domingo, 29 de novembro de 2009

Provincianismo acadêmico


A visão provinciana e estreita sobre universidade e sobre o sistema brasileiro de pós-graduação motiva os “sem-títulos” a contestarem o Currículo Lattes. Há que se ter um parâmetro para avaliar a produção dos pesquisadores brasileiros. A plataforma Lattes possui falhas sim, que são corrigidas constantemente. No entanto, deixar de avaliar um currículo sob o argumento de que “no Lattes se põe tudo” é, no fundo, um argumento frágil de quem não assume viseira política e a inveja em relação aos colegas titulados. Tanto nos concursos públicos quanto nas seleções para o ingresso nos programa se Pós-graduação o currículo é o componente que mais pesa na determinação ou não do ingresso de uma pessoa. Negá-lo é negar a própria carreira acadêmica e isso, nós, os pesquisadores-doutores das universidades brasileiras não podemos mais admitir. Estudar, passar quatro anos pesquisando e obter o título de doutor não pode ser vergonha para ninguém. Querem nos punir por pesquisar e se qualificar. Tenho vergonha, sim, dessa visão provinciana e atrasada a respeito da vida acadêmica. Portanto, até que se prove o contrário, todos os doutores brasileiros merecem meu respeito e minha consideração. Contrariamente, tenho cada vez menos respeito por aqueles que não concluíram seus cursos e, sem esconder a dor-de-cotovelo, atiram pedras em nós doutores: atitude mais provinciana não poderia existir.

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