A miséria que encontrei na Vila Evo Morales, na Bolívia, quase corta meu coração. Trouxe de volta lembranças da infância: pobreza, miséria, falta de estrutura. Minha Sena Madureira não oferecia oportunidade nenhuma. Tive de sair. Fugir para Manaus, em 1979, levado por um primo, Alfredo Bulbol, a quem jamais esqueço. Sem a oportunidade de chegar em Manaus, conviver à rua Pedro Botelho com a rua dos Andradas, viver o clima do poder e dos bastidores da Manaus daquela época. Frenquentar o Muruama Clube de Campo. Estudar no Colégio Brasileiro Pedro Silvestre. Sem todo esse processo de diáspora, encontros e desencontros, eu não seria o profissional que sou hoje. Essa base de contatos, amizades, trocas de experiência e respeito se mantém. Sempre respeitei os que não transitam por minhas convicções políticas. Jamais me acovardei. Incomoda-me, porém, até hoje, a forma como os grupos políticos exploram a miséria. E foi esse o elo que me cortou o coração na Vila Evo Morales: no Amazonas, no Acre...na Amazônia, há um processo de estupro dos miseráveis, em todos os sentidos, que precisa ser estancado. Nosso desafio de cada dia.
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Oi Gilson, EstaVA estampadoEM seu rosto a decepção com o que viu no país vizinho.
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