segunda-feira, 11 de julho de 2016

Show de imigrantes no domingo europeu

Como parte da vida, porém, palco dos endinheirados, o Futebol tem razões que a própria razão desconhece. Ontem, num belo domingo francês, a França, dona da casa, enfrentava Portugal pelas finais da Eurocopa 2016. Portugal vinha de uma classificação na primeira fase entre os melhores terceiros lugares. Chegou desacreditada. Jogos amarrados, vencidos nas prorrogações. Mas tinha um Cristiano Ronaldo com fome de fazer história, de escrever seu nome na história do futebol de Portugal. Sonho que, aos olhos dos comentaristas esportivos, fora enterrado aos 20min do primeiro tempo do jogo, quando, atingido por Payet (também um francês imigrante) foi substituído por Quaresma. Quem, no entanto, ao final de tudo, brilhou e escreveu o nome na história foi o imigrante da Guiné-Bissau, Éder, que ao entrar no jogo, os comentaristas diziam ter sido “uma mexida errada do treinador”. O domingo foi dos imigrantes. Aos que pregam o ódio aos imigrantes, a França tem para mostrar um time quase todo formado por imigrantes negros ou dos países árabes. Até o artilheiro do time francês na competição, Antoine Griezmann, é neto de portugueses. O mundo não seria o que hoje o é, não fossem os imigrantes. E o futebol deu um tapa com luva de pelica nos que são cegos pelo ódio racial.


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