quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O perigo nas proximidades do Aeroclube não é de hoje


Desde quando fui jornalista de A Crítica e morador do Condomínio Ouro Verde, localizado à Avenida Desembargador João Machado, antiga Estrada dos Franceses, tenho alertado para o perigo de se ter aviões de pequeno porte “rondando” as imediações. Ficava a observar os voos rasantes das aeronaves e a pensar na tragédia que seria se um avião daqueles caísse sobre os apartamentos de um dos blocos do próprio Condomínio Ouro Verde? Ou dos condomínios localizados nas proximidades? É bem verdade que o crescimento desordenado da cidade e o avanço da especulação imobiliária, somados a uma dose de irresponsabilidade do poder público, agravaram a situação. É indefensável, porém, a permanência do Aeroclube onde se encontra há muito tempo. Ainda que não houvesse o problema das invasões e surgimento de bairros nas proximidades do local, o poder público não tem o direito de pôr em risco a vida de tantas pessoas ao permitir a circulação constante de aeronaves em voos e manobras que, por si, aumentam a probabilidade de acidentes. Enquanto aviões circularem por lá haverá a possibilidade de acidentes e a probabilidade de um dos conjuntos habitacionais ser atingido. Evitar essa tragédia anuncia é dever do Estado. Será preciso uma tragédia de proporções inomináveis para que providências sejam tomadas?

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

TRE dá sinais de moralização ao cassar Sabino


A cassação do deputado Federal Sabino Castelo Branco (PTB) por uso abusivo da mídia e os oito anos de inelegibilidade para o seu filho, vereador Reizo Castelo Branco (PTB) podem ser interpretados como um sinal de que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), enfim, tomou direcionamento de coibir o uso abusivo dos meios de comunicação de massa, principalmente a Televisão, para se obter votos. Se mantiver a posição e negar todos os recursos aos quais Castelo Branco tem direito, ainda que ele possa recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tribunal do Amazonas terá dado um recado muito importante aos que fazem dessa prática algo recorrente. Embora, na semana anterior, tenha absolvido o primeiro suplente da coligação da qual participa Castelo Branco, o médico Luiz Fernando Nicolau, do PSD, que era acusado de usar a estrutura da clínica Samel para obter votos, o TER do Amazonas pode, a partir da decisão tomada em relação ao deputado-artista barrar abusos ainda em 2012. Que assim seja! Amém!

TRE dá sinais de moralização ao cassar Sabino


A cassação do deputado Federal Sabino Castelo Branco (PTB) por uso abusivo da mídia e os oito anos de inelegibilidade para o seu filho, vereador Reizo Castelo Branco (PTB) podem ser interpretados como um sinal de que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), enfim, tomou direcionamento de coibir o uso abusivo dos meios de comunicação de massa, principalmente a Televisão, para se obter votos. Se mantiver a posição e negar todos os recursos aos quais Castelo Branco tem direito, ainda que ele possa recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tribunal do Amazonas terá dado um recado muito importante aos que fazem dessa prática algo recorrente. Embora, na semana anterior, tenha absolvido o primeiro suplente da coligação da qual participa Castelo Branco, o médico Luiz Fernando Nicolau, do PSD, que era acusado de usar a estrutura da clínica Samel para obter votos, o TER do Amazonas pode, a partir da decisão tomada em relação ao deputado-artista barrar abusos ainda em 2012. Que assim seja! Amém!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dias chuvosos e perigo em Manaus


Hoje, como em quase todos os dias, a chuva, de novo, desabou sobre Manaus. Cada vez que um temporal cai sobre a cidade lembro-me das pessoas que estão em áreas de risco. É preciso que haja uma campanha pública de esclarecimento para que essas pessoas não insistam em ficar nesses locais. É bem-verdade que essas pessoas, às vezes, assumem posturas tão radicais que podem até levar ao destempero, como o que foi cometido pelo prefeito da cidade. No entanto, cabe ao poder público, ao invés de “reagir na mesma moeda”, encontrar formas de convencer as pessoas sobre o perigo que é morar em áreas de risco, ainda mais nesse rigoroso inverno amazônico. Preocupa-me, também, a situação do interior do Estado, com a cheia dos rios, uma vez que, no Acre, nos municípios mais próximos do Amazonas, o número de desabrigados só aumenta, bem como os rios não apresentam sinais de vazante. Nessas circunstâncias, tomar providências no sentido de se prevenir contra as agruras das enchentes, no interior e na capital, talvez seja uma excelente medida.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Kassab numa sinuca-de-bico


O ex-presidenciável do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra, não conseguiu ludibriar nem os adversários ao anunciar que não seria candidato à prefeitura de São Paulo. Todas as vezes que, no início da campanha, Serra diz que não será candidato, no fundo, é candidatíssimo. Desta vez a regra foi a mesma: no início da disputa, Serra garantiu que não seria o candidato do PSDB. Acontece que estava em uma sinuca-de-bico: ou saia candidato ou inviabilizaria seu nome dentro do partido (e fora dele) para a próxima disputa presidencial. E isso Serra não quer, muito menos o PSDB. Pode-se dizer tudo de Serra, menos que ela fuja de uma boa disputa. E no caso da prefeitura de São Paulo, desta vez, trata-se de uma disputa de vida ou morte para o PSDB. Como Lula jogou todas as fichas em Fernando Haddad, perder em São Paulo agora é adiar a volta a Brasília pelo menos por mais quatro anos. A candidatura de Serra a prefeito de São Paulo tem mais um componente: transfere a sinuca-de-bico para Gilberto Kassab (PSD), um zero à esquerda, até então, que não seria nada politicamente não fosse o seu criador, José Serra. Kassab, que vinha namorando efusivamente a candidatura de Haddad, terá de decidir se apóia ou não o seu criador. É como se Omar Aziz (PSD), aqui em Manaus, agora, tivesse de decidir entre apoiar seu criador, Eduardo Braga (PMDB) ou seguir uma determinação da presidente Dilma Roussef (PT). Alguém acha que Aziz teria coragem de ficar pelo menos neutro numa história dessas? Pois bem, em São Paulo, a candidatura Serra lança um balde de água fria nas pretensões da aliança PT-PSD. A não ser que Lula convença Kassab de que ele é capaz de alçar voo próprio e, quem sabe, chegar a ser o vice na chapa da “base aliada”. Para Lula e o PT vale tudo na tentativa de tirar a prefeitura de São Paulo do PSDB. Se Kassab vai acreditar ou não no “conto do operário”, só o tempo dirá!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Vendas de CNHs no Detran-AM


Li com certo espanto e, ao mesmo tempo, uma sensação de conforto, a notícia de que a Diretora do Detran-AM, Mônica Melo, anunciou, sexta-feira, dia 23 de fevereiro de 2012, em entrevista coletiva, que há uma investigação interna do órgão para investigar suspeitas de “vendas de CNH”, bem como, haveria, no órgão, um esquema para a transferência de pontos das CNHs. Espanto porque, desde 1979, quando me mudei para Manaus, ouço Zum, Zum, Zums, Ti, ti, tis e outros babados sobre a venda de CNHs. É evidente que, desde então, essas conversas jamais saíam do off the Record, dos bastidores e quetais. Logo, circulavam como fofocas. Fofocas, porém, se houvesse interesse, também podem ser o fio-da-meada para excelentes investigações internas. Providências tivessem sido tomadas, mesmo com base em fofocas, talvez essa prática não tivesse resistido até fevereiro de 2012. O que me reconforta? Ainda que tardiamente, medidas foram tomadas para moralizar um setor que, há muito, havia perdido a credibilidade. Que a investigação seja profunda, os culpados punidos e que, durante um bom tempo, não se ouça mais falar em vendas de Carteiras de Habilitação dentro do órgão que deveria fiscalizar a emissão honesta e correta daquelas.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um guerreiro deixa o nosso meio


Hoje escolhi homenagear uma das figuras mais lutadoras que conheci na vida: meu primeiro querido, Henderson Guedes Vieira, filho da minha prima Maria Lúcia Guedes Monteiro, outra guerreira que merece loas na luta pela vida do filho, e do meu amigo João Edmar Vieira. Desde o nascimento, há 30 anos, Henderson precisou fazer hemodiálise, por possuir insuficiência renal crônica. Isso obrigou os pais a fazerem viagens constantes para São Paulo, pois, à época, em Rio Branco, capital do Acre, não havia tratamento adequado. Até que decidiram fixar moradia na capital paulista para cuidar do filho. Não conheço mãe mais dedicada e que tenha se entregado à luta pela vida do filho quanto Maria Lúcia. O sofrimento não a abatia. Muito menos abatia Henderson, que lutava desesperadamente pela sobrevivência. Amigo, atencioso, solidário, ele jamais me permitia passar por São Paulo sem que lá fosse. Rodava as ruas da cidade comigo, fazíamos compras, dividia o quarto dele comigo, o computador, a rede de Internet, o que fosse preciso. Mais que essa solidariedade, meu primo querido ficará na minha lembrança como um guerreiro, um lutador. Com todas as dificuldades, aproveitou a vida o máximo que pôde, dentro das limitações que a doença o impingia. Passou por três transplantes de rim, inclusive, um deles doado pela mãe. Não conseguiu a cura. Recentemente, esteve em Sena Madureira, cidade natal da mãe, e foi obrigado a enfrentar o apagão de energia do final do ano de 2011. Por não poder fazer o tratamento e pelos problemas enfrentados com a falta de energia, confidenciou a mim, por intermédio do Facebook, quando soube que eu iria passar as férias, em janeiro e fevereiro deste ano, que “nunca mais voltaria ali naquela cidade”. Foi profético! Hoje ele deixou o nosso meio, em São Paulo. Que descanse em paz e receba essa homenagem com o carinho de quem reconhece o tamanho do teu valor como ser humano. Henderson, parceiro de muitas horas em São Paulo, você marcou na sua passagem pela Terra.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Braga e Amazonino são da mesma família política


Dei gargalhadas, dia desses, ao ler, em um Blog da cidade, que “um mago trabalhava para unir Braga e Amazonino”. Gargalhadas porque o assunto foi apresentado (e o é por grande parte das pessoas) como se fosse uma “missão impossível”, que precisasse de um “mago”, para se poder alcançar êxito. Convenhamos! Na prática, o senador Eduardo Braga (PMDB) e o prefeito Amazonino Mendes (PTB) são da mesma gênese política de Gilberto Mestrinho. Mestrinho é o criador de Mendes, que criou Braga. Logo, esse último é neto político de Mestrinho e Mendes, pode-se dizer filho político. Omar Aziz (PSD), o atual governador, já é uma cria de Braga, portanto, bisneto político de Mestrinho. O curioso desse tipo político de família é que cada um se transforma em cacique de uma sigla e ainda agrega mais outras siglas cujas alianças, em famílias corriqueiras, jamais seriam possíveis de se admitir. Todas, no entanto, muito bem-alinhavadas com um único objetivo: manter o poder ao longo de anos. A única possibilidade de ocorrer uma briga, dissimulada, é claro, é quando esse poder é ameaçado. Aí eles fingem que brigam, são capazes até de aparecer ao lado dos “adversários”, para, no fundo, enfraquecê-los. Essa história de mago unir Braga é Mendes é para ninar bois. Se as pesquisas derem como certa a vitória de algum “Peteleco” do grupo, lá surge mais um “bisneto de Mestrinho”. Caso não, Braga arregaça as mangas em nome do “povo sofrido dessa cidade”, finge que bate em Mendes para poder levar, e o poder está mantido. Assim funciona a “família política” que dirige o Estado e o Município há anos. Sem magos, apenas com algumas mágoas superáveis.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Caos no trânsito ao redor do Paneirão


O desfile das Escolas de Samba de Manaus deixou claro como límpida água: a cidade enfrentará um caos no trânsito em jogos de Copa do Mundo. O que se viu nos dias de desfile foram engarrafamentos-monstro, que tonaram praticamente intransitáveis as avenidas Constantino Nery e Djalma Batista. Quem queria se dirigir ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, por exemplo, tinha com opções pegar a avenida Mário Ypiranga, entrando pelo Eldorado. Ou, pegando a Estada de São Jorge, bem como a Avenida Brasil. O percurso ficaria praticamente triplicado mas, pelo menos, os motoristas sofreriam menos estresse. Causa espanto que a Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU) não tenha tomado medias tais como essas. Imagino o que não ocorrerá quando os eventos forem na Arena da Amazônia, mais conhecido popularmente como Paneirão! A Prefeitura deveria tomar por base o que ocorreu no Carnaval para pensar em rotas alternativas e planejar o fluxo de veículos e pessoas durante os jogos da Copa de 2014. Caso contrário, será o caos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Latas de cervejas só nas alegorias


Tradicional pelos bailes à fantasia, desfile de blocos e escolas de samba de Norte a Sul, Leste a Oeste, o Carnaval, nos últimos anos, também é marcado por acidentes, às vezes fatais, por conta da combinação de bebidas alcoólicas e direção. Todos nós, algum dia, ou fizemos (ou ainda fazemos) algo extremamente reprovável: beber e dirigir. Por mais que as multas sejam altíssimas, que as campanhas de esclarecimento ganhem todos os espaços possíveis, quando chega em nós, cometemos a falha. E o Carnaval, de festa, transforma-se em tragédia. Neste ano, a data é comemorada hoje, dia 21 de fevereiro de 2012. Custará algo cada um de nós sermos mais prudentes? Talvez alguns goles a menos (ou latas). Há artistas que transformam as latas em alegorias. Que tal juntarmos essas latas durante o ano e aproveitarmos o dia de hoje apenas para comemorar ao lado das pessoas que mais gostamos, ao lado da família, dos mais próximos? Particularmente, não gosto dos bailes de Carnaval. Avalio que, onde todas as pessoas enchem a cara até o dia amanhecer; boa coisa não pode acontecer. No meu caso, Carnaval é mais retiro e descanso. Que cada um comemore da forma mais alegre possível. Sem, no entanto, colocar em risco sua vida e das outras pessoas. É meu apelo!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Chuvas e cheias dos rios causam pânico no Acre


As chuvas recorrentes não provocam apenas atrasos de voos, como o ocorrido com o voo 1938 da Gol, vindo de Cruzeiro do Sul, com destino a Fortaleza e escalas em Rio Branco, Porto Velho, Manaus e Belém, que, no dia 18 de fevereiro de 2012, demorou mais de duas horas para sair de Rio Branco. Naquele dia, desde a madrugada do dia 17, as chuvas caíram sobre Rio Branco, passando por Sena Madureira, e chegando a Cruzeiro do Sul. Na BR 364, no trecho que liga Sena Madureira a Rio Branco, o Rio Iaco já começa a transbordar e invadir as casas. No Segundo Distrito, como mostram as fotos tiradas no dia 18, o Rio já está muito próximo do nível das casas. No Rio Antimary, a ponte está quase submersa com riscos de que o leito da estrada seja atingido. Caso o leito da estrada seja atingido, Sena Madureira corre riscos de ficar isolada da capital, uma vez que toda a ligação entre Rio Branco e o município é feita por terras. A Defesa Civil, em Rio Branco e Sena Madureira, permanece em estado de alerta. A situação é das mais graves. Ontem, nova chuva desabou sobre Sena Madureira, o dia inteiro. A vazante do Iaco não chega e os moradores da cidade começam a ficar desesperados. Se subir mais que 2,80m, o rio ultrapassa o limite da maior enchente ocorrida em Sena Madureira, em 1997.








domingo, 19 de fevereiro de 2012

Gol: aventura diária nos ares do Acre


Definitivamente, os fatos parecem dar razão à Gol Linhas Áreas, quando decidiu suspender os voos noturnos para o Acre. Voar para aquelas bandas, a cada dia, torna-se uma aventura das mais perigosas. Ontem, quanto retornei para Manaus, cheguei ao Aeroporto de Rio Branco por volta das 13h40. O voo 1938 da Gol, vindo de Cruzeiro do Sul, com destino a Fortaleza e escalas em Rio Branco, Porto Velho, Manaus e Belém, estava com embarque previsto para às 15h e partida às 15h10. Previsão de chegada a Manaus? Às 18h32. Tudo isso se uma chuva torrencial que desabou sobre o Acre durante todo o dia de ontem não provocasse uma atraso substancial nos planos dos passageiros. Por não operar por aparelhos, ao chegar a Cruzeiro do Sul, a aeronave não teve teto, ou seja, não pode pousar. Após algumas tentativas, o piloto decidiu retornar para Rio Branco. Em terra, às 14h38, o funcionário da Gol avisou que “não houve teto em Cruzeiro do Sul, a aeronave estava pousando às 14h40 e, provavelmente, partiria para Porto Velho mais cedo. Deveríamos, porém, esperar as orientações da Central, em São Paulo”. Os passageiros que estavam na sala de embarque trocaram olhares de felicidade com a perspectiva de chegar mais cedo ao destino. Fiquei a matutar com meus botões: isso só poder ser alarma falso. A Gol teria de pagar hospedagem e alimentação para todos os passageiros que fiassem em Cruzeiro do Sul, à espera de um novo vol. Em Rio Branco, também teriam de ficar, com hospedagens e diárias, os passageiros que tinham Cruzeiro do Sul como destino. Afora que, até abrigar todos os passageiros em outros voos, raros agora em Rio Branco, provocaria prejuízos enormes às empresa. Conclui comigo mesmo: duvido que esse voo seja “adiantado”. Eles vão é mandar a aeronave de volta a Cruzeiro do Sul, pensei e decidi nem ligar para casa e dar a notícia da chegada antecipada. Minutos depois, uma nova funcionária da Gol aparece no saguão e anuncia: “o voo 1938, com destino a Fortaleza e escalas em Porto Velho, Manaus Belém está atrasado. A aeronave, que está no pátio, será abastecida e retornará a Cruzeiro do Sul.” Aproximadamente 20min depois, outra funcionária (creio que eles praticam o rodízio de anunciantes de más notícias para não provocar a revolta dos passageiros), ainda com a aeronave no pátio, anuncia: “Informamos que o voo 1938, com destino a Fortaleza, escalas em Porto Velho, Manaus e Belém, está atrasado e com pouso previsto neste aeroporto às 18h”. Então, distribuíram um folheto com informações sobre os direitos dos clientes em casos como aqueles. Cobre o direito ao acesso à Internet. Ela argumentou que não possuíam Internet, mas, apenas Intranet. “No caso só podemos oferecer telefone”, disse ela. E o lanche? Ela completou: “Daqui a 10min começaremos a servir”. Solícitos até então, não avisaram ninguém da entrega de um voucher de R$ 15,00 para os passageiros. Quem descobriu a novidade tratou de avisar os outros. Moral da história: eu que cheguei ao aeroporto às 13h30, com a sinusite atacada, febre, dores no corpo e ardência nos olhos, esperei até às 18h18 para embarcar, horário previsto para chegar em Manaus. Cada pouso, um em Porto Velho e outro em Manaus, era uma tortura. Consegui imaginar o que não passavam as pessoas torturadas na época da ditadura. Aquele som agudo provocava dores inimagináveis. Tecnicamente tranqüilo, tantos nos pousos quanto das decolagem, foi o pior voo da minha vida.




sábado, 18 de fevereiro de 2012

A iniciação sexual precoce das meninas no Acre


Depois da postagem que fiz ontem, aqui, neste mesmo espaço, denominada “Condenações, prisões, casamentos e pedofilia”, fui procurado por algumas pessoas para comentar o problema. Descobri que não foi só a mãe de Eloá que autorizou relacionamentos com meninas entre 12 e 13 anos. Em Sena Madureira, cidade localizada a 144 quilômetros de Rio Branco, a capital, é rotineiro e comum, apesar de o Conselho Tutelar tentar coibir firmemente, a iniciação sexual de meninas e meninos na faixa entre 10 e 13 anos. Chocado ou chocada, meu leitor, minha leitora? Pasmem! Com o consentimento dos pais. Talvez seja espantoso em se tratando de meninas, porque, pais machistas, levavam seus filhos, homens, aos “puteiros” a partir dessa faixa de idade. Permitir (certamente não com tanta tranqüilidade) que as filhas, mulheres, iniciem a vida sexual nessa idade, pode parecer chocante para alguns, mas, se trata de um avanço e tanto do ponto de vista cultural. Porém, do ponto de vista legal, é crime. Os pais das meninas e os namorados, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, podem ser condenados, ainda que não haja denúncia formal e que os namorados proponham casamento. Ao que tudo indica, esse tipo de comportamento mudou no Acre inteiro, quiçá, no Brasil. Então, o que fazer, quando a lei diz uma coisa, mas a prática cultural aponta para uma direção diametralmente oposta? Rediscutir urgentemente a lei. Porque da forma que está, os pais, ainda que forçosamente, porque se não autorizarem o namoro as meninas (e os meninos mais ainda) passam a namorar “escondidos”, cria-se um problema jurídico grave. Namorados pegos com essas meninas correm o risco de ser acusados de estupro ou de estupro presumido, dependendo da idade da garota. Os pais também podem sofrer sanções graves. Mais grave ainda, é que esses namorados se tornam reféns: arriscam-se a ser chantageados a qualquer momento pela família (ou pela própria namorada) se a “relação” não durar muito tempo. Há um problema, a meu ver, inevitável, uma questão jurídica grave e mal-resolvida, e uma sociedade que caminha a passos largos para encarar com a maior naturalidade do mundo a iniciação sexual das mulheres a partir dos 12, 13 anos. Enquanto não se muda a lei, o certo mesmo é quem se apaixonar por alguma criança de 12 ou 13 anos, segurar o facho, pois confusões inimagináveis o esperam. Legalmente, serão acusados de pedofilia. Culturalmente, ao que se vê, serão absolvidas pela história.

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Condenações, prisões, casamento e pedofilia


Há coisas no Twitter que, às vezes, de tão “engraçadas” provocam reflexão. Uma delas foi a postagem do meu colega @RodrigoNaoSr. Ele disse ontem: “Engaçado! No Brasil o cara é condenado a 98 anos de prisão, vai ficar no máximo 16, mas, casou, tem de ser pra vida inteira”. Conheço o humor ferino do Rodrigo e usei a postagem dele para raciocinar: realmente, o casamento também é uma espécie de prisão domiciliar. Sem direito a sursis. O palco é muito semelhante: o fórum. Com direito a uma penca de testemunhas. Que é para nenhum dos dois se arrepender. Nesse campo, às vezes, homens e mulheres enganam-se redondamente. Como em alguns equívocos cometidos nos tribunais de júri. No júri, como no casamento, os protagonistas, em alguns casos, fingem tão bem que conseguem ludibriar os jurados e escapar ilesos. Ora, pela lei, se foram julgados e absolvidos, podem até ter cometido o delito, mas não são culpados. Rodrigo, no comentário engraçado, relacionou o casamento com o julgamento de Lindemberg, assassino na jovem Eloá, em São Paulo. O caso ganhou repercussão nacional. O que pouca gente tocou é no cerne da questão: a morte de Eloá foi apenas o ápice de uma tragédia. Que começou quando um jovem de 19 anos foi à casa da mãe de uma garota de 12 anos pedi-la em namoro. Se insistisse, e tanto o fez que terminou por matá-la, o rapaz deveria ter sido denunciado pela prática de pedofilia. Uma morte, talvez, tivesse sido evitada. Mas sabem por que o jovem não foi denunciado. Porque essa prática de iniciação da vida sexual das garotas de 11 ou 12 anos parece ter se tornado regra. Logo, nem provoca reação das famílias. Em alguns casos, a pedofilia é premiada. Transforma o pedófilo em vítima. As pessoas ficam “penalizadas” com uma vítima “tão inocente”. Esquecem que quem perde a inocência é uma criança de 12 anos que se transforma em “mulher” nas mãos de um rapaz de 19 anos. Pior ainda é quando, nessa idade, a criança é incentivada à prostituição pela própria família e se transforma em “caso” de algum homem público. Ou se encara o problema da pedofilia com seriedade ou se começa a rediscutir os limites legais para os crimes de iniciação sexual precoce. E tem mais: se as famílias não se responsabilizarem por cuidar dos seus filhos menores (meninos ou meninas), nenhum política pública será eficaz.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A esperteza das instituições financeiras


Ou se trata de ma tremenda esperteza das instituições financeira do País ou pensam que nós, os clientes (e usuários) somos imbecis. Só isso explica o fato de um pagamento realizado na boca do caixa de uma instituição demorar até 72 horas para ser processado, portanto, dando baixa, em outra. A não ser que estejamos lidando com um sistema de informação da idade da pedra, coisa que não acontece com o sistema dos bancos brasileiros, um dos mais avançados do mundo, trata-se mesmo de esperteza. Digamos que eu tenha feito um pagamento de R$ 5 mil em Sena Madureira, no interior do Acre, na Agência do Banco do Brasil, agência interligada, on-line, com todo o sistema do Banco. Qual a explicação para este valor só ser creditado na conta do Banco credor 72h depois, se é debitado na minha conta imediatamente? Será que ninguém ganha nenhum centavo durante esse período em que o valor pago fica “no limbo”, vagando como um fantasma, ser creditado a quem de direito? É mister que o Banco Central comece a observar esse tipo de operação. Aparentemente, trata-se de algum tipo de esperteza, lesivo a pelo menos uma das partes envolvidas nas transações. Ou há alguma explicação lógica para tanta lerdeza?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Defesa civil em alerta no Acre


As fortes chuvas, inclusive como a que ontem desabou sobre a capital, Rio Branco, deixaram a defesa civil em estado de alerta em todo o Acre. Não pelos estragos que temporais provocam nas comunidades mais carentes, mas, também, e principalmente, pela cheia dos rios. O Rio Acre, por exemplo, está com o nível bem acima do normal. Proporciona uma bela visão quando se atravessa as pontes. No entanto, está com “corredeira” e “descendo paus”; sinais claros para que vive na região de que ainda “vem cheia” por aí. Comunidades mais comunidades já estão atingidas pelas cheia do Rio, o que provoca necessidades de ações constantes da Secretaria de Ação Social para abrigar os atingidos. Em Sena Madureira, como conseqüência da cheia que atinge o Alto Purus, o Rio Yaco também apresenta os mesmos sinais do Rio Acre. Está com o nível acima do tradicional e já começa a atingir comunidades. O fenômeno da cheia é recorrente nos rios da região o que, por seu turno, facilita o planejamento para que os danos provocados nas comunidades sejam menores, caso as ações de prevenção e remoção das pessoas dos locais usualmente atingidos sejam levadas a cabo em tempo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A obesidade como fator de saúde pública


Impressiona-me, também, a clareza com que o Coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo, Padre Anísio Baldessin, trata o tema no Boletim O Domingo, o Semanário Litúrgico usado, aos domingos, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira, minha cidade natal, localizada a 174 quilômetros de Rio Branco, a capital do Estado do Acre. No texto intitulado “Saúde pública e obesidade” que faz parte da seção “Campanha da Fraternidade”, o padre registra: “Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo experimenta atualmente sério desafio no âmbito alimentar. Além de preocupar-se com países onde a fome é problema endêmico, a OMS já demonstra séria preocupação com os riscos à saúde humana advindos de uma dieta rica em calorias, sódio, açúcar e gordura saturada. Com isso, explodem os casos de obesidade, diabetes, distúrbios cardíacos, entre outros”. O Padre Baldessin aborda, com uma clareza digna de deixar alguns céticos em relação aos benefícios da religião, um problema que, sem nenhuma dúvida, é de saúde pública. A própria OMS já não se preocupa apenas com os famélicos mundo afora, mas, com a tendência mundial ao ganho de peso. Os hábitos da vida pós-moderna, de passar o dia na frente de um computador ou a jogar videogames, por exemplo, transformam jovens em obesos, logo, propensos às doenças, às fezes fatais, provocadas pelo excesso de peso. Tratar o problema como uma questão de saúde pública é o primeiro passo para que o mundo consiga forjar uma geração com hábitos alimentares mais saudáveis futuramente.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A exclusão social condenada pela Igreja


Grande parte das vezes que participei das celebrações na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira, minha cidade natal, elas foram celebradas pelo Padre Paulino Maria Baldassari. Ontem, diferentemente, que presidiu a celebração foi o Padre Zezinho. Natural de Sena Madureira, “lá do 16”, como dizem os habitantes que conhecem a sua família lá do quilômetro 16 da estrada que liga Sena Madureira a Rio Branco, o padre fez um sermão diferente. Menos centrado nas escrituras, que falavam da passagem no “leproso” no Evangelho de Marcos, e mais em exemplos do dia-a-dia; o padre chamou a atenção para as leis “que criamos”, mas não conseguimos criar condições de pô-las em prática. Citou o exemplo de uma hipotética mãe, com cinco filhos menores, que foi abandonada pelo companheiro. Como ela poderia cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente? Terá de sair para trabalhar, como fazê-lo sem ter com quem deixar os filhos? Esses questionamentos deixados sem respostas, segundo o prazer, são espécies de exclusão social que criamos na vida em sociedade. Ele próprio se incluiu nos exemplos, ao revelar a forma ríspida como tratou uma pessoa que havia sido acolhida na Igreja e de lá não queria mais sair. Muito bom ouvir um padre chamar a atenção, abertamente, no sermão para as fraquezas humanas e as necessidades que temos de tentar superá-las. Qualquer tipo de exclusão não deve ser condenado apenas pela Igreja. Deve ser um exercício diário de respeito ao outro para tornar a sociedade melhor. Antes de ser um desafio coletivo, trata-se de um exercício pessoal permanente.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mãe tenta vender filha de seis anos


Quando você pensa que já viu tudo em termos de violência contra Crianças e Adolescentes, depara-se com a notícia de que, em Cruzeiro do Sul, no Acre, uma mãe foi presa por tentar vender a filha de seis anos. De acordo com um dos jornais da capital, Rio Branco, o fato ocorrera em uma comunidade do município de Cruzeiro do Sul, denominada Agrovila. À Polícia Civil, a mulher de 25, que aparentava possuir transtornos mentais e estava alcoolizada na hora da prisão, disse que pretender vender a filha por não ter condições de criá-la. A criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar, enquanto o caso é investigado. O que mais espanta nessa história toda, do alto dos meus 48 anos, é que a mesma desculpa é usada, aqui no Acre, há anos, por mães que entregam suas filhas (agora vendem) aos cuidados de outras pessoas. Não é raro que sejam “senhores”, às vezes pra lá da terceira idade, que se comprometem em “cuidar” das crianças. Em geral, cuidam quase nada e passam a explorá-las sexualmente desde cedo. Tal fenômeno parece ser regras em cidade do interior do Acre, Rondônia, Pará, Amazonas e Roraima. Urge que políticas públicas combatam firmemente essa espécie de “adoção” que, na maioria das vezes é praticada por anciões ou “figurões” até nas capitais desses estados. O que ocorre, em geral, é que essas crianças crescem vítimas da violência sexual e ainda são tidas como “desavergonhadas” quando se descobrem alguns desses tipos de casos de violência. Terminam por sofrer a imensa dor de serem abandonadas em tenra idade e, em alguns casos, violentadas sexualmente e, depois, moralmente, diante da sociedade.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

TRE do Acre mantém cassação de Antônia Lúcia


Embora desde novembro de 2011 a deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC), esposa do deputado federal pelo Amazonas, Silas Câmara (PSD-AM), peça, via internet, a oração dos evangélicos pela sua absolvição, até agora, não teve muito êxito. O Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TER-AC) negou o recurso impetrado pelos advogados da deputada e manteve o “Acórdão nº 2.779/2011 TRE/AC, no qual foi reconhecido o financiamento ilícito de campanha eleitoral (art. 30-A da Lei n. 9.504/97) e, consequentemente, cassado o diploma concedido à deputada nas eleições de 2010”. Foi pelo empenho dos seus “irmãos evangélico” que a deputada, depois de várias tentativas, ganhou a eleição, em 2010. No pleito, foram apreendidos pela Polícia Federal, só com um “dos doadores de bênçãos para a Igreja”, segundo versão da então candidata, a quantia de R$ 472.130,00. O dinheiro foi apreendido no dia 6 de setembro de 2010, porém, só em novembro de 2011 a corte acreana decidiu pela cassação do diploma, após concluir que os recursos “ilicitamente se destinariam à campanha de Antônia Lucilélia”. Por força da lentidão da Justiça, a deputada Antônia Lúcia tomou posse. Com a confirmação da cassação do diploma da deputada pelo TRE do Acre, ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). À época da apreensão do dinheiro, a candidata alegou que aquela quantia tão generosa de R$ 472.130,00 era a contribuição de um único irmão para a Igreja Assembleia de Deus. A se levar em conta a versão da deputada, que desmente todas as provas colhidas pelo TRE do Acre, uma coisa é certa: talvez não haja tanto poder nas orações dos seus irmãos e irmãs da Igreja, mas, se só um dos colaboradores doa uma quantia tão generosa, para a Igreja e não para a campanha dela, o poder financeiro é de fazer inveja e banca, com certeza, todos os recursos legais possíveis. No final das contas, Antônia Lúcia, mesmo cassada, concluirá o mandato. Esse é o milagre da Justiça brasileira!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gol suspende apenas o voo da madrugada para o Acre


Depois de tanto falar sobre o assalto do qual minha irmã foi vítima, acabei me esquecendo de registrar que, diante de tanto “disse-me-disse” e, preocupado com o meu retorno a Manaus, marcado para o dia 18 de fevereiro de 2012, fui diretamente à loja da Gol Linhas Aéreas (que se diz inteligente) para esclarecer, definitivamente, se estavam ou não suspensos os voos para Rio Branco. A mídia do Acre repercutiu tanto o discurso do senador Jorge Vianna (PT-AC), sem muitos esclarecimentos, embora com artigos e comentários durante vários dias, que deixou a impressão que todos os voos da companhia aérea para o Acre tinham sido suspensos. Ao procurar a empresa, fui esclarecido que apenas o voo noturno tinha sido suspenso. Não deram esclarecimentos sobre o motivo. Oficialmente, as queixas são contra a pista do Aeroporto de Rio Branco. É mais provável, porém, que a freqüência de passageiros tenha diminuído tanto a ponto de a empresa ter prejuízos irrecuperáveis se mantivesse dois voos. Com o funcionamento da BR 364, de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, e os preços proibitivos da Gol, as pessoas preferem ou os ônibus de linha, que ligam a capital a Cruzeiro do Sul, ou o “transporte alternativo”. Essa sim parece ser a explicação mais lógica para a suspensão do voo noturno. E se assim o for, não há discurso de senador que d6e jeito: o voo não será retomado com pista nova ou com a atual.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Lições do futebol para a vida


Não vejo jogo de futebol apenas como diversão. Principalmente quando o meu time joga. E perde. Como ocorreu ontem no jogo em que o Vasco da Gama foi derrotado por 2 x 1 pelo Nacional do Uruguai. Há, no futebol, lições que servem para a vida e comprovações de teorias que, às vezes, se nos apresentam áridas. O jogo de ontem, por exemplo, comprovou claramente que o futebol é um sistema muito mais complexo do que a vã complexidade é capaz de não-explicar. Ficou evidente que onze jogadores juntos, por mais talentosos que sejam, não formam um time. Ou seja, em um sistema complexo, e vivo, como o é um time de futebol; o todo é muito mais que a soma das partes. Como defende Edgar Morin, no que chama de pensamento complexo, a vida é feita de acasos. O futebol também. Meros acasos, nada mais que eles, definem um resultado. A melhor jogada, a mais bem-feita, nem sempre termina em gol. Nos jogos, o olhar do observador, ou seja, da torcida, é essencial. Diria, até, fundamental. E pode mudar um jogo. Como no conhecido episódio das “fendas dobradas”, o time muda, como as partículas, a partir da “forca do observador”, ou seja, que vem das arquibancadas. No jogo, o Vasco fez um gol contra, com Dedé; seu colega de zaga, Rodolfo, entregou o outro no início do segundo tempo. O time perdeu dois gols ditos feitos, o Nacional também perdeu um assim, mas quem saiu de campo derrotado foi o Vasco. O observador, como eu, prefere um time mais voluntarioso e com raça, como no segundo tempo, do que um monte de craques que não acerta nada. Na vida como na bola, unir especialistas em torno do objetivo não significa que o ponto ótimo será atingido. Cabe a nós, especialistas ou não, estarmos preparados para lidar com toda espécie de acaso que nos possa ocorrer.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ecos de um assalto na capital do Acre


Ontem, por necessidade de completar o serviço interrompido pelo assalto do dia anterior, retornei à loja da Pemaza, em Rio Branco, capital do Acre, localizada no Segundo Distrito, à via Chico Mendes. Era preciso balancear e alinhar os quatro novos pneus do carro da minha irmã, motivo pelo qual tínhamos ido à loja. Confesso: pensei que aquela história do “momento de oração” tinha sido uma invenção da minha irmã para dar leveza ao minutos de terror que ela havia passado em poder dos assaltantes. Ontem, porém, em conversa com o gerente da loja, ele me confidenciou: “...fiquei preocupado com a sua esposa...”. Eu o corrigi e disse que era a minha irmã. E ele: “...o cara mandava ela ir para lá e ela não ia. Resistia. E eu ali, de joelhos, nem abria a boca, mas orava por ela, para que ela não irritasse o cara e ele começasse a atirar”. Se ela realmente pensava que era “um momento de oração” ver todos os funcionários da loja de joelhos, quem conseguirá descobrir? O certo é que, no dia anterior, inicialmente, ela nem se tocou que a loja passava por um assalto, e ela também seria assaltada em seguida. Ontem, revelou que ao abrir os olhos ainda via “aquele olhar” dirigido a ela na hora que o assaltante dizia “a senhora tá vacilando, tá me encarando demais”. Depois de tudo, conta e reconta a história. Morremos de rir! E ela ainda acrescenta, para apimentar: “Fiquei com vontade de dizer pra ele, depois daquele olhar profundo: tu não sabes o quanto eu adoro um negão”. Lembro-me também, da curiosa atuação da Polícia Militar. Quase meia hora após a saída dos assaltantes do local, dois soldados, arma em punho, surgiram na esquina, como se estivessem em uma perseguição das mais perigosas. Escondiam-se por trás da parede, apontavam apenas o cano da arma. Eram cenas semelhantes àquelas dos filmes de ação. Via aquilo e tudo e comecei a rir. A risada transformou-se em gargalhada quando alguém, lá do interior da loja gritou: “moços, podem entrar. Eles já foram embora”.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Salvo pelo Facebook de um assalto em Rio Branco


Há dias que, inicialmente, você até imagina que poderiam ser riscados da sua vida sem nenhum prejuízo. Tardes, então, que, aparentemente são terrivelmente ruins, porém, podem ser registradas como altamente positivas, dependendo do ângulo de visão. Ontem à tarde, por exemplo, foi um desses dias. Por volta das 14h30, saíamos para Rio Branco. Eu e minha irmã. Eu dirigia o carro. O bendito pneu traseiro do lado direito, o primeiro a furar na minha última aventura de Rio Branco para Sena Madureira, quando três deles furaram, furou de novo. Desta vez, na saída de um supermercado, em Rio Branco, antes de pegarmos a estrada. De novo a roda ficou presa, tivemos sérias dificuldades para tirar o pneu, repor o estepe e procurar uma solução para o problema. De repente, surge um mecânico, que fazia um serviço próximo, pergunta se está tudo certo e tenta ajudar. Nada. Solução: encontrar um tubo de ferro para fazer um reforço na chave de roda. Saímos, eu e o mecânico, em busca de algo para ser adaptado à chave de roda. Consigo ume “pedaço de cadeira de ferro”, mas o furo é menor que a dimensão da chave. O mecânico demora mais um pouco e aparece com um pedaço de ferro com espessura suficiente. Antes que ele conclua, aparece um mototaxista, que era o que ele tinha ido fazer ali naquele local: esperar um para poder ir embora. Concluo o serviço de troca da roda por ele e vamos buscar uma solução. Primeiro ponto positivo do dia, com todos os problemas: caso minha irmã estivesse só no carro, na estrada de volta para Sena Madureira, precisaria de muita ajuda, pois, naquelas condições, não teria como trocar o pneu (velho e buchudo) que tinha furado. Decidimos, então, não voltar ontem para Sena e rodar, em Rio Branco, para solucionar definitivamente o problema. Fizemos tomadas de preços, calculamos juros e terminamos, depois de idas e vindas, voltando à segunda loja: a Pemaza, no Segundo Distrito. Escolhi o modelo dos pneus. Lembrei-me que tinha me despedido de todo mundo no Facebook (e no Twitter) e prometido voltar lá pelas 17h, já de Sena Madureira. Estava com a bateria do celular zerada. Vi um ponto de energia elétrica próximo do macaco e lembrei-me que minha mochila estava no carro. Peguei o carregador. Naquele ponto, ainda usando o celular com o cabo de força ligado à energia da loja, passei a avisar os amigos, pelo Facebook, do imprevisto. Minha irmã entrou, acompanhada da vendedora, para passar o cartão de crédito e pagar os pneus. Todos os que estavam no interior da loja estavam dominados por dois assaltantes, que usavam capacetes e portavam uma pistola 7.65 e uma 380, todas de uso exclusivo da polícia. Depois de quase 20 minutos, minha irmã retorna. Eu ainda com o telefone à mão, levanto os olhos, ela me mostra as mãos trêmulas, e fala algo desconexo:”momento de oração”. Não entendo nada. Depois completa: ”um assalto, um assalto. Fomos todos assaltados dentro da loja.” A preocupação dela era que os assaltantes, armados, saíssem da loja, fossem para a área que eu estava, rendessem a gente e levassem o carro dela. Ponto positivo da tarde, até aí: o Facebook terminou me “salvando” de ser assaltado. Descontraída, ela conta que entrou na loja, e quando se aproximou do caixa para pagar os pneus, viu todo mundo ajoelhado, como se estivessem virados para Meca, ou em oração. Como estava próximo das 18h, pensou que os donos da loja eram evangélicos e tivessem algum momento de oração antes de fecharem a loja. Lembra que um homem se dirigiu a ela e disse: “Senhora, vá para aquele lado. Ela, não ciente que de estava sendo assaltada, respondeu: “Eu não, eu não quero ir prali não!”. “Senhora, vá pra lá” teria ele, dito, com voz mais alterada. Ela virou-se, olhou para o rapaz, encarou o capacete e ele disse: “a senhora tá vacilando, tá me encarando muito”. Puxou a arma da cintura, com ela em punho, segurou a minha irmã com os dois braços para trás e disse: “a senhora vai ou não para lá?” Só ao ver a arma minha irmã percebeu que se tratava de um assalto. Mas não perdeu a piada, algo característico na família. Respondeu: ”Calma, moço, eu pensava que era só um momento de oração”. Só agora, quando ela contava como foi o assalto, fiz a ligação com o que ela havia dito anteriormente: “...momento de oração...” era porque todo mundo tinha sido posto de joelhos. Depois de ter sido “convencida”, narrou ela que ajoelhou-se por trás de um dos homens mais altos que estavam no chão da loja. Nesse momento, percebeu que precisava escondeu o cartão que estava no bolso: pôs embaixo do joelho direito. Quando os assaltantes gritaram “Dinheiro, celulares”, ela teve a perspicácia de pôr o dela embaixo do teclado do computador da loja. Um deles, em virtude da demora, parece ter se convencido que a loja não tinha dinheiro além do arrecadado e disse: “tá demorando demais, vamos, vamos”. E se foram sem ser importunados. Eu, com o Motorola Defy à mão, ainda navegava pelo Facebook e não percebi nada dessa história violenta e cheia de humor. Minha irmã, conta e reconta. Desde ontem damos boas gargalhadas. Ela perdeu um cordão e um anel de ouro. Mas diz ter feito todas as piadas que pode. Esse é o outro ângulo de uma história de violência, de um assalto: o humor com que se pode olhá-lo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Os flanelinhas eletrônicos dos shoppings


Nem em Rio Branco os habitantes escaparam da fúria por meter a mão no bolso dos motoristas que os shoppings brasileiros passaram a exibir. Quando da inauguração, nada era cobrado dos clientes. Agora, são 20min de tolerância. Passado em esse tempo, o motorista tem de desembolsar R$ 3,00. Em Manaus, a prefeitura ressuscitará o Zona Azul, que não passa da privatização dos serviços prestados pelos guardadores de carro, os chamados flanelinhas. O que se vê é um avanço desse processo de privatização de um serviço que era pago, pelo menos em tese, voluntariamente. O pior de tudo é que, da doação para a imposição, em alguns casos, nada muda. A cobrança desse tipo de taxa presume-se, seria acompanhada de um algum tipo de proteção aos veículos. Em alguns shoppings, como os de Rio Branco, os veículos são deixados a céu aberto. Um espaço que servia de fonte de renda para algumas pessoas menos favorecidas foi privatizado. A conversa é sempre a mesma: marginais tomam conta, principalmente quando são as ruas. Ora, mas se, no caso dos shoppings, o estacionamento é mais um serviço prestado, não seria lógico que esse serviço oferecesse o mínimo de qualidade? Pelo menos uma cobertura para as vagas. Da forma como é prestado, esse serviço é mais uma “facada” no bolso dos clientes.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O poder dos Vianna balança em Rio Branco


Será que depois de tantos anos como membro da Frente Popular do Acre (FPA) o Partido Comunista do Brasil (PC do B) ainda não aprendeu que com o Partido dos Trabalhadores (PT), pelo menos no Acre, não tem essa de negociar o “cabeça-de-chapa”? Ou é mero balão-de-ensaio ou a pré-candidatura da deputada federal Perpétua Almeida (PC do B) à prefeitura de Rio Branco não passa de um delírio. A não ser que o PC do B abandone e FPA, outra possibilidade improvável, uma vez que o PC do B, desde que conheceu as benesses do poder, não corre nenhum risco de dele se afastar. A não ser que seja pra ganhar. Só que em Rio Branco, Perpétua Almeida não tem densidade eleitoral suficiente para vencer uma eleição majoritária sem o apoio dos “irmãos Vianna”. Esses, Tião e Jorge, jamais apontaram alguém com personalidade forte que, com o tempo, pudesse tentar voo solo. Foi assim com Raimundo Angelim e Binho Marques, que não deram um passo pra nada sem consultar o mais controlador dos irmãos, o senador Jorge Vianna. Aliás, só mesmo o estilo centralizador, quase ditatorial de Jorge é capaz de implodir a FPA. Perpétua Almeida, pulso forte e personalidade mais ainda, eleita prefeita de Rio Branco, não aceitaria viver eternamente sob o julgo dos Viannas. Logo, pode “tirar o cavalinho da chuva” que não será apontada candidata. Para perder ou para ganhar, os Viannas vão de Marcus Alexandre, um novo peteleco deles para tentar manter com mão-de-ferro o poder absoluto que possuem no Estado. Só que nas últimas eleições para Governo do Estado, na capital, Tião Vianna foi derrotado. Conseguiu ser governador à custa de uma frota de caminhões de denúncias de corrupção e compra de votos, com apenas meio por centro de vantagem sobre Tião Bocalom (PSDB). Tanto que Tião Vianna corre risco de perder o mandato a qualquer momento. O poder dos irmãos balança em Rio Branco.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Lula faz o que quer neste País


Uma das colunas do jornalista Claudio Humberto, que circula País afora, traz denúncia gravíssima, inclusive, com atos ilegais como confetes: a naturalização vapt-vupt do espanhol Jose Lopez Feijoo para ser empossado assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República. Maior credencial de Feijoo: ser amigo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi empossado no cargo no dia 30 de maio de 2011, segundo Claudio Humberto, mas só recebeu o certificado de naturalização três meses depois, em 16 de agosto de 2011, o que é ilegal. Detalhe: o processo de naturalização demorou apenas 15 dias na Polícia Federal de São Paulo. Que o Partido dos Trabalhadores (PT) aparelhou os Estado das prefeituras dos mais longínquos rincões do País até chegar a Brasília, azeitando uma máquina de ganhar eleições que dificilmente será batida (a não ser pelas próprias brigas internas) todos já sabemos. O que eu não fazia ideia era que está em curso um processo de internacionalização do clientelismo e da troca de favores. É estranho que Lula faça o que quer neste País e a oposição durma em berço esplêndido como se nada a ocorrer estivesse. Ou PSDB e DEM são muito incompetentes (e parecem que são pois conseguiram perder até Gilberto Kassab) ou Lula tem poderes sobrenaturais.