É impressionante, nos últimos dias, o quanto a população tem falado nos jornais, rádios, televisões e na Internet. O discurso é sempre o mesmo: esqueçam tudo o que fulano, beltrano, ou cicrano fez; a população quer uma campanha baseada em propostas. De Norte a Sul, Leste a Oeste, o apelo é o mesmo. Desconfio que tem muita gente falando pela população sem ouvi-la. Pregando um discurso messiânico que só serve aos interesses de quem já se vendeu antecipadamente e não quer investigar ninguém (vale para os meios de comunicação e muitas figuras carimbadas das redes sociais) e aos interesses de quem “já aprontou” muito, está no poder e não quer, nem de longe, que fatos do passado atrapalhem o possível desempenho eleitoral no presente. Espanta-me, porém, esse discurso tão “bonzinho” de que se deve esquecer tudo e examinar apenas as propostas. Quer dizer, então, que um a político com o passado de Paulo Maluf, Fernando Collor (não vou citar nenhum do Amazonas para não ser desonesto com nenhum deles) basta apresentar um bom programa que terá um salvo-conduto? Não sejamos hipócritas! A população precisa sim saber as “traquinagens” dos políticos para poder decidir melhor o seu voto. E, em grande parte do País, muito do trabalho diário dos jornalistas só é feito no horário eleitoral gratuito. Amordaçados pelo poder econômico, jornais, rádios e TVs calam. Onde estão as “meninas do Jô”, que desciam a lenha, todas as quartas, denunciando falcatruas e comportamento nada éticos de membros do poder central? O direito à informação é essencial para o exercício pleno da cidadania. Lançar uma nuvem messiânica sobre esse direito é pura covardia.
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