terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ponte do bilhão, Virada dos milhões

Não bastasse a Ponte do Bilhão, Manaus me aparece com a “Virada dos milhões”. Antes de qualquer crítica, devo registrar que considero a Virada um dos projetos mais profícuos da Prefeitura de Manaus. No entanto, tenho sérias críticas à formatação e ao processo de execução. Além dos problemas vistos domingo, e já comento, espanta-me o que li no Blog do Sarafa (Blog do Serafim Corrêa), antigo prefeito da cidade. Não creio que seja “dor-de-cotovelo” e merece investigação que a antiga Saúde Sem Fronteiras, hoje Instituto Sem Fronteiras, tenha recebido R$ 2 milhões para “fazer” a Virada Cultural 2011. E sobre essa relação promíscua das Organizações Não-Governamentais (Ongs) com os governos Municipal, Estadual e Federal falarei outro dia. Agora quero me deter aos problemas, digamos, operacionais da Virada. Volto a ressaltar: vejo com excelentes olhos essa ideia de levar os artistas ao povo. Penso, porém, que a execução deve ser feita com o mínimo de planejamento na escolha dos artistas para que todos sejam tratados com o devido respeito que merecem. Domingo, das 18h às 21h30, fui ao Paço Municipal prestigiar meu conterrâneo de Sena Madureira, Sérgio Souto, autor, dentre outros sucessos, de “Falsa alegria” e “Lembrando de você”, essa última em parceria com Moacir Luz. Soube da apresentação dele pelo Facebook (do próprio) quando ainda estava em Curitiba. Imediatamente agendei e fui. Ao chegar ao Paço, Souto cantava para meia dúzia de pessoas. Soube que após o “desfile de moda”, seria a apresentação do paraense, Nilson Chaves. Há 30 metros dali, em uma rua paralela, a famosa Frei José dos Inocentes, outro palco “alternativo” montado. Fui lá após a apresentação de Sérgio Souto. Hêmilly Lira cantava para exatamente seis pessoas (eu, minha namorada e mais quatro técnicos de apoio). Volto ao palco principal do Paço. Nilson Chaves já se apresentava para pouco mais de uma dúzia de pessoas, dentre elas o próprio Sérgio Souto e os músicos que o acompanhavam. O artista não deve ser somente pago. E muito menos deve se contentar com o dinheiro do cachê. Artista vive, mais que tudo, de aplausos e respeito ao seu trabalho e a sua arte. Que a Virada ocorra sim. Porém, bem-planejada o suficiente para que não se repita tamanho desrespeito aos artistas regionais. Que não sejam postos para concorrer, no mesmo horário, com Biquini Cavadão ou qualquer outra atração nacional. É pura covardia!

2 comentários:

  1. Penso o contrário.... Penso que as atrações foram bem divididas, pois quem não gosta de Biquini Cavadão vai a outro palco que o agrade, por isso as atrações eram paralelas... Em um palco Axé e Pagode, em outro Rock e Raggae, em outro Forró e Brega, em outro MPB e MPA, enfim...

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  2. Obrigado pelo comentário, André. Não me considero sempre o certo nas minhas ponderações. Mas, dividir as augústias com os leitores e leitoras e ter a resposta nos faz bem. Abraço e participe sempre que considerar conveniente.

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