Manaus, como certamente são
todas as cidades do mundo, é uma terra de oportunidades e oportunistas. Ambas
as categorias se equilibram na gangorra de uma Lei de Licitações das mais
esdrúxulas e que facilita o roubo e o oportunismo. Raríssimo são os casos de
licitações contestadas na Justiça. Dá até a impressão que os preços são combinados.
Raro é o caso de uma obra pública que não tenha um termo aditivo. Foi esse
famigerado “termo” que transformou uma ponte de pouco mais de R$ 500 milhões em
uma ponte de R$ 1,1 bilhão, a mais cara do mundo, sem sombras de dúvidas. Essa
ponte, somada à Ponte do Solimões, que, não duvidem, será construída, ligará o
Atlântico ao Pacífico, cortando a Amazônia ao meio. Não fosse Alfredo
Nascimento um desafeto do agora senador Eduardo Braga, a BR 319 já teria saído
do papel. A Ponte Rio Negro, portanto, pode até ligar o nada a lugar nenhum agora.
Mas, e estratégica para o Banco Mundial e para os países desenvolvidos. Não sei
se devemos comemorar os 342 anos da cidade ou chorar antecipadamente a “morte”
de parte da Amazônia com esse projeto. O que está em curso não é um projeto de
um partido, de um grupo político ou de alguns oportunistas (há muitos no meio
deles). Há sim, interesses internacionais espúrios embaçados pelos discursos
locais. Refletir com profundidade sobre todos os movimentos dessas peças do
xadrez da política internacional talvez seja a melhor forma de comemorar os 342
dessa cidade de coração acolhedor. Parabéns Manaus!
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