quinta-feira, 30 de junho de 2011

Crachás invertidos

Tenho sempre a impressão de que as pessoas usam aquela identificação profissional pendurada ao pescoço, popularmente conhecida como crachá, por pura imposição da empresa. Nunca ficam à vontade com aquilo, cujo design, às vezes, também é de um mau gosto desestimulante. É fato que grande parte das pessoas não faz nada para esconder. Aliás, protestam da forma silenciosa e mais efetiva que encontram: giram-no! Transformam a frente em verso e o verso em frente. Resultado: se a intenção da empresa era que os clientes pudessem se aproximar mais do funcionário, tratando-o pelo nome, o “momento de intimidade comercial” já era com os crachás invertidos. Ora, quem trabalha dessa forma não quer “intimidade” nenhuma. Está ali, mas a vontade era não estar. E deixa isso bem-claro ao inverter o tal documento de identificação. Há, porém, clientes mais inconvenientes que as pessoas que assim trabalham. Quando se trata de uma aeromoça, normalmente bonita, por exemplo, o “folgado” aproxima-se, estende o braço e vira o crachá para poder tratá-la pelo nome. O sorriso amarelo dela e o “pois não senhor” revelam o tanto de contentamento com a atitude. A vida segue! Como mais um voo de carreira.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

BNDES para quê?

A proposta de fusão do grupo Pão de Açucar com o grupo Carrefou nas operações brasileiras do segundo não só cria a maior empresa de varejo do Brasil, mas também faz nascer um player mundial com força para encarar o norte-americado Wall Mart, por exemplo. O problema é que o negócio só sai do papel, conversas e mais conversas à parte, com o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Qualquer simples mortal dirá: com o dinheiro do BNDES até eu? Mais um problema: essa grana do BNDES é do trabalhador brasileiro. A pergunta, portanto, é: o trabalhador brasileiro aceitar financiar a criação de mais uma empresa multinacional brasileira? Claramente o BNDES faz isso há algum tempo. Nem vejo como uma estratégica equivocada: ou o Brasil cria algumas empresas gigantes para disputar o mercado mundial ou fica fora do jogo. O governo brasileiro há muito percebeu isso e mudou a política de financiamento do BNDES. Esse novo rumo, porém, não está claro para a sociedade. Preciso discutir se o financiamento da criação de monopólios locais é o caminho mais correto para o Brasil entrar, definitivamente, no time dos grandes jogadores do mercado mundial.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O fiel da balança

Há uma penca de pré-candidatos botando as asinhas de fora e se apresentando como prováveis substitutos do prefeito Amazonino Mendes (PTB). Certamente não contam com a candidatura à reeleição de Mendes. Os menos afoitos, porém, esperam mesmo é uma definição do senador Eduardo Braga (PMDB). Embora sem tanto prestígio nacional dentro do seu partido, talvez por receio de alguns caciques de perderem o posto, no Amazonas, e, principalmente em Manaus, quem dás as cartas é Braga. Quando ele bater o pé, algumas ratazanas se esconderão e fingirão até que nunca sentiram o cheiro desse queijo recheado chamado Prefeitura de Manaus. Recheado, principalmente, dos bilhões da Copa do Mundo de 2014. Há fortes indícios de que Mendes não afasta o pé da disputa nem mesmo em prol de Braga. A disputa talvez seja tão acirrada quanto foi a do Garantido versus o Caprichoso este ano. Certamente nenhum dos jogos que irão ocorrer no “Paneirão” guardam tanta emoção quanto um confronto entre Mendes e Braga. Teremos esse privilégio?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Violência crescente contra crianças

Campanhas e obas, obas à parte, a leitura diária dos jornais de Manaus, principalmente aqueles que exploram os centavos com mulheres nuas e sensacionalismo de rabo a cabo, parecem indicar não só o aumento, mas, o envolvimento de crianças e adolescentes em atos de violência como roubos, assassinatos e brigas. A sociedade precisa entender que a violência contra a criança e o adolescente não é somente a sexual: o tráfico de drogas, o roubo, as mortes e agressões físicas são constantes nas matérias e manchetes. Volto a insistir que o combate à violência contra crianças e adolescentes não se limita às campanhas. É preciso, efetivamente, que o estado e o município tenham políticas públicas em conjunto para disseminar o conceito de respeito às crianças e aos adolescentes. Enquanto os próprios pais, bem como a sociedade inteira, não entenderem que as crianças são seres autônomos, que necessitam ser respeitados e amados, com o verdadeiro afeto, porém, sem conotação sexual, nenhuma política terá êxito. O foco não tem de ser somente na proteção, mas, no respeito como cidadão, ainda que mirim ou adolescente. Caso não restará sempre a impressão de que nada é feito.

domingo, 26 de junho de 2011

Praga de alemão

Deve ter sido praga de alemão aquela peça ter se soltado justamente do carro de Rubens Barrichello e atingido Felipe Massa. A maldita peça certamente carregava energias barrichellianas inoculadas no cérebro de Massa e esse passou a receber sinais de lerdeza. Depois daquela “peçada”, Massa não consegue correr: só anda do quinto lugar para baixo. Para piorar os domingos de Fórmula 1, os brasileiros são obrigados a conviver com outro alemão, o menino Sebastian Vettel, que transformou os treinos e as corridas em algo maçante, quase inócuo: ganha todas. E ganha com tanta facilidade que mais parece um extraterreste em meio aos pobres mortais. Michael Schumacher deve ter deixado uma praga ao se aposentar “amarrando” os pilotos brasileiros. Voltou, comprovadamente não é mais o mesmo, porém aparece outro alemão para infernizar a vida dos brasileiros da Fórmula 1. O pior de tudo é que, para os próximos anos, não há esperança nenhuma de que outro brasileiro vença grandes prêmios e muito menos que se sagre campeão mundial. Talvez tenhamos algum expoente em corridas de jegue! Porque se houvesse um campeonato mundial de corridas de tartarugas era bem provável que Barrichello ainda fosse derrotado pilotando um Fórmula 1.

sábado, 25 de junho de 2011

Tempos que não voltam mais

A Manaus desses últimos dois dias é uma cidade que não existe mais: só ressuscita quando os bois de Parintins entram na arena para a disputa anual, como agora. Enquanto Garantido e Caprichoso se pegam no Sambódromo, Manaus fica tranqüila, poucos carros, trânsito fluente: “um sonho feliz de cidade”, diria Caetano Veloso. Certamente, o furdunço diário de Manaus é transferido para a Ilha Tupinambarana. E quem lá está nesses três dias sofre o que os habitantes de Manaus sofrem nos demais dias do ano. Após citar Caetano Veloso, não poderia deixar de lembrar o nosso poeta maior, Chico da Silva: “...que tempo bom, que não volta nunca mais... aquele tempo de menino ainda trago no meu peito, muita saudade, roda pião, estilingue no pescoço, papagaio pra soltar....” É impossível que Manaus volte a ser a cidade que era. No entanto, todos os prefeitos são responsáveis por torná-la melhor nos dias atuais. O número de veículos, o traçado das ruas e o planejamento urbano (ou a falta dele), afora o sol causticante que sempre existiu e existirá, transformaram a cidade em um inferno no meio da selva. Que aquele tempo de menino não volta nunca mais, não tenho dúvidas. Porém, que Manaus ainda tem chances de ser uma cidade melhor, também não duvido. Depende de cada um de nós, inclusive na hora do voto.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Invasores dos territórios virtuais

Os sites oficiais brasileiros sofreram, e, segundo as ameaças, continuarão a sofrer ataques sistemáticos dos hackeres. Trata-se de um tipo de ação mais característica de crackeres do que de hackeres. Se não, vejamos. Existem patamares de definições entre esse grupo que defende a “cultura hacker”. A primeira delas é a própria definição de hacker, considerado um invasor maduro, que não destrói tudo o que vê pela frente. Ao contrário, utiliza seus conhecimentos para construir algo novo e desenvolver novos sistemas, principalmente em Open Source, ou seja, código aberto. Já o cracker, tem duas definições. A hard, que o define como aquele vândalo virtual, ou seja, usa os conhecimentos para invadir sistemas, quebrar travas e senhas, roubar dados e o que mais for possível. Pratica a filosofia da “terra arrasada”. Nessa acepção, há aqueles que roubam os dados e tentam ganhar dinheiro com a venda dos mesmos, às vezes, até para as organizações roubadas. As empresas chegam a comprar todo o banco de dados de volta, pagando fortunas, a fim de evitar que seja divulgada a vulnerabilidade do seu sistema. A prática é mais comum do que os mortais, como nós, imaginamos. Brandamente, há que diga que um cracker é aquela que quebra os códigos de segurança de programas e algoritmos de encriptação a fim de rodar jogos sem o CD-ROM de instalação, ou seja, geraram uma chave de registro falsa para um determinados programas. Também são capazes de quebrar as travas anti-cópia usadas em alguns softwares, quebrar o sistema de encriptação de DVDs. Para se ter uma ideia, foram esses profissionais que permitiram aos usuários do Linux e outros sistemas que não fossem Windows de assistir DVDs. Nesse caso, o cracker vive à margem da lei. Suas ações são ilegais, porém, eticamente justificáveis pois, para muitos, os usuários têm direito a fazer cópias de CDs legalmente comprados, por exemplo. É o mesmo tipo de justificativa usada, por exemplo, pelo Movimento dos Sem-Terras, para as invasões no país, uma vez que a Reforma Agrária efetivamente nunca sai do papel. No fim da cadeia hacker, abaixo do cracker, está o Lamer, neófito na arte da invasão e quebra de códigos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A moda e o poder judiciário

É curioso que a academia tenha passado tanto tempo a ignorar a moda como objetivo de pesquisa. Como pensar Ciência Política sem levar em conta o vestuário? O noticiário recente só confirma que há uma relação umbilical entre moda e poder. Vejam como são as coisas! A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) havia publicado uma Resolução autorizando os advogados do Rio de Janeiro a usarem trajes “mais adequados” ao ambiente, à temperatura da cidade. O assunto terminou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) porque um juiz se recusou a receber um advogado que não usava terno e gravata. Numa demonstração de atraso e visão retrograda do exercício do poder, o CNJ determinou que advogado só deve se dirigir a um juiz se estiver de terno e gravata. Em pleno Século XXI, com todos os avanços das relações e do respeito ao outro, é curioso que a roupa ainda seja determinante até para se dirigir a um juiz. Em Manaus, na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), se a mulher for de bermudinha no joelho, é impedida de entrar. No entanto, de vestido ou minissaia, entra sem problemas. Moda e poder são irmãos da mesma placenta.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Transparência absoluta

Volto ao tema da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, porque não posso ficar apenas na citação do deputado federal Romário Faria (PSB-RJ) que, em mais uma lampejo de craque, declarou: “só Jesus Cristo Salva”. É vergonhoso que senadores, deputados e o poder executivo defendam publicamente que haja sigilo nos gastos. Não se pode admitir que o dinheiro público seja usado sem que a sociedade saiba a forma como isso é feito. Se for preciso, que saiamos às ruas. Da mesma forma que defendi a Marcha pela Liberdade, conclamo o povo brasileiro a ir às ruas para exigir transparência absoluta não-apenas em relação à Copa do Mundo, mas, em se tratando de quaisquer gastos públicos. É cinismo do mais torpe defender a agilidade das obras haja o que houver. Não se justifica que uma montanha dessas de dinheiro público seja gasta. Ainda por cima, sem comprovação de nada. Ou damos um basta nos abusos ou, no futuro, seremos cúmplices dessa bandalheira generalizada que é manter sigilo nos gastos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

"Só Jesus Cristo salva"

Enfim uma voz lúcida, mas que certamente pregará no deserto, sobre a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Romário Faria (PSB-RJ), hoje deputado federal, marcou um gol de placa em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “...A grande verdade é que os evangélicos acreditam que Jesus vai voltar. E só ele fará com que a Copa no Brasil seja a melhor de todos os tempos”. Romário é da “base aliada”, mas pediu explicações ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e ao Comitê Local sobre o aumento dos custos dos estádios. Romário, tido com um jogador que não gostava de treinar, ou seja, malandro (no bom sentido, é claro, pois fazia gols espetaculares), não é nada bobo. Sabe que, em Brasília, se não fizer a diferença, não volta mais, pois está em meio às feras. Em tempos de sigilo, inclusive dos gastos da Copa, levantar a bandeira da moralidade é uma jogada de craque. Vá em frente, Romário. Este País precisa tomar vergonha na cara e os políticos teem o dever de respeitar o dinheiro público. Cobre a CBF e toda a transparência nas obras. Afinal, é o dinheiro público que está em jogo. E você foi eleito para isso.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dá jogo nada!

Não agüento mais ouvir o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, a convocar aquele bando de pernas-de-pau da várzea na propaganda da campanha “Kaiser dá jogo.” Chicão, Chicória e companhia passaram dos limites e não há mais ouvido que chegue para tanta inchação de saco. Menezes, por seu lado, com os bolsos cheios, uma vez que para ser “Embaixador da Kaiser” levou algo em torno de R$ 2 milhões, quer é que o público brasileiro se lixe. Nós, os brasileiros, porém, queremos um time de futebol, e não um de várzea. As últimas apresentações da Seleção do Mano que não é da Kaiser nos levam a crer que Chicão e Chicória seriam bem-mais úteis. Do jeito que as coisas vão, não dá jogo não, Mano! O time que vai para a Copa América não é o que temos de melhor. Menezes precisa ter muito cuidado: perder a Copa América para a Argentina pode ser o fim de linha para ele na Seleção. Logo, também na Seleção da Kaiser.

domingo, 19 de junho de 2011

Nas asas da TAM, nas mãos de Adriana

Meu olho treinado de jornalista revelou um vulto loiro que passara rumo à cabine e sentara ao lado direito. Era o voo JJ 3858, que saía de Porto Alegre com destino a Manaus, com escalas em Curitiba, Salvador e Fortaleza. Poucos passageiros perceberam aquela loira, alta, esguia, que passou com um raio e sentou-se ao lado do piloto, Ricardo Britto. O voo era atípico, pois, em Porto Alegre, o avião fora “entupido” pela delegação do Sport Club Internacional, que enfrentará o Coritiba hoje. O pouso em Curitiba foi diferente: a aeronave encostou o trem no chão, com suavidade. Em seguida, o bico do avião também desce e toca um chão como uma pluma e desliza rumo ao pátio. Pensei cá com meus botões: isso não foi pouso de homem. Esperei o tumulto da saída dos jogadores do Internacional e corri para a cabine. Lá estavam o comandante Ricardo Britto, e, ao seu lado, Adriana Barcelos, a co-piloto do Airbus A 330. Sorridente e muito simpático, Britto nem me deixou perguntar: ”olha quem nos fez o pouso!” e apontou para Barcelos! Para quebrar a frieza, brinquei com ela dizendo que Barcelos é uma cidade do Amazonas; Britto localizou a cidade no radar do avião, enquanto eu a parabenizava por representar todas as mulheres ao ocupar um lugar eminentemente masculino. Conversamos por alguns minutos. Ela não teve problemas em responder a indelicada pergunta sobre a idade: 35 anos. Capixaba (juro que pensei que era gaúcha), ingressara como co-piloto na TAM em novembro do ano passado e terá de esperar entre cinco e seis anos para assumir o comando do A 330. Agradeci e voltei para o meu assento. Em Salvador, houve troca de tripulação. Lá, o pouso foi tão suave e bem-feito quando em Curitiba. Voltei à cabine para desejar boa estada ao comandante: ”Foi ela de novo, né?”, perguntei. Ele, sorridente, revelou que sim e acrescentou: ”Eu já disse a ela que está pronta para comandar. Não precisa esperar tanto tempo, cumprir todas as etapas.” Simpática e cortes, Adriana Barcelos, apertou a minha mão e recebeu, mais uma vez, parabéns pelo novo pouso e por representar tão bem as mulheres brasileiras em um espaço (aéreo) durante muito tempo dominado pelos homens. Brinquei que, aos 40, ela seria piloto mais competente e em forma da aviação brasileira. Ela deu um sorriso (vermelho), meio encabulada, e se foi. Espero que o comandante Britto esteja certo e Adriana Barcelos não tenha de esperar tanto tempo para comandar as aeronaves de grande porte da TAM.


sábado, 18 de junho de 2011

Livre pensar, preso agir

Hoje, em vários locais do País, serão realizadas marchas pela Liberdade. Incomoda-me que, justamente em um governo do Partido dos Trabalhadores (PT) tenhamos que sair às ruas (infelizmente estarei preso, dentro de um avião) pela liberdade. Esperava menos do ministro Celso de Mello e muito mais da presidente Dilma Roussef um libelo à liberdade de expressão. Dilma e o Governo não querem liberdade. Nem nas contas públicas. Nem nas obras da Copa do Mundo. Muito menos nos arquivos da Ditadura. Que tipo de liberdade esse povo defendeu a vida inteira? Paradoxo! Entrego-me ao ócio. De pensar o que bem-entender! Mas de pouco falar. Quase nada dizer. Apenas recordar. Que os ditadores. Os torturadores. Prendiam o corpo. Davam choques elétricos. Arrancavam unhas. Porque tinham uma tara: impedir de pensar. Falar é fácil. Agir é fóssil. “Pai, afasta de mim esse cálice”. Manda pro’s quintos dos infernos esse sigilo eterno. Que Sarney e Collor querem nos impingir. Que se escancarem a Copa e os Capos. Da República far ou pilha. Quem tem medo de um arquivo!? Pensar é livre. Agir? Duvido!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Relações de afetos

Bate uma tristeza profunda todas as vezes que, ao me dirigir a uma mulher da forma mais carinhosa e respeitosa que faço constantemente no Twitter e no Facebook, por exemplo, com “cheiros carinhosos nos coração”, isso é entendido como se fosse uma tentativa de “pegação”. Há pessoas, tanto mulheres quanto homens, por quem tenho imenso carinho e respeito. Sexo e sexualdiade à parte, aprendi com a vida e aprofundei imensamente com Maria Luíza Cardinale Baptista, a ideia do “econtro-abraço” como ela mesma define “discursivo amoroso”. Vivemos a ditadura do “parecer ser” e não do “ser”. O “encontro-abraço” amoroso e o afeto são vistos como tentativa de “pegar”. Será que não podemos ser afetuosos (e amorosos) com uma mulher, com um homem, com um ser humano? Amor é muito mais que um órgão introduzido no outro. Vai muito além da fornicação pura e simples. Amor é querer. Querer bem. Preocupar-se. Gostar de. Não querer nada em troca. Combato veementemente a visão utilitarista do amor, do afeto. A troca de abraços, de afetos, de carinhos não está intimamente ligada ao desejo sexual. Quando as pessoas compreenderam mais isso, o mundo será melhor. Os pais, inclusive, poderão abraçar seus filhos e filhas, trocar carinhos, sem que isso seja entendido como violência sexual. Não desistirei do afeto, do braço, do encontro amoroso, que não seja contaminado pelo desejo como expressão animal do sexo. A amorosidade defendida por Maria Luíza Cardinale Baptista vai muito além. Ultrapassa, inclusive, os limites da objetividade científica. Creio nisso como prática de vida. Acredito e lutarei por isso.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lição de Democracia do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, o relator da matéria, ministro Celso de Mello, deram uma aula de Democracia e respeito ao exercício pleno da cidadania, ao examinar as “marchas da maconha”, barradas em muitos estados brasileiros. Volto a dizer: não fumo maconha, nunca toquei em nenhum tarugo, minha noia é a pesquisa, a moda, a poesia, e por aí vai. No entanto, é papel de cada cidadão zelar por um princípio constitucional básico: o da liberdade de expressão. Ao invés de descer o cassetete nos manifestantes Brasil afora, o ministro Celso de Mello, sabiamente, diz que o aparato policial deve garantir a liberdade dos manifestantes, como em toda Democracia madura que se preze. O parecer do ministro é uma aula até para os reacionários e caretas da sociedade: "A liberdade de reunião, tal como delineada pela Constituição, impõe, ao Estado, um claro dever de abstenção, que, mais do que impossibilidade de sua interferência na manifestação popular, reclama que os agentes e autoridades governamentais não estabeleçam nem estipulem exigências que debilitem ou que esvaziem o movimento, ou, então, que lhe embaracem o exercício", que acrescentou: "Disso resulta que a polícia não tem o direito de intervir nas reuniões pacíficas, lícitas, em que não haja lesão ou perturbação da ordem pública. Não pode proibi-las ou limitá-las. Assiste-lhe, apenas, a faculdade de vigiá-las, para, até mesmo, garantir-lhes a sua própria realização. O que exceder a tais atribuições, mais do que ilegal, será inconstitucional". Parabéns ministro Celso de Mello! Que o parecer do ministro e a posição do STF sirva de estímulo para que todos defendamos o livre direito de manifestação que nos é garantido, a todos, sem distinção.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Serviços mingados e desumanos

A TAM Linhas Aéreas, que tinha um serviço de bordo diferenciado, também entrou na era dos biscoitos e sucos. Ainda não tive o “prazer” de viajar pela Azul e já fico a me perguntar: será que a Trip, comprada pela TAM, migrou para os serviços dos biscoitinhos redondos? Ontem, ao vir de Manaus para Porto Alegre, fui “presenteado” com uma rota desumana: Manaus, Fortaleza, Salvador, Curitiba e, finalmente, Porto Alegre. Foram mais de 12h dentro de uma aeronave. A compra de passagens pelo “menor preço” também é desumana. Duas tripulações foram necessárias para concluir o voo e nós, passageiros, somos obrigados a agüentar 12h dentro de um avião! Não duvido que a sobrevivência econômica das empresas aéreas seja fundamental. Até entendo a criação de rotas esdrúxulas como essas; só não posso ficar sem protestar contra a política do menor preço e da maior incoerência. Quero saber se a presidente e seus ministros também viajam em voos de carreira e pelo menor preço. Seria justo, não?

terça-feira, 14 de junho de 2011

Porteira aberta para as fraudes

A nova secretária das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fala com a maior naturalidade que vai liberar cerca de R$ 250 milhões para as prefeituras. Com isso ela espera “apaziguar” não somente o Partido dos Trabalhadores (PT), mas toda a base aliada. Com o gesto de “carinho” (carinho com o dinheiro público, diga-se de passagem), Salvatti espera que a Medida Provisória que trata da “flexibilização” das exigências para as obras da Copa do Mundo seja aprovada. O montante a ser liberado é de emendas parlamentares, inclusive da oposição. Era tudo o que os administradores esperavam para ter uma porteira complemente aberta para a contratação de obras sem licitação. Em suma, flexibilizar as obras da Copa do Mundo é como se fosse um hebeas corpus para a falta de transparência. As promessas de que o dinheiro público não seria usado caem por terra. Será que a sociedade ainda deve aceitar esse tipo de prática política da troca explícita de favores? É uma prática que beira a chantagem e não deve ser aceita e uma democracia dita madura.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pegadinhas no trânsito

Condutores de veículos devem tomar cuidado com os redutores eletrônicos de velocidade espalhados pela cidade. Alguns deles que viviam permanentemente desligados começam a funcionar sem aviso prévio. Para os que estão acostumados a passar pelos locais sem a preocupação de manter a velocidade máxima exigida apenas pelo simples fato de os aparelhos estarem desligados o melhor é ficar em estado de alerta. Esse é o caso de um dos aparelhos na entrada da alça do Complexo Viário Gilberto Mestrinho, sentido Japiim-Coroado. Desligado desde o início do funcionamento dos demais redutores, sexta-feira pregou peça em muitos dos motoristas. Espera-se que tenha sido uma fase experimental e que as multas aplicadas sejam anistiadas. Caso não muitos motoristas terão quatro pontos a menos na carteira. Todo cuidado é pouco!

domingo, 12 de junho de 2011

Esquinas da rosas

Dia desses li no Twitter alguém aconselhando que não se dessem rosas no Dia dos Namorados sob o argumento de que murcham e, logo, depois disso, fedem. Sou daqueles que não acreditam na mera função utilitarista do amor, da emoção, dos sentimentos. A cada dia que passa fica mais evidente que o ser humano não pode (nem deve) separar razão de emoção. E se a razão diz que as rosas fedem ao murcharem, a emoção do odor casada com a simbologia do amor completa a unidade do ser. Ser rosa, ser feliz, ser humano. Por princípio, sou contra esses dias comerciais, como o é o Dia dos Namorados. No entanto, não posso criticar quem passa pelas esquinas da cidade, hoje lotadas de vendedores, e compra uma rosa para quem ama, qualquer que seja a opção sexual de quem ama e é amado. Homens não perdem a condição de o sê-los por demonstrarem carinho. E presentear com flores a pessoa amada é um dos mais tradicionais gestos de carinho e amor. Que as esquinas da vida sejam das rosas, das orquídeas, das flores.

sábado, 11 de junho de 2011

O lixo da política brasileira

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) há muito é uma espécie de fiel da balança em todos os governos. Digo fiel por ser o partido que garante a mãe soberana de todos os governos: a estabilidade. Além disso, o PMDB demonstra capacidade de “negociação” invejável. Foi assim nos 8 anos de Governo FHC, em mais 8 anos de Lula e começa a mostrar as garras no Governo Dilma. Tenho dúvidas imensas, porém, se o preço que o PMDB cobra pela estabilidade não é alto demais. O partido é um dos mais vorazes distribuidores de cargos nos escalões do Governo. Se os cargos saem a fidelidade é canina. Caso não, problemas são criados. O Código Florestal é um exemplo cabal disso. Essa prática considerada normal na política tem cheiro de chantagem. E chantagem é lixo! Com o PMDB no meio, o PSDB de um lado e o PT do outro, o País entrou em um beco cuja saída não se consegue ver. Não vejo a política como a arte da chantagem. A mera troca de cargos não pode ser o horizonte provável. Transformar esse lixo em luxo é um desafio de toda a sociedade.

O lixo da política brasileira

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) há muito é uma espécie de fiel da balança em todos os governos. Digo fiel por ser o partido que garante a mãe soberana de todos os governos: a estabilidade. Além disso, o PMDB demonstra capacidade de “negociação” invejável. Foi assim nos 8 anos de Governo FHC, em mais 8 anos de Lula e começa a mostrar as garras no Governo Dilma. Tenho dúvidas imensas, porém, se o preço que o PMDB cobra pela estabilidade não é alto demais. O partido é um dos mais vorazes distribuidores de cargos nos escalões do Governo. Se os cargos saem a fidelidade é canina. Caso não, problemas são criados. O Código Florestal é um exemplo cabal disso. Essa prática considerada normal na política tem cheiro de chantagem. E chantagem é lixo! Com o PMDB no meio, o PSDB de um lado e o PT do outro, o País entrou em um beco cuja saída não se consegue ver. Não vejo a política como a arte da chantagem. A mera troca de cargos não pode ser o horizonte provável. Transformar esse lixo em luxo é um desafio de toda a sociedade.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

As cinzas do vulcão e a Ecologia Profunda

A imensa maioria das pessoas tende a ver o mundo de acordo com a perspectiva cartesiana e hierárquica. Essa visão criou condições para o antropocentrismo, o machismo e muitos dos ismos da sociedade, impregnando a própria escola. A perspectiva da Ecologia Profunda, defendida por Fritoj Capra, é até bem aceita por alguns, mas vista com ceticismo na academia. Capra defende que o homem não é o centro do universo. Ao contrário, somos seres, parte de um universo formado pela Terra e o conjunto de seres que a habitam. Essa perspectiva, oposta ao antropocentrismo, não vê a Terra como uma fonte de recursos naturais a ser explorada. Propaga, portanto, a visão do todo e não das partes. Essa visão do todo é reforçada por Edgard Morin ao defender que o todo não é simplesmente a soma das partes. Um fato recente confirma que os defensores da visão complexa, da Ecologia Profunda, parecem ter mais razão que os tradicionais defensores da divisão mente e corpo, sujeito e objeto etc. O vulcão chileno Puyehue espalhou cinzas no seu lócus, ou seja o território chileno. No entanto, essas cinzas afetaram até os vôos para aeroportos como o Salgado Filho, em Porto Alegre. Não se trata da globalização das tragédias. É apenas uma demonstração de que os fenômenos são interligados e afetam econômica, social e culturalmente o Planeta inteiro. Pense nisso!

Semosb muda hábito

A Secretaria Municipal de Obras e Saneamento (Semosb) merece elogios por ter mudado uma cultura enraizada na prática loca: recuperar o asfalto das ruas durante o dia. Durante muitos anos as obras da Prefeitura, principalmente de recapeamento, só eram realizadas durante o dia. Isso prejudicava o trânsito e provocava ainda mais irritação nos condutores e passageiros. Sem contar que o asfalto novo grudava na lataria dos veículos e prejudicava duplamente as pessoas. Não sei, ao certo, se a realização das obras durante o dia, principalmente em locais de maiores movimentos, tinha o objetivo de “mostrar serviço” ou de gastar asfalto, uma vez que o produto era levado logo em seguida, nas rodas dos carros. Que o exemplo atual sirva de hábito para as futuras administrações.
OBS: Post do dia 09/06/2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Romero Ju Cá ra-de-pau

Na arte dramática, canastrão é sinônimo de péssimo ator, de galã que não tem compromisso com nada, muito menos com a arte de representar. Na política brasileira, há canastrões de todas as espécies, afinal, representam pessimamente o papel de homens públicos, de honestos. O “pedido de demissão” do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci exala um odor fetidico de canastrice generalizada. O roteiro é conhecido pelos brasileiros: a autoridade enriquece por meio de informações privilegiadas, o pedido de investigação é arquivado e, então, a autoridade “pede” para sair do cargo e fica tudo com d’antes no Castelo de Abrantes. O senador Roberto Freire (PPS-PE) argumenta que é preciso investigar o enriquecimento de Palocci. Em seguida, aparece o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e, com a cara mais lavada do mundo, alega que o ex-ministro não é mais funcionário público e nada precisa ser investigado. Santa cara-de-pau dessa turma do PT e dos seus aliados de base. Quer dizer que um funcionário público, um homem que, como Palocci, era da Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo presta consultoria na área, enriquece, e, em seguida, pede para sair e está tudo bem? Esse povo não tem vergonha na cara. Abusa do cinismo e confia que nós, os brasileiros, somos todos idiotas e imbecis. Palocci precisa sim, dar inúmeras explicações. Não se pode, em hipótese nenhuma, jogar panos quentes sobre esse escândalo. Quer dizer que o Palocci arregimenta R$ 24 milhões em quatro anos e está tudo bem? E as relações dele com o poder, inclusive, foi o Caixa da campanha presidencial de Dilma Rouseff. Isso mesmo, leitores e leitoras, até agora, poucos levantaram essa lebre: Antônio Palocci foi para Dilma o que PC Farias foi para Fernando Collor de Mello. E nós não devemos suspeitar de nada? Se mexer nesse fio de Ariadne talvez sobre para muita gente desse governo e do governo anterior. Ou será que esse governo é uma continuidade do anterior?

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Engavetador Geral da República

Houve uma época na história recente deste País que todas as investigações contra os membros do primeiro escalão do governo eram arquivadas. Humoristas de Norte a Sul passaram a denominar o Procurador Geral da República de “Arquivador Geral da República”, “Engavetador Geral da República” e outras expressões que demonstrassem claramente a “falta de vontade política” em investigar atos suspeitos do Governo. Essa foi uma das piores heranças do Governo Fernando Henrique Cardoso. Com o Partido dos Trabalhadores (PT), imaginei que os rumos mudariam. Ledo engano. Além de aperfeiçoar a Política Econômica neoliberal do PSDB e o mensalão, o Partido “caiu nas graças” da Procuradoria que, ao visto, não procura nada. Será que o atual procurador foi convencido pelas explicações dadas pelo ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, ao Jornal Nacional, da Rede Globo? Ou os documentos apresentados pelo ministro foram tão convincentes que não será preciso investigar nada? Os documentos podem até ser, mas as evidências apontam para um desgaste político enorme do ministro. Tenho dúvidas se arquivar o pedido de investigação inocenta Palocci.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Erro de projeto no Viaduto do Coroado

Hoje, pela manhã, ao me dirigir à Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tive a certeza de que o erro de projeto do Complexo Viário Gilberto Mestrinho, o popular Viaduto do Coroado, não será resolvido sem que haja nova intervenção na área. Agentes de trânsito assumiram publicamente o erro grave: isolaram, com cones, duas pistas da saída do Complexo. Quem vinha da Avenida Ephigênio Sales só acessava a Avenida Gal. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, pela pista da esquerda, das três pistas do Complexo. Viadutos só funcionam, em qualquer lugar do mundo, se, após ele, houver condições de o trânsito fluir. Para que isso ocorresse e Complexo Gilberto Mestrinho dissesse a que veio, necessariamente a pista da Rodrigo Octávio deveria ser, pelo menos duplicada. O que acontece hoje? Além das três pistas do Complexo Viário, há a pista da esquerda, de quem vem da Avenida André Araújo. Em suma: você tem quatro pistas com trânsito livre desaguando em duas, com trânsito impedido, desde a saída, pelo controlador de velocidade e pelo semáforo da Ufam. Como dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo; nem era preciso ser engenheiro para saber que essa matemática do trânsito, na área, não daria certo. Quem por lá passa todos os dias sabe o quanto de incômodo o erro dos engenheiros provoca.

domingo, 5 de junho de 2011

O ambiente e o meio

Todas as vezes que ouço ou leio a expressão meio ambiente fico sempre com a impressão de redundância. Não sei qual a diferença em falar do “meio” em que vivo e do “ambiente”. Não seriam a mesma coisa? Será que juntos, na expressão “meio ambiente”, ajudam a preservar mais o planeta? Tenha cá minhas dúvidas! Humberto Maturana e Francisco Varela, no livro “A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana”, editado no Brasil em 2001, pela editora Palas Athena, defendem que a vida é um processo de conhecimento. Portanto, para entender a vida é preciso compreender como os seres vivos conhecem o mundo. Trata-se do que eles chamam “biologia da cognição”. Falar em sustentabilidade no Dia Mundial do Meio Ambiente, é, antes de tudo, refletir sobre o processo de desenvolvimento do conhecimento ao longo dos anos. Desde Platão, com a sua metáfora da caverna, entendemos o conhecimento como uma representação fiel da realidade, independentemente do conhecedor. Ou seja, desde que o mundo é mundo, no processo de aquisição do conhecimento, o outro é nada. Essa cultural representacionista domina a ciência e as atividades desenvolvidas ao longo da vida. É dela que advém a premissa de que se deve separar o sujeito do objeto, o homem da natureza, e por aí vai. Oras, não adiantam campanhas, muito menos redundância nas expressões que tratam do tema: enquanto o homem separar a razão da emoção, enquanto for educado sob a égide da separação, verá a natureza, a terra, o mundo, como algo a ser explorado para dela tirar todos os benefícios possíveis. É preciso mudar todas essas concepções. O ser humano é total e assim precisa ser visto. O processo do conhecimento, se não mudar, não dará consciência ecológica a ninguém. Os tais dias internacionais, dentre eles o do Meio Ambiente, pouco adiantarão se não houver uma mudança completa na visão e na forma de conhecer o mundo. Enquanto a Terra for um objeto a ser explorado, e não um ser a se estabelecer uma convivência de troca, o “desenvolvimento sustentável” será pura balela.

sábado, 4 de junho de 2011

O senhor dos cenários

O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT-SP) é materialização do cinismo hipócrita assumido pelo Partido dos Trabalhadores e pelos demais componentes da dita base aliada. Quer nos convencer que jamais prestou nenhum tipo de assessoria econômica, que não forneceu nenhuma informação obtida privilegiadamente e que praticava, apenas, análise de cenários. O milagre da multiplicação das verdinhas foi justificado pelo fato de antecipar o recebimento de contratos. Como iria fechar a firma, Palocci recebera o valor total dos contratos. Daí o volume imenso de dinheiro nos últimos quatro anos. Sinceramente! Eu não fazia ideia de o quanto os empresários brasileiros são “gente boa”. São capazes de antecipar o pagamento de contratos sem reclamar. Certamente porque o consultor era de uma competência inquestionável. O certo é que quanto mais Palocci abre a boca para se explicar, mais enrolado fica. O ministro quer nos fazer crer que existem duendes, matita pereira, sacis e fadas. A insistência em ficar só reforça a imagem de um partido hipócrita. Defendê-lo é um exercício de retórica que beira a cretinice. Acorda PT!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A sociedade virou as costas para a Ufam?

Certa vez, quando o então prefeito de Manaus, Serafim Correia (PSD), declarou que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tinha virado as costas para a sociedade foi um alvoroço só. Como se ele tivesse dito alguma inverdade. Isolada em sues muros, a universidade se impôs um processo de autofagia generalizada que se reflete até os dias de hoje. Terminado o prazo das inscrições de entidades da Sociedade Civil Organizada para participar do Congresso Universitário Estatuinte da Ufam, nenhuma se habilitou. A Comissão Executiva do Processo de Estatuinte (CEPE) prorrogou o prazo para até o final deste mês. O episódio, qualquer que seja o desfecho, não pode passar em brancas nuvens. Talvez seja um claro sinal de que a sociedade, agora, deu o troco e virou as costas para a Ufam. É intrigante e incômodo quem ninguém na cidade queira discutir os rumos da primeira universidade do País. Será que todos acreditam que os alegados 100 anos de existência a tornam sagrada? A Estatuinte tem para a universidade a mesma importância da Constituinte para o País. É um momento histórico que precisa ter a participação da sociedade civil. Deixo o meu apelo às entidades que aproveitam a prorrogação do prazo e se inscrevem. A Ufam será morta-viva se fizer uma Estatuinte sem a participação da sociedade.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Somos realmente humanos?

Reportagens sobre “violência no trânsito” sempre me deixam reflexivo. Hoje, enquanto corria na esteira da academia, chocaram-me reações de motoristas mostradas em um programa nacional de televisão. Uma batida na traseira de um carro, qualquer que seja o modelo e o valor, é mais importante que a vida de um ser humano? Quem somos nós? O que fazemos nesse mundo maluco do consumismo e do acúmulo de capital? Em nenhuma situação, o dinheiro ou um bem material pode valer mais que uma vida. Somos resultados dessa corrida maluca pelo acúmulo de tudo, inclusive da raiva. Sair de um carro com uma arma em punho e matar brutalmente uma pessoa porque seu carro foi batido é de uma brutalidade inaceitável. Somos animais cada vez mais irracionais. Enquanto formos educados e formados (melhor dizer formatados) à base do individualismo e da exploração desenfreada do outro, do ambiente, de tudo o que estiver em nosso redor; seremos esses animais a conduzir veículos pelas ruas do mundo e a destruir sonhos e vidas. Lastimável!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Concessão de aeroportos

O Governo Dilma jogou a toalha de vez. Ao anunciar que os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo; Viracopos, em Campinas, também em São Paulo e o Juscelino Kubtischeck, em Brasília serão “concedidos” à iniciativa privada, admite, publicamente, a incapacidade da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aéroportuária (Infraero) de tocar as obras necessárias à Copa do Mundo, bem como de gerenciar os aeroportos brasileiros de maior movimento. O governo ainda estuda passar à iniciativa privadas os aeroportos de Confins, em Belo Horizonte e Tom Jobim, no Rio de Janeiro. A parceria público-privada “com fins específicos” foi a forma encontrada pelo Governo Federal para tentar tirar do marasmo as obras de infra-estrutura com vistas à Copa de 2014. Deve ser um golpe extremamente duro no coração esquerdista da presidente Dilma Roussef ter de entregar à iniciativa privada a possibilidade de tirar o País da enrascada em que se meteu. Ao ritmo atual, a Copa do Mundo no Brasil só será realizada lá por 2034.