Enquanto nos demais
lugares do mundo as ditas redes sociais (que prefiro chamar de mídias
digitais), principalmente o Twitter e o Facebook, são essenciais para o processo
de mobilização e participação política da sociedade, no Norte, quando não são
usadas para, descaradamente, puxar o saco dos políticos e de seus parentes, as são
para punir jornalistas ou quem nelas se manifestar. A médica Bia Abinader, por
exemplo, fui punida com 90 dias de suspensão por criticar o prefeito de Manaus,
Amazonino Mendes (PTB). Um absurdo! Um ataque insano à liberdade de manifestação
do pensamento e ao direito de a médica discordar politicamente do chefe. Mas
como Amazonino Mendes age de acordo com os interesses dos seus prepostos e não
da sociedade, a médica foi punida. Agora, a jornalista Franssinete Florenzano,
servidora de carreira da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALE-PA), que
está à disposição do Tribunal de Contas do Pará (TCPA), teve de optar entre
exercer livremente a profissão de jornalista ou assessorar o conselheiro Luis
Cunha. Tudo porque a Câmara Municipal de Belém, principalmente o 2°
vicepresidente da Casa, vereador Gervásio Morgado (PR) possui ingerência
inconcebível sobre as decisões do TCPA. Ele esteve, no dia 28 de agosto de 2011,
nos gabinetes da presidência e da vice-presidência dessa Corte e exigiu, aos
gritos, a exoneração da servidora, por não aceitar notícias críticas veiculadas
no blog dela. Como pode um reles 2° vicepresidente da Câmara dos Vereadores
tenha tanta ingerência junto ao Tribunal de Contas de um Estado? É inaceitável
a coação moral e a violência psicológica sofrida pela jornalista paraense. A jornalista
Franssinete Florenzano desabafou: “Nem preciso lhe dizer que escolhi a minha
dignidade e o livre exercício da profissão e de manifestação e expressão como
cidadã, como a Constituição me garante. Também avisei que vou desmentir
publicamente se aparecer na minha exoneração “a pedido”. Não tive escolha, foi
coação moral. Eu teria, veja só, que tirar do ar o blog, o site, e até os meus
perfis no twitter e no Facebook! Disse ao conselheiro que sempre fui honesta
justamente para que ninguém pudesse me chantagear. Não aceito essa violência e
não me submeto a tramóias e conveniências políticas. Estou esperando a qualquer
momento minha exoneração. Mas volto para a Alepa de cabeça erguida. A herança
da minha filha será o exemplo de trabalho e caráter que deixarei a ela.” E nós,
que sempre defendemos os direitos constitucionais e a liberdade de expressão,
vamos fazer o quê? Vamos ficar calados, parados, “esperando a morte chegar”,
como diria Raul Seixas? Ou reagimos ou os crápulas, os imbecis e os medíocres
nos engolirão.
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Muito obrigada, professor, por seu apoio e solidariedade, que tem o valor realçado por seu profundo conhecimento da Comunicação e condição de educador. O silêncio dos bons é que alimenta esse tipo de situação.
ResponderExcluirAbraços.