Lembrei-me da
época que fui Editor de Esportes do Jornal Amazonas em Tempo. Certa vez, meus
dois repórteres foram convidados pelo treinador de um dos times de futebol
digamos, mais conceituados da cidade. Ele queria almoçar com os repórteres. Como
naquela época eu já era “macaco velho”, disse a eles: “Vocês vão ao almoço sem
problemas. Mas, paguem, e tragam a Nota Fiscal que terão o ressarcimento do
valor gasto”. Naquela época, e faz muito tempo, alguns treinadores locais já
faziam o que, depois, Wanderlei Luxemburgo foi acusado de fazer
costumeiramente: escalar jogadores medíocres, “alavancar” a carreira deles com
ajuda de jornalistas e ganhar uns trocados com a transferência. Assim
funcionava a cultura do agrado. Destroçamos todas as possibilidades e
mantivemos a boa educação. Recusar convite para um almoço não soa bem. Parece
má-educação. Deixar que quem convida pague o almoço sendo interessado direto
não convém. Nenhum servidor, público ou privado, deve ser só honesto. Tem de
parecer honesto. Se um “convidante” para todas as contas, depois, vai se sentir
no direito de cobrar alguma recompensa. Assim funciona a humanidade. E, se você
não quiser ser algo nem de ataques nem de achaques, previna-se!
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