Cansei da hipocrisia dos que aceitam hipócritas de carteirinha, com bandeiras à mão, a fazer campanhas e a defender nosso povo. Precisamos sim, de políticas públicas sérias e não de oba,oba! Hipócritas, moralistas e preconceituosos, por exemplo, destilam seu veneno contra o Ministério da Educação (MEC) por distribuir o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloísa Ramos, que defende a troca dos conceitos “certo e errado” por “adequado ou inadequado”. Nada mais adequado do que a postura defendida pela autora. E a assumida pelo MEC. Não costumo elogiar o MEC, mas, desta vez, peço aplausos! No mundo real, e não das academias e bancos escolares, a sociedade comporta-se em torno do adequado e inadequado. É o contexto que determinará se um advogado falará “data venia” ou não. Até comportamentos considerados criminosos hoje podem ser aceitos e vistos como adequados amanhã. A vida é dinâmica, o mundo mais ainda. O que as pessoas devem aprender, definitivamente, na escola, é a se preparar para o exercício da cidadania plena, inclusive, aprender a não ser enganado por massificações contra ou a favor de determinados estilos de vida e de governo, por exemplo. Quero ver se um caboclo das barrancas do rio Yaco, que banha a minha cidade Natal, Sena Madureira, no Acre, dirá: “Nós pegamos peixes”, com os “esses” e tudo! A não ser que seja algum graduado de uma universidade brasileira, desempregado, que resolveu voltar a ser pescador. Em situação normal, se falar “corretamente”, certamente, será motivo de chacota. Eu mesmo já fui motivo preconceito lingüístico às avessas por usar corretamente a segunda pessoa do plural na fala. Quem não lembra do refrão “A gente somos inúteu...” do Ultraje a Rigor? A Língua Portuguesa não ficou melhor ou pior porque a música ganhou as rádios e emissoras de televisão durante muito tempo. Fomos dirigidos durante oito anos por um presidente que não primava pelo uso correto da Língua e, nem por isso, nos tornamos um País do fracasso. Tenham a santa paciência! A vida se tornará muito melhor, sim, se o preconceito, em todos os níveis, for extirpado. Essa tem de ser a nossa luta diária. Lula passou oito anos sendo ironizado e vítima do preconceito de uma elite pouco letrada. Diploma, canudos e títulos não indicam que o ser humano aprendeu a viver, a respeitar as diferenças. Qualquer um de nós pode ser muito bem-treinado para obter os títulos e diplomas distribuídos no balcão dos cartórios tradicionais da Educação brasileira. Basta adquirir habilidades medianas do uso da Norma Culta e das Normas da ABNT. Assim como existe vida além das universidades, faculdades e centros universitários, a vida segue seu curso muito além das normas cultas da Língua Portuguesa. E isso precisa ser “ensinado” também nas escolas: respeitem as diferenças e sejamos felizes.
Visite também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário