Se há um sentimento que me provoca dor duas vezes, é
pena. Detesto olhar para as pessoas e sentir pena, principalmente, pela pobreza
de espírito. Mas, ultimamente, tenho sentido muito, não posso negar, ódio,
misturado com pena. Em alguns casos, preciso me controlar para que o ódio não
seja na mesma medida dos seguidores do Besta-fera. Não me parece crível que,
depois de tanta luta pela redemocratização do País, sejamos obrigados a
assistir o retorno de ideias tão atrasadas, por meio do voto. O ódio se
transforma em pena: em algumas pessoas, vejo os olhos se encherem de sangue,
pelo tamanho do ódio ao Partido dos Trabalhadores (PT). Em nome deste ódio é
que votam, sem pestanejar, em quem flerta com o fascismo, a misoginia e a
tortura. Eis que passo a sentir pena do pobre coitado ou coitada. Não sou
melhor que ninguém, apenas, não me deixo levar totalmente pela cegueira, muito
embora, até aqui mesmo, neste espaço, de quando em vez, a cegueira me faça
igual a eles e elas. É por essas e outras e para evitar que eu tenha de sentir
raiva e ódio ao longo de quatro anos que reafirmo: #elenão, #elenunca!
Antigamente #foratemer, hojemente #temergolpista!
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