Não entendo como o Acre está entre os estados que mais preservam a natureza. Basta circular por volta das 18h, 19h pela BR 364, que liga Sena Madureira a Rio Branco para se ter uma ideia de o quanto se explora a floresta. Caminhões lotados de toras de madeira e queimadas ao longo da estrada fazem “cortar o coração”. Lembrei-me do refrão de uma das minhas músicas: “...a seringueira chora, perdeu seu defensor, os índios já não fazem festa, pra seu senhor. O seio desta terra, seu filho absorveu, ressuscitou pra vida, que morreu.” Foi impossível segurar as lágrimas que teimavam e correr pelo canto dos olhos. Era como se a alma da terra-mãe tivesse ferida de morte e agonizasse ali na minha frente. Uma sensação de impotência tomou conta de mim. Há um desafio a ser enfrentado por todos: a preservação não pode ser apenas discurso de políticos aproveitadores, sócios de madeireiros, que exploram a floresta à medida que dizem defendê-la. Precisamos fazer mais do que um mero choro calado de impotência.
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