Hoje, depois de um longo inverno sem
visitas, fui à missa, na Igreja de Nazaré, acompanhado da minha filha. À saída,
buzinei e fiz questão de pagar o guardador de carros. Minha filha comentou:
"Pelo menos ele não foi para as drogas. Ainda bem que ele não foi para as
drogas". Fiquei impressionado com a consciência da minha filha. Não só a
consciência social, mas a consciência política de não aturar as drogas como
comportamento natural. Tanto o mercado das drogas quanto o dos guardadores de
carros existem, de certa forma, e funcionam de acordo com o modelo capitalista.
Só que um dignifica (mas nem tanto) e outro condena. Viver no mercado das
drogas é ser condenado antecipadamente. Acontece que o capitalismo é baseado em
estereótipos. E é isso o que revela o depoimento da minha filha: uma visão
estereotipada de que o trabalho dignifica. Em certa medida, não discordo. Não se
pode, porém, associar pobreza imediatamente às drogas. Nem achar que só
dignifica, no caso do guardador de carros, por oposição ao trabalho com as
drogas. Conversei com a minha filha sobre isso e resolvi partilhar. Para
refletirmos juntos sobre o assunto.
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