sábado, 17 de dezembro de 2011

Belo Monte: Dilma e juiz deixam digitais no desastre

Nas pendengas envolvendo a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, duas posturas espantam-me: a da presidente Dilma Roussef e a do juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins. Nesse imbróglio esperava da presidente uma postura de estadista ou no mínimo, pró-indígenas. Afinal, de uma ex-guerrilheira, que lutou contra a ditadura e o regime, espera-se um olhar pelo menos diferente sobre a sociedade e o capitalismo. Não! Dilma, como Lula, aderiram cegamente à lógica do mercado: “não importam os impactos ambientais, importa a energia que será produzida”. Dilma, Lula e o PT devem ter vivido, de ontem para hoje, uma noite de glória com a notícia de que o Brasil ultrapassou a Inglaterra e hoje é a sexta economia do mundo. Devem sonhar, todos os dias, em pôr o País como a primeira economia do planeta. Nem que para isso, em alguns anos, não fique um rio ou uma árvore sem serem violentados. Como é possível imaginar que, com porto, explosões, implantação de barragens, escavação de canais e todas as obras altamente invasivas para se construir uma hidrelétrica, o rio permanecerá o mesmo? As populações tradicionais não sofrerão com isso? A política selvagem, expansionista e destruidora do capitalismo norteamericano só era ruim quando praticada por eles? Se posta em prática, com refinamento, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) merece loas? Quanto ao juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins, é espantoso que tenha mudado de ideia e revogado a liminar que suspendera as obras da Unisina Hidrelétrica de Belo Monte sem nenhum fato novo. Ao contrário, o mesmo juiz reconhece que “os impactos ambientais maiores decorrentes somente serão sentidos e possíveis de analisar após a conclusão das obras”. Aí, senhor juiz, a Inês estará morta e nada poderá ser feito para evitar um dos maiores desastres ambientais do Planeta. Dilma e Carlos Eduardo, vocês manterão, para o resto da vida, as digitais nessa hecatombe de fauna e flora. Com muita energia, é claro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário