sábado, 22 de outubro de 2011

Açaí sob suspeita em Belém

A notícia de um novo surto de doença de Chagas em Belém deixou os locais especializados em venda dos produtos às moscas até mesmo na luxuosa e chique “Estação das Docas”. Após ter sido dada na Televisão, espalhou-se como um rastilho de pólvora nas redes sociais e trouxe de volta, imediatamente, um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em maio do ano passado, pesquisadores da Unicamp divulgaram o resultado de um estudo realizado em convênio com o Ministério da Saúde, no qual concluem que o protozoário causador da doença de Chagas resiste ao congelamento a -20°C (menos vinte graus Célsius). No caso do açaí, portanto, a polpa mal-higienizada, mesmo congelada, mantém o protozoário vivo, logo, pode contaminar quem a consome. Tradicional produto da culinária paraense, o açaí, de acordo com o estudo, só estará imune como transmissor do protozoário, caso passe pelo processo de pasteurização, ou seja, um tratamento térmico que esfriamento e aquecimento a baixíssimas e altíssimas temperaturas. Entre a população, há quem duvide da efetividade do estudo, uma vez que o açaí, até então, sempre foi consumido sem que houvesse notícias de transmissão da doença de Chagas. O temor é que o produto, cujo preço já está nas alturas, sendo vendido a R$ 10,00 o litro, atinja um patamar proibitivo se tiver de passar pelo tratamento de pasteurização. Não tenho elementos para duvidar de nenhum estudo da respeitada Unicamp, porém, não há dúvida de que o setor de pasteurização da indústria de laticínios ganha força e pode liquidar com a economia informal do açaí em Belém e no Pará.

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