domingo, 30 de outubro de 2011

O câncer da América Latina

A notícia de que Luiz Inácio Lula da Silva está com câncer de laringe trouxe-me um sentimento imediato: lamentar o fato, por se tratar, talvez, do maior líder político da era moderna brasileira. Imediatamente, não poderia ser diferente, o associei ao presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Inconscientemente, quero crer, pela amizade que uniu figadalmente os dois nos últimos anos. Conscientemente, pela doença que os une hoje: o câncer. Letal para grade parte dos seres humanos é o tipo de mal que aniquila aos poucos. Corrói. Suga consciências, inclusive de si mesmo. Como mal político que assola a América Latina, deve ser extirpado. Porém, permanece vivo, latente, a espera que surja alguém bom de discurso e de manejo dos instrumentos capitalistas de corrupção para surgir, de novo, corroendo mentes e corações. O povo latinoamericano, mais que qualquer povo, pelo menos é o que parece, necessita de um ídolo, de um líder. Precisa de alguém a dizer o que deve e não deve ser feito. Não exercita a autonomia, portanto, pouco sabe de democracia. Gostar de eleger alguém, lavar as mãos e, como Pilatos, esperar quatro ou cinco anos, para reconduzi-los ao poder. Lula, se assim o quisesse, ficaria no poder o tempo que ele (e não nós) achasse necessário. Montou uma estrutura de poder à Chavez. E ainda manda! Inaugura pontes, interfere diretamente quando assim deseja. Sua doença é lamentável, uma tragédia pessoal. A doença do continente também. Torço para que ele e o continente vençam!

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