terça-feira, 31 de agosto de 2010

Apócrifos da Bíblia

Os evangelhos apócrifos caíram em desgraça justamente por serem apócrifos: algum dedo-duro sabia dos milagres de Cristo, uns nem sempre positivos, pois Cristo era humano, e divulgava. O pessoal da área de Comunicação da Igreja entendia muito bem o princípio Rúbens Ricúpero: o que é bom a gente mostra e o ruim, esconde. Logo, os Apócrifos transformaram-se em sumo pecado para a Igreja. Repudio o anonimato. Não publico uma linha em meu blog de comentários enviados por anônimos e aplaudo o governador Omar Aziz (PMN), candidato à reeleição, por reagir firmemente contra quaisquer denúncias anônimas. O que chegou em minhas mãos ontem porém, não foi um panfleto apócrifo. Foi a reprodução de uma matéria, “CPI da Exploração Sexual: casos sem punição”, publicada no dia 23 de agosto de 2010, no jornal O Globo, assinada por Demétrio Weber e Sérgio Marques. Considero gravíssimo, do ponto de vista jornalístico, é que o texto foi editado e trechos foram omitidos, dentre eles o que fala sobre a agressão por mim sofrida. Basta você ler a matéria original e comparar com o que andou circulando pelas ruas de Manaus para comprovar. Há que se investigar, portanto, quem reproduziu a matéria de O Globo ou quem a escreveu. No mais, o que fica é o acirramento da disputa. Com lances curiosos como o fato de nenhum jornal de Manaus ter tocado em um assunto que foi manchete de O Globo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Silêncio do MPE

Ontem falei que ficava espantado com a falta de combatividade política dos dois principais candidatos às eleições no Amazonas pela subserviência total ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, o silêncio do Ministério Público Eleitoral (MPE) diante das manobras usadas, principalmente por quem está no poder, para a compra de votos é perigoso. A democracia sai ferida de morte quando uns possuem mais direitos que os outros. A ação das Organizações Não-governamentais (Ongs) ligadas aos políticos desequilibra o jogo. Ainda mais quando são usadas artimanhas de todos os tipos como até a distribuição de casas-de-farinha, motores de rabeta e, pasmen, o absurdo dos absurdos, a distribuição de verbas públicas para essas entidades puramente assistenciais. Foram mais de R$ 7 milhões às vésperas das eleições e ninguém diz um “a”. Se isso não caracteriza a compra de votos, o que mais será? O silêncio do MPE, dos candidatos e oposição e da sociedade tornará o jogo extremamente desequilibrado.

domingo, 29 de agosto de 2010

Subserviência extrema

Espanta-me a falta de combatividade política dos dois principais candidatos às eleições no Amazonas. Não fazem campanha para o povo, para os eleitores. Dizem amém ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esperam que Lula suba no palanque de um deles. Logo, não podem criticar a administração Braga. Criticá-la, apresentar as mazelas como o fracasso contumaz na educação, o superfaturamento de obras, obras não concluídas; recentemente o repasse de mais de R$ 7 milhões para as Ongs dos deputados estaduais, já na administração Omar; a distribuição de motores de rabeta, casas-de-farinha...são tantos os crimes eleitorais e a imensa maioria dos parlamentares ligados a um grupo ou outro (sempre fica a suspeita de que são do mesmo grupo) cala. Pisam em ovos com medo de que algo possa respingar no chefão. E Lula, inteligentemente, em nome do projeto maior de governo, ou seja, Dilma Rousseff, não diz com quem vai. O jogo, portanto, é apresentar números de pesquisa cada vez mais gordos para tentar seduzir Lula. Aparentemente Braga peitou Lula e lançou Omar. Quebrou acordos (como todo político o faz, caso não, não seria genuinamente político), empurrou Lula a também não manter a palavra dada a Alfredo Nascimento e bancou o jogo. Localmente, uma briga acirrada cujo fio condutor é a subserviência extrema ao presidente. Nunca vi algo tão semelhante a uma ditadura.

sábado, 28 de agosto de 2010

Associações imagéticas

É interessante como nós, seres humanos, somos capazes de associações aparentemente sem nenhum nexo. Hoje, trafegava pela Avenida Jacira Reis, por sobre um asfalto ainda fresquinho, resultado da operação de recapemento. Pista limpa, inclusive de carros, ao alvorecer do dia, de repente, sou obrigado a uma manobra arriscada para desviar o veículo de uma pá esquecida no meio da avenida, certamente pela equipe que realizara a recuperação asfáltica da via. Cá com meus botões, pensei: “Caramba, isso é igual ao erro médico. Esquecer uma pá no meio da rua é como se um médico esquecesse uma tesoura ou o bisturi dentro do paciente”. Consegui desviar, e desviar-me deste pensamento, seguido de um sorriso. Mas decidi que registraria essa correlação quase inusitada no meu Blog. Obrigado a todos e todas que aturam e gostam de algumas das minhas divagações.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Emoção e afetividade

Ontem à noite, no Auditório Eulálio Chaves, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) vivi momentos de intensa emoção e afeto ao receber, pela primeira vez em 17 anos de dedicação ao trabalho, a homenagem de ser escolhido paraninfo da turma de jornalismo do primeiro semestre de 2010. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a frase “é muito gostoso fazer história”, a mesma que repeti, aos gritos, quando, no final de 2007, recebi a notícia de que o Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação fora autorizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Finalmente!”, como dizia uma faixa exposta pelos amigos do libertário Ives Motefusco, que naquele momento, enfim, formava-se em Relações Públicas. Aquela turma, tanto de Jornalismo quanto de Relações Públicas, fazia história. Relembrei os momentos de participação e solidariedade vividos dentro da Instituição, quando, ainda estudante, em 1985, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) almoçava peixe frito juntamente com professores e técnicos do Instituto. Não pode deixar de lembrar o momento mais doloroso e triste pelo qual passei, quando, no dia 11 de maio de 2009, o irmão do atual governador do Amazonas, Omar Aziz, Amin Abdel Aziz Neto invadiu as dependências do auditório Rio Negro, do ICHL, para me agredir covardemente a socos e pontapés, sem antes intimidar a turma e ameaçar descarregar um revólver imaginário. Ali, no momento em que os meninos e meninas encerravam uma etapa na universidade, eu carregava a seqüela de um tímpano direito perfurado, coberto por um pedaço de algodão, para conter a secreção purulenta que me afeta em momentos de crise e dores como o atual. Naquele dia, o pecado que me condenou a um momento de extrema humilhação foi ter dito a verdade, comentado sobre o fato de que houve uma manobra conduzida pelo senador Arthur Virgílio Neto, na CPI da Pedofilia, para retirar o nome do então vice-governador do Amazonas, Omar Aziz, da relação dos indiciados, fato relembrado em matéria do jornal O Globo do dia 23 de agosto de 2010. Será que os repórteres autores daquela matéria foram brutalmente agredidos por relembrarem o assunto? Eu fui. Minha dignidade e minha honra também. Relembrei que todos os deputados estaduais, com exceção de Luiz Castro (PPS) condenou-me publicamente. Não são representantes do povo e sim servos, vassalos de quem ocupar o poder. Não merecem voltar. Se pudesse escolher dentre eles um único nome para continuar, este seria o de Luiz Castro, sem nenhuma dúvida. Por que será que tal assunto incomoda tanto? Aprendi com meus avôs que quem não deve não teme. Valeu a pena esperar. Valeu muito ter passado por um dos momentos mais terríveis da história deste Estado, quiçá, deste País. Pois como bem lembrou Márcio Souza em seu artigo, na época da agressão: “na ditadura, o poder estabelecido seqüestrava os professores. Em nenhum momento da história da humanidade um professor fora agredido por exercer o sagrado direito da liberdade de cátedra”. Vermes como aquele que me agrediu merecem o desprezo. Mas o fato deve ser lembrado sempre, permanentemente, para que não se repita NUNCA MAIS! Que a Ufam seja defendida pela sociedade e pelos seus dignos representantes. Indignado pelas lembranças dolorosas, mas, extremamente feliz pelo momento vivido, encerrei meu discurso citando Luiz Gonzaga Jr, o Gozanguinha: “...aprendi que se depende sempre, de tanta muita, diferente gente, toda pessoa sempre é as mascas das lições diárias de outras tantas pessoas.” Obrigado aos estudantes de jornalismo por este momento marcante da minha vida profissional. Um beijo carinhoso em cada coração.

Visite também o site Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mundo, pequeno mundo!

Caros leitores e leitoras! Vocês não vão acreditar! Quase não acreditei, mas aconteceu ontem. Por volta de 11h45, meio-dia, vinha da Ufam e peguei o retorno para entrar no viaduto Miguel Arraes. Antes de pegar a avenida Mário Ipiranga Monteiro, pára ao meu lado um veículo importado, muito provavelmente um Sorento, com o vidro do lado direito aberto. O meu estava com o vidro fechado. Possui Insulfilm. Com um ar um tanto preocupado, o Governador do Amazonas, candidato à reeleição, Omar Abdel Aziz (PMN) olhava para o lado direito. Percebi que olhava para o meu carro e que, certamente, não me reconheceu! Olhei-o naqueles segundos. Não senti nem ódio, nem rancor. Em verdade, nenhum tipo de sentimento, apenas indiferença. Peguei o viaduto Miguel Arraes, tomei o cuidado de me certificar que não era seguido e fui em frente. Comentei com meu filho: “Filho, você é capaz de adivinhar quem parou ao meu lado agorinha, em um carro, com o vidro aberto?”. “Omar Aziz, papai”, ele respondeu de imediato. Refleti: é legítimo alguém que o ocupa o cargo tentar a reeleição. Omar Aziz cumpre o papel dele. Não tenho nada contra nem a favor. Só não voto nele. Contra o seu irmão, Amin Abdel Aziz Neto, sim farei o possível para ser indenizado pelos danos morais e materiais que sofri. Hoje, por exemplo, estou com uma crise. Meu ouvido, cuja perda de audição é de 50%, expele uma secreção purulenta em função do tímpano furado. E por isso ele pagará na justiça. Tenho certeza! No mais, o tal encontro de ontem não passou de um acaso. Deste mundo, vasto mundo, como dizia o poeta. Pequeno. Pequeno mundo. Como se comprovou!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Impotência e raiva

Ao ler ontem a matéria publicada no jornal O Globo do dia 23 de agosto de 2010 dois sentimentos me incomodaram: raiva e impotência. O primeiro pela possível decisão da justiça de converter em multa ou prestação de serviços à comunidade o processo que envolve Amin Abdel Aziz Neto. Ora, como alguém que invade a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) agride um de seus professores e fere mortalmente a liberdade de cátedra e do livre pensamento pode ser punido apenas com prestação de serviços? Quais serviços à comunidade alguém com aquele perfil pode prestar? Será que ninguém se revolta? Será que os homens de bem desta cidade amofinaram? Não é possível que nada seja feito e um dos atos mais truculentos dos últimos anos, incluindo os anos de chumbo da ditadura, seja premiado em uma eleição. Sinto-me impotente, mas acredito em uma força superior capaz de mudar os rumos desse caso. A Ufam não pode dobrar os joelhos e aceitar esse tipo de coisa sem nenhuma reação. Ainda creio na Instituição na qual trabalho. A justiça será feita.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mesquinharia em alta dose

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará demonstração pública de irresponsabilidade e descompromisso com o País e, especificamente, com o Amazonas, se lavar as mãos para a disputa do Governo Estado e centrar fogo única e exclusivamente em derrotar o senador Arthur Virgílio Neto (PSDB), líder do PSDB no Senado. Lula não engole o fato de Neto ter articulado o fim da CPMF e transformará a disputa para o Senado no Amazonas em uma questão pessoal se interferir diretamente neste sentido e esquecer o acordo político feito com Alfredo Nascimento. Lula se acha um Deus e considera que pode mandar no voto de todos os habitantes do Amazonas. Tenha cuidado, Lula, temos autonomia e não nos deixamos enganar. Um colunista nacional garantiu que Lula pedirá votos contra Arthur Neto e lavará as mãos na disputa para o Governo. Em verdade vos digo, Neto já tinha perdido meu voto para o Senado porque eu jamais engolirei o fato de ele ter manobrado na CPI da Pedofilia e ter livrado a cara do atual governador. Foi por ter comentado o fato, noticiado por todos os jornais do País, que fui agredido em pleno exercício da minha profissão. Essa mancha você não tira mais da sua biografia, Arthur. E se perder o senado será um castigo pela sua atitude. Mas, se Lula usar de tamanha mesquinharia, pura questão pessoal, para tentar derrotá-lo, o senhor ganhará um guerreiro que lutará vorazmente por votos até o último minuto da eleição. É muita pequenez, presidente. Deixe o povo do Amazonas decidir, na sua sabedoria. No meu voto o senhor não manda. E, aposto, muita gente não se curvará a um discurso mesquinho desta natureza.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Censura em marcha

A passeata realizada ontem pelos humoristas contra um artigo da Lei Eleitoral que proíbe que sejam feitas sátiras de candidatos no período da campanha é uma reação mais que justa contra o avanço da censura no País. O humor é uma das formais mais sagradas de se manifestar a indignação com plena liberdade. O problema é que muita gente, tanto nos governos de Brasília quanto do Amazonas, tem um viés de extremo autoritarismo. O controle da mídia, para eles, é como o oxigênio: garante a sobrevivência política. Em não se encontrando nada mais cortante que o humor, que se calem os humoristas. Querem usar o centralismo democrático até para controlar as piadas no País produzindo uma delas? Se não reagirmos em cadeia, calam os jornalistas, os professores, os humoristas, enfim, calam a sociedade. Para grande parte deles o povo só serve mesmo como massa de manobra e para digitar alguns números no dia das eleições. Mais nada!

domingo, 22 de agosto de 2010

Bruxaria pró-Omar

Deve ter sido um dos maiores estrategistas do mal o cara (ou a coroa) que incutiu na cabeça do candidato ao Governo do Amazonas, Alfredo Nascimento (PR) que atrair Serafim Correia (PSB) para seu vice decidiria as eleições no Estado. E decidiria, sim, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, tivesse mantido o acordo e a palavra com o seu ex-ministro Alfredo Nascimento, e viesse a Manaus deixar claro como dois e dois são quatro que o seu candidato é Alfredo Nascimento e não Omar Aziz (PMN). Acontece que Lula não fez e nem fará isso. Nascimento confiou demais em Lula e foi traído. Não duvidem! Lula manterá a traição e não se posicionará pró-Alfredo. E sem isso, o melhor para o Estado, para a democracia e até para a candidatura de Nascimento era Serafim como adversário. Dizem que os magos dessa bruxaria foram os membros alta cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) do Amazonas. Bem, se a ideia do partido era ajudar Omar Aziz, estão de parabéns! O objetivo, por enquanto, foi atingido. Ludibriaram Alfredo Nascimento. Ele precisa descobrir com qual inimigo dorme. E isso é tão claro que a militância do PT e do PSB nem faz campanha para Alfredo. É cada um cuidando de si para tentar salvar o mandato de alguém. Se Alfredo Nascimento não reverterem essa bruxaria, Omar Aziz vence as eleições.

sábado, 21 de agosto de 2010

Resposta nas urnas

Fontes do meio empresarial falam de um descontentamento geral, quase uma revolta. Créditos teriam sido renegociados em novas bases e os que não aceitaram estão à míngua. Muitos prometem vingança na hora do voto. Não será à toa se a voz das urnas falar diferentemente do que apontam as pesquisas. Depois vai aparecer gente revoltada com os institutos de pesquisa. O problema é que há inúmeras variáveis intervenientes na decisão do voto. Às vezes quem imagina estar eleito cai pelas tabelas e quem é dado como acabado ressurge das cinzas. Arrogância e prepotência são capazes de derrubar líderes de intenção de votos. É esperar para ver.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Racionamento de energia

Desconfio que exista um mecanismo de acionamento automático de algum relé na Amazonas Energia para o exato momento em que começa uma chuva na cidade. Se Não há na Amazonas Energia, certamente implantaram tal dispositivo na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Hoje, por volta das 9h30, nem bem começou a chuva a energia foi embora. E isso acontece em grande parte dos bairros da cidade. É como se houve uma determinação para se aproveitar qualquer pingo de chuva e suspender o fornecimento de energia elétrica. Dá para desconfiar que existe um programa de racionamento de energia há bastante tempo, nesses casos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Defesa do consumidor

Aconselho a todos os homens (e mulheres) de bem desta cidade, deste Estado e deste País a gravarem cada promessa dos políticos no horário eleitoral gratuito. Aposto, sem medo de perder: quem tiver como arcar com custas processuais ganhará muito dinheiro. Pode até ficar milionário! É simples. Como os políticos são vendidos no rádio e na TV como se fossem um produto qualquer, estão sujeitos ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). No CDC, a propaganda enganosa é crime. Na política, a mentira deveria ser punida com a perda do mandato. Ainda assim, com base no CDC, o contribuinte tem o direito de acionar político mentiroso, exigir indenização ou até trocar o produto. É uma ótima chance de exercitarmos plenamente a cidadania. CDC nos políticos mentirosos eleitores!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Irresponsabilidade explícita

Ontem, ao retornar de Sena Madureira para Rio Branco, deparei-me, de novo, com cenas lastimáveis: caminhões carregados de toras de madeira e as laterais da estrada completamente queimadas quilômetros e mais quilômetros. Custo a crer que Jorge Vianna (PT-AC), criador da Florestania, seja mesmo sócio de madeireiros do Estado. Dou a ele o benefício da dúvida, mas registro que seria uma das mais decepções, para não dizer irresponsabilidade explícita, se o governador mais popular que o Acre já teve pelo trabalho sério que desenvolveu, tiver a impressão digital em algum envolvimento com madeireiros. Atribuo, as acusações que correm à boca-pequena ao despeito político. Não se pode, porém, quaisquer que sejam os envolvidos, deixar de registrar o problema gravíssimo que a exploração de madeiras, o desmatamento e as queimadas causam ao estado, direta e indiretamente. No dia 16, por exemplo, o Aeroporto de Rio Branco ficou fechado para pousos e decolagens como consequência da fumaça. As empresas aéreas e os passageiros sofrem prejuízos incalculáveis, sem contar o próprio ambiente. O voo 1938 da Gol, por exemplo, atrasou, ontem 2 horas em função da fumaça. Quem conterá esse estado explícito de irresponsabilidade?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Aprendendo a jogar

O mundo dá voltas, a política mais ainda. Pensei que morreria sem ver Eron Bezerra e Vanessa Grazziottin (PC do B) nem apertar a mão de Eduardo Braga (PMDB). Hoje são tão fieis uns ao outro que apostar um dia vê-los separados parece coisa de pessimista inveterado. Depois dessa, aliás, prometi a mim mesmo que jamais seria tomado por qualquer tipo de espanto a partir de algo vindo do casal ou do PC do B. Meninos e meninas, não é que fui acometido, de novo, pelo espanto! Ver o camarada Francisco Garcia (PP) como suplente na chapa de Vanessa para o Senado por pouco não me provoca o primeiro ataque epiléptico da vida. Bem, como não sou epiléptico, não perdi os sentidos. Na política, como na vida, não se deve dizer dessa água não beberei. Logo, ainda terei muitas surpresas pela frente. Não será nenhum espanto, em 2012, uma chapa composta pelas camaradas Vanessa Grazziottin (PC do B) e Rebecca Garcia (PP). Hoje, depois de alguns episódios na minha vida e de duas eleições na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) só tenho uma certeza: estou verde demais! Preciso exercitar minhas hipocrisia e cara-de-pau ao extremo se quiser enveredar pela carreira política em quaisquer dos níveis. Sem esses dois predicados pouco conseguirei nas urnas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Messianismo covarde

É impressionante, nos últimos dias, o quanto a população tem falado nos jornais, rádios, televisões e na Internet. O discurso é sempre o mesmo: esqueçam tudo o que fulano, beltrano, ou cicrano fez; a população quer uma campanha baseada em propostas. De Norte a Sul, Leste a Oeste, o apelo é o mesmo. Desconfio que tem muita gente falando pela população sem ouvi-la. Pregando um discurso messiânico que só serve aos interesses de quem já se vendeu antecipadamente e não quer investigar ninguém (vale para os meios de comunicação e muitas figuras carimbadas das redes sociais) e aos interesses de quem “já aprontou” muito, está no poder e não quer, nem de longe, que fatos do passado atrapalhem o possível desempenho eleitoral no presente. Espanta-me, porém, esse discurso tão “bonzinho” de que se deve esquecer tudo e examinar apenas as propostas. Quer dizer, então, que um a político com o passado de Paulo Maluf, Fernando Collor (não vou citar nenhum do Amazonas para não ser desonesto com nenhum deles) basta apresentar um bom programa que terá um salvo-conduto? Não sejamos hipócritas! A população precisa sim saber as “traquinagens” dos políticos para poder decidir melhor o seu voto. E, em grande parte do País, muito do trabalho diário dos jornalistas só é feito no horário eleitoral gratuito. Amordaçados pelo poder econômico, jornais, rádios e TVs calam. Onde estão as “meninas do Jô”, que desciam a lenha, todas as quartas, denunciando falcatruas e comportamento nada éticos de membros do poder central? O direito à informação é essencial para o exercício pleno da cidadania. Lançar uma nuvem messiânica sobre esse direito é pura covardia.

domingo, 15 de agosto de 2010

Dia do solteiro

Tem Dia do solteiro, Dia dos Casados, Dia dos Amantes, Dia dos Namorados. Tem Dia de São Nunca, nunca consagrado; Dia dos Pais, dia das mães, mas, os avós? São abandonados. Os netos, então, por aí jogados. Tem Dia da Mulher, Dia da Criança; deve até ter Dia do Homem e do Lobisomem. Tem Dia do Médico, Dia do Dentista, Dia do Motorista, do Cobrador e até do Frentista. Dia da Mãe Terra e do Pai Trovão. Dia da Velhice, Dia da Meiguice. Dia de Finados e dos Mais espertos. Dia dos que roubam e Dia dos Honestos. Dia dos Casados e de outros safados. Só não ouvi dizer, ainda, que haja o Dia dos Descasados. Será que o descasado vigora entre os solteiros ou dos ex-casados? Não me arriscaria, em texto embolado. Pois quem deixa alguém pra viver, por aí, jogado: solteiro não é mais, talvez um ex-casado. Um desmiolado, descasado, sim. E descamisado.

sábado, 14 de agosto de 2010

Nunca, na história deste País...

Nunca, na história deste País... só para usar um bordão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alguém mexeu tão bem nas peças do xadrez político quanto ele. Lula é o Garry Kasparov da política brasileira. No dia em que ele anunciou oficialmente que não seria candidato (se quisesse levaria sim o terceiro mandato) e que Dilma Rousseff teria o seu apoio escrevi “Dilma será a primeira mulher presidente do País”. Companheiros e companheiras! É muito simples chegar a essa conclusão. De um lado, há um PSDB e um DEM cuja incompetência para fazer política beira o absurdo, do outro, um presidente que se não for elevado à categoria de Deus, à de santo já foi faz tempo: nada gruda em Lula. Com mensalão e tudo, sejamos sinceros, os 8 anos de Lula são bem-melhores do que os de Fernando Henrique Cardoso. Governar São Paulo e para São Paulo é fácil. O estado é rico, contém os ricos e soube “contentar” os pobres. Governar o Brasil de mil contrastes é coisa para o Lula. Era fácil vislumbrar a vitória do PT. Aí, começa o horário eleitoral e José Serra não tem o que dizer. Logo, tudo se encaminha para uma vitória no primeiro turno. Ficamos combinados assim: São Paulo é do PSDB mas o Brasil é do PT.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O bruxo Belão

Quando penso que todas as assombrações já me acometeram, acordo exatamente no dia 13 de agosto, uma sexta-feira 13, e o bruxo Belarmino Lins (PMDB), o Belão, fez mais uma das suas pajelanças, e, pasmem leitores e leitoras, com o nosso dinheiro. E não é que por uma proposta do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), os deputados estaduais, num “esforço concentrado” de fazer inveja a Hércules, aprovaram uma pensão especial vitalícia de R$ 3.000,00 para o vice-prefeito de Borba, Edivar Souza (PSDB). Isso explica o porquê de a oposição está morta e enterrada no País. O vice beneficiado é do PSDB, partido de oposição ao PT e ao PMDB, partido do Belão. Ainda assim, o Belão vem com uma feitiçaria dessas de R$ 3 mil para o tudo e sempre. Será que o Edivar Souza esquecerá o mimo? O que impressiona é esse tipo de manobra não ser considerado nem crime eleitoral nem compra de votos. E pensar que já teve gente em Roraima perdendo o mandato por distribuir alface. E essas 3 mil mudas de alfaces vitalícias não contam nada?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Esforço concentrado

Dá vontade de rir até não poder mais quando se lê em quase todos os jornais de Manaus que a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) a prática do “esforço concentrado”. Os menos avisados podem imaginar que, agora, sim, os deputados vão se unir para, num esforço em conjunto, digno dos grandes heróis gregos, trabalhar exaustivamente. Não passa de uma alegoria lingüística similar àquela do servidor público que responde a quem vai cobrar uma dívida do Estado: “não se preocupe, nós já solicitamos o EMPENHO”. Significa que você ainda vai demorar uns dois meses para receber o dinheiro, com muita sorte. Pois bem, quando os deputados aprovam o tal “esforço concentrado”, em verdade, juntam-se para darem a eles próprios licença para não fazer nada. Como seria bom se todo trabalhador brasileiro pudesse usar o expediente do “esforço concentrado”.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Essa Globo!

A maior das ironias no jogo de ontem entre Brasil e Estados Unidos foi o fato de a detentora oficial dos direitos de transmissão, a toda poderosa Rede Globo de Televisão, não transmitir pelo canal aberto: só assinantes do Sport TV tiveram o privilégio de ver a Seleção Brasileira que todos os brasileiros clamavam e sonhavam ver ainda na Copa do Mundo. Grande parte dos brasileiros deixou de ver um Paulo Henrique Ganso desfilar seu futebol de toques refinados, um Neymar jogando como se tivesse brincando uma “pelada” em Santos e um David Luiz, que eu nunca tinha ouvido falar, mostrar que põe Juan no bolso sem o menor constrangimento. Foi uma estreia com pinta de que, enfim, teremos, na Seleção, um futebol brasileiro, solto, moleque, daqueles que dá gosto de se ver. Mano Menezes demonstrou mais sensibilidade que Dunga: botou os meninos do Santos para jogar e torceu para que fizessem na Seleção o mesmo que faziam no seu time. Deu certo. Dunga não é burro, apenas COMPROMETIDO com os limites da sua inteligência. Queria COMPROMETIMENTO na Seleção. Mano Menezes, como todo brasileiro, quer FUTEBOL. E de qualidade. Foi só o início do trabalho e é muito cedo para apostar no futuro. Mas, foi uma dose homeopática alvissareira.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O fins justificam os meios?

Critico porque tenho o dever e o direito de criticar, tanto como cidadão quanto como eleitor de Luiz Inácio Lula da Silva nos dois governos. Não há termo de comparação entre o Governo Lula e o de Fernando Henrique Cardoso. Este último, é bem-verdade, lançou as bases para a era de bonança que o País atravessa. O primeiro soube como ninguém, equilibrar crescimento e distribuição de renda sem desagradar empresários, banqueiros e trabalhadores. Parafraseando o próprio presidente, nunca se investiu tanto em Educação neste País, e ainda é pouco. Há, porém, algo que não se justifica, por mais que se explique: as alianças espúrias com Sarney, Collor e Jader Barbalho, só para ficar em um trio. Por mais que Dilma Rousseff tenha dito que o PT aprendeu a governar, fazer aliança com essa gente é se curvar, sim, ao tipo de prática que eles sempre defenderam. A não ser que o PT esteja arrependido com a queda de Collor, por exemplo, uma vez que o mensalão foi muito pior do que um mero Fiat Elba. Desconhecer os avanços sociais do País é cegueira inadmissível, porém, aceitar o inaceitável é inconcebível para quem possui visão crítica. Jamais aceitarei que para fazer as mudanças estruturais necessárias ao País era preciso refinar um mecanismo de suborno com o foi (e nem sei se ainda acabou) o mensalão.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A hipocrisia como regra

Quem leu sobre as prestações de contas parciais dos comitês eleitorais do Amazonas e do Brasil inteiro parece estar diante de histórias da carochinha. Ao que tudo indica, apenas o candidato Henrique Oliveira (PR), aparentemente, diz algo próximo da verdade. É como se tudo fosse uma “terra do nunca” ou, quem sabe, a “terra do tão, tão inocente”. Os candidatos, quase todos, fingem que prestam contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), os juízes, por outro lado, acreditam piamente no que a eles é declarado e a vida segue em frente como se na tivesse acontecido. Qualquer reforma política que não toque do calcanhar de Aquiles do financiamento das campanhas não mudará nada. Por enquanto, todos fingem dizer a verdade, grande parte finge que acredita e a democracia representativa passa incólume pelo teste da mediocridade. Da mesma forma que houve uma comoção nacional pela “Lei da Ficha Suja” há que se romper com esse quadro da mediocridade da prestação de contas na política brasileira. É preciso uma espécie de “Lei da transparência” para as campanhas. Sem isso, a hipocrisia será regra.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pai, profissão esperança

“Que tal,a gente tentar/sorrir e beijar seu rosto/abraçá-lo bem forte e dizer/que bom a gente ter você./Que tal a gente tentar/contar-lhe uma piada/fazer do dia-dia uma festa/pra quem já cumpriu a jornada./É hora de pedir desculpas/por isto ou por mais aquilo/mudar de vez pra azul/o cinza do asilo./Dizer: meu velho/eu nunca esqueci de você/.Eu sei que ele, sorrindo/vai perdoar e chorar./E ao receber um abraço/vai ficar encabulado./Nós não devemos deixar, nunca mais m velho abandonado (Bis). O sucesso de Benito di Paula, “Velho, profissão esperança” dá uma ideia do que o dia de hoje representa para os pais, principalmente os mais velhos, hoje chamados da terceira e da quarta idade.Talvez sirva aos pais da primeira, da segunda e até da terceira idade a refletirem sobre o que vos espera para o futuro. Há algo, porém, que jamais deve ser esquecido por aquele que assume essa missão da paternidade: responsabilidade, doação, verdadeira entrega permanente ao outro, o filho. Sem essa noção, tudo fica a cargo da mãe. E, não importa o núcleo familiar, não importa que não se tenha passado nove meses carregando o filho, a filha ou o híbrido no ventre, ser pai é ter um ventre (virtual) permanente que dá proteção e abrigo não-apenas nove meses, mas, para o resto da vida.

sábado, 7 de agosto de 2010

O choro das árvores, o choro da vida

Não entendo como o Acre está entre os estados que mais preservam a natureza. Basta circular por volta das 18h, 19h pela BR 364, que liga Sena Madureira a Rio Branco para se ter uma ideia de o quanto se explora a floresta. Caminhões lotados de toras de madeira e queimadas ao longo da estrada fazem “cortar o coração”. Lembrei-me do refrão de uma das minhas músicas: “...a seringueira chora, perdeu seu defensor, os índios já não fazem festa, pra seu senhor. O seio desta terra, seu filho absorveu, ressuscitou pra vida, que morreu.” Foi impossível segurar as lágrimas que teimavam e correr pelo canto dos olhos. Era como se a alma da terra-mãe tivesse ferida de morte e agonizasse ali na minha frente. Uma sensação de impotência tomou conta de mim. Há um desafio a ser enfrentado por todos: a preservação não pode ser apenas discurso de políticos aproveitadores, sócios de madeireiros, que exploram a floresta à medida que dizem defendê-la. Precisamos fazer mais do que um mero choro calado de impotência.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Democracia atingida II

As denúncias da Folha.com com de que a justiça eleitoral do município de Apuí (a 453 quilômetros de Manaus) teria lacrado dois armazéns com 85 toneladas de sementes, 200 motores de popa e 5 geradores para casas-de-farinha só reforçam o quanto a Democracia sofre no Amazonas. É inadmissível que se aceite esse tipo de prática que atinge de morte os preceitos democráticos e demonstra como esse grupo político que está no poder usa a força em todos os sentidos, nesse caso, a do poder econômico para conquistar votos. Que a ação do juiz Jeferson Galvão de Melo seja seguida por todos os demais juízes dos municípios do Amazonas. Talvez, assim, o jogo fique menos desequilibrado. Aliás, a justiça brasileira, em geral, deve ficar de olho nesse tipo de prática durante o período eleitoral. O perdão das dívidas feito pela Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) justamente em período eleitoral é suspeitíssimo também. Olho neles TRE!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Democracia atingida

Distribuir motores de popa, casas de farinha e outros bens similares em época eleitoral e ainda dizer que esse tipo de prática é similar a Bolsa Família é de um cinismo que beira a canastrice. Mas o juiz eleitoral do município de Apuí (a 453 quilômetros de Manaus), Jeferson Galvão de Melo não caiu na conversa do pessoal do Idam. Só falta o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas aceitar o argumento de que a distribuição de motores de popa e casas-de-farinha é mesmo similar ao Bolsa Família. Como se não bastasse o bolsa floresta? A democracia sai ferida de morte com esse tipo de prática. Loas devem ser lançadas ao juiz de Apuí que não se curvou ao poder e a força econômica de quem está no poder. Usar a estrutura das secretarias e órgãos complementares é de uma covardia tão grande que, no fundo, só pode mesmo ser combatida pela sociedade no dia 3 de outubro. Todos estejamos em estado de alerta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ventos de cauda

O Aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco, no Acre, sofre de um problema congênito: os ventos de cauda. Ao que tudo indica, não se fez um estudo correto da direção dos ventos porque é impossível pilotos errarem tanto na hora do pouso. Ontem, o voo 1939, da Gol Linhas Aéreas, que se aproximava da pista por volta das 12h50min, arremeteu. Eu, que vinha lendo tranquilamente um livro, como sempre faço durante os vôos, olhei para o lado esquerdo e percebi que a aeronave se aproximava do solo e já tinha passado da sede do aeroporto sem tocar o chão. Nesse momento o piloto arremeteu e depois de alguns minutos avisou a todos os passageiros ventos de cauda impediram o pouso em função de a pista estar em obras e ter sido encurtada em 600 metros. Avisou também, que iria iniciar novo procedimento de pouso. O tal vento de cauda me fez lembrar do mês de agosto do ano de 2002 quando um avião Bandeirante da Rico Linhas Aéreas matou 23 pessoas exatamente no procedimento de aproximação. Oito sobreviveram. Não era exatamente um pensamento bom de ser ter na aproximação de um voo que fazia a segunda tentativa de pouso, mas, pensamentos não são controlados por computador. Uma coisa é certa: todo procedimento de pouso em Rio Branco é complicadíssimo. Há algum erro na construção da pista porque da grande aeronave ao pequeno avião, ninguém escapa de solavancos nada simpáticos todas as vezes que nos aproximamos da pista. Como bem disse o piloto da Gol, deve ser mesmo o tal vento de cauda.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Capitalismo ultra-selvagem

Há postos de gasolina em Manaus que não se importam com os clientes. O que interessa é o lucro pelo lucro puro e simples. Alguns deles possuem quatro bombas, por exemplo. No entanto, durante o dia, um só frentista opera as quatro. O coitado (ou a coitada) desdobra-se para ligar uma bomba, recolher o dinheiro da outra, responder aos xingamentos de quem espera na terceira e por aí vai. A situação piora no período noturno. Três bombas são desativadas e o atendimento passa a ser feito apenas em uma bomba. É o tipo de exploração do servidor levado ao extremo. Dessa forma, o lucro deve ir às nuvens. É o que se pode chamar de capitalismo selvagem não apenas por ser praticado no meio da floresta amazônica.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fãs de dossiês

Há uma turma no Partido dos Trabalhadores (PT) que não vai sossegar enquanto não emplacar um dossiê seja contra quem for. E já que não deu certo contra José Serra (PSDB) que o seja contra um membro do próprio governo do presidente Lula. O ministro da Fazenda, Guido Mantega (Fazenda) não escapou. Nos bastidores do poder circulou um documento apócrifo que contém as digitais da tchurma oriunda do sindicalismo bancário. Mantega é vítima indireta. As acusações de tráfico de influência são contra a filha dele, a modelo Marina Mantega. O objetivo do dossiê era forçar o ministro a não o vice-presidente do BB Paulo Caffarelli para a presidência do Fundo de Pensão dos Funcionários do BB, a Previ. Por ordem do Planalto, e, certamente, em função do documento, Caffarelli não foi nomeado. Na briga interna pelo poder, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini e o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, foram para a geladeira. Terminaram vítimas do dossiê atribuído à tchurma liderada por eles.

domingo, 1 de agosto de 2010

Herança maldita

Políticos ditos de esquerda e de direita, no Amazonas, são, no fundo, seguidores da prática populista engendrada por Plínio Coelho, levada a cabo por Gilberto Mestrinho e lapidada ao extremo pelo grupo político que hoje domina o Estado. Por terem militado à esquerda, sabem como ninguém como agradar a tal esquerda moderna: com cargos e favores. Convicções são deixadas de lado quando surge um cargo capaz de render ganhos em longo prazo. Essa troca gera como resposta uma fidelidade quase figadal. Essa herança maldita transforma a política do Amazonas na mais provinciana de todas. Temos, hoje, a divisão de um grupo político com a mesma gênese do qual Amazonino Mendes se queixa de ser o pai. E dessa família cujo pai é Mendes, fazem parte o PT e o PC do B. Quem poderia acreditar que esses dois partidos habitariam o mesmo teto de Amazonino Mendes a ponto de ele ser o coordenador da campanha de Dilma Roussef (PT) no Estado? A política é mesmo a arte da cara-de-pau e do cinismo.