quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Corrupção e falta de vergonha


Desde aquele dia 31 de outubro de 2010, quando meu velho pai, alfaiate, músico, rádio-técnico diletante, mecânico de bicicletas, cachaceiro, cervejeiro e outros eiros se foi por negligência médica, no Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, sua lembrança me vem em flashes. Principalmente quando vejo e leio notícias sobre a política brasileira. Especialmente aquelas da bajulação explícita baré ou das já rotineiras denúncias de corrupção dos ministros, em Brasília. Ele me aconselhava: “Meu filho, nunca deixe ninguém pegar na sua munheca”. O ensinamento cifrado era: “jamais se venda pra ninguém”. Será possível que os políticos do Amazonas perderam completamente a noção de ética, de respeito? Será que no Brasil, vergonha na cara é artigo de luxo? Como a sociedade local pode admitir tanta bajulação? Será que nenhum político local sabe o que é dignidade, amor-próprio? No plano nacional, até quando vamos aceitar ministros serem acusados de corrupção, desvios de verbas, uso de cargos públicos em benefício próprio e quetais sem nada dizer? Os partidos estão corroídos. Fernando Pimentel é mais um ministro a sofrer uma metástase em público. E o povo parado (e nós também) como se Brasília fosse a terra de Alice e o Amazonas o quintal.


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