A Manaus desses últimos dois dias é uma cidade que não existe mais: só ressuscita quando os bois de Parintins entram na arena para a disputa anual, como agora. Enquanto Garantido e Caprichoso se pegam no Sambódromo, Manaus fica tranqüila, poucos carros, trânsito fluente: “um sonho feliz de cidade”, diria Caetano Veloso. Certamente, o furdunço diário de Manaus é transferido para a Ilha Tupinambarana. E quem lá está nesses três dias sofre o que os habitantes de Manaus sofrem nos demais dias do ano. Após citar Caetano Veloso, não poderia deixar de lembrar o nosso poeta maior, Chico da Silva: “...que tempo bom, que não volta nunca mais... aquele tempo de menino ainda trago no meu peito, muita saudade, roda pião, estilingue no pescoço, papagaio pra soltar....” É impossível que Manaus volte a ser a cidade que era. No entanto, todos os prefeitos são responsáveis por torná-la melhor nos dias atuais. O número de veículos, o traçado das ruas e o planejamento urbano (ou a falta dele), afora o sol causticante que sempre existiu e existirá, transformaram a cidade em um inferno no meio da selva. Que aquele tempo de menino não volta nunca mais, não tenho dúvidas. Porém, que Manaus ainda tem chances de ser uma cidade melhor, também não duvido. Depende de cada um de nós, inclusive na hora do voto.
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