domingo, 11 de dezembro de 2011

Divisão ou não do Pará

Qualquer que seja o resultado do plebiscito de hoje no Pará sobre a criação ou não dos estados de Carajás e Tapajós, uma coisa é certa: urge que se repense a forma de administrar os estados, principalmente de extensões continentais como o Amazonas e o Pará. Falar em unidade e desconhecer as diferenças monumentais que existem entre uma e outra região dentro dos próprios estados é, no fundo, investir em um processo histórico de exclusão. As agências de notícias divulgam, por exemplo, que em Belém, eleitores pró-não, gritam “fora forasteiros” contra os eleitores que querem a criação do Estado do Tapajós. Como falar em unidade quando as pessoas, entre si, não demonstram o mínimo de respeito ao outro? O único argumento de que os políticos lutam pela divisão para conseguirem mais cargos e mais verbas não se justifica. Se os políticos e administradores se apropriam das verbas, fazem-no porque nós, os cidadãos, votamos e depois lavamos as mãos. Em uma democracia verdadeiramente participativa, as responsabilidades são divididas. Manter a unidade requer o exercício diário do respeito. Inclusive às verbas públicas. Sem isso, o estado não passa de uma mera fantasia administrativa.

Um comentário:

  1. Ótimo professor. Essa notícia é realmente importante de se saber.

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