Sinto
urticária só em ouvir falar no nome do deputarão federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Seria catastrófico que um verme reacionário, sexista e preconceituoso como ele
chegasse a ser presidente do Brasil. Mas, pelas regras do jogo democrático, se
ele conseguir a indicação dentro do partido e obtiver apoio de aliados e
eleitores a ponto de chegar ao Palácio do Planalto, terá feito o caminho
democrático, portanto, será legitimado pela vontade popular. Foi assim com o
militar da reserva Hugo Chaves, na Venezuela, que implantou uma ditadura
travestida de democracia. Se o povo brasileiro quer os militares de volta, que
o faça pelas urnas. E se isso acontecer, o Partido dos Trabalhadores (PT)
jamais apagará da sua história o fato de ter criado condições econômicas,
políticas e sociais para que um verme da estirpe de Bolsonaro chegue ao poder.
É fácil demais a crítica pela crítica dirigida a quem defende, digamos, a
filosofia bolsonariana. Profundamente complexo é entender como o povo perdeu
esperança e a capacidade de sonhar a ponto de acreditar em Bolsonaro como uma
opção para o País. Somos todos fracassados, de alguma forma. Mas, pelas vias
democráticas, nem Bolsonaro é ilegítimo, embora, se ocorrer, seja lastimável e
lamentável.
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