sem asfalto, esgoto e água. Banheiros não existem muito menos água potável. Produtos chineses falsificados misturam-se com alguns raros originais. A pirataria de CDs é explícita. Não há um dia sequer, porém, que a Vila não seja invadida por compradores, acreanos ou visitantes do Estado, em busca de “galinhas-mortas”. Basta se atravessar uma ponte de madeira para entender a diferença entre a presença do Estado, ainda que mínima, de Plácido de Castro, e a ausência completa da Vila Evo Morales. A Armada Boliviana Rapijrran mais parece uma piada. E, pasmem, Evo Morales fez mais pelos pobres bolivianos que todos os governantes anteriores. A Vila que leva o seu nome é uma prova da miséria antiga e atual à qual esse povo é submetido: uma vergonha! As fotos completas estão no álbum “Vila Evo Morales” do meu Facebook: www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Modelos de costas e camisetas peduradas em um casebre

A Armada não tem gente nem armas

Nem na guarita

Eis o local do asseio em uma das "lojas"

O lixo nas ruas de barro

Pirataria globalizada

Detalhe em foco do lixo na ruas

domingo, 23 de janeiro de 2011

Curiosidade

Ontem, ao passar em frente à chácara da deputada federal eleita pelo Partido Social Cristão (PSC) do Acre, Antônia Lúcia Câmara, mulher do deputado federal pelo PSC do Amazonas, Silas Câmara, não me contive. Fotografei a fachada. E me perguntei: quantos segredos da política do Amazonas e do Acre, talvez, não estejam aprisionados por trás desses muros? Certamente essa não é apenas uma curiosidade minha.


sábado, 22 de janeiro de 2011

História nas ruas e praças

Meu programa de férias, ontem, foi mostrar um pouco de Rio Branco, capital do Acre, aos meus dois filhos, paulistanos de nascimentos, acreanos por adesão ao pai. Um passeio no parque da maternidade, uma parada na sorveteria, uma sessão se cinema, uma caminhada pelo centro até o Mercado passando na frente da ponte Wanderley Dantas, seguida de uma caminha sobre a passarela Joaquim Macedo. Aqui, chama-nos a atenção as rodas, mecanismos usados na antiga ponte que hoje se chama Wanderley Dantas, para alçá-la. Trata-se de uma ponte que era sempre elevada para permitir a passagem dos navios que abasteciam que se localizam “subindo o Rio Branco” e seus afluentes. A história do Acre, hoje, é contada nas ruas e praças, como se Rio Branco fosse um Museu a céu aberto. Parte dessa história nossos leitores e leitoras terão aqui. Quem quiser imagens mais detalhadas dessa história ao ar livre, basta acessar o mural do meu Facebook no endereço www.facebook.com/GilsonMonteiro.





sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Belo monte, heim! De quê?

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Florestal (Ibama) Abelardo Bayama Azevedo, renunciou à Presidência do órgão. Bayama Azevedo é mais um, ao longo do tempo, que cai em função de pressões para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. As pressões também derrubaram o antecessor de Bayama Azevedo, Roberto Messias, que renunciou no ano passado. Nem mesmo a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, resistiu às pressões. Caiu, deixou o Partido dos Trabalhares (PT), ingressou no Partido Verde (PV), transformou no maior fenômeno eleitoral das eleições passadas e terminou por provocar, indiretamente, o Segundo Turno. Enquanto técnicos do Ibama e especialistas consideram que o Complexo Hidrelétrico de Belo monte será o mais completo desastre ecológico da região, políticos pressionam os órgãos reguladores para a concessão da licença ambiental. Enquanto ela não sai, que dirige o ó

rgão por convicção e tem responsabilidade social, cai, feito pedras de dominó.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mosquito solto

Agentes de saúde do município de Sena Madureira, Acre, localizado 144 quilômetros distante da capital, Rio Branco, fizeram, ontem, um mutirão de visitas às residências para conscientizar as pessoas sobre o problema da dengue no Estado e no município. Enquanto um dos membros da equipe apresentava dados sobre a doença, outro circulava pelos quintais em busca de focos e larvas do mosquito. Os números são alarmantes. Para que a situação esteja sob controle, os agentes de saúde devem encontrar, no máximo 1% de larvas do mosquito. No bairro do bosque, um dos mais populosos de Sena Madureira, há 6% de larvas. Além da visita e do trabalho de eliminação de focos da doença, casas e ruas eram borrifadas para evitar que o mosquito prolifere. Não apenas no Acre, mas em todos os estados da região Norte, a participação da população e essencial para eliminar locais de risco. Nem tampas de garrafas nem latas vazias, de cervejas ou refrigerantes, deve ser deixadas ao vento. Em uma delas o mosquito pode se reproduzir.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Convenções

Convenções nunca me levaram a lugar nenhum. Padrões menos ainda. Na vida em sociedade, porém, quem os quebra cai em desgraça. Conceitos e preconceitos devem ser quebrados sempre, em tese. Na prática, somos escravos dos padrões e convenções. Por convicção, defendo a plena liberdade, até de se prender: a alguém ou a algo. Evito deuses! Mas, os crio a toda hora. Criamo-nos a toda hora. O deus dinheiro, o deus trabalho, as deusas fidelidade, felicidade. Queremos o tudo, quando a vida, esse sopro de luz, não passa de um nada. Somos nada e pensamos ser tudo. O ontem é passado, o amanhã pertence a Deus apenas para aqueles que nele acreditam. O hoje é meu, teu, nosso. E só, somente, os segundos, os milionésimos de segundo. Criamos prisões individuais e a ela nos prendemos. A felicidade é uma soma de milionésimos, infinitésimos de momentos felizes. Nosso desafio é sermos capazes de fazer essa soma sem o uso de nenhum tipo de “novas tecnologias”. Talvez a felicidade seja uma operação de soma zero, sem padrões e convenções. Alea jact est.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A porca

Encontrar Francisco Mendes de Souza, 76 anos, o Chico Neco, em um almoço sábado, no restaurante do meu amigo João Nunes, o Ducuca, trocar ideias e ouvir histórias sobre a Sena Madureira antiga e meu pai, contemporâneo dele, foi algo enriquecedor. Cortador de seringa do começo da vida, Chico Neco reclamou do fato de a presidente Dilma Rouseff ter vetado a lei que equiparava os vencimentos dos antigos soldados-da-borracha, aos pracinhas. O humor, marca do velho Paulo Guedes quando em vida, também foi lembrado por Chico Neco. Uma das estórias que corriam pela cidade, assemelha-se às do Boto Tucuxi, no Amazonas. Em Sena Madureira, às 22h, a energia elétrica era desligada. Chico Neco era o responsável pela usina termoelétrica da cidade. Era o “homem da luz”. Pois bem, todos os dias, quando a energia era desligada, a porca saia pela escuridão da cidade a assustar as pessoas. Na verdade, tratava-se de um dos habitantes, que se aproveitava da falta de energia para encontrar suas namoradas, geralmente mulheres casadas da cidade. Para despistar os maridos, imitava o somo de um porco. Ficou conhecido, então, como “a porca”. Neco não revelou o nome de “a porca” nem sob tortura. O máximo a que chegou foi dizer que as suspeitas recaiam sobre um ex-prefeito muito conhecido pela fama de conquistador e um filho de empresário, à época, bem-sucedido na cidade. Nos dois casos, a porca já geria morrido faz tempo. No entanto, a julgar pelos números de bacuris que aparecem nas ruas, sem pai, a porca ainda trabalha muito durante as madrugadas de Sena Madureira. Com ou sem energia elétrica ligada.
Chico Neco e Duduca relembram estórias e histórias

Detalhe de uma das lendas-vivas da cidade

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Baixaria na TV

Não vejo nenhuma graça no programa “Pânico na TV”, não entendo como meus filhos gostam tanto e ainda não encontrei uma forma de convencê-los que aquilo tudo não passa de um besteirol sem a menor graça. Recente pesquisa da campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania’ só confirmam minhas impressões: pela segunda vez o programa Pânico na TV, da Rede TV, é o campeão da baixaria na TV, de acordo com as denúncias dos próprios telespectadores. As maiores denúncias são de apelo sexual, incitação à violência, apologia ao crime, desrespeito aos valores éticos da família e preconceito. É bem-verdade que esse itens são subjetivos quando aos jungamentos. Ainda assim, podem servir como base para os próprios pais, conjuntamente com os filhos, eliminarem programas dessa linha das suas preferências. Dos cinco programas mais denunciados, os dois reincidentes são “Pânico na TV”, da Rede TV, e “Se liga Bocão”, da TV Itapoan, afiliada da Rede Record. Há ainda o “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes; “A Fazenda”, da Rede Record; e “Chumbo Grosso”, programa regional da TV Goiânia, afiliada à Rede Bandeirantes. Denúncias sobre baixarias na TV podem ser feitas por meio do site www.eticanatv.org.br e do Disque Câmara (0800 619 619).

domingo, 16 de janeiro de 2011

Irresponsabilidade em grupo

Costumo dizer que os acidentes, via de regra, são frutos da irresponsabilidade de, pelo menos, um dos envolvidos. Aviões não caem, carros não se batem, motos não derrapam. Derrubamos, batemos e derrapamos. Só para ficar em três exemplos. Ontem, em Sena Madureira, registrei cenas de irresponsabilidades explícitas: trafegar nas estradas em Toyotas ou quaisquer outras marcas de veículos sem proteção é crime que deveria ser punido rigorosamente. O Estado não faz nada, porém, e nós também calamos. Os protagonistas devem imaginar que nunca acontecerá com eles. As fotos que mostro a seguir dizem tudo. Uma pena que nós, os seres humanos, valorizemos tão pouco esse sopro de vitórias e derrotas, felicidades e tristezas que é a vida.


sábado, 15 de janeiro de 2011

Cheiro de província

É impressionante como Manaus avança em obras, mas mantém relações tão íntimas entre os poderes que não perde o cheiro de província. Grande parte da imprensa (e da mídia em geral) mantém relação quase promíscua com quem está no poder e contribui decisivamente para que o provincianismo mantenha-se em alta. É uma subserviência tão escandalosa que beira à submissão. Quando o poeta Aldísio Figueiras proclama “...tu nunca serás Liverpool”, certamente, não se refere às questões arquitetônicas, mas sim, às relações políticas. A Manaus dos anos 2011 ainda é uma cidade na qual prevalecem as amizades, as relações de compadrio e o puxa-saquismo explícito. Ser profissional e independente parece ser pecado mortal em todas as áreas. No jornalismo, então, nem se fala: é passaporte para o inferno. Um inferno de perseguições, falsos boatos, injúrias e difamações, inclusive. Arejar as relações em todos os níveis para modernizar o Estado é missão de todos nós. Aceitam o desafio?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Relações perigosas

A nomeação do defensor público Fernando Figueiredo Prestes, filho da desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), para Chefe de Gabinete Pessoal do governador Omar Aziz (PMN) é um acinte. Não é o salário mensal de R$ 15 mil que torna a relação para lá de perigosa, mas sim o fato de o governador ser motivo de quatro ações movidas contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF) por abuso de poder econômico nas últimas eleições. Do ponto de vista legal não há nada que impeça a tal nomeação. Há, porém, que se retomar a velha máxima popular de que “à mulher de César não basta apenas ser honesta, mas, parecer honesta.” Logo, chamar o filho da pessoa que vai me julgar para um cargo cujo salário é de R$ 15 mil, gera, na melhor das hipóteses, desconfiança. E tanto ao governante quanto à desembargadora, crise de confiança por parte dos governados e possíveis julgados não atinge só quem ocupa os cargos, mas, as duas instituições. Não é recomendável, em hipótese nenhuma, relações desse tipo. Para o bem de quem governa, de quem julga e da sociedade, por mais que, aprioristicamente, todos sejam honestos até que prove o contrário. Relações assim, porém, parecem ser a regra deste grupo político que se alterna no governo do Amazonas. Lamentável!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Atraso programado

Fiquei curioso ao receber um e-mail da Gol Linhas Aéreas informando que “por motivos operacionais” o voo 1939, com “destino a Cruzeiro do Sul e escalas em Porto Velho e Rio Branco” havia mudado os horários. Antes previsto para sair de Manaus às 9h10 e chegar em Rio Branco às 11h10; agora sairia às 8h55 e chegaria em Rio Branco às 11h50. Vá entender! Antes de se embarcar é mesmo difícil de entender. Depois de se embarcar na aeronave às 8h35 e só sair às 9h42, aí sim, você entende o comunicado da empresa. No voo de ontem, o atraso em Manaus foi provocado pelo “acoplamento” do veículo que empurra a aeronave antes do ligamento das turbinas. Poucas vezes vi uma empresa aérea ser tão precisa em prever os atrasos. Deu até a impressão de que se tratava de um atraso programado, para não cair nas garras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O certo é que o voo só chegou em Rio Branco às 12h20, embaixo de uma leve chuva. Se você quiser ver fotos com detalhes da aeronave e de todo o voo, basta ter Facebook e visitar-me em www.facebook.com/GilsonMonteiro.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mordida no bolso

O Leão do Imposto de Renda, além das garras afiadas e malhas (finíssimas por sinal), não deixa, também, de afiar os dentes (será que não são de marfim?). As mordidas são dadas lentamente nos bolsos de cada um de nós, cidadãos comuns, os contribuintes. Elas acontecem sem que percebamos. Há três anos, ou seja, desde 2007, a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) é corrigida pela meta de inflação, ou seja, 4,5% (quatro e meio por cento) ao ano. Como a inflação anual é muito acima dos 4,5%, tiras de tecidos dos bolsos ficam anualmente entre os dentes do Leão. No início deste ano, o Governo Federal anunciou que não haverá mudanças. De acordo com dados do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco Nacional) de 1995 até o ano passado a tabela precisava de 64% (sessenta e quatro) de ajuste. Com a medida atual do governo de não mexer na tabela, a defasagem sobe para 71,5% (setenta e um e meio por cento). O que isso significa? Para compensar toda a inflação de 1995 até hoje a tabela deveria ser corrigida em exatos 71,5%. Como isso não acontece, o contribuinte brasileiro, ou seja, nós, deixamos entre os dentes do Leão retalhos de tecidos. De retalhos em retalhos, o Governo Federal consegue, apenas sem corrigir a tabela, elevar a arrecadação tributária. Como a arrecadação oficial de 2010 deve chegar à casa dos 18 bilhões. Com a medida de não corrigir a tabela, o Governo infla a arrecadação em aproximadamente R$ 810 milhões. Em suma, bolso de contribuinte é bom, o Leão adora mordê-lo e o Governo fica rindo de longe. Só olhando!


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cenas da madrugada

Dias desses, chegava em casa avenida São Jorge. Ao manobrar para a avenida Djalma Batista, por volta de meia noite e meia, uma criança atravessava a rua acompanhada de dois “prestadores de serviços sexuais” que ali fazem ponto. Indignei-me, mas não tomei nenhuma atitude. Ainda não me perdoei por não ter feito nada. Ainda que fossem os pais da criança, aquela era a hora menos imprópria para um “passeio com a criança”. Não tenho nenhum tipo de preconceito contra o casamento de homossexuais. Muito menos se incentivam o filho a seguir na “profissão”. Talvez não fosse nem isso aquela cena que vi. Acontece que, em se tratando de homossexuais ou heterossexuais, crianças “zanzando” pelas ruas altas horas é ilegal. Que as autoridades comecem a tomar providências, principalmente nas imediações das avenidas Constantino Nery e Djalma Batista. Nas madrugadas há cenas sempre muito suspeitas de exploração de crianças e adolescentes que precisam ser investigadas.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Efeitos da CPI?

A flutuação do preço dos combustíveis nos postos de Manaus praticamente deixou de existir. Pelo menos no mês de dezembro e no início de janeiro não apareceu nenhuma daquelas promoções que jogava o preço da gasolina para R$ 2,40 até o final do mês e subia, de novo, para a casa dos R$ 2,70 no início de cada mês. Agora, não se sabe se pelas investigações que se arrastam na Câmara dos Vereadores, da CPI dos Combustíveis, ou se pelo fato de as festas praticamente obrigarem as pessoas a se locomoverem, as promoções minguaram. Somente um posto, durante todo o período, manteve o preço da gasolina em R$ 2,66. Nos demais, em todos os pontos da cidade, o preço fixou-se em R$ 2,70 e não se mexe nenhum pouquinho para baixo. Ontem, já passei por um deles que baixou para R$ 2,69. Ao que parece, depois de tantas pressões da CPI, os donos de postos de gasolina resolveram segurar os preços no topo. Com isso, quem paga o pato é o consumidor final. Sem as promoções, a gasolina de Manaus fica entre as mais caras do Brasil. Perde até para um posto em Iranduba no qual o preço é menor que em Manaus. Vá entender!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Serviços de bordo

Se o problema do brasileiro na hora de viajar se resumisse ao atraso dos voos seria um paraíso. Os serviços de bordo, de forma geral, são horríveis. A Varig deixou saudades, mas, talvez por isso tenha ido à falência. Enfrentar horas e horas de voo na Gol Linhas Aéreas é um horror. Não tem quem agüente tantos minúsculos torrones e microbolachas redondas. Quanto mais você viaja pela Gol, mais enjoa os tais lanchinhos. Sempre acompanhados de “água, suco ou refrigerante.” O suco de laranja é o mesmo há anos. Certamente em função da reclamação dos passageiros, a Gol anunciou que venderia lanches em alguns voos. Fiz dezenas de viagens de trabalho pela empresa e não tive a sorte de comprar um desses lanches. Quem teve a sorte de tomar algum voo no qual sirvam o McGol? A TAM Linhas Aéreas até que não descuida dos passageiros. As balinhas tradicionais não foram retiradas do início dos voos. Servem um lanche modesto, mas servem. Acompanhado até de cerveja. Normalmente uma Sol (às vezes quente). Bem, cá entre nós, quem disse que Sol é cerveja? Mas, há 10 mil pés de altura, desce quadrada, mas, desce. Em termos de serviços de bordo não há comparação: a TRIP Linhas Aéreas é a campeã. Pelo menos em minha opinião. Ainda não viajei de Azul daí não poder me manifestar sobre. Espero que seja no mesmo padrão da Trip.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Tortura psicocenternética

Não basta ter um Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Faz-se necessário um Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC) cuja sigla, curiosamente, seria a mesma sigla. O problema é simples: sem nenhum tipo de critério os bancos encaminham cartas automáticas ao SPC e negativam o nome dos seus clientes. Tivessem a mesma rapidez em mandar retirar o nome, causariam menos problemas, a não ser o constrangimento de, ao ir realizar uma compra, o cliente deparar-se com restrições ao seu nome. Por si só isso já seria gravíssimo, ainda mais para quem está com as contas em dia. Acontece que atualmente, talvez pela rapidez da circulação de informações digitalizadas, um dia depois do vencimento os tais sistemas internos dos bancos já registram o nome do cliente. E, certamente, encaminham aos órgãos de proteção ao crédito. Como o processamento das informações bancárias demora até cinco dias úteis, sobra, mais uma vez, para o consumidor. Ontem fiquei 1h15min22segundos esperando para ter um problema desse tipo solucionado pelo banco Itaú. Hoje, ao verificar no sistema, mais uma daquelas cartas automáticas registravam dívidas já pagas. Nome negativado indevidamente: nova tortura psicocenternética. Ouvir aquela música seguida da mesma frase: “Aguarde mais um momento, por favor.” Foram mais 37min52segundos de espera. A cada dia que passa me descubro paciente: se não um homem paciente, pelo menos um consumidor.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Péssimo atendimento

O atendimento das empresas prestadoras de serviços telefônicos é péssimo. Certamente por pressão da agência reguladora, chegou ao ponto em que, atualmente, elas gravam todas as conversas e, no início, solicitam que se confirme se o telefone do qual o cliente fala é o mesmo para o qual devem retornar “caso a ligação caia”. Ora, esse tipo de preocupação deixa evidente que os serviços por elas prestados não merecem confiança nenhuma. No core do negócio, que é manter as pessoas em contato, eles falham. Mas, se o problema do cliente for cancelar a linha telefônica, aí sim, vai se tornar um problema muito maior: a linha cai, o sistema fica inoperante, isso sem antes você esperar horas e horas ouvindo uma música incidental que se torna irritante pelo tempo de espera. É regra nas telefônicas, nos bancos, nas empresas de cartões de crédito. Todas negam o direito legal ao consumidor a trocar de operadora, de cartões, de bancos. Na prática, o direito de ir e vir é negado, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) jogado na lata do lixo. Já pensei em gravar a música “Florentina”, do Tiririca, e, depois de toda a espera para ser atendido, quando alguém de uma dessas empresas resolvesse me atender ouviria: “Aguarde só um momento que, agora, quem não pode atender só eu”. E tascava Florentina no ouvido deles durante mais de uma hora. Quanto tempo será que agüentariam?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Comida por catálogo

Cardápios nas mãos, sorrisos nos lábios e muita graça. Essa é a receita da concorrência entre os restaurantes e lanches das praças de alimentação dos shoppings centeres brasileiros. Aqui em Manaus, principalmente no Manauara, a prática virou uma febre. Quanto mais a praça está lotada, mais gente se aglomera e mais jovens (normalmente garotas) desfilam, cardápios à mão, a distribuir sorrisos e a ofertar pratos, doces e iguarias de todos os locais do mundo. As chamadas Praças de Alimentação, com esse tipo de prática, resgatam as antigas vendar por catálogo. Como, ainda que sejam pratos, mais se assemelham a lanches; fica-se com a impressão de um mercado persa moderno. Vendedoras tentam despertar a fome do corpo sem nem se preocupar com o espírito do freguês ou da freguesa. Aliás, até nisso o machismo predomina: seria interessante equilibrar o número de garotas com o mesmo número de rapazes: porque só os homens teem o direito de “limpar a vista” nesses estabelecimentos? Outra curiosidade do Manauara é que existe uma Academia de Ginástica na Praça da Alimentação. Trata-se de uma prisão cíclica: você queima calorias na academia e depois e obrigado a atravessar uma praça inteira com odores a te excitar a gula. Certamente, come-se de novo e as calorias queimadas voltam: um bom ciclo de negócios para todos os envolvidos no comércio, inclusive o Shopping.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Encontros e esbarrões

A vida nos promove encontros, esbarrões, abalroadas. A correria do mundo moderno, do trabalho das contas a pagar não nos deixa perceber que até nos acidentes o destino nos coloca diante de pessoas, de seres humanos, de gente que, talvez, no fundo, devessem mesmo cruzar nossas vidas. Se não por mero acaso, mas, para mudar nossos conceitos e pré-conceitos a respeito da nossa condição humana. Por falta de atenção, ou pelo fato de o ouvido direito ter perdido metade da capacidade auditiva, não sei ao certo, ontem, não percebi que um veículo preto, um Honda Civic, estava ao lado do meu Fiesta vermelho, na mesma rua e no mesmo local onde, um dia encontrei o então candidato ao Governo do Estado, Omar Aziz, quase em frente à Montana Veículos da Avenida Mário Ypiranga Monteiro, vindo da Darcy Vargas para pegar a alça direita do viaduto. Qualquer falta de atenção ali é fatal. Sempre é preciso olhar para a esquerda e para a direita. Para a esquerda a fim de tentar pegar a pista correta para entrar no viaduto Miguel Arraes. Para a esquerda a fim de não abalroar o motorista que tenta aproveitar a sua ida e também fazer o mesmo. Bem-negociados, os dois movimentos acontecem sem problemas. Dessa vez fui mau-negociador: peguei a ponta do pára-choques do carro preto. Amassei as duas portas do meu Fiesta. Nem discuti se tinha razão ou não: nunca faço isso nos acidentes de carro. Não tenho tempo para esperar perícias e ficar um dia inteiro. Minha vida, meus compromissos valem mais. Já fui enganado algumas vezes por confiar, nunca enganei ninguém quando me propus a pagar os prejuízos. Costumo cumprir rigorosamente, na prática, as ideias que defendo. Mãe e filha saem do carro preto (não direi os nomes por não ter pedido autorização delas). A mãe nervosa demais. Falou dos compromissos do dia, dos documentos que iria providenciar para a filha “tirar” a carteira de motorista, dos pagamentos que iria fazer. Retruquei que também estava ali porque iria fazer alguns pagamentos, mas que ela ficasse calma que eu pagaria todos os prejuízos. A filha, mais calma, pegou o cartão no qual anotei todos os meus dados. O olhar da moça parecia dizer:”mãe, confia nele. Ele não vai te enganar”. Não demora e ela diz:”mãe, ele não disse que vai pagar tudo? Fica calma!”. Ao apelo da filha a mãe parece ter atendido. Mas me disse: ”Tudo bem, seu Gilson. Mas, só se o senhor me acompanhar agora até a minha Oficina de confiança. Não vou nem levar para Concessionária se não eles vão cobrar uma fortuna do senhor”. Acompanhei o carro dela até a Oficina. Fizemos o orçamento. Paguei os prejuízos causados no veículo dela na hora. Então ela comentou, sobre o dono da oficina: ”Ele é de confiança, foi o meu primo, que é juiz, que me indiciou.” “E quem é o seu primo”, perguntei. Ela me disse o nome do juiz, um amigo de adolescência, com quem joguei bola no Muruama Clube de Campo. Ela me revelou que também freqüentou o Muruama algumas vezes. Só naquele momento tive a certeza de que o acidente foi uma forma que a força superior usou para promover o encontro de duas pessoas que no fundo, tinham algum tipo de afinidade, mas que, na correria da vida normal, talvez, jamais, se encontrassem. Antes de dizer de quem era prima, ela me pediu desculpas e justificou-se: “Duas vezes bateram o meu carro, disseram que pagariam tudo, na vinda aqui para a Oficina fugiram. Por isso agi daquela forma com o senhor”. Despedi-me dela com um abraço, acenei com a mão para a filha, que estava dentro do carro, e desejei felicidades às duas. Ela me disse que depois daquela iria vender o carro, pois era a terceira vez que batiam nele. Seguimos nossos destinos. Eu, alguns reais mais pobre. Feliz, porém, por ter, certamente, resgatado naquelas duas pessoas a crença no ser humano. Por volta das 11h30, senti-me na obrigação de ligar para ela e pedir desculpas pelo incômodo causado. Ela também desculpou-se mais uma vez por “ter desconfiado” de mim. Pedi a ela que não vendesse o carro apenas pelo fato de ter acontecido mais um acidente. Disse a ela que, como na vida, os carros sofrem encontros, esbarrões, aranhões. O importante é tirarmos desses episódios ensinamentos que nos tornem melhor a cada abalroada da vida. Estou em paz, tranqüilo e, apesar do acidente, feliz. Feliz da vida! Feliz com a vida!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tragédia coletiva

Os diálogos estarrecedores entre jovens que sonhavam com um “atirador de elite” na posse da presidente Dilma Roussef não podem ser aceitos em hipótese nenhuma, devem ser diariamente combatidos, porém, não nasceram única e exclusivamente na cabeça daqueles jovens. O desejo deles é fruto da sociedade midiática na qual vivemos cuja marca é o espetáculo: tudo se transforma em tragédia, inclusive as tragédias. Ou alguém vai me dizer que a cobertura da morte de John Kennedy não foi um espetáculo? Ler os diálogos, avaliá-los e deles tirar pistas para futuras decisões é nosso dever de educador. No entanto, não se pode condenar individualmente esses jovens. São, como nós todos, vítimas da espetacularização da vida. Aos olhos deles, e na mente mais ainda, uma posse como aquela merecia um “grand finale”. Atiradores, tragédia, comoção nacional, o Brasil na mídia do mundo por vários dias. Isso daria filmes, histórias de vida, lendas urbanas, quase um ambiente da Grécia Antiga. A posse foi vista como uma arena e precisava de todos os ingredientes, pelo menos aos olhos deles. Serenidade é fundamental antes de condená-los. A tragédia dos diálogos estarrecedores é coletiva: o indivíduo apenas verbaliza os desejos da massa. O problema, portanto, é maior e envolve muito mais atores.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Diálogos estarrecedores

Os diálogos relacionados à posse de Dilma Rousseff são estarrecedores. Que elite socioautoritária seja combatida todos os dias. Leia e reflita: