Os anos passam e, parece, o coração fica “mais mole”. Talvez seja porque, com a idade, você passa a ver melhor a entender a importância da terra natal na tua vida. O que você é, sua formação, a forma de ver o mundo, tudo isso é resultado das interações na infância, na adolescência ... marcam a tua vida pra sempre. Aos poucos, o poeta renasceu, o compositor se mostra mais presente e já arrisco cantarolar algumas músicas. Antes algo tão normal e natural, voltar pra casa, hoje Manaus, agora se transformou em um processo de despedida, ou sejam, várias despedidas. Assim me sinto hoje: em clima de despedida, meio triste, meio arredio. Depois de tanto tempo longe, deixar a minha cidade natal, Sena Madureira, no Acre, não é mais tão simples. Voltar definitivamente? Não digo sim nem não. O homem chega a uma idade em que a única certeza são as incertezas. As despedidas também.
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