quinta-feira, 9 de julho de 2020

O universo conspira em favor da justiça

Há anos fico observando o que chamava de “encontros e desencontros” das energias dissipadas, expressão que passei a usar depois de propor a “espistemologia ecossistêmica e a cartografia do acaso”. Muito se fala da “mão-de-deus” quando se diz que “algo aconteceu”, às vezes é só acaso mesmo, como “castigo de deus”. O universo, no mais vezes, “conspira a favor”, principalmente, da promoção da justiça. E nós, os humanos, temos a imperfeita ideia de “tudo o que e ruim” atribuir a deus e tudo o que é bom ocorre por conta da “nossa genialidade, da nossa capacidade de inteligência”. O certo é que a mão-de-deus, volto a dizer, para muitos o universo, para outros, ao caso, conduz as “energias dissipadas” para situações de justiça e a nossa imperfeição humana é que gera injustiças. Digo isso porque na terça-feira, logo cedo, recebi em um destes aplicativos que nos facilitam enormemente a vida, a informação de que “o objeto”, que eu tinha para receber, saíra do Centro de Distribuição dos Correios para entrega. Lá pelas 16h, sou informado pelo aplicativo que o “objeto” fora entregue. Só que eu estava em casa e ninguém batera na porta. Como se tratava de um cartão de crédito, o que vem logo à cabeça de um ser humano imperfeito (eu)? Fraude, algum carteiro desonesto se apoderou do meu cartão. Primeira reação: liguei para o Centro de Distribuição e uma das agências dos Correios da cidade, Teixeira de Freitas, e não consegui falar com ninguém. Sempre ocupado ou ninguém atendia às chamadas; ou ainda, caia em um Fax (e ainda existe fax?). Inquieto e muito preocupado, falei com o síndico do prédio. Ele me tranquilizou. Disse que “os carteiros daqui, enrolam, enrolam...e deixam para entregar o objeto no outro dia.” Entregam, também, no vizinho. “Pode deixar que amanhã eu olho lá”. Como eu já sabia da prática, no momento que o aplicativo me avisou, corri, para ver se ainda “pegava” o carteiro entregando na loja do vizinho, disse a ele: ”já fui lá!”. “Então, deve ser isso mesmo, amanhã eles entregam”. Dormi mais tranquilo. No outro dia, acordei “possesso”. Meu desejo era ir logo cedo aos Correios “entregar o carteiro criminoso” criado pela minha mente. De repente, lembrei-me que “almoçava” na Dona Penina, local onde havia morado por quase três anos. Brilho nos olhos e mais tranquilidade: “aposto que entregaram o cartão lá na Dona Penina”. Assim, ao invés de sair logo, decido almoçar na Dona Penina e, se o cartão estivesse lá, não precisaria ir aos Correios. Dito e feito: o cartão estava lá na Dona Penina. A primeira coisa que ela fez quando me viu foi me entregar o cartão. Eu teria cometido uma terrível injustiça se tivesse ido aos Correios, de posse do código de rastreio, e denunciado o extravio do cartão. Pobre carteiro que saíra para o entregar. Seria crucificado. Livrei-me de cometer uma injustiça: você acredita?

Antigamente era #foratemer, hojemente é #forabolsonaro!

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