Dizem os sábios que a política é a arte da negociação. Talvez o seja, mas, no Brasil, de arte não tem nada. Muito menos de negociação. Hoje, o que ocorre em Brasília, é a mais pura safadeza. Uma tropa-de-choque, fantasiada de deputados e senadores, encostou a Presidente da República, Dilma Rousseff (PT) na parede com a ameaça de que criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o enriquecimento ilícito e meteórico do Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci. Com um facão chamado CPI Palocci, os ditos religiosos (que mais parecem desalmados) conseguiram suspender a distribuição dos Kits anti-homofobia. Da mesma forma, 20 senadores já assinaram o pedido da CPI do Palocci, dentre eles o caso mais lapidar dessa “linda negociação”: Clésio Andrade (PR-MG), da base aliada. Ele é presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e assinou o pedido de CPI. Avisou que retira a assinatura desde que seja revista a Medida Provisória que incentiva a produção de carros na Bahia. O nome disso é chantagem, nunca negociação. A sem-vergonhice é tamanha que pode incentivar calhordas a, sob o argumento da negociação, defender que, no caso do Pólo Industrial de Manaus (PIM), a bancada do Amazonas também tome a mesma postura. Será que perdemos, de uma vez, a sensatez e a vergonha? Ora, a CPI para investigar o enriquecimento do ministro Palocci deve ocorrer sim porque as denúncias de tráfico de influências são gravíssimas. Os senadores e deputados, portanto, representantes do povo brasileiro, e não do Governo Dilma, por dever moral, deveriam assinar o pedido sem pensar duas vezes, assim como, Palocci já deveria ter saído do cargo há tempos para não pôr em risco (como já o fez) o Governo do qual faz parte. Ele precisa ter hombridade o suficiente para entregar o cargo e se submeter às investigações. Por outro lado, as questões religiosas e fiscais necessitam ser discutidas no âmbito de cada área. O Brasil é um país laico e as políticas públicas não podem e nem devem se curvar aos interesses das igrejas. Cada uma que trate de cuidar das suas “ovelhas” e deixem a presidente Governar. Do mesmo modo, as questões fiscais, que sejam decididas e discutidas no âmbito das leis existentes e não à base de chantagem barata e sem-vergonha. Ao ministro Palocci um conselho: saia logo, ainda hoje, para o bem do Brasil e da presidente Dilma. Afinal, se o senhor não deve nada; não tem o que temer. Muito embora, pelo volume das denúncias e do dinheiro, tudo leva a crer que o senhor deve muito. Tome uma atitude digna: saia do governo e prove que não deve nada.
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Fala-se tanto em compra de votos no Brasil, que as vezes fico me perguntando; Isso que você está relatando neste Post é ou não compra de votos?
ResponderExcluirEu acredito que mais claro do que isso não existe?
É por essas e outras que o Brasil não muda e nem vai mudar, entra um e sai outro e a safadeza continua a mesma.