quinta-feira, 16 de junho de 2016

Os lados da moeda-delação

O que me chama mais a atenção nestes tempos de “delação premiada” não é o fato de qualquer dedo-duro ser alçado à categoria de herói, mas, o desavergonhado cinismo individual e coletivo. O instrumento da delação premiada, criado, certamente, com bons propósitos, foi completamente achincalhado no Brasil. Serve aos interesses de quem acusar Lula, o Partido dos Trabalhares (PT) e Dilma Rousseff. Tudo o que se diz deste trio, para alguns, é tratado como verdade absoluta. Quiçá, uma condenação antecipada. Se a delação atinge outras pessoas, inclusive, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB) ou Aécio Neves (PSDB), o delator passa a ser um mentiroso. Talvez tenhamos de repensar a delação ou o julgamento que fazemos dos delatados.


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