Como já previam todas as
pesquisas, cerca de 66% do povo do Pará votou pela não criação dos estados de
Carajás e Tapajós. O resultado, porém, não esconde o problema das diferenças regionais
dentro do próprio Estado e, como disse o governador do Pará, Simão Jatene
(PSDB) deverá provocar discussões nacionais sobre o atual pacto federativo. Quem
ninguém se engane, o plebiscito do Pará, que custou R$ 19 milhões aos cofres
públicos, trará conseqüências até para o Amazonas, cujo modelo econômico é
baseado na renúncia fiscal. O mesmo governador do Pará, que comemora a vitória
do sim, toca no cerne da questão ao dizer que o Estado deixa de arrecadar, por
ano, R$ 1,5 bilhão em exportação de minérios, em função da desoneração das
exportações provocadas pela Lei Kandir. Como compensação, a União repassa ao
Pará R$ 260 milhões. Se os números do governador são verdadeiros, há renúncia
fiscal de R$ 1,240 bilhão. Com isso, o que ocorre, na prática, é o estado
brasileiro financiando, indiretamente, as exportações de uma empresa particular:
a Vale do Rio Doce. E é isso o que o povo parece não mais aceitar. Números à
parte, o recado que o povo de Carajás e Tapajós mandou tanto para Belém quando
para Brasília foi simples: queremos que as riquezas por nós geradas sejam aqui
aplicadas.
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