sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A segurança da Ponte Rio Negro

Ontem, à noite, conversava com uns amigos e um deles disse: “Eu não vou pegar aquela ponte. Vou continuar a ir de Balsa. Aquela p... vai cair”. Estava lançado o rastilho de pólvora! Uns diziam que o Governo não iria gastar mais de R$ 1 bilhão em uma ponte que não fosse totalmente segura. Outro retrucou que ele não poderia ir de balsa porque o serviço será desativado quando a ponte começar a funcionar. Ao final da discussão ficou convencionado que não sou ele, mas, todos nós, a partir do dia 24 de outubro de 2011, só usaríamos a Ponte Rio Negro quando fossemos a Iranduba, Manacapuru, Novo Ayrão e quetais. Pois bem, hoje, ao chegaria à padaria, a primeira manchete que meus olhos enxergam é: “Ponte do Rio Negro será fechada em ventanias acima dos 60km/h”. Há alguém aí capaz de convencer o meu amigo a atravessar pela Ponte Rio Negro depois dessa? Talvez algumas “balsinhas” tenham de ficar de sobreaviso.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O PSD e a ideologia zero

Após a divulgação do registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Partido Social Democrático (PSD), uma dissidência do Democratas (DEM), que já pode ser chamado de “DEM da Dilma” ou “DEM do PT”, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo (ex-DEM), disse que o partido está aberto para “quem quiser”. A declaração revela bem com qual espírito o partido foi criado: cansados de não ter governo para apoiar, descontentes do Democratas criaram o PSD exatamente para desembarcar no Governo Dilma. O deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) se arvorou em chamar renomear a nova agremiação política de Partido dos Sem Decência. Foi pouco contestado. Sem decência talvez não, mas, com certeza, sem um pingo de ideologia e muito de fisiologismo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bolsa cor-de-rosa

Nada contra que a presidente Dilma Rousseff venha a Manaus hoje para o lançamento do Bolsa Verde, uma cópia declarada do Bolsa Floresta. O jornalista Osmir Medeiros, aliás, descobriu a fonte original da ideia: o professor Raimundo Theodoro Botinelly Asumpção, eternizado pelo bordão “Pau neles, companheiros”, que bradava em uma das eleições das quais participou. Como creio que a tese de Botinelly está correta, ela não deve ser apenas aplicada em uma bolsa da cor verde. Manaus precisa, urgentemente, de uma política pública séria no sentido de dar melhores condições de vida a quem vive pelas esquinas da cidade a se prostituir quase que diariamente. Como existem bolsas de todas as cores e matizes, e se até os botos ficaram cor-de-rosa, que tal se o Governo também criasse uma “bolsa cor-de-rosa”. Com o pagamento de uma bolsa por tempo determinado e programas que inseriam essas pessoas no mercado formal de trabalho, o combate à prostituição talvez tivesse mais êxito. Fica a sugestão!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Definido o nome da Ponte

Nem Ponte Boto Tucuxi, nem Gilberto Mestrinho. A ponte de mais de R$ 1 bilhão, que será inaugurada dia 24 de outubro receberá um nome neutro: “Ponte Rio Negro”. Sem nenhuma definição sobre a cobrança ou não do pedágio, merece elogios o governador Omar Aziz (PMN) ao optar por nome sem puxa-saquismo. Polêmica pelo valor, cujo preço ficou quase o dobro, e pela estética, embora de bela arquitetura, tornou o Rio Negro mais feio, a Ponte, com o tempo, vai se mostrar um acerto. Quem já passou, como eu passei, das 18h de um dia até a meia-noite e meia de outro a esperar pelas balsas reconhecerá a necessidade da Ponte. Por mais que seja crítico, não posso ser injusto: não tem população que agüente o péssimo serviço prestado pelas balsas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Elogiar com dinheiro público pode

Há alguns indicadores do atraso de Manaus na política além da prática constante do assistencialismo. O maior deles na atualidade é ter uma Time Line, no Twitter, uma das redes sociais mais importantes no mundo, completamente chapa branca. A não ser pela resistência de alguns, que pode ser contada nos dedos, o que se tem é uma turma trabalhando para puxar saco durante todo o dia. Recentemente, a médica Bia Abinader foi punida com 90 dias de suspensão por criticar o prefeito Amazonino Mendes. É uma das decisões mais absurdas e inaceitáveis. Quer dizer que pagar assessores com o dinheiro público para elogiar prefeito, primeira-dama, governador e quetais é até elogiável? Assistencialismo de um lado, punição para quem critica os governantes de outro, tudo isso temperado com grande parte da imprensa que se cala ou, quando não, publica meias verdades sempre com parte delas favoráveis a quem está no poder. Assistencialismo e aulicismo são marcas do atraso. Três características de uma cidade que pode até crescer fisicamente mas será sempre provinciana nas relações. Lastimável para Manaus.

domingo, 25 de setembro de 2011

Assistencialismo e desprezo ao ser humano

Desde às 22h de sexta-feira, o Parque do Idoso vive um espetáculo de degradação e desrespeito ao ser humano. É claro que também pode ser visto como “a única oportunidade de algumas mães terem acesso ao leite”. Só não entendo como se pode apelar para populismo e assistencialismo tão intensos na perspectiva de se conseguir alguns votos a mais nas próximas eleições. Em tempos distantes, um conhecido governador distribuía brinquedos. Ganhou muitas eleições à custa dessa prática. Hoje, o leite é usado como atrativo. Tivéssemos um Conselho Tutelar atuante, mães seriam impedidas de usar filhos no colo para ganhar prioridade. Revolta-me esse tipo de prática. Políticas públicas deveriam existir para que nunca mais uma mãe fosse obrigada a ficar numa fila desde às 22h do dia anterior para pegar um litro de leite. Manaus chegou à era das cavernas da política. Um acinte!

sábado, 24 de setembro de 2011

A banda quase larga de Manaus

Os serviços de banda larga em Manaus, por mais que tenha avançado, ainda estou longe de terem a qualidade e o preço praticados nos centros mais avançados. Aliás, perde em qualidade e preço até mesmo para os serviços ofertados no Acre, por exemplo. Não que o Acre não mereça ter bons serviços: os do Amazonas sim, merecem ser mil vezes melhores. Afora os serviços que ainda são sofríveis, em Manaus, o usuário talvez pague a internet mais cara do País. Só para ficar nesse exemplo. Algumas empresas prometem gigas e megas mas não entregam nem um nem outro. Nós, os amazonenses, merecemos serviços e preços melhores. Resta saber se as empresas possuem algum tipo de meta de baixar os preços e oferecer serviços melhores para os próximos dez anos. É esperar para ver, se possível.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O grande irmão Lula

O episódio da eleição do novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), quando o deputado federal Átila Lins (PMDB-AM) dormiu ministro eleito com apoio total do seu partido e acordou derrotado, é uma demonstração clara e evidente de que o próprio Lins e o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) não apitam nada nacionalmente no partido. A escolha de Ana Arraes, cuja maior credencial é ser mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), além de ser uma rasteira muito bem-aplicada em Lins, se nos apresenta como um prêmio in memoriam a Miguel Arraes. Além, é claro, de jogar um balde de água fria nas pretensões de Campos em ser uma espécie de terceira via entre o PT e o PSDB. Revela, também, o excelente trabalho de articulação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, o PMDB demonstra, mais uma vez, toda a subserviência não apenas a quem está no poder, mas, a quem já saiu, porém, o exerce por tabela. O grande irmão do PMDB, não há dúvidas, é Lula.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ponte Boto Tucuxi

A se levar em conta as últimas inaugurações de obras públicas no Estado, a Ponte de Iranduba, também será Gilberto Mestrinho. Isso se não aparecer nenhum “colaborador” do senador Eduardo Braga (PMDB) a querer homenageá-lo em vida. Não é bom duvidar, também, que haja alguém para homenagear a presidente Dilma Rousseff. Ela, segundo já divulgaram, estará em Manaus. Melhor data não há para um ato de aulicismo explícito. Penso, porém, que, talvez, o melhor nome para a ponte fosse Boto Tucuxi. Homenagearia tanto Gilberto Mestrinho quanto uma das balsas que ainda faz a travessia. Assim, a história seria parcialmente preservada. Este é o meu parecer, salvo melhor juízo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ativismo de araque

No Brasil, o ativismo das redes sociais fica apenas nas redes sociais e parece ter sido a forma mais cômoda de o povo fingir que participa de algo e não participar de nada. A marcha “Todos juntos contra a corrupção”, realizada ontem na Cinelândia, no Rio de Janeiro, é uma prova cabal disso. Nas redes sociais, principalmente o Facebook, 34 mil pessoas confirmaram a participação. Na marcha, de acordo com a Polícia Militar, foram 2.500 participantes. Os organizadores computaram “cerca de 4.000” participantes. Todos sabemos que a Polícia Militar faz parte dos aparelhos ideológicos do Estado, portanto, tente de diminuir o número de participantes de qualquer manifestação popular. Por outro lado, organizadores de movimentos “chutam” sempre para cima esse número. É bem-verdade que o Brasil já esteve bem pior em termos de manifestações. No entanto, ainda não ultrapassamos a fase do ativismo na ponta dos dedos. É sempre bem mais fácil fazer ativismo por trás da tela de um dispositivo do que mostrar a cada e ir às ruas.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Governo fecha o cerco às Ongs

Já não era tempo de o Governo Federal fechar o cerco contra as Organizações Não-Governamentais (ONGs) que, em muitos casos, se transformaram em verdadeiros antros de desvio de dinheiro público. Envolvidas até o pescoço nas denúncias do Ministério do Turismo, algumas ONGs perderam completamente a credibilidade a ponto que já serem contestadas dentro da própria sociedade. Criadas para atuar nas áreas nas quais o governo via necessidade de ampliar as políticas públicas, mas, não tinha conhecimento suficiente, as ONGs terminaram por se transformar em meros instrumentos de sangria dos cofres públicos. Fiscalizá-las e dificultar a contratação delas sem licitação tornará o processo de liberação de verbas mais transparente, algo que a sociedade exige.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Motciclistas desatentos

É impressionante a desatenção dos motociclistas de Manaus com relação ao respeito às faixas dos pedestres. Hoje, por exemplo, à Avenida André Araújo, um deles, com um carona na garupa, abalroou a traseira de um veículo por pura falta de atenção à sinalização. Felizmente nem o veículo nem os ocupantes da moto sofreram danos. Ao que tudo indica, porém, esse tipo de acidente repete-se diariamente: motociclistas não percebem que os motoristas começam a adquirir o hábito de respeitar a travessia de pedestres e provocam acidentes, muitas vezes, graves. Parece ser necessária uma campanha de conscientização também dos motoqueiros. Isso tornaria o trânsito melhor na cidade.

Curral de pedestres

Entendo e até aceito que a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) seja obrigada a instalar grades nas proximidades da passarela localizada à Avenida Darcy Vargas. Tenho convicção, porém, que a Educação é um processo longo, lento e demorado. Encurralar os pedestres e obrigá-los a usar uma passarela “na marra” faz parte, porém, de uma postura da “educação pela força” com a qual não concordo, muito embora, em alguns casos, seja necessário usá-la. Quando o limite para seres vivos, ditos humanos, preservarem a própria vida e se educarem em relação ao uso de uma passarela passa a ser uma cerca, não tenho como não lembrar do refrão de uma conhecida música de Zé Ramalho:”ooooo, oooo vida de gado, povo marcado, ei; povo feliz”.

OBS: Post do dia 18/09/2011

sábado, 17 de setembro de 2011

Jogada de mestre

A declaração do ex-deputado federal Marcelo Serafim (PSB) em um dos jornais da cidade que “PR nunca mais”, sobre a desastrada aliança nas últimas eleições, que proporcionou ao governador Omar Aziz (PMN) uma vitória acachapante como nunca conseguira na vida, uma vez que até então, em todas as eleições majoritárias não ganhava de ninguém, parece confirmar a minha inferência feita logo no início do processo: houve um complô federal muito bem arquitetado pelo Presidente Lula, para destruir o senador Arthur Virgílio Neto. Esse é tipo de coisa que dificilmente haverá confirmação. A não ser que o próprio Lula venha, um dia, a escrever as memórias de suas peripécias políticas. No entanto, deixar Serafim Correia (PSB) solto na disputa poderia ser a chave para uma aliança exatamente com o PSDB de Neto. O que me leva a crer, cada vez mais, que não houve nenhum tipo de “racha” entre Lula e Eduardo Braga (PMDB) com o lançamento da candidatura de Omar Aziz (PMN). Não tenho elementos para afirmar quem dos dois (Lula e Braga) foi o mais astuto. O certo é que, com a aliança, tiraram da disputa exatamente Serafim Correia, o único com possibilidades reais que vencer Aziz no segundo turno. Ou alguém tem dúvidas de que haveria segundo turno caso Serafim Correia fosse candidato a governador? Em política, como na vida, não existe o “se”. Ficaremos sempre no campo da especulação. Mas que a jogada de mestre para derrotar Arthur Neto deu certo, isso deu!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Filas dos bancos

Ainda que exista uma “Lei das filas” e ameaças de multas pesadas, os bancos, em Manaus, prestam em níveis do ruim ao péssimo, principalmente nos dias de pagamento. As filas são quilométricas e só resta aos clientes exercitar a paciência. Em alguns deles, o número de caixas é tão pequeno que, nas emergências, até o gerente financeiro assume essa função. Trata-se, a meu ver, de uma conjuntura que não há lei capaz de mudar: os bancos são obrigados a cada vez mais reduzir os custos operacionais e fixos. Cortam as despesas, portanto, no número de funcionários, preferencialmente os caixas, e transferem as funções daqueles aos próprios clientes. Em dias de picos, como os de pagamento, por exemplo; não possuem pessoal suficiente para cumprir a “lei das filas”. Ao que tudo indica, preferem apostar que a punição será amena e acontece uma vez ou outra. É bem-possível, também, que seja mais barato pagar as multas relativas à “lei das filas” do que contratar mais funcionários. “Caixa livre” grita um deles ou uma delas após longa espera.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Amazonino Mendes pauta a mídia

Ontem, ao passar pela Avenida Darcy Vargas, ao lado do Amazonas Shopping, vi a cerca, feita com telas de aço, para impedir que os pedestres atravessem. Fica evidente que a faixa de pedestre ali existente será eliminada numa medida de extrema força da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) para tentar obrigar as pessoas a usarem a passarela como forma de atravessar a referida Avenida. Fiquem a imaginar: “Pode-se criticá-lo com a veemência que for só não se pode negar que Amazonino Mendes (agora no PDT) tem pautado a mídia local”. Não sei se por conveniência da própria mídia, que se deixa pautar com imensa facilidade, mas, há que se reconhecer que, em termos “Educação” da coletividade há avanços. No caso das faixas vermelhas, por exemplo, pouco se fala das que foram pintadas, também, embaixo dos próprios semáforos. Pouca ênfase se dá, aos problemas constantes provocados por motoristas e pedestres pela falta de consciência coletiva e desrespeito ao próximo. Essa “Educação’ que mencionei entre aspas é exatamente porque, numa hora dessas em que uma medida de força é tomada, como a de por grades teladas para impedir a passagem das pessoas, também deveria ser acompanhada de uma campanha de esclarecimento à população sobre os benefícios de se usar as passarelas, inclusive do ponto de vista da atividade física, porque, de fato, esses “monstrengos” parecem ser planejados para nunca serem usados. E nesse sentido que digo: Amazonino pauta a mídia! Conveniência de mão-dupla? Não posso nem tenho elementos para precisar. Que ele termina por pautar até a mente das pessoas com medida de força como essa isso consegue. Pautou até meus escritos de hoje.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A noiva mais desejada de Manaus

A Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) mais parece a noiva mais desejada do Amazonas, muito embora ainda tenha marido. O prefeito atual, Amazonino Mendes (agora no PDT) não dá mostras de que pretenda deixar a cobiçada noiva sem ele como marido. O senador Eduardo Braga até agora não deu mostras de que esteja interessado efetivamente neste casamento. Como se trata de um político experiente, dificilmente abre mão de concorrer, a não ser que alianças bem-articuladas o façam desistir e apoiar alguém. Esse alguém, porém, não se faz nem ideia de quem poderia ser. As alfinetadas trocadas entre o grupo de apoio do atual prefeito e do senador indicam que uma nova união entre os dois é pouco provável. Leitores, e leitoras! Pouco provável hoje, amanhã não se sabe! Sempre digo, em política, o adversário de hoje é um provável aliado de amanhã. Logo, esse casamento ainda vai dar muito que falar. O Partido Republicano (PR) já indicou mais um candidato a marido, o deputado federal Henrique Oliveira. O grande problema nesse casório é que noiva não se manifesta. E o pai dela são todos os eleitores de Manaus. “Olha a chuva! É mentira!”

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Monumento destruído pela falta de planejamento

Causa espanto que um monumento de R$ 5 milhões erguido para marcar a obras da Ponte sobre o Rio Negro tenha de ser destruído justamente para uma obra que vai melhorar o fluxo de veículos em direção à Ponte. O episódio revela, na pior das hipóteses, que não houve planejamento de impacto ambiental. E, se houve, foi muito mal-feito. Como aceitar tanto desperdício de recursos públicos? É fundamental que a sociedade reaja e se organize não efetivamente apenas para barrar o desperdício do dinheiro público usado na ponte, mas, que haja uma visão coletiva de combate à corrupção e ao desperdício como regra. Sem isso, tenderemos a aceitar todos os tipos de práticas corruptas existentes no País e a relativizar a própria prática e os valores nela envolvidos. Não é um bom caminho para a democracia e para o País.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Base aliada do bem


Um dos trechos da entrevista da presidente Dilma Rousseff a uma das emissoras de televisão mais populares do país, domingo à noite, que mais me chamou a atenção foi quando ela disse que “a base aliada é formada por homens de bem e que ela não deu nada a ninguém que não quisesse dar”. A mim me parece, portanto, que não é mais possível alegar, em se tratando de acordo políticos, que a presidente não sabia de nada. Diante de tantos escândalos e da queda de três ministros por denúncias graves de corrupção, espanta-me, porém, que a presidente venha, publicamente, assumir que a base aliada é formada por “homens de bem”. Fosse o presidente Lula, cuja dificuldade no uso da Língua Portuguesa nunca acreditei (sempre achei que era mais para fazer o gênero operário analfabeto que por dificuldades), eu diria que houve um pequeno equívoco na hora de pronunciar a palavra “bem”, que deveria, nesse caso, ser usada no plural. A mim me parece que a base aliada, além de homens de bem, tem muitos homens de bens.

domingo, 11 de setembro de 2011

Violência injustificável

Uma das lembranças que mais marcam a minha vida são aquelas imagens do dia 11 de setembro de 2001. Os aviões. A fumaça! A queda das torres. O desespero dos narradores. E das pessoas. Estava em Uberlândia, interior de Minas Gerais. Em uma loja de eletrodomésticos. Daquelas em que os aparelhos ficam todos ligados no mesmo evento. As cenas eram de terror ao vivo. Desespero. Ao nosso lado, há dez anos, as pessoas duvidavam. Alguns diziam que era uma “armação” dos Estados Unidos para justificar a violência que cometeriam. Nem sabiam da futura invasão do Iraque. Já imaginavam o tamanho da violência. O que sei é que são imagens terríveis. Não se pode nem imaginar o que houve por trás de toda aquela violência. Dá porém, para, dez anos após, para se revoltar do mesmo jeito contra a bestialidade a de dirigentes que levam pessoas inocentes à morte. De um lado e do outro, trata-se de uma violência injustificável.

sábado, 10 de setembro de 2011

Suplemento em prol da corrupção

Um dia após a Controladoria Geral da União (CGU) constatar que houve prejuízo aos cofres públicos de R$ 682 milhões Ministério dos Transportes, o Governo Federal libera o montante de R$ 500 milhões em verbas suplementares para o mesmo Ministério, inclusive para algumas das 16 obras suspeitas listadas pela CGU. Para se ter uma ideia, há um contrato no Espírito Santo cujo prejuízo à União foi de R$ 19 milhões. Como prêmio pelo péssimo gasto do dinheiro público, receberá mais R$ 10 milhões de verbas suplementares. Como é possível um Ministério que lesa os cofres públicos em R$ 682 milhões receber, imediatamente, mais R$ 500 milhões de verbas suplementares? Alguém pode explicar a todos os meus leitores e leitoras qual a lógica desse tipo de ação governamental? O Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, justificou a liberação de verbas suplementares para contratos sob suspeita, alegando que a CGU apenas detectou problemas, mas não há nenhum embargo. Estamos todos, eu e o povo brasileiro, passando por um processo de emburrecimento coletivo ou esse pessoal que está em Brasília acredita que somos completamente imbecis? Particularmente esse episódio é um insulto a minha inteligência. Trata-se de um incentivo à corrupção. Merece que todos os que um dia pintaram a cara e foram às ruas voltassem a fazê-lo. Porque vergonha na cara parece não existir mais lá pelas bandas do Planalto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lutar contra a corrupção é fascismo?

É tolo e totalmente insustentável o discurso de alguns petistas e antigos membros da “esquerda barulhenta” brasileira. Para eles, os movimentos que pipocaram no dia Sete de Setembro, com o uso de uma peça preta como forma de protestar contra a corrupção endêmica no país “é coisa de fascista”. É bem-verdade que os fascistas italianos ficaram conhecidos como “camisas negras” em função do uniforme que usaram. No entanto, a proposta de usar uma peça negra no dia Sete de Setembro deste ano simbolizava o luto e a indignação do povo brasileiro contra a corrupção. E alguém ainda tem a cara-de-pau de dizer que não há corrupção no País? A própria Controladoria Geral da União (CGU) divulgou que o prejuízo com desvios de verbas e manipulação das licitações no Ministério dos Transportes é a bagatela de R$ 682 milhões. Só esse montante é motivo para que a população brasileira vá às ruas e proteste veementemente contra a corrupção. E taxar esse movimento de fascismo pelo uso da cor negra como símbolo do luto é querer esconder o real problema: a doença do roubo e do desvio de verbas públicas.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A espera que muda convicções

Posso até não concordar com o valor de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, nem com a estética daquele monstrengo sobre o Rio Negro, mas, mudei completamente a minha convicção de que a Ponte do Iranduda poderia ser substituída por um ecológico e eficiente sistema de balsas. Não sei se pela irresponsabilidade de quem oferece o serviço, porém, não dá para nenhum ser humano normal chegar à fila de carros no Cacau-Pirera às 18h e só conseguir tocar o barranco, no São Raimundo, exatamente aos 30min do dia seguinte. Há que se ter respeito para com as pessoas, e, definitivamente, a Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias do Estado do Amazonas (SNPH) não o tem. Foram mais de 6h de espera em uma fila para se embarcar em uma balsa, a Acre-Brasil, cujo rebocador não tinha capacidade nem para manobrá-la. Pior que isso é saber que a comitiva de um política em visita ao município de Manacapuru havia furado a fila e embarcado inteira na frente que quem esperava. Muito mais ecológico que a Ponte é certo que o serviço de balsas o é. No entanto, praticado como o faz a SNPH, joga mesmo para mudar convicções em favor da Ponte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A exclusão provocada pela corrupção

Há 17 anos o dia 7 de setembro, que os livros de história tradicional propagam como se fosse o “Dia da Independência do Brasil”, quando Dom Pedro teria dado o “Grito do Ipiranga”, transformou-se em dia do “Grito dos Excluídos”. Este ano, por exemplo, em todas as capitais brasileiras, haverá protestos “contra remoções forçadas por obras da Copa do Mundo de 2014, contra as drogas, pela reforma política” além, é claro, de um “Grito” nacional contra a corrupção. Em Brasília, haverá protestos, inclusive, pela não-escolha da cidade como sede da abertura da Copa do Mundo de 2014. Em Manaus, os protestos serão contra o envenenamento de árvores centenárias localizadas à Avenida Eduardo Ribeiro. Denúncias dão conta de que foram os próprios comerciantes da área que envenenaram as árvores por essas estarem “prejudicando os seus negócios”. Os manifestantes aproveitarão para protestar, de novo, contra a construção do “Porto das Lajes”. Quaisquer que sejam os protestos, o mais importante em um dia desses é a população demonstrar que não está completamente anestesiada. Afinal, a dinheirama que aparece nas últimas denúncias de corrupção, superfaturamento, desvio de verbas e mensalão bem que poderia ser aplicada em Educação e Saúde. Não há maior exclusão do que a provocada pela corrupção. É contra ela que deve ser o nosso grito maior.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Um deputado exemplar e muitos inimigos

Recebi os dados por e-mail. O fato é tão inusitado que não acreditei e fui aos mecanismos de busca. E não é que é verdade mesmo! O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF) abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600. Ele também abriu mão de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões (isso mesmo R$ 2.300,000) nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão. E tudo isso em caráter irrevogável enquanto durar o seu mandato. Não precisa dizer que ganhou a antipatia de todos os demais colegas do parlamento. É o tipo de moda que o povo brasileiro torce para pegar, porém, não vinga nem com reza. Para os demais deputados, Reguffe é um demagogo. Santa demagogia que deveria contagiar a todos. O que me é estranho foi a pouca repercussão do fato na mídia brasileira. Ao que tudo indica, exemplos como esses não podem ser muito divulgados; afinal, na redução de 25 para 9 dos assessores direitos, alguns empregos de jornalistas devem ter ido pelo ralo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Serviços de mal a pior

Para uma cidade que deseja ser modelo durante a Copa do Mundo de 2014, Manaus ainda precisa mudar muito. Dos serviços básicos de saúde e educação, passando pela telefonia e chegando aos serviços mais sofisticados como estacionamentos, cinemas, shoppings. Espera-se que o treinamento de pessoas não seja feito também em Manaus pelo tal Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), que assinou convênio de R$ 14 milhões com o Ministério do Turismo e, até agora, não treinou um ser vivo sequer, embora já tenha recebido cerca de R$ 2 milhões. É preciso um programa responsável de melhoria nos serviços não-apenas com vistas à Copa do Mundo de 2014. Uma cidade como Manaus necessita mudar a cultura de serviços prestados mal e parcamente. Trata-se de uma cidade de aproximadamente 3 milhões de habitantes que não pode ter a estrutura de serviços tão ruis assim. Lembro-me de uma vendedora, em uma loja de um dos shoppings em Manaus. Ela estava ao telefone, por trás do balcão, quando foi perguntado o preço de um sapato. Ela continuou ao telefone e mandou que a cliente fosse à vitrine e visse o preço. Faz-se necessária uma mudança completa nessa cultura. Todo ser vivo deve ser bem-tratado sempre. Ainda mais quando compra produtos ou serviços.

Relação mal-resolvida com as árvores

Não faz muito tempo, comentei aqui que o morador de Manaus tem uma relação nada saudável com o rio. Ao que tudo indica também não se dá muito bem com as árvores. A retirada de algumas das centenárias árvores da Avenida Eduardo Ribeiro é só mais uma demonstração dessa relação mal-resolvida com a natureza. O curioso é que intelectuais do passado ressaltavam a necessidade de o homem se inserir no processo de convivência com o meio. As obras da Avenida das Torres e do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) demonstram isso na própria concepção dos em engenheiros. Na Avenida das Torres, por exemplo, foi preciso uma ação de emergência para arborizá-la. Nas obras do Prosamim, até a grama é baixa. É por essas e outras que Fritjof Capra defende a necessidade de uma alfabetização ecológica. Esse curso deveria ser ofertado com a máxima urgência em Manaus.

sábado, 3 de setembro de 2011

Controle social da mídia um ova

Aclamado no Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) por propor o “controle social da mídia”, José Dirceu, chefe do mensalão, nunca caiu em desgraça. Foi afastado do poder formal da “Era Lula” para manter o significado central do dito popular “vão-se os anéis, ficam os dedos”. Dirceu é o mentor dessa apatia política, dessa anestesia dos sindicatos, das lideranças estudantis, de qualquer reação à corrupção generalizada que se instalou no governo. A partir do mensalão, tudo é permitido. Não fosse a reação de parte da imprensa (e não me importa que seja de esquerda ou de direita), o País estava entregue a esses salteadores que fazem convênio de R$ 6,2 milhões para cadastrar torcedores ou pagam R$ 14 milhões para o tal Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), investigado pela Polícia Federal por desvio de dinheiro público. José Dirceu e a cúpula do PT não querem o controle social da mídia coisa nenhuma. Pretendem sim, implantar um aparato de censura muito mais eficaz do que na época da ditadura. Desejam um país calado. Não suportam que essas relações espúrias com Ongs e Institutos sejam divulgadas. José Dirceu não possui moral suficiente para cobrar nenhum tipo de postura de ninguém. Essa história de que é “guerreiro do povo brasileiro” só serve para os congressos do PT. Não brinque com o povo brasileiro, José Dirceu, nós não suportamos mais mensaleiros, grileiros e outros achacadores. Iremos às ruas, dia 7 de setembro, cada um com uma peça preta, para demonstrar nossa indignação no dia do #lutocontraacorrupção. E não queremos nenhum tipo de censura. Tudo o que escoa pelo propinuduto de Brasília tem de ser divulgado. Controle social da mídia uma ova!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fortuna para cadastrar torcidas

É um absurdo, um verdadeiro abuso contra a inteligência dos contribuintes, o acordo assinado entre o Ministério dos Esportes e o tal Sindicato do Futebol para o cadastramento de torcidas organizadas para a Copa do Mundo de 2014. O valor é ainda mais escandaloso: R$ 6,2 milhões de reais. Mais grave é que o Ministério resolveu manter o convênio, muito embora a verba tenha sido repassada desde o final do ano passado e nada tenha sido feito. Quer dizer que a Fifa exige, além de tantas outra “mumunhas” para se “beliscar” dinheiro público, o cadastramento de todos as torcidas organizadas existente no País? E de onde apareceu esse tal Sindicato do Futebol, sobre o qual nunca se lera uma linha sequer? Do jeito que a coisa caminha, será preciso criar o Sindicato da Corrupção, para abrigar essa leva de entidades envolvidas com denúncias graves de uso indevido do dinheiro público. A Copa da Corrupção se nos apresenta cada vez mais real.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Educação para as chuvas

A população de Manaus precisa, urgentemente, ser preparada com profundidade para algo assim como “Educação para as chuvas”. Digo profundidade porque é preciso uma campanha de longa duração para conscientizar os moradores das áreas próximas aos rios e igarapés a não jogarem lixo nem nos próprios igarapés, nem nas ruas. Confesso que fico apreensivo quando se “forma” um tempo de chuva em função dos problemas que são recorrentes. Quando os relâmpagos começam a clarear o céu, temo pelas famílias mais humildes cujas casas, na maioria das vezes, são destelhadas. Penso que um programa de conscientização é essencial para que as pessoas aprendam que grande parte da responsabilidade pelas tragédias coletivas neste campo é das próprias pessoas. O tratamento adequado do lixo merece ser discutido e incutido na cabeça das pessoas para que as chuvas não se transformem em tragédias.