sábado, 9 de fevereiro de 2013

Um carro fantasmagórico na Avenida


Ontem, por uma daquelas obras do destino, todas as decisões que tomei no trânsito foram péssimas. E sempre quando estava com meus filhos no carro. Foram horas e horas de engarrafamento enfrentadas bravamente. Algumas a se lamentar, principalmente quando os peguei na escola e nos atrasamos para o almoço: quase morremos de fome, os três, dentro do veículo num pequeno trecho entre o Eldorado, a Darcy Vargas e a Avenida Ephigênio Sales. À noite, porém, após jantarmos juntos, "caímos" na Avenida Pedro Teixeira, ao lado do "Paneirão", logo, em frente ao Sambódromo. Expressei-me:"Ihhhh! Tem algo aqui no Sambódromo. Filho, é para coroar o dia: nos ferramos de novo!" Antes de cruzarmos o sambódromo minha filha diz:"Olha, é um carro alegórico das escolas de samba de Manaus". Pensei:"Isso não é carro alegórico coisa nenhuma. Mais parece um carro fantasmagórico!". Para não decepcionar a minha filha, que nunca tinha visto um carro alegórico ao vivo, falei:"Que carro feio, heim!". Depois do episódio e de, milagrosamente, ter cruzado em frente ao Sambódromo em minutos, descobri que se tratava do desfile das Escolas de Samba do Grupo C de Manaus. O "evento" é financiado com dinheiro público e, pelo menos ontem, foi um fracasso de público. A metáfora que criei e não expressei na hora talvez sintetize bem: um carro altamente fantasmagórico.

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