segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saudades das balsas no primeiro domingo da Ponte

Depois de ter passado quase seis horas de espera da última vez que atravessei o Cacau-Pirêra, jamais imaginei que no primeiro domingo de funcionamento da Ponte do Bilhão fosse sentir saudades das balsas. Muito provavelmente por falta de planejamento, o que se viu foi uma bagunça generalizada. Os jornais divulgaram que 30 mil veículos atravessaram a Ponte. Ora, em sendo verdadeiro este número, não era para menos. O caos só não ocorreria se antes da inauguração da Ponte a AM 070, que liga Manaus a Manacapuru, tivesse sido triplicada em ambos os lados. Como após a saída da Ponte, do lado de Iranduba, há três pistas de cada lado e apenas uma na estrada, é como se um funil jogasse centenas de carros em uma estrada cuja capacidade técnica é de apenas um veículo em cada mão. Deu no que deu e será sempre assim até que se resolva esse problema ou que as pessoas deixem de ir para Iranduba, Manacapuru, Novo Ayrão e alhures. Desde já, porém, é necessário aumentar a fiscalização em todo o trajeto. Ontem, o que se viu foram motoristas fazendo manobras de retorno por entre as valas que dividem a pista da alça da Ponte até a AM 070. Agora ou se faz uma ação conjunta ou muitas vidas serão ceifadas ao logo da estrada. Minhas saudades das balsas são uma exagero. Com elas, porém, o fluxo de veículos era represado e não se corria tantos riscos de acidades graves.

domingo, 30 de outubro de 2011

O câncer da América Latina

A notícia de que Luiz Inácio Lula da Silva está com câncer de laringe trouxe-me um sentimento imediato: lamentar o fato, por se tratar, talvez, do maior líder político da era moderna brasileira. Imediatamente, não poderia ser diferente, o associei ao presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Inconscientemente, quero crer, pela amizade que uniu figadalmente os dois nos últimos anos. Conscientemente, pela doença que os une hoje: o câncer. Letal para grade parte dos seres humanos é o tipo de mal que aniquila aos poucos. Corrói. Suga consciências, inclusive de si mesmo. Como mal político que assola a América Latina, deve ser extirpado. Porém, permanece vivo, latente, a espera que surja alguém bom de discurso e de manejo dos instrumentos capitalistas de corrupção para surgir, de novo, corroendo mentes e corações. O povo latinoamericano, mais que qualquer povo, pelo menos é o que parece, necessita de um ídolo, de um líder. Precisa de alguém a dizer o que deve e não deve ser feito. Não exercita a autonomia, portanto, pouco sabe de democracia. Gostar de eleger alguém, lavar as mãos e, como Pilatos, esperar quatro ou cinco anos, para reconduzi-los ao poder. Lula, se assim o quisesse, ficaria no poder o tempo que ele (e não nós) achasse necessário. Montou uma estrutura de poder à Chavez. E ainda manda! Inaugura pontes, interfere diretamente quando assim deseja. Sua doença é lamentável, uma tragédia pessoal. A doença do continente também. Torço para que ele e o continente vençam!

sábado, 29 de outubro de 2011

Oi: o pior serviço do mundo de atendimento ao cliente parte II

Encerrarei a novela cuja protagonista é a Oi hoje, aqui no Blog, para não cansar meus leitores e leitoras. Porém, tomei uma decisão hoje: vou ser mais chato com a Oi do que ela o é comigo: ligarei todos os dias, até que o meu problema seja resolvido. Se não tiver jeito, vou à justiça. A mesma pessoa que registrou o meu primeiro atendimento, no dia 21, foi a que me atendeu hoje. Comentei até com ela: daqui a pouco fico amigo de vocês de tanto que me atendem. Ele soltou um sorriso. Mas caiu na gargalhada quando me perguntou: Senhor Gilson, a ligação cai mais vezes quando a pessoa responsável liga para o seu número da Claro ou da Oi?”. Respondi: “minha filha, ela já tentou falar comigo inúmeras vezes nos dois telefones, ainda troca algumas palavras no número da Claro, mas, da Oi, não consegue dizer nem o “O” e a já cai”. Não é exagero! Ocorre isso meso. Fosse eu do Conselho de Administração da Oi, trabalharia para demitir todo o setor de redes da empresa, pois, se não consegue segurar uma linha para falar com seus clientes, como pode prestar serviços exatamente nessa área? A não ser que todo o setor de Telemarketing use esse tipo de artimanha exatamente para “matar o cliente no cansaço” e não solucionar os problemas. Se for, é uma estratégia das mais burras, porque, o cliente, um dia cansa mesmo. E, desconfio, há falas e estratégias exatamente no sentido de burlar a lei e cansar o cliente. Por exemplo, precisei registrar três reclamações seguidas. Pediam 24h de prazo para fazer o primeiro contato e não faziam. Estranho uma empresa oferecer serviços de tráfego de dados e precisar de 24h para resposta a um cliente. No meu caso, só depois de 72h fizeram o primeiro contato. Assim mesmo, até hoje, nada resolvido. Uma das coisas que me chamou a atenção e me pareceu estratégia de cansar o cliente foi ligar, ligar e passarem toda a primeira fase do atendimento automático depois a linha cair. Resolvi, então, apertar na opção “reclamação”. Surpresa! A atendente repetia rapidamente a frase...não me deixava falar e concluía: “como não houve atendimento, a ligação será encerrada. A Oi agradece o contato”. Encerro por aqui,mas, reforço: serei mais chato que a Oi. Com certeza!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Oi: o pior serviço do mundo de atendimento ao cliente

Há mais de 10 dias tento resolver um problema junto a Operadora de Telefonia Celular “Oi” e cheguei a algumas conclusões, dentre elas uma básica: a Oi provavelmente possui o pior serviço de atendimento ao cliente do mundo, bem como a rede mais ineficaz e inoperante que existe no Brasil, sob as “vistas grossas” da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Não dá para contar a ópera toda, por questões de foro íntimo. Resumidamente, porém, tinha uma pendência financeira junto à empresa. Depois de muita troca de telefonemas (com quedas constantes, talvez comprovadas pela própria empresa, uma vez que a primeira coisa que a atendente pergunta é “caso a ligação caia posso retornar para este número que o senhor está falando?), a empresa ofereceu o desconto que, segundo a pessoa que me atendeu, “quitaria todas às minhas dívidas referentes aos números desativados”. Paguei o valor combinado por meio do código de barras que me foi enviado via SMS, com data de vencimento para o dia 20 de outubro de 2011. Quitei a dívida no dia 19, um dia antes da data prevista pra o vencimento. No dia 21, fiz novo contato com a empresa. O agente bancário já havia repassado o valor pago, que quitaria todas as minhas pendências relativas ao plano cancelado. Para a minha surpresa, no dia 21, a atendente do Telemarketing da Oi, uma nova pendência, no valor aproximado de R$ 510,00. Contestei imediatamente, mas a moça, educadamente, disse: “vou enviar a fatura para o seu e-mail, o seu dá uma olhada, verifica se não é relativa ao que estamos cobrando e depois retorna a ligação. Agora o senhor não pode contestar.” Esperei alguns minutos, voltei a ligar para contestar os valores cobrados na dita fatura e contei toda a minha história (já repeti essa história milhões de vezes a cada uma (ou um) dos atendentes do Telemarketing da Oi). Depois de algumas boas horas de espera, entre uma musiquinha chata e outra e muito vai-e-vem da atendente, foi polidamente despachado: “a sua reclamação foi registrada. A Oi fará contra em até 24h.” Preci.... tentei contra-argumentar, mas ela nem me deixou iniciar a frase “preciso de uma solução agora” e emendou em um tom mais áspero: “SENHOR, a empresa fará contato em até 24h. O senhor tem de aguardar!”. Atendimento encerrado no dia 21 de outubro de 2011, até hoje não recebi, por e-mail, a cópia da conta que me cobram indevidamente conforme a atendente garantiu que enviaria e o meu problema, no dia 28, 7 dias após aquela promessa de que a Oi faria contato em até 24h, não foi solucionado. Para não ficar um texto longo e ilustrar o problema que passei na prática, amanhã voltarei com o segundo capítulo da webnovela multiplataforma “Oi: o pior serviço de mundo de atendimento ao cliente”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O ministro quebra-galhos

Tentem, leitoras e leitoras, imaginar como terá sido a reunião da cúpula do PC do B com a presidente Dilma Rousseff para que o agora ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B – SP) fosse “convidado”, e , pasmem, aceitasse. A presidente, com aquele jeito de falar que lhe é peculiar, deve ter dito: “A situação do Júnior (é assim, na intimidade, que, penso, ela deveria tratar Orlando Júnior) é insustentável. Até o Supremo irá investigá-lo. É preciso arrumar nem que seja um quebra-galhos”. E a cúpula: “Presidenta (eles falam assim para deixar bem-claro que fazem o que ela quer), temos um nome ideal. Ele não quebra apenas galhos. Quebra até árvores. Inclusive, relatou o Código Florestal que autoriza a dobrar a área desmatada do País. É um quebra-galhos testado, comprovado e aprovado”. Dilma, franziu a testa, olhou para os lados com ar meio cético, e tascou:”Mas tem de ser alguém capaz de bater de frente com esse Blatter. A Fifa interfere demais no País. Não podemos deixar que nenhum estrangeiro diga o que devemos fazer”. “Presidenta, além de um senhor quebra-galhos, o nome que temos atende a esse segundo requisito perfeitamente. Foi ele quem propôs uma lei de combate ao estrangeirismo e de proteção da Língua Portuguesa. Pela proposta dele, toda palavra estrangeira usada em português terá de vir acompanhada da tradução entre parênteses. Rousseff (russef), por exemplo tem de ser escrita assim. E como é mesmo esse tal de Blatter (blatér) que a senhora falou há pouco?”. Dilma nem quis mais saber de nada. Estava convencida que o melhor ministro do Esporte para combater o estrangeirismo da Fifa durante a Copa de 2014 e quebrar um galho era mesmo Aldo Rebelo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O governador da Ponte do Bilhão

Ao que tudo indica, o vice-governador do Amazonas, José Melo, enfim, parece ter encontrado o foco do trabalho a desenvolver. Ele foi alçado à categoria de gerente do evento de inauguração da Ponte dos Milagres (opa! Ponte do Bilhão; ah! Não é isso não! É Ponte Rio Negro). Após o temporal de ontem, quem foi ouvido pela imprensa para falar sobre o fechamento ou não da Ponte? José Melo. Ainda que informalmente, a mídia de Manaus escolheu José Melo como o “Sr. Ponte do Bilhão”. Resta saber se ele será o responsável, também, pelas negociações da Ponte do Solimões. Como Solimões é um termo plural, não será de estranhar que a futura ponte passe a se chamar Ponte dos Trilhões.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O engarrafamento do bilhão

Ontem, por volta das 19h, horário programado pela organização do evento de inauguração da Ponte dos Milagres (opa! Ponte do Bilhão; ah! Não é isso não! É Ponte Rio Negro) entendi o porquê de o prefeito da cidade, Amazonino Mendes (PDT) ter se mandado para São Paulo. Ele deve ter sido informado antes pelo Gênio da Lâmpada contratado para criar engarrafamentos na cidade que a obra da Bola da Compensa tornou-se imbatível e provocaria o pior e mais complexo engarrafamento justamente no dia da inauguração da Ponte do Bilhão. Penso até que Mendes não é tão maldoso a ponto de provocar tamanho desconforto ao povo. Imagino que tenha argumentado algo do tipo: “Não tem jeito! Vai mesmo engarrafar e parar o trânsito como você está prevendo?” Certamente, o engarrafador oficial da cidade deve ter respondido: “Vai sim chefe. Fizemos um trabalho impecável. Nada será capaz de fazer o trânsito fluir na área e nas redondezas.” É simplesmente um trabalho de gênio!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Oportunidades, oportunistas e uma ponte

Manaus, como certamente são todas as cidades do mundo, é uma terra de oportunidades e oportunistas. Ambas as categorias se equilibram na gangorra de uma Lei de Licitações das mais esdrúxulas e que facilita o roubo e o oportunismo. Raríssimo são os casos de licitações contestadas na Justiça. Dá até a impressão que os preços são combinados. Raro é o caso de uma obra pública que não tenha um termo aditivo. Foi esse famigerado “termo” que transformou uma ponte de pouco mais de R$ 500 milhões em uma ponte de R$ 1,1 bilhão, a mais cara do mundo, sem sombras de dúvidas. Essa ponte, somada à Ponte do Solimões, que, não duvidem, será construída, ligará o Atlântico ao Pacífico, cortando a Amazônia ao meio. Não fosse Alfredo Nascimento um desafeto do agora senador Eduardo Braga, a BR 319 já teria saído do papel. A Ponte Rio Negro, portanto, pode até ligar o nada a lugar nenhum agora. Mas, e estratégica para o Banco Mundial e para os países desenvolvidos. Não sei se devemos comemorar os 342 anos da cidade ou chorar antecipadamente a “morte” de parte da Amazônia com esse projeto. O que está em curso não é um projeto de um partido, de um grupo político ou de alguns oportunistas (há muitos no meio deles). Há sim, interesses internacionais espúrios embaçados pelos discursos locais. Refletir com profundidade sobre todos os movimentos dessas peças do xadrez da política internacional talvez seja a melhor forma de comemorar os 342 dessa cidade de coração acolhedor. Parabéns Manaus!

domingo, 23 de outubro de 2011

Açaí provoca epidemia da doença de Chagas

A contaminação do açaí pelo protozoário da doença de Chagas, depois de ter circulado pelas redes sociais, ganhou a manchete de um dos mais tradicionais jornais da cidade. Aldo Valente, pesquisador do Instituto Evandro Chagas (IEC), garantiu que se trata de uma epidemia. Dados da secretaria de estado da Saúde (Sespa) revelam que foram notificados 85 casos em todo o estado, dos quais, 36 foram em Belém, a capital do estado. Dessas 36 pessoas, 10 morreram. De acordo com o pesquisador, essas mortes poderiam ter sido evitadas uma vez que os casos, historicamente, aparecem entre a terceira semana de agosto e a segunda semana de dezembro. Mais do que prejudicar as exportações do açaí, são vidas humanas ceifadas na cidade, razão fundamental para que providências sejam tomadas com mais seriedade pelas autoridades de saúde do estado.

sábado, 22 de outubro de 2011

Açaí sob suspeita em Belém

A notícia de um novo surto de doença de Chagas em Belém deixou os locais especializados em venda dos produtos às moscas até mesmo na luxuosa e chique “Estação das Docas”. Após ter sido dada na Televisão, espalhou-se como um rastilho de pólvora nas redes sociais e trouxe de volta, imediatamente, um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em maio do ano passado, pesquisadores da Unicamp divulgaram o resultado de um estudo realizado em convênio com o Ministério da Saúde, no qual concluem que o protozoário causador da doença de Chagas resiste ao congelamento a -20°C (menos vinte graus Célsius). No caso do açaí, portanto, a polpa mal-higienizada, mesmo congelada, mantém o protozoário vivo, logo, pode contaminar quem a consome. Tradicional produto da culinária paraense, o açaí, de acordo com o estudo, só estará imune como transmissor do protozoário, caso passe pelo processo de pasteurização, ou seja, um tratamento térmico que esfriamento e aquecimento a baixíssimas e altíssimas temperaturas. Entre a população, há quem duvide da efetividade do estudo, uma vez que o açaí, até então, sempre foi consumido sem que houvesse notícias de transmissão da doença de Chagas. O temor é que o produto, cujo preço já está nas alturas, sendo vendido a R$ 10,00 o litro, atinja um patamar proibitivo se tiver de passar pelo tratamento de pasteurização. Não tenho elementos para duvidar de nenhum estudo da respeitada Unicamp, porém, não há dúvida de que o setor de pasteurização da indústria de laticínios ganha força e pode liquidar com a economia informal do açaí em Belém e no Pará.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Benefícios duvdosos da Copa em Manaus

Falava-se que serão investidos R$ 6 bilhões, de dinheiro público, é claro, para que Manaus seja sede de apenas quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo de 2014. Um jornal da cidade divulgou que o custo de cada um dos jogos será de R$ 130 milhões. Portanto, os quatro juntos, gerarão um gasto de R$ 520 milhões. Ainda penso que, afora um Paneirão vazio e sem time qualificados para lá jogarem, teremos um elefante branco fincado no lugar do Vivaldo Lima de tantas glórias. Hoje já se diz que os gastos (e não investimentos) serão de “apenas” R$ 2 bilhões. De qualquer maneira, nossos bolsos (uma vez que o dinheiro é público) ficarão mais pobres em R$ 2 ou 6 bilhões. Ao que parece, venderam um pote de ilusões aos manauenses e não vão entregar metade dos benefícios prometidos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Invasão de periquitos no Ephygênio Salles

Dia desses, por volta das 17h, ouvi um sinfonia de periquitos e vi uma invasão em local que jamais imaginava tal fato pudesse ocorrer: em frente ao luxuoso e estilizado “Condomínio Ephygênio Salles”, com essa grafia e tudo. Só presenciei uma vez, mas deve ocorrer todos os dias, naquele mesmo horário, uma verdadeira invasão de pássaros em frente ao Condomínio. E o barulho que fazem, de sinfonia não tem nada. Juntos, são perturbadores. Parei, fiquei ouvindo e vendo a movimentação que fazem de uma árvore para outra. Pensei: em pouco tempo os moradores do luxuoso condomínio estarão botando veneno nas árvores ou arrumando um jeito de dizimar esses pássaros. Coitado deles! Creio que é necessário um estudo mais aprofundado sobre esse processo de migração diária dos periquitos para aquela área. Não se deve pensar em matança, evidentemente, porém, os moradores do local precisam ter tranqüilidade, exatamente no final-da-tarde. A plantação de uma dezena de palmeiras imperiais na frente do Condomínio sem um estudo do impacto ambiental que poderia provocar talvez seja o atrativo para as aves. Se isso for verdadeiro, o episódio só comprova que qualquer ação humana na natureza pode ter uma reação inesperada. Aos periquitos, as palmeiras podem ser interpretadas como um convite para as visitas diárias nesse período; algo que, para os moradores, talvez seja um inferno.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O descaso das operadoras de celular

Ontem foi um dos dias mais estressantes que passei. Tive de exercitar a paciência horas e horas a tentar solucionar um problema junto à Oi. Isso depois de mais de uma semana fazendo contato, esperando, esperando, esperando... até perder a paciência e desligar. Ontem, como viajaria hoje para Belém, tomei a decisão: vou resolver o problema custe o que custar. Primeiro foi um chá de musiqueta chata do telefone convencional, uma vez que as experiências anteriores, do celular, não lograram êxito. Espera, espera, espera... e nada. Voltei para o celular e fique a ser passado de um setor ao outro como se me fizessem de gato e sapato. A julgar pelo comentário dos meus amigos que vivem trocando de operadoras, não faz o menor sentido usar o direito à portabilidade. O que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deveria fazer era atuar de forma firme para evitar abusos desse tipo. Fossem responsáveis e honestas, essas empresas nem permitiram que o consumidor recebesse tratamento tão sem propósito.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A terceirização e a precarização do emprego

É impressionante como um governo dito dos trabalhadores permite que o processo de terceirização chegue ao nível que chegou, sem nenhuma Lei regulamentadora, destruindo as relações trabalhistas legais e impondo um novo regime de trabalho no País. Trágico, também, é usar esse mesmo processo de terceirização no serviço público não apenas com o intuito de reduzir os custos, mas, principalmente, como forma de desmobilizar as categorias. O que ocorreu com os técnicos das universidades brasileiras é um exemplo de como a estratégia foi muito bem utilizada. Consciente da desmobilização promovida com a terceirização dos serviços, o Governo não recebeu os técnicos em nenhuma mesa de negociação. Terceirizados não possuem os mesmos direitos trabalhistas, sofrem assédios morais constantes, ganham menos e trabalham mais. Apostar nisso como estratégia de governo e política pública é lastimável em se tratando de um governo dos trabalhadores.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Para a Anatel ver

O alardeado plano nacional de Banda Larga Popular é um daqueles gêneros de ficção criados pelo governo, que a empresas assina embaixo, mas nenhuma cumpre. Experimente tentar contratar 1 mega de velocidade em qualquer das operadoras de telefonia pelos tão propagados R$ 29,90 para ver se você consegue? Há sempre uma desculpa, uma oferta melhor que a da banda larga popular e todos os empecilhos do mundo para quem tenta usufruir do programa governamental acertado com as empresas. É o tipo de parceria que, se não é para inglês ver, é para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fiscalizar. O certo é que as operadoras de telefonia fingem cumprir as regras, mas operam como se o Brasil fosse “terra de ninguém”. A Anatel que fique com a palavra!

domingo, 16 de outubro de 2011

Sempre para pior

Não há nada que já esteja ruim que a Prefeitura Municipal de Manaus (PMN) não consiga piorar. Um exemplo disso é o acesso à ponte Rio Negro. Havia um retorno em frente à Igreja da Restauração, um dos maiores absurdos pela ausência de um semáforo. Não contente, agora, a Prefeitura Municipal de Manaus (PMN) obriga os condutores de veículos a fazerem um retorno do “Motel Free” ou a um caminho alternativo pela entrada, à esquerda, ao lado do Buffet Dulcilas. O problema é que a Prefeitura criou mais um engarrafamento artificial que jamais poderia ser imaginado por qualquer condutor de veículo. Agora, quem quiser acessar à Ponte Rio Negro, terá de fazer um retorno em um local completamente inapropriado. A prefeitura de Manaus, mais uma vez, dá provas de que jamais se preparou efetivamente para a inauguração da Ponte. Uma lástima!

sábado, 15 de outubro de 2011

Uma profissão chamada paixão

Não me concebo mais fora de uma sala de aula! A troca de experiências e saberes diários, tanto na graduação quando no mestrado e no doutorado, é o oxigênio de quem optou por pouco dinheiro e reconhecimento; mas, por uma vida de dedicação ao outro. O ato de educar não é mera missão, nem apenas sacerdócio. Educar para a vida e para a liberdade é paixão pura. São entregas diárias. Pessoas carentes. Crises existenciais que se confundem com as nossas próprias crises. A paixão é irracional, educar, também. Só não se pode cair na armadilha de se tornar um viciado em ensinar e esquecer as duas faces do processo de aprendizagem só se completam quando se consegue aprender no ato de ensinar. Um professor e, antes de tudo, um apaixonado pelo que faz. Palavras soltas unem-se para significar um pouco de algo que se materializam na simples homenagem a cada um dos professores que influenciaram a minha vida, dentre eles, a mais importante figura de educadora que conheço: minha mãe.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um exemplo que Manaus precisa seguir

Pouco foi divulgado aqui, mas mereceria servir de exemplo o que ocorreu em Curitiba. A diretora do trânsito da urbanização de Curitiba (Urbs), Rosângela Battistella, pediu exoneração do cargo após agentes de trânsito (os azulzinhos de lá) divulgarem um vídeo no qual ela admite ter usado uma vaga destinada e idosos na rodoferroviária. Aqui em Manaus, freqüentadores do Manauara Shopping, só para ficar em um exemplo, usam e abusam das vagas especiais de uma forma tão acintosa que provoca revolta. Ainda assim, não recebem nenhum tipo de punição. Se os agentes de trânsito da cidade quisessem fazer o mesmo de Curitiba e gravar um vídeo com pessoas influentes que burlam a lei, só precisariam esperar os frenquentadores da Cia Athletica. São acintosos de dar vergonha!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Escândalos geram votos?

É curioso: após a notícia de que uma menor de 14 anos fora resgatada pelo Conselho Tutelar da casa do deputado Federal Sabino Castelo Branco (PTB) anunciou-se que outro dos seus filhos, Rener Castelo Branco, será candidato a vereador. Além de se apresentador de um daqueles programas popularescos que exploram a miséria humana diariamente, Sabino Castelo Branco envolveu-se em uma confusão com a sua ex-mulher, Vera Lúcia Castenho Branco. A versão oficial do episódio fora de que ela escorregará e batera o rosto na maçaneta do carro. De tudo, o que restou mesmo foi uma senhora votação para Sabino e para a mulher, que depois virou ex. Ela saiu vitoriosa para deputada estadual e ele elegeu-se deputado federal. Depois, o filho Reizo virou vereador e, agora, já se anuncia a candidatura de outro filho do casal, Rener. Será que mais um escândalo vai gerar votos suficientes para eleger mais um rebendo? Só nos resta esperar!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A banalização da violência contra as mulheres

A notícia de que uma menor de 14 anos fora resgatada pelo Conselho Tutelar da casa do deputado Federal Sabino Castelo Branco (PTB) ganha destaque por se tratar de uma autoridade. Revela, porém, um traço comum é diário dos jornais sensacionalistas de Manaus: a banalização da violência contra mulheres e contra crianças e adolescentes. Nem é preciso uma pesquisa científica, com tabulação de dados e tudo, para se perceber que, todos os dias, invariavelmente, há uma matéria cujo foco é a violência contra mulheres ou crianças. A preponderância de uma visão machista do mundo e da mulher como mero objeto de consumo está na raiz do problema. Há uma espécie de necessidade de auto-afirmação do macho combinada com o prestígio social, também entre os machos, que é o de “consumir” presas cada vez mais novas. Nessa espécie de capitalismo das relações, a mulher (e quanto mais nova, mais bem posicionada no mercado) ainda é vista como um mero objeto de desejo e consumo. Some-se a isso a impunidade que grassa no País, principalmente quando se envolvem diretamente políticos e autoridades dos três poderes. Gritos esparsos são soltos, porém, falta um efetivo não da sociedade contra esse tipo de prática para evitar que crianças (e suas famílias) sejam obrigadas a derramar lágrimas diariamente ou em uma data tão significativa como hoje que, infelizmente, em Manaus, será lembrada por mais esse caso absurdo de violência contra uma adolescente.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Chuva, destruição e caos

Quando será que as autoridades de Manaus tomarão consciência que o trinômio “Chuva, destruição e caos” transformou-se em rotina todas as vezes que um temporal precipita-se sobre a cidade? Ontem, mais uma vez, Manaus não suportou meia hora de chuvas e trovoadas e um rastro de destruição ficou pelo caminho. E ontem nem deu tempo de o Igarapé do Mindu transbordar. Neste campo, ao que parece, Manaus precisa recorrer mais à Ciência pelo menos para minimizar o caos. Previsões do tempo com maior precisão são possíveis. Estudos sobre os possíveis impactos das obras públicas (mal-planejadas) devem ser feitos. O que não se pode admitir é uma cidade como a nossa enfrentar temporais previsíveis da mesma forma de sempre: despreparada. Obras públicas são necessárias, mas, ninguém duvide: a natureza reage.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bacalhau, urubu e outros animais

Houve um tempo, não muito distante, que me deixava levar pelas emoções de torcedor e acreditava que era possível “odiar mortalmente” o urubu, símbolo do Flamengo, e viver uma vida plenamente normal. Por outro lado, urubus se esbaldavam com bacalhau (símbolo do Vasco), nem sempre estragado, em batalhas memoráveis dentro de campo que, porém, se transferiam para a vida, após os jogos ou durante eles. Hoje, sou convicto de que há valores universais que precisar ser preservados em quaisquer momentos. Um deles é o respeito a todo ser vivo. Não dá para ser um ativista, defender o respeito às diferenças, e negar tudo isso quando Flamengo e Vasco se enfrentam, por exemplo. Tragédias muitas já ocorreram, e poderiam ser evitadas, se nós, os ditos humanos, exercitássemos o respeito em todas as situações, inclusive nos esportes, principalmente no futebol. Se os fins não justificam os meios na vida, também não devem justificar no esporte. O exercício da humildade e da autocrítica é salutar para uma vida melhor. Brincadeiras que envolvam bacalhau, urubu e outros animais não devem exceder o ponto exato de uma saudável brincadeira. Mas, como toda brincadeira, tem hora.

domingo, 9 de outubro de 2011

O raposo e as raposas

A notícia de que Amazonino Mendes (PDT) tenta articular uma aliança política com Omar Aziz e Eduardo Braga, em torno do nome dele, é claro; não deve ser surpresa para ninguém. Os três são filhotes de Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo. E, das três raposas, Mendes é a mais velha. Resta saber se Braga, que não é a mais velha das raposas, porém, a mais esperta, cairá na conversa de Mendes. Aziz, que no meu entendimento é a raposa mais inteligente de todas elas, trabalha, ainda que negue, o nome da mulher, Nejmi Aziz, para ser opção sempre que ele estiver impedido pela Lei. Digamos que, assim, sem nenhuma intenção, o casal decida não ficar mais juntos oficialmente e alguém diga que Nejmi Aziz tem chances de ser prefeita? E como as separações modernas não geram brigas figadais, certamente, o governador apoiaria a ex-mulher. Num cenário hipotético desses, Mendes estaria em péssimos lençóis. Ainda que essa hipótese se nos apresente improvável, um cenário no qual a disputa ocorra entre Serafim Correia, Eduardo Braga e Amazonino Mendes, as chances de o primeiro chegar ao segundo turno e vencer as eleições são enormes. Talvez esse seja o argumento de Mendes para tentar convencer as outras duas raposas. O tempo dirá quem conseguirá convencer quem.

sábado, 8 de outubro de 2011

Engatilhado e fora dos trilhos

Ao ouvir a notícia do laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli sobre o Bondinho de Santa Teresa, que sofreu acidente no dia 27 de agosto, no Rio de Janeiro, do qual resultaram 56 feridos e seis mortos, pensei: esse é o retrato dos serviços, públicos ou não, prestados no Brasil. O bonde tinha capacidade para 31 passageiros e circulava com 62: não pude deixar de me lembrar dos barcos que circulam diariamente pelos rios da Amazônia com o mesmo problema de superlotação. Dentre os 23 problemas detectados pelos especialistas do Éboli, destacam-se “peças do eixo do bonde fabricadas artesanalmente” ou “soldadas ao chassi de maneira grosseira”. Alguém esquece que Ayrton Senna foi morto por causa de uma “solda artesanal” na barra de direção do seu carro? Bem, esse absurdo não ocorreu no Brasil. Mas, em Manaus, ônibus circulam com gatilhos de todas as espécies em nome do lucro e frontalmente contra a segurança dos usuários, ou seja, do povo. Os serviços, no Brasil, em geral, são engatilhados e fora dos trilhos. O Bonde de Santa Teresa é só mais um exemplo do descaso do Estado. O que mais será preciso acontecer para nos indignarmos?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Nomes para a Prefeitura de Manaus

Os partidos começam a deixar evidente que são os nomes que disputarão a Prefeitura de Manaus nas eleições de 2012. O Partido Popular Socialista (PPS), embora alguns factóides falem até da aproximação com Eduardo Braga e Omar Aziz, ao que tudo indica, mantém a carreira solo e vai de Hissa Abrahão. O Democratas (DEM), que não participa da disputada diretamente há anos, apesar do namoro com o governador Omar Aziz, dá pinta de que também terá candidato próprio. O nome é o deputado federal Pauderney Avelino. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) deve mesmo lançar o nome de Serafim Correia, assim como o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) vai de Amazonino Mendes para tentar a reeleição. O Partido dos Trabalhadores (PT) há anos, nas disputas majoritárias do Amazonas, consegue o milagre de servir a dois senhores. Não deve disputar nada se o senador Eduardo Braga (PMDB) for candidato. Em não sendo, sempre o nome do deputado Francisco Praciano é lembrado para as aventuras solo do PT.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nanicos não querem o fim das coligações

O fim das coligações para cargos proporcionais, aprovado no Senado Federal, terá sérias dificuldades de aprovação na Câmara dos Deputados. Tudo isso porque esse tipo de “engenharia política” beneficia exatamente os chamados partidos “nanicos”. Sem contar que, fenômenos como o de Enéas e Tiririca, que, pelo modelo atual beneficiam as coligações, passarão a beneficiar apenas os partidos. Os pequenos partidos, que hoje sofrem a duras penas para fazer um ou outro deputado dentro de uma coligação, sofreriam mais ainda caso a regra seja mantida. Há, porém, um componente que se nos apresenta interessantíssimo caso a proibição seja mantida: um partido pequeno que conseguisse emplacar um fenômeno de votos como o deputado federal Tiririca (PR-SP) ganharia musculatura invejável, uma vez que a proporcionalidade das coligações cai, mas, do voto, não.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Qual, afinal, o prazo correto para as filiações?

Afinal, quem tem razão? Consultei um advogado e ele me esclareceu que o prazo final para as filiações e desfiliações que habilitam o cidadão a concorrer ao pleito em 2012 é o dia 06 de outubro de 2011. O argumento dele, que, aliás, me parece bastante coerente, é o de que, como as eleições vão ocorrer no dia 7 de outubro de 2012, a data-limite é o dia 06. Há, porém, que defenda que se encerra no próprio dia 7, sexta-feira, e não amanhã. O assunto é interessante porque pelo potencial que tem de gerar querelas jurídicas e deixar aqueles que deixam tudo para a última hora fora da disputa. Para quem quer evitar sobressaltos, o melhor mesmo é fazer todas as mudanças que desejar hoje e amanhã. No fundo, minha dúvida quanto à data-limite não foi totalmente esclarecida.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eleitor votará duas vezes com a reforma

Amanhã, quarta-feira, o relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS) sobre a reforma política deverá ser votado no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. Como todo bom político, Fontana tenta agradar gregos e troianos ao propor um sistema misto no qual o eleitor votará duas vezes. Pela proposta, 50% das vagas serão para se votar no indivíduo, ou seja, como o é hoje em dia, e os outros 50% serão para uma lista de candidatos apresentada pelos partidos. Num exemplo hipotético, se estiverem em disputa 10 vagas, cinco ficam com os mais votados e cinco vão para os cinco primeiros da lista do partido mais votado. Fontana propõe, ainda, que a escolha a ser feita pelos partidos, dos nomes que vão concorrer ao pleito, seja pelo voto direto e secreto. A intenção é que cada partido promova uma eleição interna, semelhantemente às prévias norte-americanas, e os mais votados farão parte da lista. Para o restante das vagas a serem disputadas, portanto, 50%, quem ordenará a lista são os eleitores. Com isso, elimina-se a legenda e estarão eleitos os mais votados, uma vez que a disputada pela legenda ficará restrita a outra metade das vagas. Resta saber se os partidos e seus caciques deglutirão facilmente essa salada proposta.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fifa não quer defesa do consumidor

A Federation International de Football Association (Fifa) não organiza apenas a Copa do Mundo, tenta governar o País que sedia o torneio. Além da ingerência direta sobre as cidades-sede, a Fifa, agora, tem a pachorra de exigir que o governo brasileiro suspenda o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Estatuto do Idoso. Não demora e pedem a suspensão, também, do Estatuto da Criança e do Adolescente e transformam o período da Copa em uma Zorra. Que muitos vão se aproveitar da Fifa para “lavar a burra”, isso vão. No entanto, não se pode admitir tamanha ingerência de uma entidade que, nem de longe, é exemplo para ninguém. Espera-se que o governo brasileiro não ceda nenhum milímetro quanto às exigências de modificar a legislação em quaisquer dos níveis. Se for para melhor controlar os gastos aí sim, pode ceder.

domingo, 2 de outubro de 2011

Coação moral inaceitável

O episódio da exoneração “a pedido” da jornalista paraense Franssinete Florenzano da assessoria do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Pará, Luis Cunha, é um exemplo de coação moral que nenhum de nós, jornalistas, muito menos cidadãos de bem deste País, deveríamos aceitar. É inadmissível que um vereador tenta tanta ingerência dentro de um Tribunal de Contas do Estado como o teve o 2° vicepresidente da Casa, vereador Gervásio Morgado (PR). Quem leu a postagem de ontem aqui neste Blog sabe que ele, no dia 28 de agosto de 2011, aos gritos, nos gabinetes da presidência e da vice-presidência daquela Corte exigiu exoneração da servidora. Florenzado é servidora de carreira da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e estava à disposição do Tribunal de Contas do Pará. Depois da pressão sofrida pelo Tribunal, para permanecer, a jornalista teria de tirar do ar o blog, o site, e até os perfis no twitter e no Facebook. O episódio, pela violência moral e pela ingerência entre os poderes, deveria ganhar manchete em todos os jornais, blogs, sites e televisões do País. Afinal, é nosso dever de jornalista defender ou não a liberdade de expressão? Até quando ficaremos amordaçados vendo o nosso direito constitucional ser usurpado pela imbecilidade de grande parte dos políticos?

sábado, 1 de outubro de 2011

Jornalista exonerada no Pará por críticas a vereador

Enquanto nos demais lugares do mundo as ditas redes sociais (que prefiro chamar de mídias digitais), principalmente o Twitter e o Facebook, são essenciais para o processo de mobilização e participação política da sociedade, no Norte, quando não são usadas para, descaradamente, puxar o saco dos políticos e de seus parentes, as são para punir jornalistas ou quem nelas se manifestar. A médica Bia Abinader, por exemplo, fui punida com 90 dias de suspensão por criticar o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB). Um absurdo! Um ataque insano à liberdade de manifestação do pensamento e ao direito de a médica discordar politicamente do chefe. Mas como Amazonino Mendes age de acordo com os interesses dos seus prepostos e não da sociedade, a médica foi punida. Agora, a jornalista Franssinete Florenzano, servidora de carreira da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALE-PA), que está à disposição do Tribunal de Contas do Pará (TCPA), teve de optar entre exercer livremente a profissão de jornalista ou assessorar o conselheiro Luis Cunha. Tudo porque a Câmara Municipal de Belém, principalmente o 2° vicepresidente da Casa, vereador Gervásio Morgado (PR) possui ingerência inconcebível sobre as decisões do TCPA. Ele esteve, no dia 28 de agosto de 2011, nos gabinetes da presidência e da vice-presidência dessa Corte e exigiu, aos gritos, a exoneração da servidora, por não aceitar notícias críticas veiculadas no blog dela. Como pode um reles 2° vicepresidente da Câmara dos Vereadores tenha tanta ingerência junto ao Tribunal de Contas de um Estado? É inaceitável a coação moral e a violência psicológica sofrida pela jornalista paraense. A jornalista Franssinete Florenzano desabafou: “Nem preciso lhe dizer que escolhi a minha dignidade e o livre exercício da profissão e de manifestação e expressão como cidadã, como a Constituição me garante. Também avisei que vou desmentir publicamente se aparecer na minha exoneração “a pedido”. Não tive escolha, foi coação moral. Eu teria, veja só, que tirar do ar o blog, o site, e até os meus perfis no twitter e no Facebook! Disse ao conselheiro que sempre fui honesta justamente para que ninguém pudesse me chantagear. Não aceito essa violência e não me submeto a tramóias e conveniências políticas. Estou esperando a qualquer momento minha exoneração. Mas volto para a Alepa de cabeça erguida. A herança da minha filha será o exemplo de trabalho e caráter que deixarei a ela.” E nós, que sempre defendemos os direitos constitucionais e a liberdade de expressão, vamos fazer o quê? Vamos ficar calados, parados, “esperando a morte chegar”, como diria Raul Seixas? Ou reagimos ou os crápulas, os imbecis e os medíocres nos engolirão.