Nós, os brasileiros, ainda temos a capacidade de sonhar. Temos o disparate de ficar em frente ao televisor ouvindo Galvão Bueno gritar que “começa a arrancada” rumo à Copa do Mundo. Quem viu o jogo Brasil e Venezuela não viu arrancada nenhuma. No máximo uma caminhada sem um pingo de vontade. Esperava mais dessa Seleção, mas, espero pouco do Mano Menezes, como esperava menos ainda do Dunga. Aos domingos, no entanto, quando o Brasil joga, a fé no futebol parece despertar. Basta, porém, o jogo iniciar para o ato de fé perder a força, esmorecer ao poucos e, antes do final, fenecer ao pé do televisor. As entrevistas dos jogadores, findo o jogo, irritam mais ainda. É como se eles participassem de uma partida jogada por eles, mas não vista por ninguém: todos dizem que o time foi muito bem, que só faltaram os gols. Dá vontade de incorporar um personagem do humor brasileiro cujo lema era “tolerância zero” diante de tanta idiotia. Pelo menos quase morri de rir quando Neymar, ao ser entrevistado, disse que o treinador da Venezuela falou um monte de coisas para ele, “mas não entendi nada.” E começou a rir. Mano Menezes tomou as dores do atacante brasileiro na hora do intervalo. Não deu em nada. O jogo terminou zero a zero. Mas aposto que sábado estaremos, todos, em frente ao televisor a apostar em dias melhores para a Seleção Brasileira. Haja fé!
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