Chego aos quase 52 anos com as
marcas do tempo a pesar em algumas atividades. A senilidade, no entanto, não me
atingiu, ainda, a capacidade de analisar criticamente a realidade. Votei no
Partido dos Trabalhadores (PT) nas últimas eleições, mas, não significa que
concorde plenamente com tudo o que o partido defende e faz. A crise política
atual, por exemplo, é fruto de uma decisão equivocada do PT: ceder às pressões
dos fisiologistas de todas as cores para alcançar o que se convencionou chamar
de governabilidade. Acontece que, ao ceder às pressões fisiológicas de todos os
matizes, o partido passou a promover a inclusão com pitadas cavalares de
corrupção. Que tudo seja apurado rigorosamente dentro do espírito do estado
democrático de direito. Ao final, em havendo provas cabais e irrefutáveis
contra a Presidente Dilma Rousseff, que ela também seja punida até com o
impeachment. Daí a se defender que o Congresso seja dissolvido e os seus
membros, inclusive, a presidente, metralhados em praça pública e os militares
voltem ao poder há uma distância abissal. Não defenderei, em nenhum momento, a
volta da ditadura. E condenarei, veementemente, que os comprovadamente culpados
sejam punidos exemplarmente como preconiza o rito democrático. Ninguém precisa
concordar comigo, mas, sou muito sincero: não respeito e sinto asco quando vejo
alguém empunhar uma bandeira ou cartaz incitando a volta dos militares. O
direito de se manifestar, inclusive pela volta da ditadura, eu respeito. Mas, o
cabeça de vento que o faz só merece asco.
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