domingo, 17 de fevereiro de 2013

Quando o trabalho dignifica


Hoje, depois de um longo inverno sem visitas, fui à missa, na Igreja de Nazaré, acompanhado da minha filha. À saída, buzinei e fiz questão de pagar o guardador de carros. Minha filha comentou: "Pelo menos ele não foi para as drogas. Ainda bem que ele não foi para as drogas". Fiquei impressionado com a consciência da minha filha. Não só a consciência social, mas a consciência política de não aturar as drogas como comportamento natural. Tanto o mercado das drogas quanto o dos guardadores de carros existem, de certa forma, e funcionam de acordo com o modelo capitalista. Só que um dignifica (mas nem tanto) e outro condena. Viver no mercado das drogas é ser condenado antecipadamente. Acontece que o capitalismo é baseado em estereótipos. E é isso o que revela o depoimento da minha filha: uma visão estereotipada de que o trabalho dignifica. Em certa medida, não discordo. Não se pode, porém, associar pobreza imediatamente às drogas. Nem achar que só dignifica, no caso do guardador de carros, por oposição ao trabalho com as drogas. Conversei com a minha filha sobre isso e resolvi partilhar. Para refletirmos juntos sobre o assunto.

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