segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pará vota pela união: problemas continuam

Como já previam todas as pesquisas, cerca de 66% do povo do Pará votou pela não criação dos estados de Carajás e Tapajós. O resultado, porém, não esconde o problema das diferenças regionais dentro do próprio Estado e, como disse o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB) deverá provocar discussões nacionais sobre o atual pacto federativo. Quem ninguém se engane, o plebiscito do Pará, que custou R$ 19 milhões aos cofres públicos, trará conseqüências até para o Amazonas, cujo modelo econômico é baseado na renúncia fiscal. O mesmo governador do Pará, que comemora a vitória do sim, toca no cerne da questão ao dizer que o Estado deixa de arrecadar, por ano, R$ 1,5 bilhão em exportação de minérios, em função da desoneração das exportações provocadas pela Lei Kandir. Como compensação, a União repassa ao Pará R$ 260 milhões. Se os números do governador são verdadeiros, há renúncia fiscal de R$ 1,240 bilhão. Com isso, o que ocorre, na prática, é o estado brasileiro financiando, indiretamente, as exportações de uma empresa particular: a Vale do Rio Doce. E é isso o que o povo parece não mais aceitar. Números à parte, o recado que o povo de Carajás e Tapajós mandou tanto para Belém quando para Brasília foi simples: queremos que as riquezas por nós geradas sejam aqui aplicadas.

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