quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A banalização da violência contra as mulheres

A notícia de que uma menor de 14 anos fora resgatada pelo Conselho Tutelar da casa do deputado Federal Sabino Castelo Branco (PTB) ganha destaque por se tratar de uma autoridade. Revela, porém, um traço comum é diário dos jornais sensacionalistas de Manaus: a banalização da violência contra mulheres e contra crianças e adolescentes. Nem é preciso uma pesquisa científica, com tabulação de dados e tudo, para se perceber que, todos os dias, invariavelmente, há uma matéria cujo foco é a violência contra mulheres ou crianças. A preponderância de uma visão machista do mundo e da mulher como mero objeto de consumo está na raiz do problema. Há uma espécie de necessidade de auto-afirmação do macho combinada com o prestígio social, também entre os machos, que é o de “consumir” presas cada vez mais novas. Nessa espécie de capitalismo das relações, a mulher (e quanto mais nova, mais bem posicionada no mercado) ainda é vista como um mero objeto de desejo e consumo. Some-se a isso a impunidade que grassa no País, principalmente quando se envolvem diretamente políticos e autoridades dos três poderes. Gritos esparsos são soltos, porém, falta um efetivo não da sociedade contra esse tipo de prática para evitar que crianças (e suas famílias) sejam obrigadas a derramar lágrimas diariamente ou em uma data tão significativa como hoje que, infelizmente, em Manaus, será lembrada por mais esse caso absurdo de violência contra uma adolescente.

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