O Brasil anda tão carente no humor que bizarros como Tiririca e os programas Pânico e CQC fazem sucesso. Esse último, nunca assisti. Daí o meu espanto quando o tal Rafinha Bastos apareceu como número um no Twitter. Ainda assim, minha curiosidade não foi despertada. Curioso fiquei quando vi a manchete que um humorista poderia pegar seis meses de cadeia em função de uma piada de péssimo gosto. O fato é que a promotora de justiça de São Paulo, Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar, solicitou abertura de inquérito policial contra o “humorista” Rafinha Bastos, do programa "CQC", da Band, para apurar incitação e apologia ao crime por causa de uma piada sobre estupro. O dito humorista, em show de comédia stand-up, reproduzida na revista "Rolling Stone", diz “que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.” No ofício, Valéria diz que o humorista compara publicamente o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço". Não vejo graça e nem humor na tal piada. Muito menos vejo humorista na atuação desse rapaz, se as piadas forem do mesmo nível dessa. Como sou a favor da liberdade plena, de uma coisa estejam certos (e certas), exercerei o meu poder de jamais ligar no canal da Band quando o CQC estiver no ar e muito menos de ir a qualquer show do nobre rapaz que, além de tudo, respondeu apenas “faço o meu trabalho” e fechou-se em copas. Enquanto tiver quem o assista, que faça seus shows. Todos sabemos que o humor é cortante e, dificilmente, será politicamente correto. Mas, nenhum tipo de incentivo à violência contra a mulher, qualquer que seja o grau de beleza, deve ser tolerado. Humoristas e piadas sem graças eu também não tolero.
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