segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Oportunidades, oportunistas e uma ponte

Manaus, como certamente são todas as cidades do mundo, é uma terra de oportunidades e oportunistas. Ambas as categorias se equilibram na gangorra de uma Lei de Licitações das mais esdrúxulas e que facilita o roubo e o oportunismo. Raríssimo são os casos de licitações contestadas na Justiça. Dá até a impressão que os preços são combinados. Raro é o caso de uma obra pública que não tenha um termo aditivo. Foi esse famigerado “termo” que transformou uma ponte de pouco mais de R$ 500 milhões em uma ponte de R$ 1,1 bilhão, a mais cara do mundo, sem sombras de dúvidas. Essa ponte, somada à Ponte do Solimões, que, não duvidem, será construída, ligará o Atlântico ao Pacífico, cortando a Amazônia ao meio. Não fosse Alfredo Nascimento um desafeto do agora senador Eduardo Braga, a BR 319 já teria saído do papel. A Ponte Rio Negro, portanto, pode até ligar o nada a lugar nenhum agora. Mas, e estratégica para o Banco Mundial e para os países desenvolvidos. Não sei se devemos comemorar os 342 anos da cidade ou chorar antecipadamente a “morte” de parte da Amazônia com esse projeto. O que está em curso não é um projeto de um partido, de um grupo político ou de alguns oportunistas (há muitos no meio deles). Há sim, interesses internacionais espúrios embaçados pelos discursos locais. Refletir com profundidade sobre todos os movimentos dessas peças do xadrez da política internacional talvez seja a melhor forma de comemorar os 342 dessa cidade de coração acolhedor. Parabéns Manaus!

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